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relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg

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não só a humanização do trabalho, na ótica do trabalhador, bem como a competitividade<br />

das organizações, na ótica dos empresários.<br />

Segundo Moraes (1990), a origem do movimento de Qualidade de Vida no Trabalho surgiu na década de 1930,<br />

com a Escola das Relações Humanas, contrariando os pressupostos de Tylor e concedendo lugar às pessoas que trabalham e<br />

contribuem no contexto organizacional – em contrapartida ao enfoque anterior, prioritário não somente à sistematização das tarefas,<br />

mas também ao trabalhador e ao ambiente de trabalho. Já naquela época, acreditava-se que tal referencial era o que mais se<br />

identificava com o que se convencionou denominar posteriormente como Qualidade de Vida no Trabalho.<br />

A base desse movimento foi propiciada pelos clássicos estudos de Elton Mayo<br />

e seus colaboradores, que verificaram pela primeira vez, de forma sistemática, a<br />

importância dos fatores psicossociais 5 na vida da organização. Em Hawthorne, Mayo e<br />

seus colaboradores pesquisaram a relação <strong>entre</strong> a iluminação do ambiente e a<br />

produtividade dos trabalhadores, constatando que os fatores psicossociais poderiam<br />

aumentar ou diminuir o nível de produção, ao influenciar o grau de satisfação do<br />

trabalhador.<br />

Entretanto, foi na década de 1950, na Inglaterra, que Eric Trist e colaboradores desenvolveram um modelo que<br />

agrupava o trinômio: indivíduo – trabalho – organização, iniciando assim os primeiros estudos sobre QVT. Utilizando uma<br />

abordagem sócio-técnica em relação à organização do trabalho, demonstraram as ligações <strong>entre</strong> a introdução de novas tecnologias e<br />

os graus de conflitos interpessoais e intergrupais em uma mina de carvão, tendo como finalidade principal a organização do<br />

trabalho, a partir da análise e da reestruturação da tarefa (VIEIRA, 1996).<br />

Segundo o modelo dos sistemas sócio-técnicos, todo processo produtivo requer tanto a organização técnica quanto<br />

a organização social inter-relacionadas para concretizar os objetivos do empreendimento. Não é a tecnologia que determina a forma<br />

de trabalho e o relacionamento dos grupos de trabalho, como foi tão popularizado na administração científica. As variáveis<br />

psicossociais dos Recursos Humanos são fatores que afetam, porque influenciam a adoção de tecnologias (ORTSMAN, 1984;<br />

BERGERÓN, PETIT e BÉLANGER, 1984).<br />

No entanto, somente na década de 1960 é que o movimento sobre QVT tomou impulso, a partir da conscientização<br />

da importância de se buscarem melhores formas de organizar o trabalho, com a finalidade de minimizar os seus efeitos negativos<br />

sobre o trabalhador e alcançar o seu bem-estar geral.<br />

Alia-se a esse movimento sobre QVT o surgimento da Escola Comportamental, a partir da metade da década de<br />

1950 e no decorrer da década de 1960. Como desmembramento da Escola de Relações Humanas, através de Abraham H. Maslow e<br />

Frederick Herzberg, a Escola Comportamental enfocou a teoria das necessidades humanas, propôs uma teoria baseada em fatores<br />

higiênicos e motivacionais e no enriquecimento da tarefa (CHIAVENATO, 2000).<br />

Huse e Cummings (1985) acreditam que a conscientização dos trabalhadores e o aumento das responsabilidades<br />

sociais das organizações contribuíram de forma decisiva para a ampliação das discussões sobre o tema QVT, junto aos<br />

pesquisadores e dirigentes <strong>organizacionais</strong>.<br />

Segundo Vieira (1996), a primeira fase do movimento sobre QVT estendeu-se até 1974, quando houve uma queda<br />

no interesse pela QVT, em função da preocupação com questões econômicas, como a energia e a crescente inflação. A necessidade<br />

de sobrevivência das organizações fez com que os interesses dos trabalhadores passassem a ter uma importância secundária.<br />

A partir de 1979 ressurgiu a preocupação com a QVT devido, principalmente, à<br />

perda de competitividade das organizações norte-americanas frente às suas concorrentes<br />

japonesas. Essa perda de competitividade levou à investigação dos estilos gerenciais<br />

praticados em outros países e a relacionar os programas de produtividade aos esforços com<br />

a melhoria da QVT (BOWDITCH & BUONO, 1992; BURREL & MORGAN, 1979).<br />

Segundo Moraes (1992), a partir de 1979 a preocupação com a Qualidade de<br />

Vida no Trabalho toma um novo rumo, passando a ser vista como um conceito global,<br />

como uma forma de enfrentar os problemas de qualidade e produtividade.<br />

5 Tais fatores referem-se às concepções psicológicas e sociológicas bem como suas inter-relações, que<br />

influenciam significativamente o comportamento do ser humano em seu local de trabalho.

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