13.10.2014 Views

relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg

relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg

relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

53<br />

Schwartz e Bilsky (1990). Para eles a diferença <strong>entre</strong> meio e fim não é clara, pois o meio pode-se tornar fim<br />

e vice-versa. Demonstraram essa crítica por meio do exemplo em que prazer, sendo um valor terminal, pode<br />

se tornar, em algumas situações, um valor instrumental no sentido de estar promovendo outros <strong>valores</strong><br />

terminais como a felicidade. Em outro exemplo, auto-suficiente, como valor instrumental, pode tornar-se<br />

fim por ser promovido por outros <strong>valores</strong> instrumentais como competente. Além disso, teoricamente, isso<br />

não possibilitava identificar com clareza empírica os tipos de <strong>valores</strong>, como os instrumentais e os terminais,<br />

previstos na teoria.<br />

Segundo Rokeach (1973), os <strong>valores</strong> também podem ser divididos em: cognitivos, afetivos e<br />

comportamentais. No plano cognitivo encontra-se a percepção, as informações e o conhecimento que o<br />

indivíduo tem dos modos de conduta e estados fins de existência desejáveis. Em relação ao plano afetivo,<br />

compreende-se as emoções e os sentimentos que estão vinculados com o sistema de crenças do indivíduo,<br />

provocando reações que sejam a favor ou contra comportamentos coerentes ou incoerentes ao sistema de<br />

crenças. Quanto ao plano comportamental, esse mostra a disposição de escolher quais as melhores maneiras<br />

de agir em detrimento de outras.<br />

Com base nas escalas de Rokeach (1973), Schwartz e Bilsky (1987, 1990) formularam sua<br />

teoria dos <strong>valores</strong>. Os autores partiram do pressuposto de que a existência do homem se baseia em três<br />

necessidades universais: necessidade dos indivíduos como organismo biológico; necessidade de<br />

coordenação nas interações sociais e necessidade de sobrevivência e bem-estar do grupo. Para eles, dessas<br />

necessidades universais derivam as definições para os domínios motivacionais de <strong>valores</strong>. Vale ressaltar que<br />

Maslow (1954), ao apresentar sua hierarquia das necessidades, não distinguiu valor de necessidade, porém<br />

deixou claro que as necessidades influenciam o comportamento humano. Maslow ressaltou ainda que, à<br />

proporção que o ser humano satisfaz uma necessidade básica, surgem outras mais elevadas no<br />

comportamento do indivíduo. Dessa forma, pode-se perceber a semelhança <strong>entre</strong> o modelo de Maslow e<br />

Schwartz e Bilsky ao construir seus domínios motivacionais de <strong>valores</strong> com base nas necessidades<br />

universais.<br />

Com o pressuposto de que a estrutura dos <strong>valores</strong> humanos se refere à organização conceitual<br />

de <strong>valores</strong> sobre a base das suas similaridades e diferenças e, ainda, das críticas à escala de Rokeach (1973),<br />

Schwartz (1992) construiu sua escala de <strong>valores</strong> composta por 56 itens, dos quais 36 são oriundos da escala<br />

de Rokeach (1973). Na escala de Schwartz (1992), os respondentes devem avaliar quanto cada um dos 56<br />

<strong>valores</strong> é importante como princípio organizador da sua vida pessoal, por meio de uma escala tipo Likert<br />

que varia de -1 (oposto aos <strong>valores</strong> do indivíduo) a +7 (suprema importância), passando pelo zero (nenhuma<br />

importância). Mediante 36 amostras provenientes de 20 países, Schwartz (1992) utilizou uma escala de 56<br />

<strong>valores</strong>, tendo como base instrumentos desenvolvidos em outras culturas, levantamentos específicos e<br />

<strong>entre</strong>vistas com sujeitos muçulmanos e drusos. Desses <strong>valores</strong>, 30 eram <strong>valores</strong> terminais e 26 <strong>valores</strong><br />

instrumentais.<br />

Schwartz tem o grande mérito de conseguir reunir em torno de sua teoria, dos <strong>valores</strong><br />

humanos, pesquisadores dos cinco continentes, em mais de 50 países. Desde o começo do seu modelo<br />

(SCHWARTZ & BILSKY, 1987, 1990), esse autor manteve-se fiel à idéia de que existe um conjunto de

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!