relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg
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3.1 Diferentes Abordagens em Cultura Organizacional<br />
3.1.1 Abordagem de Smircich<br />
Smircich (1983) sistematizou o significado do conceito de cultura na análise<br />
organizacional e afirmou que este se baseia em diferentes pressupostos, os quais acarretam<br />
divergências nas abordagens da relação organização-cultura. A autora subdividiu os grupos<br />
que estudam a cultura organizacional: os que a estudam como uma variável crítica e os que<br />
a estudam como uma metáfora básica. Em outras palavras, Smircich (1983) afirma que<br />
diferentes análises da cultura organizacional podem ser atribuídas aos pressupostos<br />
adotados pelos pesquisadores em relação à concepção da cultura, organização e natureza<br />
humana. Esses pressupostos conduzem a dois modos distintos de pesquisar a cultura<br />
organizacional: primeiro, como variável, considerando a cultura como algo que a<br />
organização possui; e segundo, como um modo de funcionar, algo que a organização é.<br />
A cultura vista como algo que a organização “possui” busca, nesse sentido, as<br />
práticas; isso devido ao importante papel das práticas na cultura organizacional e pelo fato<br />
de elas serem consideradas manipuláveis. A cultura vista como algo que a organização “é”<br />
busca um todo integrado, ou seja, práticas e <strong>valores</strong>, que podem ser considerados como a<br />
organização “é”. E é pela observação das práticas que se terá conhecimento dos <strong>valores</strong>.<br />
Segundo Aktouf (1994), o estudo da cultura como variável denota a<br />
pressuposição de união <strong>entre</strong> todos os integrantes da organização, visando à sustentação e<br />
ao alcance dos objetivos <strong>organizacionais</strong>.<br />
Para Smircich (1983), os autores que concebem a cultura como uma metáfora<br />
advogam que ela é algo que a organização é, analisando-a em seus aspectos simbólicos,<br />
ideais e expressivos.<br />
Percebe-se, portanto, que frente a essas duas abordagens, aqueles autores que<br />
defendem a cultura como uma variável, ou seja, a cultura como algo que a organização<br />
“possui”, consideram que ela interfere no desempenho organizacional; e aqueles que<br />
sustentam a cultura como algo que a organização “é” possuem o entendimento de que os<br />
estudos sobre cultura propiciariam maior clareza a respeito da vida organizacional,<br />
promovendo uma reflexão mais crítica sobre as idéias, normas, <strong>valores</strong>, enfim, sobre a<br />
realidade social.