relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg
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Ao conceituar cultura como o estabelecimento de um programa coletivo da<br />
mente que diferencia os membros de um grupo humano do outro, Hofstede mostra com<br />
clareza a previsibilidade do comportamento dos indivíduos de modo geral, principalmente<br />
daqueles mais conhecidos, pertencentes ao mesmo grupo, pois para ele cada indivíduo<br />
recebe programa mental estável ao longo do tempo, direcionando-o para se comportar em<br />
determinadas situações.<br />
A cultura é um dos pontos-chave na compreensão das ações humanas,<br />
funcionando como um padrão coletivo que identifica os grupos, suas maneiras de perceber,<br />
pensar, sentir e agir. Assim, mais do que um conjunto de regras, de hábitos e de artefatos,<br />
cultura significa construção de significados partilhados pelo conjunto de pessoas<br />
pertencentes a um mesmo grupo social.<br />
Além disso, o autor considera os <strong>valores</strong> o centro da cultura, revelando<br />
tendências para preferir certos estados em detrimento de outros.<br />
Para Rokeach (1973), os <strong>valores</strong> significam uma crença duradoura, um modo<br />
específico de conduta ou um estado-fim de existência e têm a função de orientar e<br />
direcionar essa conduta em diferentes situações na vida do indivíduo.<br />
Schwartz e Bilsky (1994) salientam que os <strong>valores</strong> são expressos por meio de<br />
domínios motivacionais e estão fundamentados em um conjunto de motivações universais,<br />
que originam e organizam os <strong>valores</strong> nas diferentes culturas. Funcionam como padrões<br />
para julgar e justificar as ações e são adquiridos tanto por meio da socialização de <strong>valores</strong><br />
de grupos dominantes quanto por meio de experiências de aprendizado único do indivíduo.<br />
Assim, denota-se que os <strong>valores</strong> são inicialmente apreendidos na socialização<br />
primária, por isso constituem a identidade do indivíduo, e ainda têm o importante papel de<br />
atribuir um sentido à ação dos mesmos, ajudar a fazer escolhas, resolver conflitos e tomar<br />
decisões.<br />
Os <strong>valores</strong> no contexto organizacional têm sido estudados tanto nas suas<br />
relações com o trabalho propriamente dito quanto com a cultura organizacional. Tamayo<br />
(1996) afirma que os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> são crenças e princípios que ensinam o que é<br />
bom e desejável para a organização, com relação às metas <strong>organizacionais</strong>, orientando a<br />
sua vida. Eles também constituem o núcleo da cultura organizacional quando se referem às<br />
organizações.<br />
Os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> servem à própria sobrevivência da organização e,<br />
por essa razão, são usados para mediar conflitos na solução de problemas. São um dos