relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg
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existentes concretamente na organização, segundo a percepção dos trabalhadores. Valores reais guiam a vida<br />
organizacional, especialmente no que diz respeito a suas decisões e à definição e aplicação de políticas. O<br />
nível axiológico ideal refere-se aos <strong>valores</strong> que os mesmos trabalhadores crêem que a organização deve ou<br />
deveria seguir.<br />
Pressupõe-se que esse conflito que os trabalhadores e gestores têm vivido na Interprise, no<br />
momento em que suas práticas diárias divergem de seus <strong>valores</strong> <strong>individuais</strong>, possa estar ligado a <strong>valores</strong><br />
ideais que gostariam que existissem na organização e não a <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> reais que hoje orientam a<br />
vida da Interprise. Torna-se difícil para eles lidar com tal situação, uma vez que a Interprise, como<br />
organização pública, muda sua diretoria a cada pleito eleitoral para governador e, juntamente com isso, muda<br />
também as metas, prioridades e procedimentos da organização, atingindo de maneira indireta, os <strong>valores</strong> que<br />
guiam a Interprise. A cada gestão fica a expectativa de como será que a Interprise será administrada, ou seja,<br />
a tensão do conflito <strong>entre</strong> as atividades desenvolvidas pelos trabalhadores e gestores e seus <strong>valores</strong><br />
<strong>individuais</strong> permanecerá mesmo, diminuirá ou aumentará mais ainda.<br />
Segundo Vaitsman (2001), o sentimento de iniqüidade e injustiça, bem como a incongruência<br />
<strong>entre</strong> o discurso e as práticas oficiais produzam frustração em relação aos projetos pessoais e profissionais,<br />
causando a desmotivação e dificultando a formação de expectativas positivas em relação às possibilidades de<br />
mudança.<br />
O que se percebe é que esses trabalhadores e gestores, na maioria das vezes, submetem-se<br />
àquilo que vão contra seus <strong>valores</strong>, porque as vantagens que recebem da Interprise como, por exemplo,<br />
estabilidade no emprego, salário, plano de saúde, fundo de pensão, d<strong>entre</strong> outras, sobrepõem-se aos seus<br />
<strong>valores</strong> <strong>individuais</strong> no momento de tomar a decisão quanto a fazer ou não fazer determinada tarefa, o que<br />
causa um grande conflito. Preferem passar pelo sofrimento de vivenciar um conflito, a abrir mão de<br />
privilégios que dificilmente encontrarão em outra organização.<br />
De acordo com Vaitsman (2001), o setor público é percebido como um terreno onde<br />
predominam o “apadrinhamento político”, as relações de favorecimento pessoal e os privilégios que<br />
contornam as normas formalmente instituídas. Ou seja, não existe a crença de que a competência e o<br />
desempenho constituam sempre os critérios decisivos para as melhores posições no setor público, mas a de<br />
que, quando tais critérios existem, devem vir combinados com as “relações” certas.<br />
Gráfico 20: Discurso dos trabalhadores da organização Interprise, ao serem perguntados: “Quais são os<br />
<strong>valores</strong> que você acha que norteiam a organização?”<br />
2 1 1 5 5<br />
4 6 4<br />
2<br />
Trabalhadores<br />
Promover<br />
3 3 4 4<br />
População<br />
1