relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg
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Quanto às características positivas, manifestadas pelos trabalhadores, são de uma organização<br />
que torna possível o crescimento profissional do trabalhador, gerando com isso uma boa imagem de si<br />
mesma; procura manter a capacidade técnica de seu quadro de pessoal, incluídos aí seus administradores<br />
públicos, conforme trechos de <strong>entre</strong>vista:<br />
Você pode subir na empresa, eu sei que eu tô no final de carreira, mas eu acho que quem ta entrando<br />
agora tem que pensar nisso, que a empresa tem um plano de carreira muito bom (TS7).<br />
Estrutura dentro da organização, administradores com força de vontade que saiba conduzir os<br />
colaboradores dessa organização pra não deixar eles caírem no descrédito, não ficarem<br />
desacreditados (TS3).<br />
Já quanto às características com aspectos negativos, percebe-se que a representação social<br />
expressa por esses trabalhadores é de uma organização que falta com a ética, ou seja, a conduta humana<br />
dentro dela é colocada em dúvida. Falta profissionalismo sendo uma administração feita por indivíduos com<br />
pouco conhecimento da história e da cultura da organização e, muitas vezes, sem o preparo técnico<br />
necessário, prevalecendo o predomínio de critérios políticos em detrimento da capacidade técnica ou<br />
administrativa dos nomeados. Eis um trecho de <strong>entre</strong>vista que exemplifica tal situação:<br />
Precisava ser mais ética, mais profissional no sentido de não querer...de você ver que as pessoas só<br />
querem levar vantagem mesmo, ou então, de atender a situação política. Então, eu penso que a ética,<br />
o lado profissional, a visão do outro também seria, eu acho muito importante colocar muito no lugar<br />
do outro e administrar não só querendo levar vantagem (TS1).<br />
Shepherd e Valência (1996) afirmam que as situações que dificultam a administração de<br />
organizações públicas se resumem em serviços dos quais elas detêm o monopólio, o que propicia que se<br />
produza de maneira ineficiente; o controle dos eleitores sobre os políticos é normalmente imperfeito; e há<br />
dificuldade dos políticos em controlarem os trabalhadores e definirem e medirem com exatidão os resultados<br />
da administração pública.<br />
Com relação à percepção do grupo G1 quanto aos <strong>valores</strong> da Interprise, notou-se que, além dos<br />
<strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> de uma organização que busca seguir normas, há um bom relacionamento<br />
interpessoal <strong>entre</strong> os trabalhadores, que há um sentido do trabalho como atuação profissional por parte dos<br />
mesmos e uma organização investida de autoridade visando os fins do Estado, seu maior acionista; os<br />
trabalhadores também manifestaram que eles possuem <strong>valores</strong> que se correlacionam com os <strong>valores</strong> da<br />
Interprise tais como: seriedade e aptidão.<br />
Apreende-se que pode estar ocorrendo nessa organização uma fusão dos <strong>valores</strong> <strong>individuais</strong><br />
com os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong>, ou seja, não se consegue separar os <strong>valores</strong> <strong>individuais</strong> dos trabalhadores dos<br />
<strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> da Interprise.<br />
Segundo Tamayo (1996), os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> não devem ser confundidos com os<br />
<strong>valores</strong> <strong>individuais</strong> dos membros da organização. Os <strong>valores</strong> <strong>individuais</strong> se diferenciam dos <strong>valores</strong><br />
<strong>organizacionais</strong> na medida em que aqueles são crenças de cada um dos indivíduos e estes são <strong>valores</strong> que,<br />
embora um indivíduo possa não concordar pessoalmente, tem consciência de ser um valor da organização<br />
onde trabalha.