relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg
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relação a como proceder, garantindo que “quem age como diz o manual não tem problemas” (LIMA, 1997,<br />
p. 134).<br />
Os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> estão além das próprias normas definidas pela organização e<br />
constituem uma espécie de ideologia – as normas da organização estão enraizadas nos <strong>valores</strong> e podem ser<br />
consideradas até mesmo como operacionalização desses <strong>valores</strong> (TAMAYO E GONDIM, 1996). As normas<br />
definem explicitamente as formas de comportamento esperadas dos membros de uma organização e os<br />
<strong>valores</strong> proporcionam uma justificação mais elaborada e generalizada, tanto para o comportamento<br />
apropriado como para as atividades e funções do sistema.<br />
Quanto à percepção que o grupo G1 e o grupo G2 tiveram a respeito de como se sentem<br />
atualmente frente aos <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> da Interprise, indivíduos tanto do G1 quanto do G2<br />
manifestaram-se bem tranqüilos.<br />
Principalmente em relação aos gestores, por se tratar praticamente de todo o grupo G2, essa<br />
tranqüilidade sentida traduz-se em cargos no topo da hierarquia, altos salários, vantagens e benefícios que<br />
somente uma organização pública pode oferecer. No grupo G1 também vê-se esse fenômeno acontecer, mas<br />
numa proporção menor, pois esse contingente engloba trabalhadores tanto operacionais como de gerência, ou<br />
seja, indivíduos sem nenhuma qualificação e outros predicados. Já os gestores são todos qualificados e se<br />
encontram em funções de status dentro da organização. Eis alguns trechos de <strong>entre</strong>vista que exemplificam tal<br />
situação:<br />
Eu me sinto bem. Me formei, fui enquadrado. Me sinto bem, muito bem na empresa. Muito bem<br />
(TS7).<br />
Como profissional, eu diria que me sinto realizada, como profissional aqui dentro (GS1).<br />
De acordo com Tamayo (1996), basicamente, os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> são crenças sobre o<br />
que é bom e desejável para a organização, isto é, os <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> são representados pelas metas<br />
enfatizadas pela organização, as quais orientam a sua ação e o comportamento dos seus trabalhadores.<br />
O que se percebe é que embora um indivíduo possa não concordar, pessoalmente, com os<br />
<strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> da Interprise, ele consegue compreender esses <strong>valores</strong> por serem da organização em<br />
que trabalha e se submete a eles devido a vários fatores. Reafirma-se que a Interprise, por se tratar de uma<br />
organização pública, oferece vantagens e benefícios e, principalmente, a estabilidade no emprego, que<br />
organizações privadas não oferecem. E isso faz com que uma grande parte dos seus trabalhadores se<br />
submetam aos <strong>valores</strong> <strong>organizacionais</strong> da mesma. Ás vezes essa submissão aos <strong>valores</strong> da Interprise se torna<br />
tão profunda que se transforma numa alienação do trabalhador, conforme demonstrado em trecho de<br />
<strong>entre</strong>vista:<br />
Eu nunca me senti mal na Interprise. Sempre bem, procurando...porque é uma empresa boa de se<br />
trabalhar. Pessoas boas. Eu num falo da Interprise em momento nenhum. Acho que foi aqui que eu<br />
adquiri tudo, né? que eu tenho e então, tudo aqui na Interprise, pra mim tem seu valor, tem os seus<br />
detalhes, as suas minúcias, mas tudo assim...de bom, crescendo (TS8).