relações entre valores individuais, valores organizacionais e ... - Ucg

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Liberdade
No gráfico 3, diante do núcleo induzido: “O que o(a) levou a escolher Profissional esta organização como
campo de trabalho? Como imaginava que seria?”, do discurso dos trabalhadores emergiram três núcleos de
pensamentos: Falta, Questão Financeira e Imaginou Que Seria. No núcleo de pensamento Falta, consta que
a escolha por estar trabalhando na organização foi em virtude da falta de outras oportunidades e por falta de
experiência anterior. Em Questão Financeira, a escolha foi por razão puramente financeira, para manter os
estudos e a própria sobrevivência. Em Imaginou Que Seria, eles declararam que, ao trabalharem na
Interprise, imaginaram que teriam uma carreira promissora e estável, ou seja, garantia de um futuro
profissional seguro, além de boas condições de trabalho.
Contudo, essas boas condições de trabalho dependem da área onde os trabalhadores estão
inseridos, se operacional ou administrativa, pois elas são muito diferentes dentro de uma mesma organização.
No gráfico 4, diante do núcleo induzido: “O que o(a) levou a escolher esta organização como
campo de trabalho? Como imaginava que seria?” do discurso dos gestores, emergiram dois núcleos de
pensamentos: Oportunidade e Salário. No primeiro, alguns gestores declararam que foi a oportunidade de
fazer um trabalho comunitário. Outros, que foi a oportunidade de um estágio, com contratação no final, que
os levou à escolha dessa organização. Afirmaram que não imaginavam como seria, deixaram acontecer. Um
outro grupo de gestores declarou que foi a oportunidade de emprego que os levou a escolher a organização
como campo de trabalho, afirmando também que imaginavam ser restringidos em sua liberdade e
profissionalização. No núcleo de pensamento Salário, alguns gestores manifestaram em seus discursos que
foi o salário o motivo da escolha e que o trabalho seria burocrático.
Os motivos para a escolha da Interprise como campo de trabalho, tanto para o grupo G1 como
para o grupo G2 foram, portanto, a falta de oportunidade em outro emprego, a chance de estagiar nessa
organização, a falta de experiência anterior e questões financeiras. Tinham expectativas de uma carreira
bastante promissora e segura, porém julgavam que seria um trabalho burocrático e haveria restrições na
liberdade e na profissionalização.
A Interprise, por ser uma organização pública, é considerada por alguns como promissora,
dando aos interessados a possibilidade de ingressar em seu quadro por influência política, não necessitando,
portanto, de experiência anterior, além de ter a tradição de remunerar bem seus trabalhadores, com todas as
vantagens e direitos de um trabalhador público, o que representa a garantia de um futuro profissional seguro,
até à aposentadoria, ou seja, uma vez que o indivíduo passe a fazer parte do seu quadro, ele adquire inúmeras
vantagens, dentre elas a estabilidade no emprego.
Segundo Vaitsman (2001), a estabilidade pode adquirir vários significados, dependendo da
situação ou do contexto. Como representação social, porém, já não tem significado positivo entre os
trabalhadores de organizações públicas.