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questoes enem linguagens codigos alice

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LINGUAGENS, CÓDIGOS E SUAS TECNOLOGIAS<br />

Questões de 1 a 45<br />

Questões de 1 a 5 (opção inglês)<br />

Texto para as questões de 1 a 3.<br />

Genetics is the study of mechanisms of the hereditary<br />

process. Modern genetics began with the experiments<br />

of Gregor Mendel in 1865. He studied the inheritance of<br />

different factors in peas, and found that some traits were<br />

"dominant" and some "recessive", the "dominant"<br />

appearing in a ratio of very nearly three to one. Mendel’s<br />

results were ignored for many years until their discovery<br />

at the beginning of the twentieth century.<br />

1<br />

According to the passage,<br />

a) the results of Mendel's experiments were immediately<br />

put into practise.<br />

b) the purpose of Mendel's experiments was primarily<br />

agricultural.<br />

c) genetics is essentially concerned with heredity.<br />

d) modern genetics owes very little to Mendel's<br />

experiments.<br />

e) the mechanisms of heredity were known prior to<br />

Mendel.<br />

2<br />

Clearly, in the field of genetics,<br />

a) certain traits have been given too much importance.<br />

b) the 20th century has contributed very little.<br />

c) Mendel's experiments have received and used<br />

attention.<br />

d) Mendel is the pioneer.<br />

e) new dominant and recessive traits are constantly being<br />

discovered.<br />

3<br />

Mendel discovered that<br />

a) recessive traits exceeded the dominant ones.<br />

b) in peas dominant traits appear in a proportion of three<br />

to one.<br />

c) in peas nearly one-third of the traits were dominant.<br />

d) by 1865 the theory of heredity had been convincingly<br />

formulated.<br />

e) genetics was becoming a popular science.<br />

Texto para as questões 4 e 5.<br />

ADVERTISING TRAINEES<br />

Are you young, bright, and eager to have a career in<br />

Advertising and Communications? We need new people<br />

to plan and create advertising campaigns. We will train<br />

you. No experience is necessary, but you must have a<br />

perfect knowledge of English.<br />

Send your resumé, and 100 words English, hand-written,<br />

explaining your abilities and why we should choose YOU, to<br />

“Training for jobs”, Caixa Postal 66208.<br />

4<br />

O anúncio procura um profissional<br />

a) para a área de Propaganda.<br />

b) para a área de Planejamento e Criatividade.<br />

c) que não precisa ser treinado.<br />

d) que tenha um domínio razoável de inglês.<br />

e) que saiba falar, pelo menos, 100 palavras em inglês.<br />

5<br />

O curriculum que o candidato deverá mandar precisa ser<br />

a) datilografado. b) escrito a mão.<br />

c) extenso. d) criativo.<br />

e) bem escrito e em português.<br />

Questões de 1 a 5 (opção espanhol)<br />

1<br />

LA CUECA CHILENA<br />

La cueca es la danza nacional de Chile, la protagonista<br />

de las celebraciones y festividades criollas. Su origen no<br />

está claramente definido, ya que investigadores la<br />

vinculan a culturas como la española, africana, peruana,<br />

así como también a la chilena.<br />

– 1


La rutina de esta danza encuentra — según algunos<br />

folcloristas — una explicación zoomórfica por provenir de<br />

la “clueca”, concepto con el que se hace referencia a los<br />

movimientos que hace una polla cuando es requerida por<br />

el gallo. Es por ello que el rol del hombre, en el baile, se<br />

asemeja a la rueda y al entusiasmo que pone el gallo en<br />

su conquista amorosa. La mujer, en cambio, sostiene una<br />

conducta más defensiva y esquiva.<br />

(Disponível em: . Acesso em: 27 abr. 2010.<br />

Adaptado.)<br />

Todos os países têm costumes, músicas e danças típicos,<br />

que compõem o seu folclore e diferenciam a sua cultura.<br />

Segundo o texto, na cueca, dança típica do Chile, o<br />

comportamento e os passos do homem e da mulher<br />

estão associados<br />

a) à postura defensiva da mulher.<br />

b) à origem espanhola da dança.<br />

c) ao cortejo entre galo e galinha.<br />

d) ao entusiasmo do homem.<br />

e) ao nacionalismo chileno.<br />

2<br />

Jesulín y Cayetano Rivera salieron a hombros por la<br />

puerta grande aplaudidos por María José Campanario y<br />

la duquesa de Alba.<br />

Expectación, mucha expectación fue la que se vivió el<br />

pasado sábado en la localidad gaditana de Ubrique. Un<br />

cartel de lujo para una tarde gloriosa formado por los<br />

diestros Jesulín, “El Cid”, y Cayetano Rivera. El de<br />

Ubrique pudo presumir de haber sido “profeta en su<br />

tierra” en una tarde triunfal, con un resultado de tres<br />

orejas y salida por la puerta grande.<br />

Desde primera hora de la tarde, numerosos curiosos y<br />

aficionados fueron llegando a los alrededores de la plaza<br />

y al hotel Sierra de Ubrique, donde hubo un gran<br />

2–<br />

ambiente previo a la cita taurina, dado que era el sitio<br />

donde estaban hospedados los toreros.<br />

(Revista ¡Hola! n. 3.427, Barcelona, 7 abr. 2010. Fragmento.)<br />

O texto traz informações acerca de um evento de grande<br />

importância ocorrido em Ubrique — uma tourada. De<br />

acordo com esse fragmento, alguns dos fatos que<br />

atestam a vitória nesse evento típico da cultura espanhola<br />

são<br />

a) a realização de cortejo público ao toureiro e o abraço<br />

do adversário.<br />

b) a hospedagem no Hotel Sierra de Ubrique e a pre sença<br />

da família real.<br />

c) a formação de fã-clubes numerosos e o recebimento<br />

de título de nobreza.<br />

d) o acúmulo de maior número de orelhas e a saída pelo<br />

portão principal.<br />

e) a reunião de numerosos curiosos e o apreço de uma<br />

rica mulher.<br />

3<br />

El sistema que se ha estado utilizando es el de urna<br />

electrónica con teclado numérico para la emisión del voto.<br />

Tiene botones especiales de confirmación e impresión de<br />

acta inicial con activación por clave. La caja de balotas<br />

electrónicas es una computadora personal con un uso<br />

específico que tiene las siguientes características:<br />

resistente, pequeña en dimensión, liviana, con fuentes<br />

autónomas de energía y recursos de seguridad. La<br />

característica más destacable del sistema brasileño<br />

reside en que permite unificar el registro y verificación de<br />

la identidad del elector, la emisión y el escrutinio de voto<br />

en una misma máquina.<br />

(Voto electrónico en Brasil. Disponível em:<br />

.<br />

Acesso em: 12 abr. 2009. Adaptado.)


Pela observação da imagem e leitura, identifica-se como<br />

tema<br />

a) a funcionalidade dos computadores, por meio das<br />

palavras-chave teclado, botones, impresión, electrónicas<br />

e computadora.<br />

b) o sistema brasileiro de votação eletrônica, por meio das<br />

palavras-chave urna, teclado, voto, botones e elector.<br />

c) a segurança da informação, por meio das palavras-chave<br />

electrónica, clave, seguridad, verificación e identidad.<br />

d) a evolução das máquinas modernas, por meio das<br />

palavras-chave teclado, botones, electrónicas, energía<br />

e máquina.<br />

e) a linguagem matemática, por meio das palavras-chave<br />

numérico, clave, pequeña, dimensión e energía.<br />

4<br />

(Disponível em: . Acesso em: 10 ago. 2010.)<br />

O gênero textual “história em quadrinhos” pode ser<br />

usado com a intenção de provocar humor. Na tira, o<br />

cartunista Nik atinge o clímax dessa intenção quando<br />

a) aponta que Ágatha desconstrói a ideia inicial de Gaturro<br />

a respeito das reais intenções da professora.<br />

b) sugere, com os pontos de exclamação, a entonação<br />

incrédula de Gaturro em relação à pergunta de Ágatha.<br />

c) compõe um cenário irreal em que uma professora não<br />

percebe no texto de um aluno sua verdadeira intenção.<br />

d) apresenta, já no primeiro quadro, a contradição de<br />

humores nas feições da professora e do aluno.<br />

e) congela a imagem de Ágatha, indicando seu desin -<br />

teresse pela situação vivida por Gaturro.<br />

5<br />

El Camino de la Lengua nos lleva hasta el siglo X, época<br />

en la que aparecen las Glosas Emilianenses en el<br />

monasterio de Suso en San Millán (La Rioja). Las Glosas<br />

Emilianenses están consideradas como el testimonio<br />

escrito más antiguo del castellano. Paso a paso y pueblo<br />

a pueblo, el viajero llegará al siglo XV para asistir al<br />

nacimiento de la primera Gramática de la Lengua<br />

Castellana, la de Nebrija. Más tarde, escritores como<br />

Miguel de Cervantes, Calderón de la Barca, Miguel de<br />

Unamuno, Santa Teresa de Jesús o el contemporáneo<br />

Miguel Delibes irán apareciendo a lo largo del itinerario.<br />

Pero la literatura no es el único atractivo de este viaje<br />

que acaba de comenzar.<br />

Nuestra ruta está llena de palacios, conventos, teatros<br />

y restaurantes. La riqueza gastronómica de esta región<br />

es algo que el viajero debe tener muy en cuenta.<br />

(Revista Punto y Coma. Espanha, n. 9, nov./dez. 2007.)<br />

O “Camino de la Lengua”, um percurso para turistas na<br />

Espanha, conduz o viajante por um roteiro que, além da<br />

temática original sobre a língua e a literatura espanholas,<br />

envolve os aspectos<br />

a) turísticos e místicos.<br />

b) arquitetônicos e gastronômicos.<br />

c) históricos e de enriquecimento.<br />

d) culturais e educacionais.<br />

e) literários e de conflito religioso.<br />

Texto para as questões de 6 a 8.<br />

IGNORÂNCIA E RAÇA<br />

Tenho desprezo por gente que se orgulha da pró pria<br />

raça. Nem tanto pelo orgulho, sentimento menos nobre,<br />

porém inerente à natureza humana, mas pela estupidez.<br />

Que mérito pessoal um pobre de espírito pode pleitear<br />

por haver nascido branco, negro ou amarelo, de olhos<br />

azuis ou lilases?<br />

Tradicionalmente, o conceito popular de raça está<br />

ligado a características externas do corpo humano, co mo<br />

cor de pele, formato dos olhos e as curvas que o cabelo<br />

faz ou deixa de fazer.(...)<br />

Para o povo, raça é questão de cor de pele, tipo de<br />

cabelo e traços fisionômicos.<br />

Nada mais primário.<br />

(Drauzio Varella, Folha de S. Paulo, abril de 2006)<br />

6<br />

Considere as proposições sobre o texto:<br />

I. O mérito pessoal associa-se indiscutivelmente a<br />

características externas do corpo humano.<br />

II. Aquele que defende a discriminação racial revela falta<br />

de discernimento.<br />

III.A frase “nada mais primário” revela o posicio namento<br />

crítico do autor do texto, que defende o conceito<br />

popular de raça.<br />

– 3


Está correto o que se afirma em<br />

a) todas as proposições. b) apenas I.<br />

c) apenas II. d) apenas I e III.<br />

e) apenas III.<br />

7<br />

Conforme o texto, a noção popular de raça<br />

a) não é passível de crítica. b) é incontestável.<br />

c) é simplória. d) é incompreensível.<br />

e) é irrevogável.<br />

8<br />

Inerente significa<br />

a) indispensável. b) indissimulável.<br />

c) inespecífico. d) intrínseco.<br />

e) inequívoco.<br />

Textos para as questões 9 e 10.<br />

Texto I<br />

Ó glória de mandar, ó vã cobiça<br />

Desta vaidade a quem chamamos Fama!<br />

Ó fraudulento gosto, que se atiça<br />

C’uma aura popular, que honra se chama!<br />

Que castigo tamanho e que justiça<br />

Fazes no peito vão que muito te ama!<br />

Que mortes, que perigos, que tormentas,<br />

Que crueldades neles expr’mentas!<br />

Dura inquietação d’alma e da vida,<br />

Fonte de desamparos e adultérios,<br />

Sagaz consumidora conhecida<br />

De fazendas, de reinos e de impérios:<br />

Chamam-te ilustre, chamam-te subida,<br />

Sendo digna de infames vitupérios;<br />

Chamam-te Fama e Glória soberana,<br />

Nomes com quem se o povo néscio engana.<br />

A que novos desastres determinas<br />

De levar estes Reinos e esta gente?<br />

Que perigos, que mortes lhe destinas,<br />

Debaixo dalgum nome preminente?<br />

4–<br />

Que promessas de reinos e de minas<br />

De ouro, que lhe farás tão facilmente?<br />

Que famas lhe prometerás? Que histórias?<br />

Que triunfos? Que palmas? Que vitórias?<br />

Texto II<br />

(Camões, Os Lusíadas)<br />

FALA DO VELHO DO RESTELO AO ASTRONAUTA<br />

Aqui na terra a fome continua<br />

A miséria e o luto<br />

A miséria e o luto e outra vez a fome<br />

Acendemos cigarros em fogos de napalm1 E dizemos amor sem saber o que seja.<br />

Mas fizemos de ti a prova da riqueza,<br />

Ou talvez da pobreza, e da fome outra vez.<br />

E pusemos em ti nem eu sei que desejos<br />

De mais alto que nós, de melhor e mais puro.<br />

No jornal soletramos de olhos tensos<br />

Maravilhas de espaço e de vertigem.<br />

Salgados oceanos que circundam<br />

Ilhas mortas de sede onde não chove.<br />

Mas a terra, astronauta, é boa mesa<br />

(E as bombas de napalm são brinquedos)<br />

Onde come brincando só a fome<br />

Só a fome, astronauta, só a fome.<br />

(José Saramago, Os Poemas Possíveis)<br />

1 Napalm: mistura de sabões de alumínio utilizada na fabricação de<br />

bombas incendiárias e lança-chamas. A bomba de napalm causa um<br />

fogo muito difícil de apagar e foi maciçamente utilizada pelos americanos<br />

na Guerra do Vietnã.<br />

9<br />

No texto I, Vasco da Gama conta ao rei de Melinde que,<br />

estando sua esquadra na praia do Restelo, em meio à<br />

multidão que se despedia dos navegantes, um velho fez<br />

um impressionante discurso. Considere as es trofes<br />

transcritas e assinale a alternativa que res ponde por que<br />

José Saramago atribui ao Velho do Restelo a fala de seu<br />

texto (texto II).<br />

a) Assim como no episódio de Os Lusíadas, o emissor do<br />

texto II representa uma voz contrária às aventuras que<br />

pretendem glorificar o ser humano, mas que deixam<br />

ao desamparo a grande maioria da população.<br />

b) José Saramago sugere que, com o tempo, até mesmo<br />

a personagem de Camões, que era contrária ao pro -<br />

gres so, rendeu-se às maravilhas da tecnologia e se en -<br />

can tou com a conquista do espaço sideral.


c) Nos dois textos, o eu poemático assume uma postura<br />

confor mista em relação à situação de sofrimento em<br />

que vive a humanidade, pois percebe que o homem<br />

sempre deu maior importância à “dura inquietação<br />

d’alma e da vida”, que o impulsiona a buscar o novo.<br />

d) Tanto o episódio narrado por Camões como o texto de<br />

José Saramago revelam um emissor indeciso diante<br />

da conquista do desconhecido: um diante do mar, o<br />

outro diante do espaço.<br />

e) O texto de José Saramago demonstra que o ser<br />

humano continua o mesmo desde o tempo retratado<br />

em Os Lu síadas, por isso expõe o pensamento do<br />

velho do Res telo como algo atual (favorável ao<br />

desenvolvimento hu mano em todos os seus aspectos:<br />

tecnológico e pes soal).<br />

10<br />

Que trecho do texto II pode ser tomado como uma<br />

referência às Grandes Navegações?<br />

a) “Acendemos cigarros em fogos de napalm / E dizemos<br />

amor sem saber o que seja.”<br />

b) “E pusemos em ti nem eu sei que desejos / De mais<br />

alto que nós, de melhor e mais puro.”<br />

c) “Mas fizemos de ti a prova da riqueza, / Ou talvez da<br />

pobreza, e da fome outra vez.”<br />

d) “No jornal soletramos de olhos tensos / Maravilhas de<br />

espaço e de vertigem.”<br />

e) “Salgados oceanos que circundam / Ilhas mortas de<br />

sede onde não chove.”<br />

11<br />

Então [a cotia] pegou na gamela cheia de caldo enve -<br />

nenado de aipim e jogou a lavagem no piá. Ma cunaíma<br />

fastou sarapantado mas só conseguiu livrar a cabeça,<br />

todo o resto do corpo se molhou. O herói deu um espirro<br />

e botou corpo. Foi desempenando cres cendo fortificando<br />

e ficou do tamanho dum homem taludo. Porém a cabeça<br />

não molhada ficou pra sem pre rombuda e com carinha<br />

enjoativa de piá.<br />

(Mário de Andrade, Macunaíma)<br />

No episódio, a cotia, impressionada com a esperteza de<br />

Macunaíma, joga nele a lavagem da gamela. Pode-se<br />

concluir, da situação narrada no trecho acima, que<br />

a) a cabeça pequena e a “carinha enjoativa de piá” de Ma -<br />

cunaíma marcam a permanência da criança no adulto,<br />

pois o corpo alcança a plenitude enquanto o cérebro<br />

permanece imaturo.<br />

b) Macunaíma é caracterizado como uma personagem<br />

dúbia, indecisa entre os diversos valores morais.<br />

c) Macunaíma é um adulto imaturo, herói vulnerável e,<br />

por isso, “sem nenhum caráter”.<br />

d) a sensibilidade da criança que Macunaíma continua a<br />

ser é o que lhe permite assimilar o mundo civilizado<br />

sem traumas.<br />

e) a visão de mundo de Macunaíma se mantém presa aos<br />

moldes do pensamento selvagem.<br />

12<br />

O texto abaixo foi adaptado de uma bula de remédio:<br />

Durante o tratamento com Cloridrato de Benzi da mina<br />

drágeas e solução oral (gotas), as pessoas mais sensíveis<br />

à benzidamina podem apresentar, ainda que raramente,<br />

ansiedade, insônia, agitação, convulsões e alterações<br />

visuais. Podem ocorrer também náusea e sensação de<br />

queimação retroesternal. Informe ime dia ta mente o seu<br />

médico, caso ocorram reações ad versas desagradáveis<br />

com o uso do produto.<br />

Assinale a alternativa correta.<br />

a) “Reações adversas” é a designação geral do conjunto<br />

dos efeitos produzidos pela ingestão do medicamento.<br />

b) Afirma-se que as pessoas que ingerem cloridrato de<br />

ben zi damina irão sofrer de “náusea e sensação de<br />

queimação retroesternal”.<br />

c) O remédio é indicado para pessoas que sofrem de<br />

casos raros de “ansiedade, insônia, agitação,<br />

convulsões”.<br />

d) O trecho “drágeas e solução oral” não está explicita -<br />

men te relacionado com o resto da frase.<br />

e) A última oração indica que o médico deve ser imediata -<br />

mente alertado, caso o produto não seja agradável ao<br />

paciente.<br />

13<br />

Texto I<br />

Minha terra tem palmeiras,<br />

Onde canta o Sabiá;<br />

As aves que aqui gorjeiam<br />

Não gorjeiam como lá.<br />

CANÇÃO DO EXÍLIO<br />

Nosso céu tem mais estrelas,<br />

Nossas várzeas têm mais flores,<br />

Nossos bosques têm mais vida,<br />

Nossa vida mais amores.<br />

Em cismar, sozinho, à noite,<br />

Mais prazer encontro eu lá;<br />

Minha terra tem palmeiras,<br />

Onde canta o Sabiá.<br />

– 5


Minha terra tem primores,<br />

Que tais não encontro eu cá;<br />

Em cismar — sozinho, à noite —<br />

Mais prazer encontro eu lá;<br />

Minha terra tem palmeiras,<br />

Onde canta o Sabiá.<br />

Não permita Deus que eu morra,<br />

Sem que eu volte para lá;<br />

Sem que desfrute os primores<br />

Que não encontro por cá;<br />

Sem qu’inda aviste as palmeiras,<br />

Onde canta o Sabiá.<br />

Texto II<br />

Migna terra tê parmeras,<br />

Che ganta inzima o sabiá.<br />

As aves che sto aqui,<br />

Tambê tuttos sabi gorgeá.<br />

A abóbora celéstia tambê<br />

Che tê lá na mia terra<br />

Tê moltos millió di strella<br />

Che non tê na Ingraterra.<br />

(...)<br />

(Gonçalves Dias, século XIX)<br />

(Juó Bananére, século XX)<br />

Considere as proposições:<br />

I. O texto II não consegue manter o tom nacio nalis ta do<br />

texto I porque não é escrito em português, mas numa<br />

espécie de linguajar que pretende imitar o italiano.<br />

II. Bananére, ao afirmar, no texto II, que até as es trelas<br />

de sua pátria são diferentes das da Ingla terra, ironiza<br />

a idealização romântica contida no texto I.<br />

III. O poema de Bananére constitui uma paródia por que<br />

retoma o de Gonçalves Dias de forma humorística.<br />

IV. O poema de Gonçalves Dias é uma descrição rea lista<br />

e minuciosa da pátria, da perspectiva de quem está<br />

fora dela.<br />

Está correto o que se afirma em<br />

a) I e II, apenas. b) II e III, apenas.<br />

c) III e IV, apenas. d) I e IV, apenas.<br />

e) I, II, III e IV.<br />

6–<br />

Texto para as questões de 14 a 17.<br />

UM TEMPO PARA PENSAR<br />

E UM TEMPO PARA CONCLUIR<br />

Parece lógico: para tomar uma decisão certeira, é<br />

preciso pesar prós e contras e, eventualmente, en tender<br />

as motivações (mais ou menos ocultas) das es colhas<br />

possíveis. Depois disso, a gente decide direito.<br />

(...)<br />

Tudo bem, admitamos que nem sempre o tempo para<br />

pensar e compreender seja útil para concluir e agir. Mas<br />

alguém perguntará: sem tempo para pensar e<br />

compreender, como e em nome de quais argumen tos<br />

tomaríamos nossas decisões?<br />

(...) O balanço é previsível: há situações em que a<br />

ausência de um tempo para pensar leva ao desastre e<br />

outras em que, ao contrário, desastroso é o tempo pa ra<br />

pensar. (...) As decisões tomadas num piscar de olhos<br />

não são irracionais ou “inspiradas”, elas se ser vem de<br />

informações complexas, que são recebidas e<br />

processadas sem que o sujeito se dê conta disso.<br />

Em suma, existe um tempo para pensar que é longo,<br />

consciente e, sobretudo, procrastinador. E exis te um<br />

outro tipo de tempo para pensar, que é rápido, encoraja<br />

a ação e não é consciente.<br />

(...)<br />

O diabo é que, frequentemente, quem quer en con trar<br />

argumentos que autorizem todas as suas escolhas<br />

transforma a vida numa série de extenuantes reflexões<br />

preliminares.<br />

Em resumo, parodiando Hamlet, o tempo para pensar<br />

nos torna, às vezes, um pouco covardes.<br />

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo, 21/7/05)<br />

14<br />

Assinale a alternativa que apresente apenas termos ou<br />

expressões de registro linguístico (culto, coloquial, gíria<br />

etc.) diferente do que se encontra no restante do texto:<br />

a) desastroso, a gente, “inspiradas”, procrastinador.<br />

b) a gente, tudo bem, num piscar de olhos, o diabo é que.<br />

c) certeira, sujeito, parodiando, tudo bem.<br />

d) covardes, prós e contras, num piscar de olhos.<br />

e) sujeito, em suma, o diabo é que, extenuantes.


15<br />

“As decisões tomadas num piscar de olhos não são<br />

irracionais ou ‘inspiradas’ ...”<br />

O emprego das aspas no termo “inspiradas” ocorre pelo<br />

mesmo motivo que em:<br />

a) Antônio Damásio, em “O Erro de Descartes”,<br />

descreve sujeitos que se perdem nos argumentos que<br />

justificam suas hesitações.<br />

b) O guatemalteco José Rubén Zamora reclama que em<br />

seu país a democracia foi substituída por uma “clepto -<br />

ditadura”.<br />

c) Os países menos desenvolvidos, isto é, “marginais”,<br />

te rão de fazer um esforço suplementar para enfrentar<br />

a crise.<br />

d) Sem falar no uso da própria função legislativa para<br />

obter vantagens políticas e pecuniárias, como se vê<br />

agora com o escândalo do “mensalão”.<br />

e) A constituição do país afirma que “todo o poder emana<br />

do povo e em seu nome será exercido”.<br />

16<br />

Segundo o texto, o tempo para pensar é “procras ti nador”<br />

quando<br />

a) dispensa longas ponderações.<br />

b) incapacita a pessoa para a ação.<br />

c) ajuda a decidir.<br />

d) provoca “extenuantes reflexões preliminares”.<br />

e) justifica a urgência de chegar a uma decisão.<br />

17<br />

Em “que são recebidas e processadas sem que o su jei to<br />

se dê conta disso”, a locução conjuntiva sem que é<br />

a) concessiva, podendo ser substituída por embora:<br />

embora o sujeito não se dê conta disso.<br />

b) causal, podendo ser substituída por porque: porque o<br />

sujeito não se dá conta disso.<br />

c) adversativa, podendo ser substituída por mas: mas o<br />

sujeito não se dá conta disso.<br />

d) final, podendo ser substituída por para que: para que o<br />

sujeito se dê conta disso.<br />

e) condicional, podendo ser substituída por desde que:<br />

desde que o sujeito não se dê conta disso.<br />

18<br />

A palavra próprio (a, os, as) pode assumir diferentes<br />

significados, de acordo com o contexto. Assinale a<br />

alternativa em que o sentido de próprio, ou de al guma de<br />

suas flexões, equivale ao que se verifica em “Foi em seu<br />

próprio carro”.<br />

a) O momento não é próprio para pedir a mão dela.<br />

b) A rebelião destruiu os próprios municipais.<br />

c) Moramos em casa própria.<br />

d) O próprio professor me disse isso.<br />

e) Você deve entender o sentido próprio da palavra.<br />

19<br />

Parece haver cada vez mais, nos dias de hoje, uma forte<br />

tendência a lutar contra as mais variadas formas de<br />

preconceito, a mostrar que eles não têm nenhum<br />

fundamento racional, nenhuma justificativa, e que são<br />

apenas o resultado da ignorância, da intolerância ou da<br />

manipulação ideológica. Infelizmente, porém, essa<br />

tendência não tem atingido um tipo de pre conceito muito<br />

comum na sociedade brasileira: o pre conceito linguístico.<br />

Muito pelo contrário, o que vemos é esse preconceito<br />

ser alimentado diariamente em programas de televisão e<br />

de rádio, em colunas de jornal e revista, em livros e<br />

manuais que pretendem ensinar o que é “certo” e o que<br />

é “errado”.<br />

(BAGNO, M. Preconceito Linguístico. São Paulo: Loyola, 1999.)<br />

Assinale a alternativa em que não haja preconceito<br />

linguístico.<br />

a) “Os jornalistas usam: o aumento do funcionalismo, o<br />

aumento da gasolina, o aumento da carne. É o mais<br />

puro aumento da incompetência...” Luiz Antonio<br />

Sacconi, Não Erre Mais! (1989).<br />

b) “O sujeito que usa um termo em inglês no lugar do<br />

equi valente em português é, na minha opinião, um<br />

idiota.” Cândido de Figueiredo, O que se não deve<br />

dizer (1903).<br />

c) “É português estropiado que no Brasil se fala, língua<br />

de gíria, língua sem peias sintáticas, língua de flexão<br />

arbitrária.” Napoleão Mendes de Almeida, Dicionário<br />

de Questões Vernáculas (1994).<br />

d) “Uma característica de todas as línguas do mundo é<br />

que elas não são uniformes, não são homogêneas, não<br />

são unas. Todas elas apresentam variantes, isto é, não<br />

são faladas da mesma maneira nos diversos lugares,<br />

nos distin tos grupos sociais, nas diferentes épocas, nas<br />

diversas situações.” José Luiz Fiorin, “Painéis da varie -<br />

dade”, Língua Portuguesa (setembro de 2007)<br />

e) “Falamos o caipirês. Sem nenhum compromisso com<br />

a gramática portuguesa. Vale tudo: eu era, tu era, nós<br />

era, eles era.” Dad Squarisi, “Português ou Caipirês?”,<br />

Diário de Pernambuco (15/11/1998).<br />

20<br />

Aves inteiras saltavam das travessas; os leitões, à unha,<br />

hesitavam entre dois reclamos igualmente enérgicos, dos<br />

dois lados da mesa. Os criados fugiram. (...) As garrafas,<br />

de fundo para cima, entornavam rios de embriaguez para<br />

os copos, excedendo-se pela toa lha em sangueira. Mo -<br />

deração! moderação! cla mavam os inspetores, afundando<br />

a boca em aterros de farofa (...). Alguns rapazes decla -<br />

– 7


mavam saúdes, erguendo, em vez de taça, uma perna de<br />

porco. À extremidade da última das mesas um pequeno<br />

apanhara um trom bone e aplicava-se, muito sério, a<br />

encher-lhe o tubo de carne assada. Maurílio descobriu um<br />

repolho re chea do e devorava-o às gargalhadas, afirmando<br />

que era munição para os dias de gala. Cerqueira, rata zana,<br />

curvado, redobrado sobre o prato, comia como um<br />

restaurante, comia, comia, comia como as sarnas, como<br />

um cancro. Sanches, meio embriagado, beijava os<br />

vizinhos, caindo, com os beiços em tromba.<br />

Vocabulário<br />

Reclamo: pedido, exigência.<br />

Gala: festa solene.<br />

Cancro: câncer.<br />

No trecho anterior, extraído do romance O Ateneu, seu<br />

autor, Raul Pompeia, para exprimir a visão que o narrador<br />

tem da cena, distorce a realidade por meio do exagero e do<br />

grotesco. Aponte, entre as alter nati vas a seguir, a que<br />

apresenta um quadro em que se pode notar a presença de<br />

técnica de expressão seme lhante.<br />

a)<br />

b)<br />

8–<br />

(Eugène Delacroix, A Liberdade Guiando o Povo)<br />

(Jacques-Louis David, O Juramento dos Horácios)<br />

c)<br />

d)<br />

e)<br />

(Harman van Steenwyck, As Vaidades da Vida Humana)<br />

(Edvard Munch, O Grito)<br />

(Giorgio de Chirico, O Enigma de um Dia)


21<br />

Compare o poema de Vinícius de Moraes, alusivo à ex -<br />

plosão da bomba atômica americana na cidade ja po nesa<br />

de Hiroshima, em 1945, com o quadro Guern ica, de Pablo<br />

Picasso, que representa o ataque sofrido pe la pequena<br />

cidade espanhola, bombardeada por aviões da Alemanha<br />

nazista em 1936, durante a Guerra Civil Espanhola.<br />

ROSA DE HIROSHIMA<br />

Pensem nas crianças<br />

Mudas telepáticas<br />

Pensem nas meninas<br />

Cegas inexatas<br />

Pensem nas mulheres<br />

Rotas alteradas<br />

Pensem nas feridas<br />

Como rosas cálidas<br />

Mas, oh, não se esqueçam<br />

Da rosa da rosa<br />

Da rosa de Hiroshima<br />

A rosa hereditária<br />

A rosa radioativa<br />

Estúpida e inválida<br />

A rosa com cirrose<br />

A anti-rosa atômica<br />

Sem cor sem perfume<br />

Sem rosa sem nada.<br />

Assinale a alternativa correta.<br />

a) Tanto o poeta como o pintor exprimem esperanças<br />

quan to à superação das tragédias do cotidiano no mun -<br />

do moderno.<br />

b) Ambos os artistas revelam conformismo diante dos<br />

horrores da guerra, apesar de protestarem contra suas<br />

consequências.<br />

c) Tanto o poema quanto o quadro alcançam a beleza har -<br />

moniosa ao superar as contradições e os<br />

antagonismos.<br />

d) Em ambas as obras, os artistas transfiguram os<br />

horrores da guerra e os convertem em imagens<br />

poéticas (“rosa”, animais fabulosos).<br />

e) As duas obras exprimem com intensidade os horrores<br />

da guerra, a desumanidade da violência.<br />

Texto para as questões 22, 23 e 24.<br />

ENTREVISTA COM O PROF. DINO PRETI<br />

Pergunta — Sendo a gíria um fenômeno sociolin -<br />

guístico polêmico, como ela tem na integração social seu<br />

papel, até que ponto ela pode ser “benéfica” ou<br />

“maléfica” para os grupos usuários?<br />

Resposta — (...) A gíria, de maneira geral na so -<br />

ciedade, é uma variante de baixo prestígio porque está<br />

ligada à linguagem dos jovens, do povo às vezes sem<br />

cultura; ou no caso da gíria de grupo, que é a mais<br />

interessante, está ligada às atividades marginais, às<br />

prisões, aos drogados etc. Depois que a gíria sai desses<br />

âmbitos privados e se espalha, torna-se uma linguagem<br />

comum, que todo mundo usa (...) a gíria em determinadas<br />

ocasiões é até a melhor linguagem. Depende do contexto<br />

e da situação. Torna-se incon ve niente só quando usada<br />

indevidamente, em situações e locais onde não seja<br />

esperada e não haja expec ta tiva para ela.<br />

Pergunta — Qual o caminho que o vocábulo gírio<br />

percorre no tempo?<br />

Resposta — (...) A gíria é uma transição na vida da<br />

palavra: sai do vocabulário comum, vai para a lin guagem<br />

de grupo, depois ela se desgasta, volta para a linguagem<br />

comum ou se arcaíza, desaparece.<br />

A gíria é pouco resistente ao tempo, tem muito a ver<br />

com o tempo contemporâneo em que as coisas se<br />

renovam muito rapidamente, enquanto na lingua gem tudo<br />

é tradição por excelência. A gíria é muito re novável,<br />

permanece por um tempo; a partir do mo mento em que<br />

fica muito conhecida, muda. Os gru pos querem a<br />

exclusividade dela, se todos conhe cem ou usam é hora de<br />

mudar. Esgota-se como efeito ex pres sivo e desaparece<br />

rapidamente, às vezes em meses (...) A gíria também<br />

identifica as pessoas quan to à idade. Se empregarmos uma<br />

gíria em desuso, iden tificamos nossa idade. Isso<br />

demonstra a trans formação constan te no tempo e no<br />

espaço a que está sujeito esse voca bulário.<br />

(Revista eletrônica Letra Magna, 15/3/2005.)<br />

– 9


22<br />

O entrevistado afirma que, de acordo com o contexto, a<br />

gíria é um recurso legítimo e representa um ele mento de<br />

interação entre os falantes. Considerando as diferentes<br />

situações comunicativas representadas a seguir, assinale<br />

a opção em que a gíria empregada representa uma<br />

inadequação ao contexto.<br />

a) “O livro que você me emprestou é uma droga!” —<br />

jovem fala a um amigo.<br />

b) “Prestem atenção às dicas para resolver o próximo<br />

exercício” — professor orienta os alunos durante a<br />

aula.<br />

c) “Aqui a azaração rola a noite toda” — propaganda de<br />

casa noturna.<br />

d) “Arrume seu quarto. Ele está uma zona” — mãe<br />

repreende o filho.<br />

e) “O relatório que o senhor me pediu está embaçado<br />

por que o computador deu pau” — subordinado se<br />

queixa de dificuldade ao chefe.<br />

23<br />

A única alternativa que não corresponde às informa ções<br />

veiculadas no texto é:<br />

a) A gíria tem uma natureza efêmera: está fadada a desa -<br />

parecer rapidamente.<br />

b) Ao utilizar termos de gíria, podemos mascarar nossa<br />

verdadeira idade.<br />

c) Algumas palavras comuns adquirem status de gíria, para<br />

de pois retornarem à sua condição de vocábulos comuns.<br />

d) Quando um termo de gíria se populariza, tende a<br />

perder sua expressividade.<br />

e) A linguagem convencional é ligada à tradição; a gíria,<br />

porém, é produto contemporâneo.<br />

24<br />

Assinale a alternativa errada sobre o texto em ques tão.<br />

a) O entrevistado respondeu às perguntas oralmente, co -<br />

mo se nota pelo estilo de suas respostas, que apre sen -<br />

tam repetições e conexões frouxas, típicas do<br />

coloquial.<br />

b) Na expressão “tempo contemporâneo” há redun dân -<br />

cia, pois contemporâneo significa “do tempo presente”.<br />

c) A expressão “tempo contemporâneo” poderia ser<br />

subs tituída por contemporaneidade, sem prejuízo ao<br />

texto.<br />

d) As contradições do texto são também elementos que<br />

apon tam para a sua origem oral, pois elas seriam evita -<br />

das se o texto tivesse sido composto por escrito.<br />

e) Em “Os grupos querem a exclusividade dela, se todos<br />

conhecem ou usam é hora de mudar”, seria adequado<br />

o emprego de mais uma vírgula.<br />

10 –<br />

25<br />

Faltou sempre um elemento transmissor, o mediador<br />

plástico do pensamento nacional, um povo suficien -<br />

temente culto (...) Na constituição de uma literatura o<br />

povo tem simultaneamente um papel passivo e ativo: é<br />

dele que parte e é a ele que volta a inspiração do poeta<br />

ou do pensador.<br />

(Antonio Candido, Formação da Literatura Brasileira)<br />

Sobre o texto acima, é correto afirmar:<br />

a) Segundo o autor, o desenvolvimento de uma literatura<br />

de pende da mediação exercida pelo público, que é ori -<br />

gem e fim da criação literária. Nessa perspectiva, a lite -<br />

ratura brasileira carece de um público culto.<br />

b) O “povo” a quem se refere o autor é o conjunto de es -<br />

critores nacionais, que são considerados “menores”<br />

se com parados aos escritores da literatura clássica<br />

euro peia.<br />

c) Há três aspectos principais a serem observados no pro -<br />

cesso de constituição de uma literatura: o poeta (trans -<br />

missor), o pensador (mediador), o povo (receptor).<br />

d) Segundo o autor, faltam três elementos no processo<br />

de formação da literatura brasileira: o transmissor, o<br />

mediador e um povo culto.<br />

e) Para Candido, se o povo fosse culto, a literatura brasi -<br />

lei ra seria mais bem vista pelos intelectuais, uma vez<br />

que a inspiração dos leitores motivaria a inspiração do<br />

escritor.<br />

Texto para as questões de 26 a 29.<br />

E anunciaram que numa manhã apareceria o pri meiro<br />

bonde elétrico. Indicaram-me a atual Avenida São João<br />

como o local por onde transitaria o veículo espantoso. (...)<br />

Naquele dia de estreia ninguém pa ga va passagem, era<br />

de graça. A afluência tornou-se, portanto, enorme.<br />

No centro agitado, eu desci a Ladeira de São João, que<br />

não era ainda a Avenida de hoje. Fiquei na es qui na da Rua<br />

Líbero Badaró, olhando para o Largo de São Bento, de<br />

onde devia sair a maravilha mecânica. (...)<br />

26<br />

No texto, a palavra afluência significa<br />

a) afluxo, concorrência.<br />

b) atrapalhação, confusão.<br />

c) aflição, tribulação.<br />

d) abundância, quantidade.<br />

e) afobação, correria.<br />

(Oswald de Andrade)


27<br />

Em qual alternativa a forma verbal destacada designa um<br />

fato passado indicado como concluído?<br />

a) “Indicaram-me a atual Avenida São João...”<br />

b) “Naquele dia de estreia ninguém pagava passagem...”<br />

c) “...era de graça.”<br />

d) “...a Ladeira de São João, que não era ainda a Avenida<br />

de hoje.”<br />

e) “...de onde devia sair a maravilha mecânica.”<br />

28<br />

As formas verbais anunciaram e transitaria foram em -<br />

pregadas no texto, respectivamente, para<br />

a) designar um fato concluído no passado e indicar um fa -<br />

to que, no passado, era dado como futuro.<br />

b) referir-se a um fato momentâneo, não totalmente con -<br />

cluí do no passado e exprimir a dúvida sobre sua rea -<br />

lidade no presente.<br />

c) indicar ação durativa no momento presente e designar<br />

algo que se pretende ver realizado no presente.<br />

d) exprimir um fato repetido no passado e indicar, no pre -<br />

sente, a consequência do ato praticado.<br />

e) enunciar uma incerteza sobre um fato passado e<br />

referir-se a projeções hipotéticas de ações futuras.<br />

29<br />

Assinale a única alternativa em que o adjetivo desta cado<br />

tem função sintática diferente das demais.<br />

a) “E anunciaram que numa manhã apareceria o primeiro<br />

bonde elétrico.”<br />

b) “...por onde transitaria o veículo espantoso.”<br />

c) “No centro agitado, eu desci a Ladeira de São João...”<br />

d) “...de onde devia sair a maravilha mecânica...”<br />

e) “A afluência tornou-se, portanto, enorme.”<br />

30<br />

As tirinhas anteriores confirmam<br />

a) o provérbio: “O bom-bocado não é para quem faz, é<br />

para quem come”.<br />

b) a máxima: “Quem tudo quer tudo perde”.<br />

c) o adágio: “Quem nunca comeu melado, quando come<br />

se lambuza”.<br />

d) a “Lei de Murphy”: “Se algo pode dar errado, dará”.<br />

e) o ditado popular: “Quem semeia ventos colhe tempes -<br />

tades”.<br />

Texto para as questões 31 a 34.<br />

MEIO-DIA E MEIA<br />

Acho muito simpática a maneira de a Rádio Jornal do<br />

Brasil anunciar a hora: “onze e meia” no lugar de “vinte<br />

e três e trinta”, “um quarto para as cinco” em vez de<br />

“dezesseis e quarenta e cinco”. Mas confesso minha<br />

implicância com aquele “meio-dia e meia”.<br />

Sei que “meio-dia e meio” está errado; “meio” se re fe -<br />

re à hora e tem de ficar no feminino. Sim, “meio-dia e<br />

meia” está certo. Mas a língua é como a mulher de Cé sar:<br />

não lhe basta ser honesta, convém que o pareça. Aquele<br />

“meia” me dá ideia de teste de colé gio para pegar es tu -<br />

dante distraído. Para que fazer da nossa língua um alçapão?<br />

Lembrando um conselho que me deu certa vez um<br />

amigo boêmio quando lhe perguntei se certa fra se estava<br />

certa (“olhe, Rubem, faça como eu, não tope parada com<br />

a gramática: dê uma voltinha e diga a mes ma coisa de<br />

outro jeito”), eu preferiria dizer “do ze e meia” ou “meiodia<br />

e trinta”, sem nenhuma afe ta ção. Aliás a língua da<br />

gente não tem apenas regras: tem um espírito, um jeito,<br />

uma pequena alma que aquele “meio-dia e meia” faz<br />

sofrer. E, ainda que se ja errado, gosto da moça que diz:<br />

“Estou meia tris te...” Aí, sim, pelo gênio da língua, o<br />

“meia” está certo.<br />

(Rubem Braga)<br />

– 11


31<br />

De acordo com o autor,<br />

a) a norma gramatical mostra-se inútil para a eficiência da<br />

comunicação.<br />

b) até construções corretas podem ferir o “espírito” da<br />

língua.<br />

c) fatores de ordem afetiva devem ser desprezados no<br />

manuseio da língua.<br />

d) as preocupações gramaticais devem estar circunscritas<br />

ao âmbito escolar.<br />

e) a gramática tortura o falante com constantes “pega -<br />

dinhas”.<br />

32<br />

Diante de uma dificuldade ou dúvida gramatical, o<br />

conselho apresentado no texto é<br />

a) desprezar a preocupação com a possibilidade de erro e<br />

manter em mente a clareza necessária à comunicação.<br />

b) dedicar-se com mais afinco aos estudos das normas<br />

de linguagem.<br />

c) ter consciência do problema e deixá-lo claro ao<br />

interlocutor.<br />

d) ignorar o obstáculo e simular, por meios estéticoafetivos,<br />

domínio linguístico.<br />

e) parafrasear, reescrever, ou seja, buscar formas<br />

diferentes de expressar a mesma ideia.<br />

33<br />

O texto estabelece uma oposição entre<br />

a) forma culta e forma inculta.<br />

b) correção e barbarismo.<br />

c) norma gramatical e espírito da língua.<br />

d) submissão e subversão.<br />

e) autoridade e subserviência.<br />

34<br />

No texto, a referência à mulher de César significa que,<br />

em certos casos,<br />

a) mais valem as aparências que a realidade.<br />

b) as aparências podem disfarçar a realidade, mas não a<br />

eliminam.<br />

c) as aparências importam muito, a realidade não é<br />

suficiente.<br />

d) não adianta parecer sem ser.<br />

e) não se pode parecer algo que não se é.<br />

12 –<br />

Texto para as questões 35 e 36.<br />

Olha, Marília, as flautas dos pastores<br />

Que bem que soam, como estão cadentes! cadenciadas<br />

Olha o Tejo a sorrir-se! Olha, não sentes<br />

Os Zéfiros brincar por entre flores? ventos do Ocidente mitologia)<br />

Vê como ali beijando-se, os Amores<br />

Incitam nossos ósculos ardentes, beijos na boca<br />

Ei-las, de planta em planta, as inocentes,<br />

As vagas borboletas de mil cores. que vagueiam, errantes<br />

Naquele arbusto o rouxinol suspira,<br />

Ora nas folgas a abelhinha pára,<br />

Ora nos ares, sussurando, gira.<br />

Que alegre campo! Que manhã tão clara!<br />

Mas ah! tudo o que vês, se eu te não vira,<br />

Mais tristeza que a morte me causara.<br />

(Bocage)<br />

35<br />

Pode-se dizer que, no poema de Bocage,<br />

a) formula-se uma oposição entre o eu e o mundo natural.<br />

b) o eu e o mundo são independentes, sem, no entanto,<br />

se oporem.<br />

c) o amor é representado como dependente do ambiente<br />

que o cerca.<br />

d) o efeito do mundo exterior no sujeito depende do esta -<br />

do interior deste.<br />

e) a natureza e o amor se refletem, pois o amor é um<br />

sentimento natural.<br />

36<br />

Sobre o poema em questão, examine as seguintes afir -<br />

mações.<br />

I. Na primeira estrofe, há personificação (proso popeia)<br />

do rio e do vento.<br />

II. Na segunda estrofe, “beijando-se” é construção da<br />

voz passiva pronominal ou sintética, equiva lente a<br />

“sendo beijados”.<br />

III. No penúltimo verso, o mais-que-perfeito equivale ao<br />

imperfeito do subjuntivo e indica algo irreal, que não<br />

acontece.<br />

IV. No último verso, o mais-que-perfeito equivale ao<br />

futuro do pretérito: causaria.<br />

Estão corretas apenas<br />

a) I e II. b) I e III. c) I, II e III.<br />

d) I, II e IV. e) I, III e IV.


37<br />

A metáfora é, para a maioria das pessoas, um recurso da<br />

imaginação poética e um ornamento retó rico — é mais<br />

uma questão de linguagem extraor dinária do que de<br />

linguagem ordinária. Mais do que isso, a metáfora é<br />

usualmente vista como uma carac terística restrita à<br />

linguagem, uma questão mais de palavras do que de<br />

pensamento ou ação. Por essa razão, a maioria das pes -<br />

soas acha que pode viver perfei tamente sem a metáfora.<br />

Nós descobrimos, ao contrário, que a metáfora está<br />

infiltrada na vida coti diana, não somente na linguagem,<br />

mas também no pensamento e na ação.<br />

(LAKOFF, G. & JOHNSON, M.<br />

Metáforas da Vida Cotidiana. São Paulo: Educ, 2002.)<br />

A partir do conceito metafórico de que “discussão é<br />

guerra”, assinale a alternativa que não comprova a afir -<br />

mação final do texto acima.<br />

a) Destruí todos os argumentos dele.<br />

b) Suas críticas atingiram diretamente o alvo.<br />

c) Se você utilizar a seguinte estratégia, ele não terá argu -<br />

mentos contra você.<br />

d) Ela atacou o colega com palavras agressivas.<br />

e) Você está desperdiçando meu tempo com argumentos<br />

absurdos.<br />

Considere a figura e o poema para responder às questões<br />

38 e 39.<br />

(Vagante sobre o Mar de Névoa (c. 1817-1818),<br />

Caspar David Friedrich (1774-1840), óleo sobre tela,<br />

Hamburger Kunsthalle, Hamburgo.)<br />

MAIS LUZ!<br />

Amem a noite os magros crapulosos, devassos, libertinos<br />

E os que sonham com virgens impossíveis,<br />

E os que se inclinam, mudos e impassíveis,<br />

À borda dos abismos silenciosos...<br />

Tu, lua, com teus raios vaporosos,<br />

Cobre-os, tapa-os e torna-os insensíveis,<br />

Tanto aos vícios cruéis e inextinguíveis,<br />

Como aos longos cuidados dolorosos! inquietações<br />

Eu amarei a santa madrugada,<br />

E o meio-dia, em vida refervendo,<br />

E a tarde rumorosa e repousada.<br />

Viva e trabalhe em plena luz: depois,<br />

Seja-me dado ainda ver, morrendo,<br />

O claro sol, amigo dos heróis!<br />

(Antero de Quental)<br />

38<br />

Assinale a alternativa cujo fragmento melhor se associa à<br />

figura que se vê na pintura Vagante sobre o Mar de Né -<br />

voa, do pintor romântico alemão Caspar David Friedrich.<br />

a) “Tu, lua, com teus raios vaporosos, / Cobre-os, tapa-os (...)”<br />

b) “Seja-me dado ainda ver, morrendo, / O claro sol,<br />

amigo dos heróis!”<br />

c) “E os que se inclinam (...) / À borda dos abismos<br />

silenciosos...”<br />

d) “Eu amarei a santa madrugada, / E o meio-dia (...) / E a<br />

tarde (...)”<br />

e) “Tu, lua (...) / torna-os insensíveis (...)”<br />

39<br />

É correto afirmar que o eu lírico critica<br />

a) a devassidão moral característica dos artistas.<br />

b) o fato de os artistas preferirem a imagem da Lua à<br />

imagem do Sol.<br />

c) a covardia dos jovens, comparados às gerações<br />

passadas.<br />

d) o irracionalismo emocional dos românticos.<br />

e) os vícios a que se entregam os artistas em geral.<br />

– 13


Texto para as questões de 40 a 43.<br />

Confesso que sempre gostei de música country. (...)<br />

O Brasil, que eu saiba, é o único país que produziu e<br />

produz uma música country (a sertaneja) que rivaliza com<br />

o country americano. Há razões para isso: o tamanho e a<br />

diversidade do território (que ainda comporta áreas<br />

selvagens), o passado bandeirante, a origem de larga<br />

parte do povo na saudosa viagem do imigrante e a<br />

urbanização acelerada, que acarreta uma brutal<br />

mobilidade geográfica e social (mais viagens e mais<br />

saudades). Esse repertório temático country encontrou,<br />

no Brasil, o gênio musical que todos verificam na riqueza<br />

da MPB.<br />

Aposto que, se nossas duplas sertanejas cantassem<br />

em inglês, elas triunfariam em Nashville como triunfam<br />

em Barretos. Mas sempre encontro alguém para me<br />

“explicar” que a música sertaneja é “caipira”, ou seja,<br />

não toca aquelas cordas universais do sentimento que<br />

fazem a grandeza do country americano.<br />

Pois bem, os que acreditam na “inferioridade” da<br />

música sertaneja deveriam assistir a “2 Filhos de<br />

Francisco”, o esplêndido filme de Breno Silveira.<br />

A história de Zezé di Camargo e Luciano não é apenas<br />

comovedora: ela é a quinta-essência do espírito country<br />

(ou sertanejo, tanto faz). Há a roça da infância, que, na<br />

saudade da lembrança, aparece como paraíso perdido,<br />

embora fosse pobre e obcecada pela vontade de ir<br />

embora (é o desejo “louco” de Francisco para seus<br />

filhos). Há a dureza da vida, o constante consolo da<br />

música, não como ocasião de devaneio, mas como<br />

vontade de dar à experiência a intensidade de um vibrato.<br />

Há a estranheza do encontro com a cidade que troca a<br />

miséria tranquila do campo pela inquieta miséria urbana.<br />

Há a errância do menestrel pelo mundo, que cobra um<br />

preço, às vezes, fatal. Há a dificuldade de amar e a<br />

obstinada permanência dos afetos básicos, familiares.<br />

Em suma, a história da dupla é um repertório completo<br />

dos temas de sempre da música country, que canta os<br />

sentimentos dos desterrados, ou seja, de todos nós, que<br />

vivemos entre a saudade e a esperança.<br />

Mais uma questão: na história de Zezé e Luciano, é<br />

crucial o desejo de Francisco que os filhos se tornassem<br />

músicos e que a música os levasse longe, na vida e no<br />

mundo. É um pai que tem precedentes ilustres — entre<br />

eles, o pai de Mozart, o qual tinha uma vantagem: podia<br />

pagar as aulas para o filho. Francisco trocou um porco,<br />

uma colheita, sei lá quantos queijos e seu revólver por<br />

um violão e uma sanfona para os filhos. Será que ele era<br />

“doido”, como pensava o sogro?<br />

(...)<br />

14 –<br />

(Contardo Calligaris, Folha de S. Paulo)<br />

40<br />

Ao relatar parte do enredo de 2 filhos de Francisco, o<br />

autor procurou<br />

a) demonstrar que o sacrifício de Francisco para que seus<br />

filhos se tornassem músicos dificilmente seria imposto<br />

a um pai sertanejo americano, já que o ambiente da<br />

música country dos Estados Unidos é mais rico que o<br />

nosso.<br />

b) demonstrar que a obstinação de um pai pode levar a<br />

uma vida de privação, miséria e sofrimento, ainda que<br />

seus resultados sejam positivos: a riqueza, a felicidade<br />

e o sucesso de seus filhos.<br />

c) comprovar que um sertanejo rude pode ser ambicioso<br />

e inteligente e não medir esforços para explorar o<br />

potencial talento de seus filhos, mesmo que, para isso,<br />

tenha que privá-los da tranquilidade da infância.<br />

d) comprovar que a música country brasileira é tão rica<br />

quanto a americana, já que o filme apresenta a es -<br />

sência do espírito desse gênero musical, eviden ciando,<br />

na nossa música, o traço de universalidade que alguns<br />

lhe negam.<br />

e) demonstrar que nossa música country não pode ser<br />

inferior à americana, pois os elementos que contri -<br />

buíram para a riqueza desse gênero de música nos<br />

Estados Unidos (o tamanho e a diversidade do<br />

território, entre outros) também existem no Brasil.<br />

41<br />

Considerando-se o contexto, traduz-se corretamente o<br />

sentido de uma frase do texto em:<br />

a) “O Brasil (...) é o único país que produziu ou produz<br />

uma música country (a sertaneja) que rivaliza com o<br />

country americano.” = O Brasil procura mostrar que<br />

sua música sertaneja é superior à americana.<br />

b) “A história de Zezé di Camargo e Luciano (...) é a<br />

quinta-essência do espírito country (...)” = A história de<br />

Zezé di Camargo e Luciano consegue em parte<br />

reproduzir o espírito do country.<br />

c) “Há a dificuldade de amar e a obstinada permanência<br />

dos afetos básicos, familiares.” = Ao lado dos pro -<br />

blemas que envolvem o amor, há a presença insistente<br />

dos sentimentos de afeição fundamentais que marcam<br />

as relações familiares.<br />

d) “Há a errância do menestrel pelo mundo, que cobra<br />

um preço, às vezes, fatal.” = O erro de um homem<br />

maníaco pela música pode acarretar a desgraça fatal<br />

de sua vida e da de outros.<br />

e) “É um pai que tem precedentes ilustres — entre eles,<br />

o pai de Mozart (...)” = O pai de Mozart enfrentou<br />

tantas dificuldades para cuidar da educação musical de<br />

seu filho quanto Francisco.


42<br />

“Há a roça da infância, que, na saudade da lembrança,<br />

aparece como paraíso perdido, embora fosse pobre e<br />

obcecada pela vontade de ir embora (é o desejo ‘louco’ de<br />

Francisco para seus filhos).”<br />

O termo em destaque introduz uma ideia de<br />

a) causa. b) consequência.<br />

c) concessão. d) condição.<br />

e) oposição.<br />

43<br />

De acordo com o texto,<br />

I. a música country possui temática mais universal que<br />

a sertaneja, enquanto a caipira é a mais local das três.<br />

II. as duplas brasileiras não conquistaram mercado<br />

maior porque cantam em português.<br />

III. a música country aclimatou-se bem no Brasil por ser<br />

este um país eminentemente rural.<br />

Está correto o que se afirma em<br />

a) I, apenas. b) II, apenas.<br />

c) I e II, apenas. d) II e III, apenas.<br />

e) todas as proposições.<br />

Texto para as questões 44 e 45.<br />

O tema escolhido por Camões para o seu poema foi<br />

toda a história de Portugal, como se vê pelo próprio título:<br />

Os Lusíadas. Esta palavra (...) designa os Portugueses (...)<br />

O próprio autor explicita o seu propósito, ao afirmar que<br />

canta “o peito ilustre lusitano”.<br />

Para a ação nodal, escolheu Camões a viagem de<br />

Vasco da Gama, uma rota marítima como a de Ulisses e<br />

Eneias. (...) Era a propósito da viagem do Gama que<br />

Camões pretendia evocar toda a história de Portugal,<br />

sendo o próprio Gama e um dos seus companheiros<br />

aproveitados (à imitação dos poemas clássicos) para<br />

narradores principais da história.<br />

Mas a viagem do Gama não bastava a Camões para<br />

estruturar uma epopeia clássica. Uma obra de arte<br />

narrativa deste tipo exige uma unidade de ação, isto é, a<br />

convergência dos acontecimentos para uma situação<br />

crucial, e seu desenlace; por outras palavras: um enredo.<br />

Na viagem do Gama mal descobriu Camões um enredo,<br />

mas sobretudo uma sequência cronológica de aconte -<br />

cimen tos. (...) Na resolução desta dificuldade de dar<br />

unidade dinâmica e caracteres ao seu poema, o Poeta<br />

encontrou a seu favor certas praxes greco-romanas do<br />

gênero, que lhe forneceram protótipos de uma intriga<br />

entre deuses apaixonados. (...)<br />

Formalmente, a mitologia desempenha portanto uma<br />

função central n’Os Lusíadas: a de lhe dar uma unidade<br />

de ação e um enredo dinâmicos.<br />

(Antônio José Saraiva e Óscar Lopes, História da Literatura<br />

Portuguesa)<br />

44<br />

Considere as seguintes afirmações sobre o texto:<br />

I. Camões já explicita no título do poema seu propósito<br />

de tematizar a história de Portugal a partir da viagem de<br />

Vasco da Gama.<br />

II. Caso se restringisse à viagem de Vasco da Gama,<br />

Camões não teria todos os elementos necessários para<br />

compor uma epopeia clássica.<br />

III.Ao se valer da mitologia greco-romana, Camões<br />

encontrou uma forma de tornar mais consistente a<br />

narrativa da viagem de Vasco da Gama.<br />

Está correto apenas o que se afirma em<br />

a) I e II. b) I. c) II e III.<br />

d) II. e) I e III.<br />

45<br />

“Na viagem do Gama mal descobriu Camões um enredo,<br />

mas sobretudo uma sequência cronológica de acon -<br />

tecimentos.”<br />

Assinale a alternativa aceitável, considerando o sentido<br />

da frase acima.<br />

a) O enredo da viagem do Gama pareceu ruim a Camões,<br />

que o descobriu.<br />

b) O que se evidencia na viagem do Gama é a ordem<br />

temporal dos fatos, sem que se estabeleça relação<br />

entre eles.<br />

c) A sequência cronológica de acontecimentos é<br />

imprópria para a composição de um poema épico.<br />

d) A viagem do Gama apresentava muito mais uma<br />

sequência cronológica de acontecimentos do que<br />

propriamente um enredo.<br />

e) Na viagem do Gama, o enredo é puramente<br />

cronológico, dependendo mais da sequência no tempo<br />

que dos acontecimentos.<br />

– 15

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