Ele quer conquistar o Mundo! - Mundo Universitário
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[ flash ]<br />
Concurso de<br />
Jovens Criadores,<br />
uma rampa<br />
de lançamento<br />
no mundo artístico.<br />
P. 4/5<br />
[ Play ]<br />
Títulos de sempre,<br />
agora em<br />
formato 16:9.<br />
P. 6<br />
[ radical ]<br />
Wakeboard,<br />
uma mistura de surf,<br />
snowboard, ski e skate<br />
para arriscar manobras<br />
impensáveis.<br />
P. 14<br />
PRÓXIMA<br />
EDIÇÃO<br />
10 de Outubro<br />
Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 26 de Setembro de 2005 | N.º 22 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />
<strong>Ele</strong> <strong>quer</strong><br />
<strong>conquistar</strong><br />
o <strong>Mundo</strong>!<br />
P. 8/9<br />
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2 | 26 SETEMBRO 2005<br />
[ notícias ]<br />
Ponte académica entre<br />
árabes e europeus<br />
FEUP apoia entrada<br />
no superior<br />
A Faculdade de Engenharia da Universidade<br />
do Porto (FEUP) iniciou<br />
mais um ano lectivo com a segunda<br />
edição do projecto FEUP, um programa<br />
de acolhimento dos novos alunos.<br />
A medida, considerada inovadora a<br />
nível nacional, permite que os recémchegados<br />
revejam matérias em áreas<br />
de aprendizagem consideradas mais<br />
problemáticas, como a matemática física<br />
ou química e, ao mesmo tempo,<br />
propõe a elaboração de um projecto<br />
de grupo a contar já como elemento<br />
de avaliação curricular – a chamada<br />
actividade SOAP. A iniciativa culmina<br />
com o Congresso FEUP, que se realiza<br />
de 14 a 16 de Novembro, e de<br />
acordo com informação divulgada pela<br />
instituição,« visa melhorar competências<br />
associadas ao trabalho em<br />
grupo e incentivar a descoberta da<br />
Faculdade como espaço de movimentação<br />
e de trabalho que ultrapassa<br />
as dimensões de uma sala de aula».<br />
Agenda Universitária<br />
UNIVERSIDADE DO MINHO<br />
Escola de Economia e Gestão<br />
30 de Setembro | Seminário de Economia.<br />
Convoca-se a Juventude<br />
A Comissão Europeia lançou um<br />
questionário online intitulado A Juventude<br />
na Europa: promoção da cidadania<br />
activa e implementação do<br />
Pacto Europeu para a Juventude,<br />
onde são colocadas aos jovens<br />
questões relacionadas com o Pacto<br />
Europeu para a Juventude. O objectivo<br />
da consulta prende-se com a necessidade<br />
de intensificar a participação<br />
dos jovens na construção e<br />
desenvolvimento da Europa. O Instituto<br />
Português da Juventude apoia a<br />
iniciativa incentivando todos os jovens<br />
a consultarem o Portal Europeu<br />
e responderem ao breve questionário<br />
disponível até finais de Outubro, em<br />
http://europa.eu.int/yourvoice/ipm/for<br />
ms/dispatch?form=youthpact&lang=pt<br />
Protocolo entre<br />
faculdades de Direito<br />
A faculdade de Direito de Lisboa da<br />
Universidade Católica e a Cátedra<br />
Garrigues de Direito Global da Universidade<br />
de Navarra assinaram, no<br />
UNIVERSIDADE DE COIMBRA<br />
Auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra/ Auditório<br />
dos Hospitais da Universidade de Coimbra<br />
30 de Setembro, 1 e 2 de Outubro | I Encontro Nacional de<br />
Estudantes de Engenharia Biomédica.<br />
UNIVERSIDADE DE COIMBRA<br />
7 e 8 de Outubro | Mesa Redonda sobre a Integração<br />
Europeia. Organização conjunta da Universidade do Minho<br />
e Universidade de Cincinnati (Estados Unidos).<br />
No âmbito de uma visita oficial de 7 dias a Portugal,<br />
o Príncipe da Arábia Saudita, Khalid Al-<br />
Faisal, foi recebido pelo Reitor da Universidade<br />
de Lisboa (UL), José Barata-Moura, no passado<br />
12 de Setembro. No encontro, que formalizou<br />
uma espécie de Acordo Cultural entre o Reino<br />
Saudita e o Estado Português, o Príncipe anunciou<br />
a atribuição de 30 bolsas na área das belas-artes<br />
a estudantes, amadores e profissionais<br />
que desejem deslocar-se ao seu país. A<br />
ideia é desenvolverem um trabalho para ser exposto<br />
em Janeiro próximo, por altura da visita<br />
de Jorge Sampaio. No final do encontro houve<br />
ainda tempo para visitar oInstituto de Estudos<br />
Árabes e Islâmicos “David Lopes”, da Faculdade<br />
de Letras, da UL, o único do género no contexto<br />
académico nacional.<br />
MUSEU<br />
NACIONAL<br />
DE HISTÓRIA<br />
NACIONAL,<br />
(UNIVERSIDADE<br />
DE LISBOA)<br />
Até 15 de<br />
Dezembro |<br />
Exposição<br />
internacional<br />
de Arte Fóssil<br />
passado dia 15 de Setembro, um<br />
protocolo de colaboração entre as<br />
duas instituições. O protocolo celebrado<br />
no âmbito do Anglo-American<br />
Law Program, um programa inovador<br />
no ensino do Direito, totalmente leccionado<br />
em inglês e destinado a responder<br />
à exigência de formação em<br />
direito anglo-americano, permitirá o<br />
intercâmbio entre professores, investigadores<br />
e estudantes.<br />
Milhão visita<br />
Portal da Juventude<br />
Desde o seu lançamento, em Dezembro<br />
de 2003, que o Portal da Juventude<br />
- www.juventude.gov.pt - já contou<br />
com mais de um milhão de visitas. O<br />
Instituto Português da Juventude, entidade<br />
coordenadora do sítio, assumiu<br />
o compromisso de aperfeiçoar e<br />
aumentar a abrangência dos seus<br />
conteúdos, tarefa que tem sido alcançada<br />
com êxito face à quantidade de<br />
informações e serviços ao dispor dos<br />
mais jovens, que estimulam as visitas<br />
online.<br />
VIDA MALVADA<br />
diário de um estudante<br />
Hoje comecei<br />
as aulas.<br />
Ou melhor,<br />
hoje começaram<br />
as<br />
por Gustavo Serra<br />
aulas… eu não consegui ir.<br />
Ainda não meti na cabeça que<br />
chumbei o ano, ou seja, a<br />
minha motivação para ir à<br />
faculdade compara-se aos<br />
índices de confiança dos portugueses.<br />
Quase no zero. É<br />
das piores coisas que há,<br />
repetir o ano. Muito mal jogado!<br />
É como ver o “Ben-Hur” pela<br />
segunda vez. Não tem piada<br />
nenhuma e é uma maçada<br />
interminável. Além do factor<br />
motivação, e isto é apenas um<br />
pormenor, hoje estou com uma<br />
grandessíssima ressaca.<br />
Olhando para trás (na medida<br />
do possível) a noite de ontem<br />
nem era para dar em nada de<br />
especial. Supostamente era só<br />
para ir beber um cafezinho ao<br />
Bairro Alto e depois marchar<br />
para casa, dormir e acordar<br />
cedo para o recomeço da viasacra.<br />
Mas não. Evidente que<br />
não! As horas passaram, imperial<br />
aqui, Cais do Sodré, imperial<br />
ali, Alcântara, imperial<br />
acolá… e por aí fora. Acabei<br />
por chegar a casa às 7.45 da<br />
manhã num estado lamentável,<br />
com uma saca de pão que<br />
chegava para alimentar<br />
metade de África e neste momento<br />
sou um rapaz a lidar<br />
com verdadeiras provações<br />
físicas. Ressacas desta não<br />
são brincadeira nenhuma.<br />
De qual<strong>quer</strong> das maneiras<br />
amanhã começo à séria e este<br />
ano não posso vacilar. Desta<br />
vez é até ao fim. Mas também<br />
se não for… não há-de haver<br />
crise. O truque é always look at<br />
the bright side of life e uma<br />
coisa é certa: se há algo de<br />
positivo em repetir o ano é a<br />
renovação da população feminina<br />
no teu ano. Dizem que é um<br />
verdadeiro fenómeno. Como se<br />
conclui… nem tudo é desgraça.<br />
P.S.: Sessão de abertura de<br />
amanhã? Direito Constitucional<br />
às 9h (suspiro).<br />
Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o nº 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa nº 223575 | Matrícula nº 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Chefe de Redacção: Raquel Louçã Silva | Colaboradores:<br />
Ana Deslandes; Andreia Arenga; Alexandre Nobre; Diogo Torgal Ferreira, Geraldes Lino, Manuel Arnaut Martins, Miguel Aragão. | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Paginação: António Pinto Ramos | Ilustradores: André Laranjinha, Bruno Franquet e Carlos Pontes | Sede Redacção: Estrada da Outurela nº 118 Parque Holanda Edifício<br />
Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas, S.A; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.
Expressão<br />
da Alma<br />
Ouve-me...<br />
Quando não souberes o que dizer<br />
perante a vida<br />
Ou sentires uma dor tão forte<br />
quanto a imensidão do céu<br />
Fecha os olhos no silêncio melodioso<br />
do teu pensamento<br />
E escuta o que ele te diz...<br />
Ouve-me....<br />
Se no vento das sombras<br />
se olvidar o teu momento<br />
Ou uma bruma de vazio<br />
aniquilar os teus sonhos<br />
Tapa os ouvidos, olha o instante que cede<br />
ao instante seguinte...<br />
E apreende o que nele existe....<br />
Fica atento e alerta<br />
Às manifestações pulsantes do teu corpo<br />
Aprovando ou negando<br />
as diligências aventureiras da tua alma...<br />
E cede quando tiveres de ceder<br />
Aguenta quando tiveres de aguentar<br />
Mas, sobretudo, não te percas na loucura<br />
seca dos dias que passam sem cessar<br />
Não te deixes alienar pelo ritmo do mundo,<br />
pela sua frieza e indiferença<br />
André Laranjinha<br />
Aprende a conversar com as estrelas<br />
Ou a dialogar com os animais e plantas<br />
Observa os olhos das pessoas<br />
e apaixona-te sem medos, nem temores...<br />
Atenta nesta dimensão que expressa<br />
a expressão da alma<br />
Essa que desfruta<br />
da mais longínqua estrela como farol<br />
E que deambula no mundo do infinitesimal<br />
universo, esvoaçando sem asas<br />
nem pára-quedas<br />
Porque aí alcançaste a felicidade...<br />
De seres capaz de viver a vida<br />
a contemplar...<br />
Nem sempre feliz, nem sempre triste...<br />
Porque a vida é como o céu... umas vezes<br />
azul, outras vezes cinzento...<br />
Resta-nos o direito de colorir essa tela<br />
em branco... com os nossos sonhos...<br />
Resta-nos o direito de sermos artistas...<br />
Mas acima de tudo, o direito de sermos<br />
amantes... a cada dia que passa....<br />
Poetas ... na expressão da alma...!<br />
Pedro Campos,<br />
algures no tempo<br />
Escola Superior<br />
de Educação de Lisboa<br />
PASSATEMPO<br />
Delegados do <strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong>:<br />
Contamos com a vossa participação<br />
empenhada, tanto nesta rubrica de<br />
opinião, como nas restantes funções<br />
que vos são próprias. Está<br />
aberta a corrida para a eleição do<br />
delegado do mês de Outubro, a<br />
contar já a partir desta edição.<br />
Quem mostrar mais empenho ganha<br />
um baptismo de surf patrocinado<br />
pela Tagus. Empenha-te!<br />
26 SETEMBRO 2005 | 3<br />
[ poder à palavra ]<br />
BLÓGAMOS<br />
&<br />
AFINS<br />
Chama-se Élio Arenga, estuda Ciências<br />
da Comunicação na Universidade<br />
do Algarve, em Faro, e é responsável<br />
por dois projectos que o MU<br />
partilha aqui com a restante comunidade<br />
estudantil.<br />
www.bolaparada.com<br />
Trata-se de um fórum de discussão sobre<br />
desporto. A todos os maluquinhos da<br />
bola, treinadores de bancada, adeptos<br />
fervorosos ou simpatizantes com muito<br />
para dizer aconselha-se uma visita.<br />
Digam de vossa justiça!<br />
www.agaragem.com<br />
O nome não engana. É mesmo um<br />
espaço para divulgar as bandas que por<br />
esse país fora quase não conseguem<br />
sair da Garagem. Entrevistas, agenda de<br />
concertos, informações sobre eventos e<br />
concursos e tudo, e tudo e tudo. E não<br />
estamos a dar música!<br />
Continua a enviar blogues marados<br />
ou sites interessantes da tua autoria<br />
ou nem por isso. O <strong>Mundo</strong><br />
<strong>Universitário</strong> divulga!<br />
Envia a tua opinião para poderpalavra@mundouniversitario.pt<br />
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4| 26 SETEMBROO 2005<br />
[ flash ]<br />
São Jovens,<br />
Um concurso que pode mudar vidas. Uma montra disponível para expor as propostas inovadoras dos<br />
jovens artistas portugueses. Características que fazem com que o Concurso Nacional de Jovens Criadores<br />
seja cada vez mais concorrido. Do que se trata e até onde pode guiar quem anseia por uma oportunidade<br />
para mostrar o que vale? | por Raquel Louçã Silva<br />
CRIADOR: JOSÉ FIALHO<br />
ÁREA: DESIGN DE EQUIPAMENTO<br />
TÍTULO: PLAYREC<br />
«Na cidade sobre rodas.<br />
Uma bicicleta flexível,<br />
compacta,portátil,<br />
prática,Simples,<br />
limpa e divertida (…) »<br />
De há nove anos a esta<br />
parte que o ritual se repete.<br />
No final de cada ano, jovens<br />
ávidos de mostrarem os<br />
seus trabalhos nas mais<br />
variadas áreas artísticas<br />
mantêm-se alerta para não<br />
deixar escapar a data de<br />
inscrição em mais um Concurso<br />
de Jovens Criadores.<br />
Apresentar novos talentos<br />
ao país e ao mundo é a missão<br />
da iniciativa da responsabilidade<br />
do Clube Português<br />
de Artes e Ideias, em<br />
colaboração com a Secretaria<br />
de Estado da Juventude<br />
e do Desporto e o Instituto<br />
Português da Juventude.<br />
O desafio é aliciante e,<br />
por isso, cada vez que as<br />
inscrições abrem, chegam a<br />
contar-se perto de<br />
mil inscrições.<br />
Este ano, por exemplo, o júri<br />
teve de avaliar oito centenas<br />
de propostas, a partir<br />
das quais seleccionou 86,<br />
apresentados na Mostra de<br />
Jovens Criadores 05, que<br />
se realizou de 14 a 18 em<br />
Amarante. Se bem que o<br />
epicentro da Mostra tenha<br />
ocorrido durante esses quatro<br />
dias – com o desfile de<br />
moda, a mostra de vídeo e<br />
os espectáculos de música<br />
e dança – até 2 de Outubro<br />
a exposição pluridisciplinar,<br />
onde estão patentes os trabalhos<br />
das outras áreas,<br />
continua aberta ao público,<br />
no Estádio Municipal de<br />
Amarante. Para os que não<br />
se puderem deslocar, ficam<br />
aqui dois exemplos de<br />
jovens promessas do panorama<br />
artístico nacional.<br />
| Quem tem perfil de jovem criador ?|<br />
Para além de muitos aspectos que só um júri abalizado pode<br />
julgar há requisitos imprescindíveis sem os quais não é se<strong>quer</strong><br />
possível passar à fase de “julgamento”.<br />
Estes são os essenciais:<br />
- ter nacionalidade portuguesa ou residir por terras lusas;<br />
- ter até 30 anos de idade ou, no caso do projecto ser apresentado<br />
em grupo, a média das idades dos concorrentes não<br />
exceder esse limite.<br />
Áreas a concurso:<br />
Nas artes visuais: artes plásticas, banda desenhada e ilustração,<br />
ciber arte, fotografia e vídeo. Nas Artes Performativas:<br />
dança e música. No Design: design de equipamento, design gráfico<br />
e joalharia. E, finalmente, literatura.<br />
Timings:<br />
A data de abertura do concurso varia de ano para ano, mas normalmente<br />
acontece por alturas de Novembro. Para não deixar<br />
escapar a oportunidade, o melhor mesmo é estar atento às novidades<br />
que forem surgindo em www.arteseideias.com ou<br />
www.juventude.gov.pt.<br />
CRIADORAS: MARIA AVILLEZ<br />
e NATASHA DUNCAN<br />
ÁREA: JOALHARIA<br />
TÍTULO: BOLSO COMUNICATIVO<br />
« (…) Aproveitando o facto de<br />
vivermos na era da comunicação,<br />
nada mais útil: comunicar ideias<br />
políticas, convicções sociais ou<br />
pessoais; transmitir um estado de<br />
espírito ou simplesmente guardar<br />
objectos, substituindo o uso de<br />
outros bolsos, são as suas<br />
funções principais (…) »<br />
Espaço aos veteranos<br />
Escaparate de novos valores nas mais variadas vertentes artísticas, a Mostra de<br />
Jovens Criadores já ajudou a catapultar nomes que hoje se estabeleceram no<br />
panorama nacional e até mesmo internacional. Madre Deus, na música, Maria<br />
Gambina e José António Tenente na moda e José Luís Peixoto na Literatura são<br />
só alguns exemplos. Numa conversa simpática com o MU, este último explica<br />
por que é que pode ser considerado um veterano do Concurso.<br />
Como é que descobriste o<br />
concurso de Jovens Criadores?<br />
José Luís peixoto | Não me<br />
recordo exactamente, mas<br />
acho que foi através da<br />
divulgação que é feita. A verdade<br />
é que participei logo.<br />
De que ano é que estamos<br />
a falar?<br />
JLP | Foi em 1997, tinha 23<br />
anos, e essa participação<br />
acabou por ter muita importância<br />
na minha vida porque<br />
participei com o texto que<br />
mais tarde acabaria por<br />
fazer parte do meu primeiro<br />
livro, o Morreste-me. Depois<br />
fui seleccionado para representar<br />
Portugal naquele que<br />
foi o primeiro Encontro de<br />
Jovens Criadores da CPLP,<br />
que se realizou em Cabo<br />
Verde. Foi a primeira vez que<br />
lá fui e acabei por gostar<br />
tanto que, passado um mês,<br />
regressei e fiquei um ano a<br />
dar aulas.<br />
Quando concorreste quais<br />
eram as tuas expectativas?<br />
JLP | A grande expectativa<br />
era ver o meu trabalho avaliado<br />
por um júri e perceber<br />
se realmente tinha algum<br />
valor. E depois a esperança<br />
de poder mostrá-lo a outras<br />
pessoas porque nessa altura<br />
já tinha terminado o DN<br />
Jovem, que era onde eu<br />
publicava com frequência, e<br />
estava à procura de novas<br />
formas de mostrar aquilo que<br />
escrevia.<br />
Voltaste a concorrer, certo?<br />
JLP | Sim, voltei a concorrer<br />
e a ser seleccionado logo no<br />
ano seguinte. Dessa vez com<br />
poemas. Muitos deles também<br />
iriam entrar no meu primeiro<br />
livro de poesia que se<br />
chama A Criança em Ruínas.<br />
Com esses poemas fui seleccionado<br />
para ir a uma das<br />
bienais de Jovens Criadores
26 SETEMBROO 2005 | 5<br />
[ flash ]<br />
são Criadores<br />
| Além fronteiras |<br />
Ter um projecto artístico seleccionado para estar presente numa Mostra nacional pode ainda ser meio<br />
caminho andado para transpor fronteiras. Por exemplo, das 90 obras presentes na Mostra de 2003<br />
saíram as 38 que até dia 29 deste mês representam Portugal na XII Bienal de Jovens Criadores da<br />
Europa e do Mediterrâneo, que este ano se realiza em Nápoles. Nada melhor do que ver para crer,<br />
por isso, apresentamos duas propostas do lote que a comitiva nacional levou até Itália.<br />
CRIADORA: MARTA MADUREIRA<br />
ÀREA: VÍDEO<br />
CRIADORA:<br />
ALEXANDRA CABRAL<br />
ÁREA: MODA<br />
TÍTULO: AMÉLIE<br />
«Fontes: colhendo inspiração<br />
na per-sonagem principal do<br />
filme “O Fabuloso Destino de<br />
Amélie Poulain”, de Jean-<br />
-Pierre Jeunet, a presente<br />
colecção revela a sua força<br />
motriz que é a missão de mudar a<br />
vida dos outros.»<br />
TÍTULO: AS MÁQUINAS<br />
DE MARIA<br />
«O passatempo preferido de<br />
Maria é inventar máquinas.<br />
Um dia deixa de conseguir<br />
inventar mais máquinas<br />
porque tudo o que imagina<br />
já foi feito por ela. Fica tão<br />
triste que até deixa de<br />
conseguir dormir. (...) É<br />
então que Maria consegue<br />
ter mais uma das suas<br />
ideias brilhantes: ainda não<br />
tinha construído uma máquina<br />
para dormir! Já em casa<br />
começa a construir a máquina<br />
de dormir e mal acaba liga-a<br />
para ver se funciona. De imediato<br />
adormece, profundamente. (...) »<br />
do Mediterrâneo (a bienal da<br />
CPLP alternava com esta). Nesse<br />
ano deveria ter ido a Roma mas<br />
acabei por não ir porque estava a<br />
viver em Cabo Verde. De qual<strong>quer</strong><br />
forma foi muito importante na<br />
mesma porque o escritor catalão<br />
Manuel Vázquez Montalbán, que<br />
morreu há dois anos e que era um<br />
escritor imenso, esteve lá e<br />
comentou os meus poemas. Esse<br />
elogio acabou por ser o grande<br />
prémio dessa participação.<br />
Estamos a falar com um veterano<br />
do Concurso de Jovens Criadores<br />
porque concorreste terceira<br />
vez...<br />
JLP | Sim, em 2000. Mas aí já foi<br />
um pouco diferente porque já não<br />
podia ser seleccionado para ir a<br />
nenhuma das bienais internacionais,<br />
uma vez que, segundo os<br />
estatutos, só se pode ir uma vez.<br />
Acabou por<br />
ser interessante<br />
porque o trabalho foi<br />
publicado na Antologia<br />
distribuída comercialmente pela<br />
primeira vez nesse ano e, portanto,<br />
chegou a mais gente do que<br />
nas antologias anteriores em que<br />
também já tinha sido integrado.<br />
Portugal tem espaço para integrar<br />
estes jovens Criadores?<br />
JLP | Não tenho dúvidas que sim.<br />
Existe sempre espaço para pessoas<br />
que tragam coisas novas, de<br />
qualidade e que realmente acrescentem<br />
alguma coisa àquilo que já<br />
existe. A idade não é exactamente<br />
um estatuto, o que é realmente<br />
importante nas artes é a inovação<br />
e se existir pessoas novas a fazêlo<br />
obviamente que será a elas que<br />
deverá ser dado o destaque suplementar.<br />
ALEXANDRE NOBRE
6| 26 SETEMBRO 2005<br />
[ Play ] [ 5ª dimensão ]<br />
Títulos<br />
de sempre<br />
agora em<br />
formato 16:9.<br />
Versões<br />
portáteis de<br />
renome,<br />
algumas mais<br />
à maneira do<br />
que outras.<br />
| por Miguel<br />
Aragão<br />
Cartaz<br />
Portátil<br />
Ovni por encomenda<br />
P<br />
|MediEvil Resurrection |<br />
ara o regresso de Sir Daniel Fortesque a uma<br />
consola da Sony e ao reino de Gallowmere<br />
esperava-se outra pompa. Só com um olho e<br />
sem maxilar inferior, a<br />
pobre criatura salta mais<br />
uma vez do mundo dos<br />
mortos para enfrentar o<br />
velho Zarok. E apresenta-se<br />
outra vez num<br />
cenário 3D, onde distribui<br />
fruta por tudo e todos. E outra vez vai arrecadando armas e<br />
objectos que, quando utilizados convenientemente, descobrem<br />
passagens para novos<br />
locais. Tudo simples e<br />
engraçado, mas repetitivo.<br />
Só alguns mini-jogos,<br />
que podem ser desbloqueados<br />
ao longo da<br />
aventura, para serem disputados<br />
em multiplayer Wi-Fi, marcam a diferença e prolongam<br />
a longevidade.<br />
Além da notória falta de originalidade, um dos grandes problemas<br />
de Ressurrection é a ausência da dupla de sticks direccionais.<br />
Não só é difícil controlar Sir Dan - devido à localização do<br />
micro-stick es<strong>quer</strong>do -, como ajeitar as câmaras de jogo, graças<br />
aos pouco intuitivos botões laterais. Salva-se o aspecto visual -<br />
ainda que a PSP possa oferecer mais - repleto de criaturas de<br />
design apelativo e animações divertidas. Mas o melhor, com os<br />
hilariantes diálogos digitalizados e um acompanhamento musical<br />
de elevada qualidade, fica mesmo reservado para os ouvidos.<br />
Como um dos títulos mais fraquinhos do lote que acompanhou o<br />
lançamento da PSP, MediEvil deverá ficar reservado para os fãs<br />
incondicionais das anteriores aventuras de Sir Dan e aos mais<br />
novinhos.<br />
S<br />
| Ridge Racer |<br />
e há<br />
títulos<br />
q u e<br />
melhor põem a nu algumas<br />
das maiores potencialidades<br />
da PSP, Ridge<br />
Racer é um deles. Em<br />
modo Multiplayer ou<br />
World Tour, ninguém vai <strong>quer</strong>er perder as corridas que a Namco<br />
preparou para a estreia da portátil da Sony. E se pela mecânica,<br />
ao bom estilo das arcadas, ninguém se vai deixar surpreender,<br />
o mesmo já não se<br />
pode dizer do sistema<br />
de turbo, agora introduzido,<br />
que coloca as<br />
máquinas de quatro<br />
rodas a navegar à velocidade<br />
da luz. À medida<br />
que se avança na<br />
carreira, tanto a garagem como as dificuldades impostas pela<br />
condução aumentam. Mas o melhor deste UMD assume a forma<br />
de multiplayer via Wi-Fi, que oferece a possibilidade de duelo<br />
com um máximo de oito jogadores em simultâneo. Cenários, efeitos<br />
visuais e viaturas de cortar a respiração também não faltam,<br />
tal como um excelente acompanhamento sonoro da acção, com<br />
músicas que imprimem adrenalina e vozes de grande qualidade.<br />
Tudo isto coloca Ridge Racer no patamar dos melhores jogos até<br />
agora disponibilizados para a portátil nipónica.<br />
P<br />
| WipeOut Pure |<br />
ara trás fica a terrível desilusão de Fusion.<br />
WipeOut está de volta às origens da série que<br />
tantos agarrou à PSOne. As pistas apertadas,<br />
os bólides que voam baixinho e as velocidades vertiginosas<br />
regressam agora em formato 16:9, versão portátil. As armas também<br />
são velhas conhecidas dos amantes da série. Uma das poucas<br />
novidades encaixadas<br />
neste UMD prende-<br />
-se com os voos entre<br />
plataformas. Quando a<br />
nave se encontra no ar,<br />
pressionando várias<br />
vezes es<strong>quer</strong>da e direita,<br />
acaba por se fazer<br />
com que ela gire sobre<br />
si própria e no momento em que atinge o solo receba um boost<br />
de velocidade. E, ainda que a IA dos adversários numa primeira<br />
fase não seja brilhante, nos campeonatos mais avançados as<br />
dificuldades acrescem. Amaior surpresa de Pure chama-se Zone,<br />
um modo que funciona como um verdadeiro survival onde os únicos<br />
adversários são a pista e a velocidade. Zone é uma corrida<br />
a solo sem meta. No final de cada volta a velocidade da nave<br />
aumenta e a pontuação conquistada é o limite. O multiplayer é<br />
outra delícia e os efeitos visuais e sonoros acompanham ao mais<br />
alto nível todas as peripécias<br />
da acção. Assim, tal<br />
como Ridge Racer,<br />
WipeOut Pure realça o<br />
que de melhor a PSP tem<br />
para oferecer. E o melhor,<br />
arriscamo-nos a dizer,<br />
ainda está para chegar.<br />
Um dos "mais evoluídos aparelhos<br />
voadores rádio-controloados"?<br />
Não sabemos, mas a julgar<br />
pelo vídeo de apresentação, a<br />
coisa promete. O X-UFO tem tudo<br />
para pregar sustos do outro mundo<br />
dentro e fora de casa, a vizinhos<br />
e amigos.<br />
P.V.P. 45 euros<br />
Portátil<br />
para<br />
fotos<br />
A primeira<br />
impressora<br />
portátil e<br />
com gravador<br />
de CD a invadir o mercado português.<br />
Não há melhor para distribuir<br />
fotografias pelos amigos sem<br />
necessidade de recorrer a um<br />
computador. Ideal para impressões<br />
de fotografias 10 x 15 cm,<br />
também imprime fotos saídas<br />
directamente do telemóvel via<br />
bluetooth.<br />
P.V.P. 199 euros<br />
Carregar em<br />
nome do ambiente<br />
Depois da Holanda e Grécia, Portugal<br />
é o terceiro país do mundo a<br />
dispor deste exclusivo da Vodafone.<br />
Além de funcionar em qual<strong>quer</strong><br />
lado, a utilização<br />
do carregador<br />
solar de<br />
telemóveis<br />
por 10 mil<br />
pessoas<br />
durante um<br />
ano evita a emissão de cerca de 8<br />
toneladas de dióxido de carbono<br />
para a atmosfera – uma das principais<br />
causas do aquecimento<br />
global. Comprem!<br />
P.V.P. 49,90 euros
Bracara Augusta antes,<br />
Braga agora<br />
26 SETEMBRO 2005 | 7<br />
[ fugas ]<br />
O Verão acabou. Para trás ficam as memórias do sol, da praia e das<br />
noites de folia com os amigos. As aulas começam mas há sempre tempo<br />
para a diversão. Porque não aproveitar a brisa do Outono e rumar<br />
até ao norte? O MU sugere Braga como destino privilegiado para um<br />
fim-de-semana em grande, até porque a cidade está cheia de ritmos e<br />
som com o programa Música no Outono. | por Andreia Arenga<br />
Bracara Augusta no tempo dos romanos,<br />
em homenagem ao Imperador Augustus,<br />
Braga nos tempos que correm. A cidade<br />
minhota fica a 63 km de distância do Porto<br />
e é conhecida, em grande parte, pela forte<br />
animação universitária, mas também pela<br />
riqueza do seu património histórico<br />
e cultural, já que monumentos para<br />
visitar não faltam e a tradição religiosa<br />
é evidente com igrejas e santuários<br />
a erguerem-se por toda a parte.<br />
| É a noite do norte! |<br />
Vamos imaginar que chegas a Braga<br />
numa sexta-feira à noite. cansado da<br />
viagem? Então, está na hora de restabelecer<br />
energias e aconchegar o estômago<br />
com algumas das deliciosas refeições<br />
que a gastronomia minhota<br />
oferece. Restaurantes típicos não faltam,<br />
é só escolher. No Arcoense recomenda-se<br />
o Arroz Arcoense, regado com um bom<br />
tinto. O Minho é sobretudo bacalhoeiro, pelo<br />
que também podes optar por um bacalhau<br />
à moda da Dona Elvira ou pelas frigideiras,<br />
grandes pastéis recheados com<br />
carne e presunto, tipicamente bracarenses.<br />
Para sobremesa, pode ser o toucinho do<br />
céu ou o creme queimado.<br />
A seguir a noite promete! Os bares oferecem<br />
todas as condições para um início de<br />
serão agradável. Depois do jantar, um café<br />
ou uma cerveja com dois dedos de conversa:<br />
o B.A, o Nectar ou o Nocturnos fazem<br />
as honras da casa. Para terminar em grande<br />
estilo, nada melhor do que procurar uma<br />
discoteca para dançar até o sol nascer. Insólito,<br />
Água Viva ou Barbieri são apenas algumas<br />
das casas que agitam as noites.<br />
Por estas alturas há ainda mais motivos de<br />
interesse já que a Câmara Municipal também<br />
brinda os visitantes com um programa<br />
de Música no Outono. Garantida está a<br />
ctuação das Tunas. Os amantes do<br />
jazz também não se podem queixar: recomenda-se<br />
os Who – rum com jazz. Para os<br />
mais clássicos, um concerto de piano com<br />
Bernardo Sasseti, no Auditório Conservatório<br />
Calouste Gulbenkian é a sugestão. Em<br />
Outubro a música continua a marcar presença<br />
com a Feira do Disco no último fim-<br />
-de-semana do mês.<br />
|Pelo centro histórico |<br />
Com o raiar do dia, que tal um passeio a<br />
pé pelo centro histórico? A Sé de Braga é<br />
um dos monumentos mais característicos<br />
| Como chegar lá |<br />
Sentido Sul/ Norte: Partida de Lisboa<br />
em direcção a Coimbra pelo IP1/E01.<br />
Continuar sempre pela mesma<br />
estrada atéencontrar a saída para<br />
Braga. Podes também optar por ir de<br />
autocarro ou de comboio.<br />
| Onde ficar |<br />
Pousada da Juventude Tel: 253 273 917<br />
Albergaria da Sé Tel: 253 214 502<br />
Parque de Campismo Tel: 253 273 355<br />
da cidade e merece uma visita. No interior,<br />
encontram-se os túmulos dos pais de D.<br />
Afonso Henriques. Ainda no centro, no pavimento<br />
empedrado do Largo do Paço, há<br />
um bonito chafariz que vale a pena fotografar.<br />
Dali, dá para apreciar as belas fachadas<br />
do Paço Episcopal.<br />
A algumas dezenas de metros, avista-se<br />
um jardim central que nas tardes de sol se<br />
enche de estudantes sentados nas esplanadas.<br />
Aproveita para descansar e beber<br />
qual<strong>quer</strong> coisa enquanto te misturas com<br />
as gentes da cidade. Mais à frente, está a<br />
Torre de Menagem, um dos vestígios do<br />
antigo castelo de Braga.<br />
| Arredores a visitar |<br />
Fora dos limites de Braga descobrem-se<br />
outros locais de interesse. Se fores de carro,<br />
segue as indicações até ao Bom Jesus.<br />
O carro pode ficar estacionado junto à estação<br />
da CP, pois o caminho até ao santuário<br />
faz-se sem problemas, subindo uma<br />
encosta de luxuriante vegetação. É importante<br />
fazer algumas paragens e contemplar<br />
a beleza da paisagem que se avista<br />
dos miradouros que vão aparecendo à medida<br />
que caminhamos. O Bom Jesus e o<br />
Sameiro são locais de peregrinação, daí a<br />
existência de dois Templos muito importantes:<br />
o Santuário do Bom Jesus e a Basílica<br />
do Sameiro. Mas também se pode passear<br />
de barco no lago da Mata do Bom Jesus<br />
ou subir ao topo da Basílica do Sameiro e<br />
apreciar o magnífico panorama da cidade<br />
que se prolonga até ao mar. A seguir, Citânia<br />
de Briteiros sugere uma viagem no<br />
tempo. Arruamentos antigos levam-nos até<br />
ao coração do povo lusitano.<br />
Boa viagem!<br />
PUB
8|<br />
[ ídolos ]<br />
26 SETEMBRO 2005<br />
Dos planos para dominação mundial, à mágoa de não ter tido a oportunidade de ser<br />
o melhor jogador de hockey português de todos os tempos, nada fica por saber nesta<br />
entrevista. FERNANDO ALVIM não esconde o jogo e revela tudo ao MU.<br />
entrevista Diogo Torgal Ferreira | fotos Alexandre Nobre<br />
O Balsemão<br />
dos pequeninos<br />
<strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> | Conta-me um<br />
pouco sobre o teu background?<br />
Fernando Alvim | Eu nasci no hospital<br />
de Mafamudo em Vila Nova de Gaia, oito<br />
dias depois do 25 de Abril. Acho que se<br />
pode considerar que sou um estilhaço da<br />
revolução e eu acredito que assim é. Ainda<br />
durante a minha incubação já ouvia o<br />
Salgueiro Maia a gritar "Viva a Liberdade!"<br />
e mais não sei o quê. 1974 é também<br />
um ano especial porque a grande<br />
maioria das pessoas desse ano acabou<br />
por não ir para a tropa, que era um<br />
sonho antigo meu. Adorava ir para um<br />
daqueles quartéis lixados para me tornar<br />
um homenzinho, emagrecer e essas coisas<br />
todas (risos). Depois de me fazer um<br />
homem, e por exigência dos meus pais,<br />
fui para o curso de Gestão Internacional<br />
e Exportação. Mas eu nunca fui grande<br />
gestor... aliás nunca percebi essa coisa<br />
dos meus pais. Talvez tenha sido por<br />
haver desde sempre lá em casa uma tradição<br />
e esteja muito ligado à banca. Acabei<br />
por desistir e seguir a minha vocação,<br />
que era Engenharia Publicitária. Era<br />
daquilo que eu gostava.<br />
MU| E depois?<br />
FA | Depois comecei a minha actividade<br />
de copyrighter, que acabei por exercer<br />
durante muitos anos. Primeiro na Rádio<br />
Nova Era e depois na TSF, no Porto.<br />
Quando estava na TSF surgiu o convite<br />
da Rádio Comercial para vir para Lisboa.<br />
MU | Como foi a mudança para Lisboa?<br />
FA | Não foi fácil. Quando eu vim fez-me<br />
lembrar muito a Linda de Suza. Vinha<br />
quase com a malinha, não conhecia rigorosamente<br />
ninguém e tive de alugar uma<br />
casa no espaço de dois dias. A senhora<br />
que me alugou a casa disse-me, por<br />
telefone, que eu iria ter vista para o mar.<br />
Como bem sei agora, é um bocado complicado<br />
ter vista para o mar morando em<br />
Massamá. Mas ao menos não chovia lá<br />
dentro (risos).<br />
MU | Qual a tua opinião sobre Lisboa?<br />
FA | Acho que a cidade tem uma luz diferente.<br />
Basicamente sou um vendido, porque<br />
eu adoro Lisboa e não sou nada<br />
saudosista, nada regionalista. Naturalmente<br />
existe da minha parte uma relação<br />
de afectividade mais forte com o<br />
Porto do que com Lisboa. Mas, se me<br />
perguntarem qual é a cidade de que gosto<br />
mais, esquivo-me à resposta. Por isso<br />
é melhor não me fazeres essa pergunta.<br />
| DOMINAÇÃO MUNDIAL |<br />
MU | És uma pessoa que esteve sempre<br />
envolvida em vários projectos ao<br />
mesmo tempo. O que é que estás a<br />
fazer nos dias que correm?<br />
FA | Devo começar por dizer que me<br />
considero o Pinto Balsemão dos pequeninos<br />
e o meu objectivo é <strong>conquistar</strong> o<br />
<strong>Mundo</strong>. Estou só à espera do momento<br />
para atacar com os meus projectos, que<br />
nunca serão concebidos só para Portugal!<br />
A Ásia é um grande mercado, e também<br />
temos os PALOP's. Terei televisões,<br />
rádios e uma ou duas fundações para<br />
lavar dinheiro (risos). Actualmente estou<br />
com vários projectos e todos com esse<br />
objectivo: a dominação global. Estou no<br />
Prova Oral com a Raquel Bulha na Antena<br />
3, o Curto-Circuito na SIC Radical,<br />
tenho a revista e agora até tenho um bar.<br />
MU | Fala-me um pouco sobre a Prova<br />
Oral?<br />
FA | Posso fazer uma analogia com o<br />
Fórum da TSF. O programa tem, mais<br />
ou menos, o mesmo formato, mas na<br />
vertente do entretenimento. Há um<br />
tema em cada programa e muitas das<br />
vezes temos convidados relacionados<br />
com o que está na mesa. Existe um<br />
objectivo claro: o entretenimento das<br />
pessoas. Elas ligam-nos, dizem-nos as<br />
suas opiniões sobre o que se discute e<br />
as coisas desenvolvem-se muito naturalmente.<br />
MU | Alguma vez sentiste pressão ou<br />
censura em relação ao tipo de humor<br />
que utilizas?<br />
FA | No outro dia li uma frase que se<br />
relaciona com o que me perguntas. Dizia<br />
que todos nós devíamos arriscar pelo<br />
menos uma vez por dia. Eu acho que as<br />
pessoas que trabalham neste tipo de formatos,<br />
tanto em rádio como em televisão,<br />
percebem que a liberdade de comunicação<br />
hoje em dia é absoluta, desde<br />
que exista bom senso. Desde que percebas<br />
até onde podes ir não há problemas.<br />
Nunca fui censurado no que fiz ou disse,<br />
a não ser numa perspectiva pessoal...<br />
uma auto-censura. Nesses casos eu próprio<br />
percebo que há caminhos por onde<br />
não devo seguir. Tudo isto é ainda mais<br />
pertinente quando trabalhas em directo.<br />
Com a pressão do directo há sempre o<br />
risco das gaffes ou exageros. Sinceramente<br />
acho que estamos numa época<br />
privilegiada para fazer humor.<br />
| GOZAR COMIGO E COM TODOS |<br />
MU | Em quase todo os trabalhos em<br />
que participas nota-se um grande à<br />
vontade no gozo da tua própria pes-
26 SETEMBRO 2005<br />
| 9<br />
[ ídolos ]<br />
soa. É um modus operandi, uma defesa?<br />
FA | Não é bem isso. Acho é que essa é<br />
uma das melhores formas de fazer<br />
humor. Desse modo as pessoas reconhecem-se<br />
contigo, percebem que és<br />
um ser humano, que tens falhas como<br />
eles e é isso que vai criar empatia entre<br />
ti e o público. O teu público assim percebe<br />
que és igual a eles.<br />
MU | Dos meios em que te moves qual<br />
o que te sentes melhor: rádio, tv,<br />
imprensa escrita?<br />
FA | Apesar da rádio ser o meu berço<br />
gosto cada vez mais de televisão. É um<br />
meio que nos permite ensaiar outros<br />
tipos de linguagens. Uma coisa na televisão<br />
pode ter muito mais impacto do que<br />
na rádio: tens a fisionomia, a linguagem<br />
gestual... podes ser muito mais incisivo.<br />
Acho que a televisão não elimina a rádio,<br />
mas seria demagógico da minha parte<br />
se não dissesse que a televisão é o meio<br />
de comunicação por excelência.<br />
MU | Como chegaste à ideia de organizar<br />
um festival como o Termómetro?<br />
FA | O Termómetro surge durante uma<br />
travessia no deserto que fiz ao ter estado<br />
nove meses sem fazer rádio... por sinal<br />
os piores 9 meses da<br />
minha vida (risos).<br />
Para mim, a rádio, em<br />
si, é uma necessidade<br />
de equilíbrio, um vício.<br />
Aí percebi que tinha<br />
de fazer alguma coisa<br />
e empenhei-me na<br />
organização de um<br />
festival de música.<br />
Depois tive sorte! Os<br />
primeiros vencedores<br />
do festival foram logo<br />
os Blind Zero que,<br />
nesse ano de 1994,<br />
se revelaram uma das<br />
bandas portuguesas<br />
mais proeminentes. A<br />
partir daí foi só catalizar<br />
o sucesso da banda<br />
para o festival.<br />
Como eu costumo<br />
«Eu sou o chamado<br />
funny DJ,<br />
e os meus sets<br />
são autênticos<br />
espectáculos<br />
trágico-cómicos...»<br />
dizer, são as bandas que lançam o festival<br />
e não o contrário. Nos primeiros<br />
anos, os participantes foram decisivos<br />
para o estabelecimento do Termómetro:<br />
bandas como os Silence 4, Sloppy Joe,<br />
Hands on Approach, Ornatos Violeta ou<br />
EZSpecial ajudaram muito e já vamos<br />
para a 11.ª edição.<br />
MU | Como te classificas como DJ?<br />
Que tipo de música é que passas?<br />
FA | Eu sou o chamado funny DJ, e os<br />
meus sets são autênticos espectáculos<br />
trágico-cómicos... tanto dá para rir<br />
como para chorar (risos). Quando<br />
comecei nunca pensei que esta actividade<br />
se pudesse tornar num hábito<br />
regular e a verdade é que, hoje em dia,<br />
todos os fins-de-semana passo música.<br />
| VELHO MAS ACTIVO |<br />
MU | Projectos para o futuro próximo?<br />
FA | Ainda este ano (acho que será possível)<br />
vou fazer a minha primeira participação<br />
no mundo do cinema. Estamos a<br />
preparar um documentário, pensado por<br />
mim, sobre o amor em Portugal. Mas<br />
mais pormenores não posso adiantar,<br />
senão estrago a surpresa. Em relação a<br />
outras áreas não tenho nada preparado.<br />
Sou uma pessoa que vou inserindo<br />
objectivos na minha vida, mas não sou<br />
nada metódico nem calculista.<br />
MU | Dás-te bem com a fama?<br />
FA | Lido muito bem com a exposição a<br />
que estou sujeito. Dou-me bem com<br />
essas coisas e nem se<strong>quer</strong> é um tema<br />
que me preocupa. Acho que os portugueses<br />
não incomodam e até gosto de<br />
falar com as pessoas... é algo gratificante.<br />
Não deixei de fazer rigorosamente<br />
nada daquilo que fazia por causa da<br />
fama e não me condicionei em nada.<br />
No dia em que as pessoas deixarem de<br />
me abordar é que se calhar fico preocupado.<br />
MU | Qual foi a coisa mais estranha<br />
que te fez um fã?<br />
FA | Lembro-me de um episódio ocorrido<br />
há uns anos atrás no Curto-Circuito, em<br />
que uma pessoa ligou para o programa e<br />
começou uma conversa estranhíssima a<br />
perguntar-me se eu não a via na câmara.<br />
Eu ao princípio não compreendi, e ela<br />
insistia em perguntar-me se eu não a via<br />
na câmara de televisão. Ela estava convencida<br />
que eu a conseguia ver. Devo<br />
dizer-te que foi uma coisa muito bizarra.<br />
Assustadora mesmo! Eu bem que insistia<br />
em dizer-lhe que não a via, mas ela<br />
não acreditava em mim e ainda dizia que<br />
sabia que eu estava a vê-la. Foi muito,<br />
muito estranho.<br />
MU | E o hockey? Já puseste de lado<br />
essa parte da tua vida ou ainda há<br />
esperança num regresso surpresa?<br />
FA | Eu poderia voltar, mas de momento<br />
não há planos. Guardo algum rancor<br />
em relação ao meu treinador de juvenis...<br />
acho que nunca me foi dada a<br />
devida oportunidade (risos). Nunca<br />
reconheceu o talento que havia em<br />
mim. Poderia ter sido o próximo Vítor<br />
Hugo mas, para muita pena minha,<br />
esse regresso é muito pouco provável<br />
(risos).<br />
MU | Como te vês daqui a uns 20<br />
anos?<br />
FA | Vejo-me com um velhinho demente.<br />
Penso que as pessoas poderão<br />
encontrar-me no Príncipe Real atrás de<br />
velhinhas (risos).<br />
365, a revista<br />
Revelando-se um profissional<br />
de comunicação<br />
super-activo e<br />
multifacetado, Fernando<br />
Alvim não<br />
esconde que a menina<br />
bonita dos seus olhos é a<br />
revista 365. "Era uma coisa que eu<br />
já ambicionava há muitos anos<br />
atrás. Sempre tive algumas referências<br />
nacionais e internacionais como<br />
a extinta K ou a Wallpaper e depois<br />
apeteceu-me fazer a minha", diz<br />
com um olhar de genuína satisfação.<br />
"Queria apenas fazer uma revista de<br />
histórias, de contos mais pequeninos,<br />
e acho que consegui". Em relação<br />
ao estilo da 365,<br />
Alvim caracteriza<br />
a revista<br />
como "uma publicação<br />
com uma<br />
certa atitude kitch,<br />
que sobretudo se<br />
nota na linguagem e<br />
nos convidados".<br />
Para se ter uma ideia,<br />
entre os contemplados<br />
contam-se personalidades<br />
como a Samantha<br />
Fox, Anabela Chalana ou<br />
o Piranha do Verão Azul.<br />
Em relação às suas próprias funções<br />
no projecto, Fernando Alvim<br />
não podia ser mais difuso, revelando-se<br />
um verdadeiro bombeiro editorial:<br />
"sou director, estafeta, pisapapéis<br />
e tudo mais que for preciso<br />
(risos)".<br />
www.revista365.com<br />
«Considero-me o Pinto Balsemão dos pequeninos e o meu<br />
objectivo é <strong>conquistar</strong> o <strong>Mundo</strong>»
10 | 26 SETEMBRO 2005<br />
[ noites e copos ]<br />
A Parada foi alta<br />
Cerca de 31 mil pessoas responderam à chamada e entregaram-se ao ritmo da Sumol<br />
Lisboa Parade 05. Entre as 16h de Sábado, dia 10, e as 8h de Domingo foi assim...<br />
Durante a tarde, entre a Doca Pesca de Algés e a Estação Fluvial de Belém,<br />
desfilaram 15 camiões. Dj’s e bailarinos puseram toda a gente a mexer!<br />
À noite, na Doca pesca de Algés, a Área terra<br />
encheu-se de música techno, enquanto na<br />
Área Mar se dançava ao ritmo dao house.<br />
A festa só parou perto das 8h da manhã!
In & Out<br />
Estar In não é tarefa fácil. Por isso o <strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> dá a conhecer<br />
tudo o que precisas de saber para enfrentar o frio com todo o estilo.<br />
Numa altura em que ainda dá para aproveitar o que resta do Verão<br />
mostramos-te alguns dos novos looks, cores e cortes para que saibas<br />
o que deve estar Out do teu guarda-fatos. | por Manuel Arnaut Martins<br />
| fotos ModaLisboa/ Rui Vasco.<br />
In Preto<br />
Out Arco-Íris<br />
Black Is Back! Os caçadores de tendências que procuram avidamente o “novo<br />
preto” suspenderam as suas buscas. Ao que parece nesta estação o “novo<br />
preto” é o preto. Talvez inspirados na elegância clássica do little black dress,<br />
que continua a nunca comprometer ninguém, os criadores voltaram a apresentar<br />
esta cor como sendo umas das<br />
características mais fortes das<br />
suas colecções. Em looks integrais,<br />
contrastado com o branco<br />
ou outras cores escuras, o preto<br />
de que se fala aqui é a cor símbolo<br />
de glamour e luxo, aplicado a<br />
tecidos nobres como o veludo,<br />
mousselines, setim ou seda.<br />
Dá vida ao teu look preto integral<br />
escolhendo peças de roupa que<br />
dêem atenção ao pormenor. Quebra<br />
a monotonia misturando diferentes<br />
texturas e tecidos.<br />
Alves<br />
Gonçalves<br />
In calças de corte masculino<br />
Out corsário e companhia<br />
26 SETEMBRO 2005 | 11<br />
[ moda ]<br />
In look Victoriano<br />
Out look África<br />
<strong>Ele</strong>gância. Esta é<br />
a palavra chave<br />
da estação fria.<br />
Agora que o Verão<br />
terminou findaram<br />
também as<br />
propostas de inspiração<br />
exótica. O<br />
livro de história<br />
abre-se e trasporta-<br />
-nos para a época de<br />
grandes bailes, valsas e<br />
enormes lustres que iluminavam<br />
os salões da nobreza<br />
europeia. Revê-te na época<br />
de Sense and Sensibility, nos vestidos de corte estilo<br />
império, agora reinventados pelos grandes nomes da moda.<br />
Também é nas camisas de colarinho alto, muitas vezes<br />
adornadas por elegantes laços, que se sente o revivalismo<br />
romântico bem ao estilo do período Victoriano. Os tecidos<br />
são delicados, dando uma aparência frágil e feminina à nova<br />
“dama antiga” do século XXI. Em termos de acessório<br />
os camafeus estão de volta, assim como elaborados colares<br />
que jogam com pérolas, veludo e elegantes laçadas.<br />
José António Tenente<br />
Ana Salazar<br />
Ana Salazar<br />
Nesta estação despe-te de<br />
preconceitos e veste calças<br />
de corte masculino. À semelhança<br />
do que se viu nos desfiles<br />
da Ralph Lauren Collection<br />
ou Viktor & Rolf usa<br />
calças de corte a direito,<br />
compridas, “estilo fato”.<br />
Não receies ser tu a vestir<br />
as calças lá em casa.<br />
Joga com estas peças,<br />
que parecem saídas da<br />
agulha e tesoura dos melhores<br />
alfaiates, combinando-as<br />
com camisas<br />
ultra-femininas.<br />
As calças não devem<br />
ser muito<br />
justas mas devem<br />
quase chegar<br />
ao chão, dando<br />
a aparência de<br />
uma perna mais<br />
comprida e magra.<br />
Muito ao estilo dandy<br />
inspirado por Katharine<br />
Hepburn.<br />
Katty Xiomara<br />
Pergunta da moda<br />
A partir desta edição o espaço Moda <strong>quer</strong> ser cada vez mais interactivo. Por isso,<br />
pede ajuda, pergunta o que quiseres, só não faças máfigura. Envia um e-mail para<br />
redaccao@mundouniversitario.pt e pergunta o que quiseres ao Personal Stylist do<br />
MU. Os esclarecimentos às dúvidas mais pertinentes serão publicados nesta coluna.<br />
Nesta edição estamos a oferecer entradas para o arraial do Técnico [p. 13]. Preocupada<br />
com o que vestir? Isso já era!<br />
Sendo a festa em questão um arraial há que saber que deves adoptar um look descontraído.<br />
Não caias no risco de ir de mais ou de menos. Opta por básicos que<br />
ganharão vida com a ajuda dos acessórios correctos. Despede-te do Verão utilizando<br />
os acessórios étnicos que tanto estiveram em voga nesta estação. Brincos,<br />
cintos, pulseiras, tudo é permitido desde que te faça lembrar África ou os souks<br />
marroquinos. Escolhe uma t-shirt simples, sem mensagens insinuantes, que estão<br />
completamente fora de moda (se é que alguma vez estiveram). Sendo o conforto<br />
uma prioridade os jeans devem ser a tua escolha. A imperial é a bebida oficial da<br />
festa, e os copos,antes de estarem vazios, estão a deitar por fora. Deixa as sandálias<br />
e os saltos altos em casa e calça sapatos desportivos fáceis de limpar, uma<br />
vez que as pisadelas e os banhos de cerveja devem ser uma constante. Cheers!
12 | 26 SETEMBRO 2005<br />
[ boa vida ]<br />
| O MU SUGERE |<br />
PORTO<br />
O 11 de Setembro na Imprensa<br />
Mundial, exposição<br />
Museu Nacional da Imprensa, 15h às<br />
20h www.imultime.media.pt/cartoons-9/11<br />
Até 16 de Outubro<br />
LISBOA<br />
ExperimentaDesign 2005<br />
O Meio é a Matéria é o tema da 3.ª edição<br />
da Bienal de Design de Lisboa. Ficam<br />
aqui algumas propostas a não perder.<br />
Casa Portuguesa - Modelos Globais<br />
para Casas Locais<br />
Cordoaria Nacional<br />
Até 30 de Outubro<br />
My World, New Crafts - Autonomia e<br />
Identidade no Design Contemporâneo<br />
Estufa Fria<br />
Até 30 de Outubro<br />
CATALYSTS!<br />
Ensaio visual sobre o modo como as<br />
linguagens visuais do design são<br />
utilizadas na nossa cultura de<br />
comunicação.<br />
Centro Cultural de Belém<br />
Até 27 de Novembro<br />
Extensões - exposição da Dasein<br />
Teatro Nacional D. Maria II<br />
Até 16 de Outubro<br />
Design Português 1990-2005<br />
Estação do Rossio<br />
Até 30 de Outubro<br />
FARO<br />
Capital Nacional da Cultura 2005<br />
O Bando na Aldeia de Querença<br />
O que esperar da residência artística da<br />
companhia teatral de Palmela na aldeia<br />
algarvia?<br />
Memórias à Janela, exposição<br />
fotográfica; Durante a residência as<br />
janelas das casas da aldeia terão sempre<br />
gente, de dia e de noite. Objectivo?<br />
Contar um pouco da história dessa casa.<br />
Exposição dos Figurinos de cena<br />
Os figurinos das peças d’ O Bando saem<br />
de cena e desfilam pelas ruas.<br />
25 de Setembro a 9 de Outubro<br />
Cinema em Cartaz – exposição<br />
300 cartazes de finais do século XIX,<br />
início do século XX. Cinema, Circo,<br />
Variedades/ Publicidade são as áreas<br />
abrangidas, por forma a melhor conhecer<br />
a evolução das artes do espectáculo na<br />
Europa.<br />
Museu Municipal de Faro<br />
3ª a 6ª, das 9h às 20h.<br />
PASSATEMPO<br />
O MU e o Chapitô oferecem-te 10 bilhetes duplos para<br />
assistir ao GRANDE CRIADOR.<br />
Basta dizeres até quando é que a peça vai manter-se em<br />
cena. Para o espectáculo de 2 de Outubro envia a resposta<br />
até 29 de Setembro e para o espectáculo de dia 9, responde<br />
até dia 6.<br />
Envia a resposta com o teu nome e n.º de BI para mundo@mundouniversitario.pt.<br />
Os vencedores serão notificados<br />
por e-mail. Boa Sorte!<br />
[ 7.ª Arte ]<br />
Os Dias<br />
de Sodoma<br />
e Gomorra<br />
Em 1972 a bomba explodiu. Por apenas 25 mil dólares e rodado durante uns parcos seis dias, o filme pornográfico<br />
“Garganta Funda” provocou um verdadeiro terramoto social na Terra da Liberdade. “Dentro de<br />
Garganta Funda”, que estreou a semana passada, faz o retrato. É uma sugestão com a marca do MU. | por<br />
Diogo Torgal Ferreira<br />
Em plena era Nixon, George Damiano,<br />
um ex-cabeleireiro transformado em realizador<br />
de películas pornográficas, resolve<br />
filmar o filme seguinte. O enredo? As experiências<br />
carnais de uma mulher em<br />
busca de satisfazer o seu apetite sexual<br />
apurado, nunca plenamente saciado devido<br />
a um segredo insólito. Aparentemente<br />
trivial, “Garganta Funda”, protagonizado<br />
pela iconográfica Linda Lovelace e<br />
pelo mais tarde acossado Harry Reems,<br />
revolucionou não só a indústria do cinema<br />
e do sexo mas as próprias estruturas<br />
da cultura e sociedade americanas.<br />
Desengane-se quem pensa que “Dentro<br />
de Garganta Funda” (DGF) é um filmedocumentário<br />
sobre pornografia, sexo ou<br />
a gigantesca indústria que foi criada à<br />
sua volta. É muito mais do que isso.<br />
Acompanhando aspectos da criação, filmagem,<br />
exposição e distribuição do filme<br />
Pouco mais de uma hora é<br />
suficiente para retratar os dilemas,<br />
desmandos e devaneios<br />
do Grande Criador, a cargos<br />
com a criação do <strong>Mundo</strong>.<br />
Deus aparece de fato e gravata<br />
e, como não poderia<br />
deixar de ser, sabe tudo o<br />
que se passa e programa<br />
tudo o que ainda está para<br />
de Damiano, DGF faz uma pertinente dissertação<br />
sobre os EUA.<br />
| Fantasmas americanos |<br />
Com preciosos depoimentos de ilustres<br />
americanos das mais variadas áreas como<br />
Norman Mailer, Gore Vidal, Wes Craven<br />
(que deliciosamente admite ter começado<br />
a sua actividade de cineasta na<br />
indústria porno) ou Alan Dershowitz, DGF<br />
desenvolve-se à volta de todo o tumulto<br />
criado pelo filme de Damiano. Os recordes<br />
de bilheteira, o envolvimento da Máfia<br />
na sua produção e distribuição, a cruzada<br />
da administração Nixon contra o<br />
que se considerava uma obscenidade, a<br />
batalha das feministas para atribuir um<br />
papel digno e de plena igualdade à mulher<br />
moderna e, por fim, as implicações<br />
que o fenómeno trouxe quanto à interpretação<br />
a dar à 1ª emenda da Constituição<br />
acontecer.<br />
Simples, porque os truques<br />
de teatro estão à vista de todos,<br />
mas muito longe de rossar se<strong>quer</strong> o<br />
simplista, pois o trabalho de direcção de<br />
actores é de tal forma bem feito que o espectador<br />
admite com naturalidade os jogos<br />
de “faz de conta” revelados sem pudor.<br />
É que uma simples caixa de cartão<br />
tão depressa é um elefante como também<br />
pode ser um leão que se recusa a<br />
entrar na Arca de Noé.<br />
|Como tudo aconteceu |<br />
Começa com Adão e Eva – afinal a dentada<br />
na maçã foi mesmo um descuido –<br />
e depois temos Noé a braços para salvar<br />
os animais na sua arca protectora.<br />
Moisés que, de tanto chatear o Grande<br />
Criador, lá consegue que <strong>Ele</strong> lhe entregue<br />
os 10 Mandamentos, com a condição<br />
de que só o faria no topo do Monte<br />
norte-americana (relativa à liberdade de<br />
expressão). Tudo conjugado, encontramos<br />
um documentário que forma um<br />
puzzle ilustrativo de um país que nem<br />
sempre soube lidar com as suas próprias<br />
contradições.<br />
Realizado por Fenton Bailey e Randy<br />
Barbato, com narração de Dennis Hopper<br />
(ele próprio uma das figuras tutelares da<br />
revolução cultural americana dos anos 60<br />
e 70), temperado por uma montagem<br />
imaculada e uma fabulosa banda sonora,<br />
DGF convida o espectador a reflectir sobre<br />
a liberdade de cada um na sociedade<br />
contemporânea, e as limitações que impõe<br />
à liberdade dos outros. Inserido na<br />
mais recente tradição documental americana,<br />
revela-se uma obra, a todos os títulos,<br />
imperdível. Como exulta Damiano a<br />
dada altura do documentário, «Thank<br />
God there was such a thing as sex!».<br />
[ Teatro ]<br />
Deus em carne e osso<br />
Chama-se O Grande Criador e é a nova<br />
criação da Companhia Teatral do Chapitô.<br />
Boa disposição garantida, teatro físico<br />
como se da coisa mais fácil do mundo se<br />
tratasse e a abordagem de uma temática<br />
aparentemente tabu: a criação do mundo<br />
na perspectiva religiosa ocidental. Quem<br />
está prepaparado para descobrir o verdadeiro<br />
mistério de Deus e Jesus Cristo?<br />
Fica em cena até Dezembro. | por Raquel<br />
Louçã Silva<br />
Sinai (nem tudo pode ser fácil, o poder<br />
do Grande Criador tem sempre de se<br />
fazer sentir). E um dia, imagine-se, o arcanjo<br />
Gabriel interrompe as lides domésticas<br />
da humilde casa de Maria, para<br />
lhe pôr nos braços um presente de<br />
Deus: Jesus Cristo. Poucos saberão<br />
que Jesus era bastante desarrumado e<br />
que com 30 anos ainda deixava a roupa<br />
espalhada por toda a casa, e que em<br />
menino se escondia no quarto a bricar<br />
às guerras. Chocados? Não é para tanto.<br />
O bom humor inteligente não fere<br />
susceptibilidades, só faz rir. A própria<br />
crucificação de Cristo não foi por vontade<br />
daquele pobre soldado romano, Jesus<br />
só não lhe deixou alternativa. É que<br />
nem sob tortura negou ser Filho de<br />
Deus. Do que estava <strong>Ele</strong> à espera?
Chega de<br />
26 SETEMBRO 2005<br />
| 13<br />
[ boa vida ]<br />
Saudade,<br />
vamos<br />
p'rá frente!<br />
Depois do lançamento do primeiro disco em nome próprio em 2004, Carlos Melo aka<br />
Melo D prossegue a sua aventura a solo. Desta vez a mensagem é muito clara e chega<br />
às lojas a 3 de Outubro: Chega de Saudade! | por Diogo Torgal Ferreira<br />
<strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> | Como é que<br />
te iniciaste nisto da música?<br />
Melo D | Eu comecei na escola, devia<br />
ter uns 13 anos. Na altura <strong>quer</strong>ia<br />
era fazer coisas de hip-hop, tentar<br />
imitar os americanos e cenas mais<br />
underground, mais obscuras. Depois<br />
juntei-me a um colega e começámos<br />
a tentar fazer coisas mais sérias.<br />
Era uma época em que me movia<br />
muito na noite africana e qual<strong>quer</strong><br />
pretexto servia para tentar fazer<br />
umas coisas. Ainda tenho algumas<br />
maquetes dessa época, e ouvindoas<br />
hoje em dia até podem parecer ridículas<br />
(risos), mas na altura pensávamos<br />
que estávamos bem à frente.<br />
Depois surgiram os Family, entrámos<br />
com duas músicas no Rapública<br />
e a partir daí foi sempre a andar...<br />
Cool Hipnoise, etc..<br />
MU | Como é que te classificas como<br />
artista: poeta de spoken-word,<br />
MC, cantor?<br />
MD | Actualmente nem eu sei (risos).<br />
Embora já tenha perdido todos os tiques,<br />
acho que ainda mantenho algumas<br />
características de MC. Também<br />
tenho características de<br />
soulman mas acho que não me revejo<br />
a 100% em nenhuma destas categorias.<br />
Hoje em dia sinto-me mais<br />
como músico. Só músico. Agora posso<br />
finalmente dar-me ao luxo de<br />
montar projectos diferentes.<br />
MU | Depois de Outro Universo,<br />
uma homenagem às tuas referências,<br />
apresentas o Chega de<br />
Saudade. Estás a cortar com o<br />
passado?<br />
MD | Acho que o título e o próprio<br />
disco têm um twist muito especial. De<br />
facto chega de saudade mas, ao fim<br />
e ao cabo, tudo nos remete para o<br />
passado. É assim que gosto de fazer<br />
as coisas. Mesmo os temas mais<br />
simples deste disco são feitos com a<br />
plena noção da realidade em que vivemos,<br />
do Portugal actual. As coisas<br />
estão mal para toda a gente e o disco<br />
também reflecte isso, ao passar a<br />
mensagem de "Chega de saudade!<br />
Vamos p'rá frente!".<br />
MU | Como analisas a situação actual<br />
do hip-hop em Portugal?<br />
MD | Acho que tem havido um crescimento<br />
sustentado. Há muito gente<br />
a fazer as suas cenas, umas melhores<br />
e outras piores, mas o que falta é<br />
dinheiro. Precisamos de estúdios como<br />
deve ser, técnicos de som, equipamentos.<br />
Faz toda a diferença no<br />
som que fica no final.<br />
MU | E as editoras independentes<br />
como a Enchufada ou a Loop...<br />
achas que o espírito do it yourself<br />
era necessário na música urbana<br />
portuguesa?<br />
MD | Acho que sim. É muito positiva<br />
a contribuição dessas estruturas.<br />
Apesar da crise o pessoal continua<br />
a arriscar, a fazer discos muito<br />
bons e coisas com muito valor. Não<br />
tens aquela imagem a la MTV mas,<br />
se com o pouco dinheiro que há se<br />
fazem coisas desse nível, imagina<br />
o que não se faria se houvesse verba.<br />
Acho que o português é muito<br />
bom a fazer as coisas com o pouco<br />
que tem.<br />
PUB<br />
QUERES IR AO ARRAIAL DO CALOIRO DO IST?<br />
Temos 10 bilhetes duplos para oferecer aos caloiros que nos enviarem as<br />
frases mais originais sobre o MUNDO UNIVERSITÁRIO! Envia a resposta<br />
até às 15 horas do dia 28 de Setembro com o teu nome e nº de BI para mundo@mundouniversitário.pt.<br />
Se fores um dos vencedores recebes um e-mail<br />
nesse mesmo dia! Boa Sorte!
Os viciados<br />
26 SETEMBRO 2005 | 14<br />
[ radical ]<br />
ABC dos<br />
truques<br />
na esteira<br />
Já não é propriamente uma novidade em Portugal e no <strong>Mundo</strong>, mas continua a recrutar aficcionados furiosamente.<br />
Estamos a falar do wakeboard, desporto náutico que nos últimos anos invadiu as águas do planeta e não parece dar<br />
sinais de <strong>quer</strong>er abrandar. | por Diogo Torgal Ferreira<br />
Segundo reza a lenda, o wakeboard<br />
nasceu da frustração e desespero<br />
dos surfistas quando não havia<br />
ondas. Sem a colaboração da<br />
natureza, a solução para o problema<br />
era simples: puxar os rapazes<br />
de barco e deixá-los deslizar<br />
na água com a prancha debaixo dos<br />
pés. Apesar de pouco ortodoxa, a alternativa<br />
encontrada oferecia como bónus<br />
o prazer de aproveitar as potencialidades<br />
que a esteira deixada pela embarcação<br />
proporcionava. Tudo isto terá<br />
acontecido lá para os inícios da década<br />
de 80 pela mão de um californiano de<br />
nome Tony Finn, que imaginou uma<br />
mescla entre surf, snowboard, ski<br />
aquático e skate. Fazendo a soma<br />
temos o wakeboard (wake é o<br />
termo inglês para esteira).<br />
| À conquista do mundo |<br />
No início, a prancha criada por Finn,<br />
que combinava o ski aquático com o<br />
surf, teve o nome de skurfer. Com o<br />
tempo, chegou-se à conclusão de que<br />
era necessário aplicar-lhe fixadores para<br />
os pés e, a partir daí, estava<br />
lançado o agora chamado<br />
wakeboard.<br />
Com a fixação dos<br />
pés na prancha<br />
abria-se todo um<br />
leque de possibilidades<br />
de manobras,<br />
fazendo deste<br />
desporto um dos mais<br />
irreverentes, livres e<br />
radicais a nível náutico.<br />
Com o crescimento da sua popularidade<br />
nos Estados Unidos da América,<br />
o wakeboard acaba inevitavelmente<br />
por surgir na Europa, particularmente na<br />
Riviera Francesa, espalhando-se depois<br />
pelo velho continente fora.<br />
Nos últimos anos, com o wakeboard a<br />
atingir uma popularidade enorme por<br />
todo o mundo, chegou-se a um patamar<br />
de grande desenvolvimento da modalidade.<br />
Além de ser um dos desportos<br />
náuticos de maior crescimento em termos<br />
de praticantes, verificou-se a introdução<br />
de obstáculos na sua prática.<br />
João Dantas<br />
Barras, caixas ou<br />
kickers (saltos acentuados) são alguns<br />
dos muitos meios de radicalizar ainda<br />
mais a modalidade, tornando a<br />
sua prática mais desafiante e<br />
criativa. Também em relação<br />
ao material assistiu-se a uma<br />
grande evolução, através da<br />
concepção de pranchas mais<br />
pequenas, mais flexíveis e<br />
hidrodinâmicas, dando oportunidade<br />
para a criação de<br />
mais manobras e truques (ver<br />
caixa).<br />
Chico Lopes<br />
Ana Cunha<br />
Vasco Trindade<br />
O cardápio de manobras possíveis no<br />
wakeboard é bem extenso. Aqui ficam<br />
algumas das mais populares:<br />
•Bunny Hop: saltar sem usar a esteira<br />
do barco.<br />
•Bunny Hop 180: mudar de direcção<br />
sem usar a esteira do barco.<br />
•Double-up: salto que resulta do<br />
cruzamento das duas esteiras.<br />
•Layback: encostar as costas na água.<br />
•Lip Slide: deslizar no topo da esteira<br />
com a prancha virada a 90º.<br />
•Off the wake 180: inverter a direcção<br />
usando a esteira.<br />
•Off the wake 360: rotação completa<br />
usando a esteira.<br />
•Olé: girar a prancha 180º na superfície<br />
da água.<br />
•Stiffy: mostrar o fundo da prancha<br />
durante um salto sobre as 2 esteiras.<br />
•Surface 180: inverter a direcção com a<br />
prancha na água.<br />
•Surfing the wake: surfar na esteira.<br />
•Twist: rodar a prancha 90º durante o<br />
salto e voltar.<br />
| Por águas lusitanas |<br />
Não fugindo à regra, em Portugal o<br />
wakeboard também teve bastante<br />
sucesso, sendo cada vez mais comum<br />
ver um wakeboarder a praticar em águas<br />
nacionais. Por cá, o wakeboard terá sido<br />
introduzido por volta de 1995 para rapidamente<br />
ganhar a sua própria clientela.<br />
E outra coisa não seria de esperar, tendo<br />
em conta as excelentes condições que<br />
o nosso país oferece a desportos que<br />
envolvam água. Uma modalidade que<br />
exige rios, barragens, albufeiras, lagoas,<br />
mar ou rias tem em Portugal um autêntico<br />
paraíso:<br />
locais para a<br />
prática e<br />
bom tempo.<br />
Entretanto, a<br />
nível nacional<br />
as coisas<br />
já se encontram<br />
bastante organizadas.<br />
Depois do<br />
Luís Campos<br />
lançamento das<br />
bases do desporto através da Federação<br />
Portuguesa de Ski Náutico, a Associação<br />
de Wakeboard de Portugal deu<br />
um grande impulso à modalidade,<br />
havendo neste mo-mento um circuito<br />
nacional, um campeonato nacional (ver<br />
caixa) e várias estruturas de formação<br />
que ministram cursos para quem se<br />
queira aventurar nestas lides. Como se<br />
pode constatar, o futuro do wakeboard<br />
português mostra-se promissor.<br />
| WAKEBOARD nacional em festa |<br />
A barragem de Castelo do Bode, nos passados dias 17 e 18 de Setembro, recebeu 60 atletas<br />
de todo o país para o Campeonato Nacional de Wakeboard 2005, denominado CNZ Wake<br />
2005. A organização ficou a cargo do Clube Náutico do Zêzere (sob a égide da Federação<br />
Portuguesa de Ski Náutico), tendo a competição conjugado o Campeonato Nacional com um<br />
Open Internacional, que permitiu assim a participação de alguns conhecidos atletas espanhóis.<br />
O nível técnico da prova foi o mais elevado de todos os campeonatos nacionais, principalmente<br />
na categoria Pro, constituída pelos melhores wakeboarders. Após uma renhida final,<br />
Vasco Trindade consagrou-se campeão nacional, em segundo lugar ficou o Chico Lopes<br />
(campeão nacional em 2004), seguido de Luís Campos. Nas senhoras, Ana Cunha renovou<br />
o título de campeã nacional ganho em 2004.
26 SETEMBRO 2005 | 15<br />
[ bd ]<br />
Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com