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Recusa ser mais uma Recusa ser mais uma - Mundo Universitário

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[campus]<br />

Radiografia da<br />

Universidade de Aveiro,<br />

um dos pólos <strong>mais</strong><br />

importantes do país.<br />

P. 7<br />

[boa vida]<br />

Praia, marijuana<br />

e reggae.<br />

Bem-vindos<br />

à Jamaica!<br />

P. 8<br />

[zoom]<br />

MIT. Quês e porquês<br />

de um acordo que<br />

promete revolucionar<br />

a ciência nacional.<br />

P. 10/11<br />

[ganha!!!]<br />

Bilhetes para teatro<br />

e entradas para<br />

concertos. Tudo<br />

no acontece.<br />

P. 12/13<br />

Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 16 de Outubro de 2006 | N.º 45 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />

MÓNICA MOITAS<br />

Rita Andrade<br />

<strong>Recusa</strong> <strong>ser</strong><br />

<strong>mais</strong> <strong>uma</strong><br />

cara bonita


2 | 16 OUTUBRO 2006<br />

[ radar ]<br />

Bolonha ameaça tunas<br />

As últimas do Processo<br />

de Bolonha parecem agora<br />

constituir um factor de risco<br />

para a sobrevivência das tunas<br />

académicas em Portugal, dada<br />

a redução do tempo dos cursos<br />

imposta.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |<br />

| DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

PUB<br />

De acordo com declarações de um<br />

membro da Infantuna de Viseu à agência<br />

Lusa, este é «um dos problemas<br />

<strong>mais</strong> graves» que vivem actualmente as<br />

tunas. Na opinião de João Paulo Sousa,<br />

«as pessoas vão passar menos tempo<br />

nas universidades, há a pressão do<br />

mercado de trabalho e aquilo que vão<br />

prejudicar são as actividades extracurriculares».<br />

E antecipa «grandes dificuldades<br />

no recrutamento de novos membros<br />

que substituam os actuais, o que<br />

irá agravar o envelhecimento já sentido<br />

na maior parte das tunas». Sublinhando<br />

a ideia que nas tunas académicas a formação<br />

dada é antes de <strong>mais</strong> a «h<strong>uma</strong>na»,<br />

o tuno considera que com apenas<br />

três anos de curso torna-se difícil cumprir<br />

as habituais etapas. Estima-se que<br />

estão recenseadas em Portugal cerca<br />

de 350 tunas académicas e que se<br />

assiste a um aumento da média de idades<br />

dos tunos activos, a rondar os 30<br />

anos. Por isso, João Paulo Sousa não<br />

tem dúvidas em adivinhar um «futuro<br />

pouco risonho» para as tunas académicas,<br />

lançando como possível solução<br />

do problema a possibilidade das<br />

mesmas começarem a «admitir pessoas<br />

que fizeram a vida académica<br />

fora», mas que pretendam continuar a<br />

estar envolvidos.<br />

Estudante<br />

do IST vence<br />

prémio<br />

Frederico Nunes Francisco, aluno<br />

do 4.º ano de Arquitectura<br />

do Instituto Superior Técnico,<br />

ganhou o 1.º lugar da 6.ª edição<br />

do Prémio Universidades da<br />

Associação de Construções<br />

Metálicas e Mistas. Intitulado<br />

”Complexo de Escritórios”, o<br />

trabalho vencedor na categoria<br />

de arquitectura propõe a criação<br />

de um conjunto de instalações<br />

de trabalho e de algum<br />

comércio, de modo que a intervenção<br />

se apresente como<br />

<strong>uma</strong> <strong>mais</strong>-valia para o desenvolvimento<br />

do local (quarteirão<br />

da Boavista) e seja um contributo<br />

activo para a revitalização<br />

do local envolvente. O projecto<br />

foi desenvolvido no âmbito das<br />

disciplinas de Projecto de Arquitectura<br />

VI e VII, cuja equipa<br />

docente é composta por Mário<br />

Sua Kay (responsável) e Luísa<br />

Caldas.www.cmm.pt. DTF<br />

ISCSP debate<br />

Médio Oriente<br />

Organizada pelo Núcleo de<br />

Estudantes de Ciência Política<br />

(NCP) do Instituto Superior de<br />

Ciências Sociais e Políticas da<br />

Universidade Técnica de<br />

Lisboa (ISCSP), irá decorrer<br />

entre os próximos dias 16 a 20<br />

de Outubro a Semana do<br />

Médio Oriente. A ter lugar nos<br />

auditórios do ISCSP, a iniciativa<br />

tem como principal objectivo<br />

um maior esclarecimento do<br />

público académico sobre os<br />

antagonismos presentes n<strong>uma</strong><br />

das regiões <strong>mais</strong> problemáticas<br />

do globo, as suas origens<br />

e sobre eventuais soluções<br />

para a resolução dos respectivos<br />

conflitos. Também entre as<br />

finalidades do evento encontra-se<br />

a necessidade de dissipar<br />

alg<strong>uma</strong>s dúvidas e preconceitos<br />

na comunidade estudantil<br />

relativamente ao Islão.<br />

Do programa fazem parte inúmeras<br />

conferências e apresentações<br />

de documentários,<br />

sempre com a participação de<br />

convidados, nomeadamente o<br />

embaixador do Estado de<br />

Israel em Portugal, Aaron Ram,<br />

e a delegada-geral da Autoridade<br />

Palestiniana em Portugal,<br />

Randa Ibrahim Nabulsi. DTF<br />

Editorial<br />

As manifestações<br />

dos outros<br />

Ob<strong>ser</strong>vava com interesse a megamanifestação<br />

da função pública,<br />

organizada pela Frente Comum e<br />

pela CGTP que, na quinta-feira passada,<br />

dia 12 de Outubro, fez estremecer<br />

Lisboa. A maior desde 1982,<br />

quando Francisco Pinto Balsemão<br />

era primeiro-ministro de um Governo<br />

da AD –, de acordo com as<br />

declarações que um dirigente da<br />

CGTP ao Diário de Notícias. Ao que<br />

parece, a política social promovida<br />

pelo Governo está a trazer a população<br />

à rua e para os dias 9 e 10 de<br />

Dezembro a Frente Comum dos<br />

Sindicatos da Administração Pública<br />

já garantiu novo protesto.<br />

Ob<strong>ser</strong>vei com igual interesse a marcha<br />

de protesto que, no Dia Mundial<br />

do Professor, 5 de Outubro,<br />

reuniu em Lisboa <strong>mais</strong> de 20 mil<br />

docentes. E o facto de a Federação<br />

Nacional do Ensino e Investigação<br />

(FENEI) ter garantido paralisação<br />

geral para os próximos dias 17 e<br />

18. Em causa, as negociações<br />

entre os 14 sindicatos de professores<br />

e o Ministério da Educação<br />

sobre a revisão do Estatuto da Carreira<br />

Docente.<br />

Ob<strong>ser</strong>vo com atenção que a democracia<br />

ainda pode pulsar e que muitos<br />

tomam posição.<br />

Ora, n<strong>uma</strong> altura em que já se sabe<br />

que o Orçamento de Estado para<br />

2007 prevê <strong>uma</strong> redução em cerca<br />

de 7 por cento para o ensino superior<br />

pergunto-me onde está a veia<br />

contestatária das instituições públicas<br />

que vão sofrer esta delapidação.<br />

Vamos às hipóteses. As sete<br />

instituições envolvidas no Programa<br />

MIT – Portugal estão demasiado<br />

concentradas em “fazer bonito”. E<br />

as restantes estão, talvez, demasiado<br />

absorvidas em planos pedagógicos<br />

internos para pôr Bolonha<br />

sobre rodas. Tem tudo que fazer.<br />

Percebe-se.<br />

Vou ficar a ob<strong>ser</strong>var com atenção a<br />

dinâmica estudantil. Agora que as<br />

semanas de recepção ao caloiro<br />

estão nos “finalmentes”, vai haver<br />

tempo para pensar “em coisas<br />

sérias”. Não, não se trata de impelir<br />

à revolta, mas de constatar que o<br />

Senhor Ministro da Ciência Tecnologia<br />

e Ensino Superior até tem tido<br />

vida fácil. Os estudantes ainda<br />

sabem fazer manifestações?<br />

Raquel Louçã Silva<br />

Chefe de Redacção<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Gestor de projecto:<br />

Nuno Félix | Chefe de Redacção: Raquel Louçã Silva | Redacção: Diogo Torgal Ferreira, Lina Manso | Colaboradores: Geraldes Lino, Manuel Arnaut Martins, Mariana Seruya Cabral, Miguel Aragão, Mónica Moitas (fotografia) | Revisão: Piedade Góis | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Paginação: Sónia<br />

Santos | Marketing: Ricardo Martins | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 34 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina –<br />

Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.


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4| 16 OUTUBRO 2006<br />

[ vinte valores ]<br />

Rita Andrade<br />

Nascida<br />

para<br />

vencer<br />

Aos 24 anos, Rita Andrade é já <strong>uma</strong> das caras <strong>mais</strong> imediatamente<br />

reconhecíveis da televisão portuguesa. Com um promissor<br />

futuro pela frente, na área da comunicação, nada parece parar<br />

a fulgurante carreira da apresentadora do Curto Circuito.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

| FOTOS| MÓNICA MOITAS<br />

Como é que a Rita Andrade era como<br />

aluna?<br />

Eu sempre fui muito boa aluna e acabei<br />

por entrar com média de 19 valores na universidade.<br />

Era é muito baldas e o meu pai<br />

chegou a ter que justificar faltas. Sempre<br />

fui interessada e sempre tive gosto em<br />

desenvolver ideias, mas não gostava de<br />

estar nas aulas.<br />

Qual foi o teu percurso a nível académico?<br />

Fui para o curso de Comunicação Social<br />

no Instituto Superior de Ciências Sociais e<br />

Políticas (ISCSP), mas durante muito<br />

tempo pensei ir para Literatura. Na altura,<br />

fui persuadida por <strong>uma</strong> professora que o<br />

caminho <strong>mais</strong> indicado para mim <strong>ser</strong>ia o<br />

curso que acabei por escolher... e ainda<br />

bem. Hoje agradeço o conselho, até porque<br />

o meu percurso profissional acabou<br />

por coincidir com a formação que escolhi.<br />

Se calhar, daqui a uns anos sou capaz de<br />

tirar o curso de Literatura por gosto pessoal.<br />

«<br />

Entrei com média de<br />

19 valores na universidade<br />

«<br />

Li algures que chegaste a ter experiências<br />

em teatro e na moda antes de<br />

apareceres na televisão.<br />

Para aí com 18 ou 19 anos fiz algum teatro<br />

amador e cheguei mesmo a participar<br />

em várias peças no Teatro da Estefânia.<br />

«Acho que tenho <strong>uma</strong><br />

profissão privilegiada»<br />

«Quando entrei na televisão ainda estava no 3.º ano do meu curso», conta Rita<br />

com alg<strong>uma</strong> nostalgia. «Na altura do casting do CC houve <strong>uma</strong> colega minha de<br />

faculdade que me disse que eu deveria concorrer», recorda quando inquirida<br />

sobre como se candidatou a um dos programas <strong>mais</strong> populares da televisão portuguesa.<br />

Ao mesmo tempo, confessa: «nem sabia bem o que era o CC... mas<br />

como a minha amiga fez imensa questão, eu vim com ela aos estúdios de Paço<br />

d’Arcos trazer o meu currículo.» Como é certo e sabido,<br />

acabou por <strong>ser</strong> seleccionada. Da experiência em<br />

si, só tem coisas boas a dizer. «Passado um<br />

mês de estar no programa fiquei completamente<br />

apaixonada pelo CC e hoje em dia sinto-me<br />

perfeitamente em casa.» Como não poderia deixar<br />

de <strong>ser</strong>, o Casting CC 2006 que está a decorrer<br />

neste preciso momento não podia escapar à conversa.<br />

Como conselhos, Rita é muito pragmática. «Os<br />

candidatos devem <strong>ser</strong> muito naturais! Se forem inteligentes,<br />

divertidos, cultos e com sentido de encaixe,<br />

então têm os trunfos todos.» E conclui: «ao contrário<br />

do que se possa pensar, a imagem não é assim tão<br />

importante.» Em relação ao<br />

lugar de apresentadora,<br />

Rita Andrade não se revela<br />

poupada. «Acho que<br />

tenho <strong>uma</strong> profissão<br />

privilegiada.»


Directa ao assunto<br />

Praia ou neve? Praia<br />

Brad Pitt ou Johnny Depp? Johnny Depp<br />

Rock n’ roll ou hip-hop? Rock n’ Roll<br />

Jerónimo de Sousa ou Francisco Louçã? Jerónimo de Sousa<br />

Vodka ou whisky? Não bebo álcool<br />

Nova Iorque ou Rio de Janeiro? Rio de Janeiro<br />

Poesia ou prosa? Poesia<br />

Cinha Jardim ou Lili Caneças? Cinha Jardim<br />

Comida japonesa ou indiana? Japonesa<br />

Pinto da Costa ou Valentim Loureiro? Pinto da Costa<br />

Biquíni ou topless? Biquíni... pelo menos em frente às pessoas (risos)<br />

Na moda, apesar de <strong>ser</strong> baixinha, fiz alg<strong>uma</strong>s<br />

fotografias e anúncios, tudo coisas<br />

muito pequeninas. Agora estou na Central<br />

Models, mas estou <strong>mais</strong> na área de apresentações...<br />

a moda não é muito o meu<br />

terreno.<br />

Sempre foste a miúda <strong>mais</strong> gira da<br />

escola... a <strong>mais</strong> popular?<br />

Não muito... além disso, eu não tinha muita<br />

paciência para rapazes.<br />

Já te sentiste alg<strong>uma</strong> vez discriminada<br />

profissionalmente só por <strong>ser</strong>es<br />

mulher?<br />

Pessoalmente, nunca me senti discriminada<br />

por <strong>ser</strong> mulher. Por outro lado, já senti<br />

alg<strong>uma</strong>s vezes darem-me à partida pouca<br />

credibilidade por <strong>ser</strong> jovem ou por <strong>ser</strong> <strong>uma</strong><br />

mulher considerada bonita. Normalmente,<br />

esse preconceito desaparece quando me<br />

dou a conhecer. Nessas situações, só<br />

peço que me deixem mostrar que não sou<br />

só <strong>mais</strong> <strong>uma</strong> cara bonita. Agradeço que<br />

me digam que sou bonita, mas não me<br />

avaliem só por valores de beleza. Isso<br />

acaba por <strong>ser</strong> pouco dignificante para a<br />

minha pessoa e personalidade.<br />

A tua famosa sessão fotográfica para o<br />

número um da FHM foi a tua primeira<br />

experiência do tipo? Como correu<br />

tudo?<br />

De facto, foi a minha primeira vez n<strong>uma</strong><br />

experiência do género. Foi bastante difícil,<br />

principalmente porque eu não sou<br />

manequim, logo, não estou nada habituada<br />

a expor o meu corpo de <strong>uma</strong> forma<br />

natural. Aceitei a proposta porque, sendo<br />

o número de estreia e de lançamento em<br />

Portugal de <strong>uma</strong> revista com o peso que<br />

esta tem, achei que era <strong>uma</strong> verdadeira<br />

honra. Óbvio que, no início, tive alg<strong>uma</strong>s<br />

dúvidas.<br />

E se a Playboy te fizesse um convite<br />

para posar nua? Aceitavas?<br />

Acho que não. A sessão de fotos com a<br />

FHM fez sentido naquela altura. Como<br />

muitas coisas na vida, algo faz sentido<br />

16 OUTUBRO DE 2006 | 5<br />

[ vinte valores ]<br />

sou do público? Quer dizer, eu faço o<br />

meu trabalho como repórter e apresentadora,<br />

mas eu não sou pertença de ninguém<br />

a não <strong>ser</strong> de mim própria. Acho<br />

natural que a minha vida privada possa<br />

suscitar interesse e, entendendo isso,<br />

permito-me a <strong>uma</strong> exposição maior do<br />

que é normal para <strong>uma</strong> “pessoa<br />

comum”. O que é realmente negativo<br />

nestas coisas é quando se publicam<br />

notícias sem veracidade. Aí é que pensas<br />

até que ponto algum tipo de imprensa<br />

tem direito de inventar alguns assuntos.<br />

Entendo que seja um tipo de informação<br />

que vende e eu até poderia estar<br />

do lado de lá... faço o maior esforço por<br />

entender o trabalho dessas pessoas.<br />

Mas há sempre alturas boas e alturas<br />

más. O importante é não dares demasiada<br />

importância, ou seja, a importância<br />

que tu dás a estas coisas é a importância<br />

que elas têm na tua vida.<br />

Anível profissional, qual o caminho que<br />

pretendes seguir?<br />

Gostava muito de continuar na área do<br />

entretenimento na SIC, que é a minha casa<br />

e onde me têm tratado muito bem. Costumo<br />

dizer que no entretenimento, <strong>uma</strong> vez<br />

atravessada a porta, there’s no way back.<br />

Como também gosto muito de representação,<br />

embora não pense representar<br />

amanhã, se houver no futuro um convite,<br />

quem sabe... não fecho nenh<strong>uma</strong> porta.<br />

Basicamente, é na comunicação, seja em<br />

que formato for, que quero seguir a minha<br />

carreira. Tenho que ir apanhando as oportunidades<br />

que posso e que quero.<br />

«<br />

Já me deram pouca credibilidade por <strong>ser</strong> jovem<br />

ou por <strong>ser</strong> <strong>uma</strong> mulher considerada bonita<br />

«<br />

E de repente entras num programa com<br />

o formato do Curto-Circuito (CC). Foi<br />

<strong>uma</strong> experiência intimidante no início?<br />

O que sempre me deu <strong>mais</strong> medo era aquilo<br />

que eu pudesse dizer, ou seja, como sou<br />

muito frontal e digo aquilo que penso, o<br />

que me preocupou <strong>mais</strong> foram os limites<br />

resultantes do facto de estar a falar para<br />

milhares de pessoas. Num programa<br />

como o CC, temos <strong>uma</strong> acção que não se<br />

reduz ao entretenimento. Há ali também<br />

<strong>uma</strong> vertente didáctica de acordo com os<br />

temas que estamos a tratar e, por isso, é<br />

necessário ter alg<strong>uma</strong> noção de bom<br />

senso. Hoje em dia, o meu discurso,<br />

mesmo como jornalista, flui muito <strong>mais</strong><br />

naturalmente... já tenho muito <strong>mais</strong> experiência.<br />

Hoje em dia, sei que posso <strong>ser</strong><br />

natural e que isso não vai afectar ninguém.<br />

Tiveste alg<strong>uma</strong> situação em que tenhas<br />

ido longe de <strong>mais</strong>?<br />

Houve <strong>uma</strong> ou outra situação. Lembro-<br />

-me que, na altura que explodiu o caso<br />

da Casa Pia, senti que nem tudo poderia<br />

<strong>ser</strong> dito. Levei o que se pode chamar<br />

um toquezinho e percebi que havia os<br />

tais limites. Isso até foi importante para<br />

mim, para conhecer e perceber até onde<br />

posso ir.<br />

n<strong>uma</strong> determinada época da vida de cada<br />

um. Hoje não sei se <strong>uma</strong> proposta dessas<br />

se encaixaria nesta fase da minha vida. À<br />

partida, não aceitaria.<br />

Sendo <strong>uma</strong> figura pública, como lidas<br />

com o assédio da imprensa cor-de-<br />

-rosa?<br />

Só o termo figura pública já é algo que<br />

me faz confusão. Até que ponto é que<br />

E como mulher, como te vês daqui a ...<br />

25 anos?<br />

Vejo-me com filhos! Desde os 14 anos que<br />

quero <strong>ser</strong> mãe. A minha condição de<br />

mulher dita-me este desejo de ter filhos.<br />

Acho que este não é o momento indicado,<br />

mas, quando chegar a altura, saberei.<br />

Daqui a 25 anos quero ter os meus filhos,<br />

a minha casa, <strong>mais</strong> cultura e todas essas<br />

coisas.


6 16 OUTUBRO 2006<br />

[ poder à palavra ]<br />

VIDA MALVADA<br />

DIÁRIO DE UM ESTUDANTE<br />

Vox pop<br />

Utilizas transporte público ou particular para ires para as aulas?<br />

Porquê?<br />

Acaba o Verão, começa a lobotomia<br />

nas televisões generalistas<br />

portuguesas. Há quem diga que dá<br />

para perceber o nível sociocultural<br />

de um país pela análise da programação<br />

televisiva local e isso assusta-me.<br />

Por <strong>mais</strong> duvidosa que seja<br />

esta premissa (e não é isso que<br />

agora interessa), <strong>uma</strong> vez aplicado<br />

este raciocínio aqui na terrinha,<br />

com certeza os resultados <strong>ser</strong>iam<br />

sobejamente deprimentes. De cortar<br />

os pulsos mesmo.<br />

De cada vez que fico por casa sossegado<br />

e tento encontrar um pouco<br />

de distracção na caixa mágica, a<br />

sensação com que fico é a de que<br />

devo <strong>ser</strong> um inimputável ou coisa<br />

parecida. Não se percebe como é<br />

que obrigam as pessoas a levar<br />

com maratonas de telenovelas,<br />

sejam elas portuguesas ou brasileiras,<br />

ou com séries humorísticas<br />

que nem a <strong>uma</strong> hiena conseguiam<br />

arrancar <strong>uma</strong> gargalhada que fosse...<br />

um risinho que seja. É absolutamente<br />

dantesco. De repente,<br />

durante um período prime-time de<br />

três ou quatro horas, parece que<br />

todo o País se transforma n<strong>uma</strong><br />

sala de convívio de um hospício.<br />

Imagina-se toda <strong>uma</strong> panóplia de<br />

doentes mentais babosos a olhar<br />

para um canto da sala, de cabeça<br />

virada para trás e olhos esbugalhados<br />

no ecrã a ver a Alexandra Lencastre<br />

e os seus decotes de proporções<br />

épicas. Uns acabam por<br />

adormecer, outros sentem as dores<br />

de <strong>uma</strong> personagem encornada e<br />

outros insistem n<strong>uma</strong> mudança de<br />

canal que, inevitavelmente, vai dar<br />

ao mesmo. A única dúvida que tenho<br />

em relação a esta emboscada<br />

audiovisual é a seguinte: são as<br />

TV’s que tratam as pessoas como<br />

anor<strong>mais</strong> ou são as pessoas que<br />

se deixam tratar como anor<strong>mais</strong><br />

pelas TV’s? Ela por ela, prefiro a<br />

primeira.<br />

Gustavo Serra<br />

g<strong>ser</strong>ra@mundouniversitario.pt<br />

http://vidamalvadadiariodeumestudante.blogspot.com<br />

SÉRGIO MIGUEL ALVES DOS<br />

SANTOS (Churchill)<br />

3.º ano de Marketing<br />

Escola Superior de Tecnologia de<br />

Viseu<br />

«Utilizo o meu carro. Como vivo a<br />

cerca de 20 quilómetros de Viseu,<br />

acaba por <strong>ser</strong> a melhor maneira.<br />

Quando entrei no curso ia de autocarro,<br />

porque não tinha transporte<br />

próprio. Agora que tenho carro fico<br />

com <strong>uma</strong> vida <strong>mais</strong> confortável e<br />

com muito <strong>mais</strong> autonomia.»<br />

Marco Silva<br />

2.º Ano de Jornalismo da Escola Superior de Comunicação Social<br />

marcols.jornalismo@gmail.com<br />

Só se vive Erasmus <strong>uma</strong> vez<br />

Conheci há alguns dias <strong>uma</strong> estudante<br />

eslovena em Erasmus na minha<br />

escola. É claro que muitos<br />

outros já por lá passaram. Porém,<br />

cada um deles traz na bagagem<br />

muito <strong>mais</strong> do que material de estudo.<br />

Trazem também <strong>uma</strong> cultura e<br />

saudades de um país situado a muitos<br />

quilómetros de distância.<br />

Curioso por natureza, e ansioso por<br />

estudar lá fora, não pude deixar de<br />

meter conversa. Com termos pronunciados<br />

de forma curiosa, Nina<br />

apresentou-se e revelou o seu propósito<br />

em Portugal: alargar competências<br />

no âmbito do Marketing<br />

SARA SOARES (Marlene Dietrich)<br />

5.º ano de Design de Comunicação<br />

Escola Superior de Belas-Artes de<br />

Lisboa<br />

«Vou de transportes públicos, <strong>mais</strong> precisamente<br />

de metro. Faço-o porque não<br />

tenho transporte próprio e, mesmo se o<br />

tivesse, acho que não o utilizaria para ir<br />

à faculdade. Tenho aulas na Baixa de<br />

Lisboa e acho que não tem lógica nenh<strong>uma</strong><br />

levar carro para essa zona da<br />

cidade.»<br />

BERNARDO MAIA (Tony<br />

Bennett)<br />

3.º ano de Gestão<br />

Universidade Nova de Lisboa<br />

«Uso transporte particular porque<br />

a mim acaba por sair <strong>mais</strong> barato.<br />

Se me compensasse utilizar transportes<br />

públicos, era <strong>uma</strong> opção<br />

que utilizaria muito <strong>mais</strong>.»<br />

durante a sua curta estada (três<br />

meses). «E tens sido bem recebida?»,<br />

perguntei, ansioso por perceber<br />

o quão hospitaleiro consegue<br />

<strong>ser</strong> o povo português. A resposta foi<br />

naturalmente positiva, apesar de<br />

alguns problemas na implementação<br />

do Tratado de Bolonha.<br />

Depois de alguns minutos de conversa,<br />

percebi que em causa estava<br />

a falta de aulas ministradas em<br />

Inglês (prática corrente em muitos<br />

países da Europa, como a Alemanha<br />

ou a Bélgica – pioneiros no ensino<br />

superior).<br />

Ouvir isto fez-me pensar na importância<br />

das mudanças em curso. Se qui<strong>ser</strong>mos<br />

continuar a receber bem os<br />

estudantes estrangeiros, se qui<strong>ser</strong>mos<br />

continuar a <strong>ser</strong> um ponto de referência<br />

no meio universitário europeu, não<br />

poderão <strong>ser</strong> colocados <strong>mais</strong> entraves<br />

a Bolonha, adiando o inevitável. De<br />

outra forma, corremos o risco de não<br />

dar o devido apoio a cidadãos europeus<br />

como nós. O espaço é único, a<br />

moeda é única, o ensino também o<br />

deverá <strong>ser</strong>. Que possamos, no futuro,<br />

facultar aos alunos estrangeiros a<br />

experiência de <strong>uma</strong> vida… Porque,<br />

como disse a Nina: «Só se vive Erasmus<br />

<strong>uma</strong> única vez.»<br />

poderpalavra@mundouniversitario.pt<br />

Ataca ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos!<br />

Não te esqueças de enviar:<br />

> artigo até 1500 caracteres<br />

> fotografia tipo-passe<br />

> nome da faculdade onde estudas


Na pele de <strong>uma</strong> artista<br />

Universidade de Aveiro<br />

PRETO no BRANCO<br />

16 OUTUBRO 2006 | 7<br />

[ campus ]<br />

Pedro Oliveira<br />

vice-presidente da<br />

Associação Académica<br />

da UA (AAUA)<br />

A Universidade de Aveiro (UA) é <strong>uma</strong> pequena cidade dentro da cidade.<br />

Basta referir que entre os muitos <strong>ser</strong>viços disponíveis para os <strong>mais</strong> de dez mil<br />

alunos (além de professores) se pode encontrar um banco, um centro de infância<br />

ou <strong>uma</strong> lavandaria. Considerando a agregação dos departamentos num único<br />

espaço físico – excepto a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Águeda<br />

(ESTGA), as instalações ao <strong>ser</strong>viço do Programa Aveiro-Norte e alg<strong>uma</strong>s<br />

residências – o MU optou por falar com o todo, em detrimento das partes.<br />

Quais são as grandes <strong>mais</strong>-valias da UA?<br />

Antes de <strong>mais</strong>, todos os departamentos coexistem<br />

no Campus <strong>Universitário</strong> de Santiago,<br />

o que acaba por <strong>ser</strong> <strong>uma</strong> vantagem, já<br />

que os <strong>ser</strong>viços e recursos pedagógicos<br />

estão concentrados no mesmo espaço físico.<br />

Isto, à excepção da Escola Superior Aveiro<br />

Norte e ESTGA, fora do referido campus,<br />

onde, juntamente com a Escola Superior de<br />

Saúde da Universidade de Aveiro e o Instituto<br />

de Contabilidade e Administração, são<br />

ministrados os cursos politécnicos da UA<br />

(vertente profissionalizante que constitui<br />

outra <strong>mais</strong>-valia). Muitos outros factores<br />

contribuíram para que fôssemos considerados<br />

<strong>uma</strong> universidade de excelência a<br />

nível nacional (ver recursos pedagógicos e<br />

<strong>ser</strong>viços de apoio).<br />

O que é que falta na universidade?<br />

Há alguns anos que se fala na necessidade<br />

de <strong>mais</strong> blocos de residências para estudantes.<br />

Tanto nós como a direcção da UA<br />

consideramos que deveriam <strong>ser</strong> custeados<br />

pela tutela, dado que abrangem sobretudo<br />

alunos carenciados. Outra luta da associação<br />

é a existência de um bar académico:<br />

Aveiro é a única cidade universitária capital<br />

de distrito que não tem um! Temos mantido<br />

conversações com a Câmara Municipal e<br />

estão a <strong>ser</strong> estudadas alg<strong>uma</strong>s hipóteses,<br />

mas por enquanto dispomos apenas do bar<br />

de estudantes no edifício sede da AAUA.<br />

O que é que a AAUA faz pela cidade?<br />

Temos <strong>uma</strong> relação simpática com Aveiro<br />

que passa pela realização da <strong>ser</strong>enata na<br />

cidade, duas vezes por ano (incluindo na<br />

semana do caloiro e do enterro), ou a organização<br />

de eventos culturais como é o caso<br />

do workshop de massagens biodinâmicas<br />

nos próximos dias 18, 25 de Outubro e 8 de<br />

Novembro. Já em Novembro – mês do cinema<br />

em Aveiro – vamos ceder o auditório para<br />

a projecção de filmes. Tudo isto é aberto à<br />

comunidade. O próprio bar académico <strong>ser</strong>viria<br />

também esse fim.<br />

O essencial da UA<br />

ANO DE ABERTURA: 1973<br />

NÚMERO DE CURSOS: 51<br />

formações de primeiro ciclo<br />

e 183 pós-graduações<br />

(86 de formação especializada,<br />

63 mestrados e 34<br />

doutoramentos).<br />

NÚMERO DE CURSOS<br />

REESTRUTURADOS: 35<br />

dos 51 (seis novos e quatro<br />

mestrados integrados).<br />

CORPO DOCENTE: 1081<br />

professores (51 por cento<br />

de doutorados, maioria<br />

dos restantes 49 por cento<br />

com mestrado e os outros<br />

com licenciatura).<br />

| POR LINA MANSO | LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

RECURSOS PEDAGÓGICOS:<br />

16 750 publicações periódicas<br />

em suporte digital;<br />

5312 computadores no<br />

campus (incluindo os existentes<br />

no complexo pedagógico,<br />

científico e tecnológico<br />

para alunos do 1.º<br />

ano); anfiteatros; laboratórios<br />

variados; gabinete de<br />

acção social; gabinete de<br />

promoção e educação para<br />

a saúde; centro multimedia<br />

e de ensino à distância,<br />

etc.<br />

SERVIÇOS DE APOIO: sistema<br />

wireless em todo o<br />

campus; secretaria virtual<br />

(onde todos os alunos, excepto<br />

os do 1.º ano, se<br />

podem por exemplo matricular);<br />

secretariado de<br />

professores; Caixa Geral<br />

de Depósitos; posto dos<br />

correios; papelaria; livraria;<br />

quiosque; centro de<br />

cópias; lavandaria; lojas<br />

de informática; bar; bar/<br />

restaurante; cantina;<br />

residência de estudantes;<br />

jardim-de-infância, etc.<br />

Apesar de os <strong>ser</strong>viços de<br />

?<br />

relações externas (SRE)<br />

da Universidade de Aveiro<br />

terem proporcionado<br />

ao MU toda a informação<br />

necessária para a<br />

compilação da caixa com<br />

“O Essencial da UA”, a<br />

mesma eficiência e abertura<br />

não foi demonstrada pela<br />

reitoria. De acordo com os<br />

SRE, vários contactos foram<br />

estabelecidos com aquela<br />

no sentido de obter<br />

respostas à nossa<br />

mini-entrevista (o que se<br />

prolongou durante toda<br />

a passada semana).<br />

Contudo, até à data de<br />

fecho do jornal, não houve<br />

qualquer feedback.


8| 16 OUTUBRO 2006<br />

[ boa vida]<br />

ERASMOMANIA<br />

«Queria<br />

muito aprender<br />

espanhol»<br />

Rita está em Madrid desde 26 de Setembro.<br />

Apesar da sua ascendência espanhola,<br />

garante que não foram os motivos de sangue<br />

que a empurraram para o país vizinho.<br />

Para ela é <strong>mais</strong> <strong>uma</strong> nota curricular importante.<br />

Nome: Rita Castaño<br />

Idade: 23 anos<br />

Instituição de ensino: Universidade Lusófona<br />

Formação: Quinto e último ano de Psicologia Organizacional<br />

Duração do programa: Um semestre<br />

Local de acolhimento: Universidad Autónoma de<br />

Madrid<br />

Jamaica: One Love<br />

Uma viagem pelas terras<br />

do reggae<br />

Amor, amizade, liberdade, bem-estar são<br />

termos que se vivem no dia-a-dia das ruas jamaicanas.<br />

Nesta que é a terra onde todos os sonhos <strong>mais</strong> liberais<br />

tiveram lugar, as férias transformam-se num quotidiano<br />

boémio, relaxado e muito, muito bom de se viver.<br />

| MUNDO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT* |<br />

Por que é que escolheste Espanha?<br />

Sempre quis fazer Erasmus e como não sabia<br />

se ia ter companhia ou não, quis ficar o <strong>mais</strong><br />

perto possível. Depois, também queria muito<br />

aprender a falar espanhol. Hoje em dia, o inglês<br />

é o <strong>mais</strong> importante, mas o espanhol é a segunda<br />

língua que as empresas pedem.<br />

Acabaste por ter companhia ou não?<br />

Sim, estou a viver com <strong>uma</strong> amiga que está cá<br />

a trabalhar. Estamos n<strong>uma</strong> casa no centro, na<br />

Grán Via.<br />

Foi necessária preparação antes de ires?<br />

Em Portugal fiz um curso intensivo de espanhol<br />

de quinze dias para saber o essencial. Acabei<br />

por perder o curso intensivo que a faculdade<br />

oferece aos Erasmus cá, porque, como tinha<br />

estado de férias até ao início de Setembro, não<br />

vim logo para Espanha.<br />

Tens <strong>uma</strong> grande sobrecarga horária?<br />

Estou a fazer aquilo a que cá chamam o prácticum.<br />

Pode-se fazer dois, um é <strong>uma</strong> espécie<br />

de estágio e o outro é aquilo a que chamamos<br />

um prácticum de investigação. Tanto um como<br />

o outro têm um semestre de duração e como o<br />

de investigação é o <strong>mais</strong> parecido com o trabalho<br />

de fim de curso que eu tinha de fazer em<br />

Portugal foi o que acabei por escolher.<br />

Fazer Erasmus é sinónimo de “farra” ?<br />

Acho que isso faz mesmo parte. Agora depende<br />

de cada um perceber que também não pode<br />

<strong>ser</strong> só isso, porque senão também estamos<br />

aqui a gastar dinheiro aos nossos pais que<br />

andam a investir em nós.<br />

Que conselhos darias a futuros Erasmus?<br />

Há coisas que são mesmo importantes, como<br />

o cartão internacional de saúde para garantir<br />

assistência médica gratuita. Depois eu também<br />

trouxe um bom guia da cidade e alguns livros<br />

porque gosto de ler. Mas é bom que se informem<br />

sobre os cursos de línguas que a faculdade<br />

oferece.<br />

RLS<br />

Nada como começar com a referência<br />

ao verdadeiro embaixador da<br />

Jamaica. Respeito, unidade, pensamento<br />

positivo, tudo isto são vestígios<br />

deste destino, temas cantados<br />

por Bob Marley e tornados lema por<br />

todo o mundo.<br />

Quem sente a Jamaica e abre os<br />

olhos e o coração desfaz-se em sorrisos<br />

a partir do momento em que<br />

sente as cores das suas terras, a<br />

simpatia das suas gentes. Aqui vive-<br />

-se em paz e os espíritos <strong>mais</strong> fechados<br />

são rapidamente envolvidos.<br />

Com ou sem a típica ganja – marijuana<br />

–, f<strong>uma</strong>da por 50 por cento dos<br />

habitantes.<br />

| Dos resorts às povoações |<br />

Sabe-se que foi na Jamaica que os<br />

primeiros resorts de luxo começaram<br />

a surgir. Na verdade, podemos<br />

passar toda a nossa estada junto a<br />

<strong>uma</strong> praia paradisíaca ou piscina e<br />

desfrutar de todos os cuidados que<br />

qui<strong>ser</strong>mos. Mas a verdadeira viagem<br />

está nas casas perdidas no<br />

meio do nada, nas praias escondidas,<br />

nas cascatas – como a de<br />

Dunn’s River ou a Summerset – e no<br />

contacto que se estabelece, sempre<br />

que se qui<strong>ser</strong>, com qualquer jamaicano<br />

pronto a mostrar a sua simpatia<br />

e o gosto que nutre pela vida.<br />

| Festas e bem-estar |<br />

Há muito que traços tipicamente<br />

jamaicanos, como o movimento rastafari<br />

ou a música reggae, extravasaram<br />

as suas fronteiras e viraram<br />

moda no ocidente. O stresse e as<br />

obrigações típicas da nossa sociedade<br />

fizeram-nos, muitas vezes,<br />

esquecer que a existência só vale a<br />

pena se a soubermos saborear. A<br />

cura está em viajar e muitos desses<br />

segredos podem ter ficado perdidos<br />

nesta ilha.<br />

A par de Kingston, a capital, Negril<br />

também merece <strong>ser</strong> visitada, pela<br />

sua animação e pela quantidade de<br />

festas reggae que parecem surgir a<br />

cada passo. Contudo, a Jamaica é<br />

também a terra do dub, do ska, do<br />

rocksteady e da ragga, pelo que a<br />

diversão está garantida. A não perder<br />

ainda, o festival Reggae Sunsplah,<br />

que anualmente preenche as<br />

ruas de Montego Bay.<br />

| Conselhos |<br />

Por <strong>ser</strong> um clima tropical, a única<br />

altura que se deve evitar é a estação<br />

dos ciclones, que vai de Julho a<br />

Novembro. Kingston é considerada<br />

<strong>uma</strong> cidade perigosa, pelo que qualquer<br />

cuidado adicional é sempre<br />

bem-vindo. Ao contrário do que se<br />

possa pensar, o consumo de ganja<br />

ou de outras substâncias é ilegal.<br />

Passada a lista de conselhos e apresentadas<br />

as virtudes, o melhor é partir<br />

e desfrutar destas ilha «So… Let’s<br />

get together and feel allright! »<br />

*Com o apoio de:


16 OUTUBRO 2006<br />

| 9<br />

[ sexualidade ]<br />

Pílula do dia<br />

seguinte<br />

Quando se fala em relações sexuais protegidas também é preciso ter em conta que,<br />

mesmo assim, algo pode correr mal. Um pre<strong>ser</strong>vativo que se rompe, <strong>uma</strong> pílula que<br />

não se tomou. É por isso que, para evitar <strong>uma</strong> gravidez não desejada, existe a<br />

contracepção de emergência.<br />

| POR RAQUEL LOUÇÃ SILVA | RSILVA@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Por contracepção de emergência<br />

entende-se um conjunto de métodos<br />

contraceptivos a que as mulheres<br />

podem recorrer depois de <strong>uma</strong> relação<br />

sexual não protegida ou em que o método<br />

contraceptivo utilizado falhou. Não<br />

impede o contágio de infecções sexualmente<br />

transmissíveis, mas inviabiliza<br />

gravidezes não desejadas que, de acordo<br />

com dados avançados pela Associação<br />

para o Planeamento das Família,<br />

acabam por constituir um problema de<br />

saúde pública. «Em Portugal, estima-se<br />

que, anualmente, entre 20 000 e 40 000<br />

mulheres recorrem ao aborto em consequência<br />

de <strong>uma</strong> gravidez indesejada.»<br />

| Até 72 horas depois |<br />

De entre os <strong>mais</strong> populares, conta-se as<br />

pílulas contraceptivas de emergência<br />

(PCE), <strong>mais</strong> conhecidas por “pílulas do<br />

dia seguinte”. E se bem que este nome<br />

lhe seja atribuído, porque são tanto <strong>mais</strong><br />

eficazes quanto <strong>mais</strong> cedo forem ingeridas<br />

– idealmente nas primeiras 24 horas<br />

– , há muito que são eficazes quando<br />

tomadas nas 72 horas que se seguem<br />

às relações sexuais desprotegidas.<br />

| Atenção! |<br />

O recado repete-se: a PCE apenas deve<br />

<strong>ser</strong> utilizada em caso de emergência. O<br />

uso frequente não é de todo recomendado<br />

em qualquer<br />

documento que se<br />

consulte a respeito,<br />

porque diminui a eficácia<br />

contraceptiva.<br />

E, se qui<strong>ser</strong>mos ir<br />

<strong>mais</strong> além, poderia <strong>ser</strong>vir também de<br />

sustento às teorias que dizem tratar-se<br />

de um método que impele a comportamentos<br />

sexuais não responsáveis.<br />

Importante também é saber onde obter a<br />

pílula do dia seguinte e a quem recorrer.<br />

Tem em conta que a contracepção de<br />

emergência é disponibilizada de forma<br />

gratuita nos centros de saúde, em horários<br />

nor<strong>mais</strong> de funcionamento, nas con-<br />

sultas de planeamento familiar, ginecologia<br />

e obstetrícia dos hospitais, nos centros<br />

de atendimento de jovens com protocolo<br />

de articulação com o Serviço<br />

Nacional de Saúde. Podes ainda ir a<br />

<strong>uma</strong> farmácia depois de te aconselhares<br />

com o teu médico ou correr para aí<br />

directamente e explicar o sucedido, dado<br />

que actualmente já não é preciso receita<br />

médica para o efeito. Tens direito a <strong>ser</strong><br />

ouvida e a aconselhamento profissional.<br />

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10 | 16 OUTUBRO 2006<br />

[ zoom ]<br />

Programa MIT – Portugal<br />

Ciência reforçada, ensino superior<br />

nem tanto<br />

O choque tecnológico de José<br />

Sócrates não era <strong>uma</strong> hipérbole.<br />

N<strong>uma</strong> altura em que o<br />

Orçamento de Estado para 2007<br />

declara guerra à despesa pública,<br />

o investimento na Ciência<br />

aumenta 64 por cento. Aposta<br />

fortalecida na passada semana<br />

pelo acordo assinado entre<br />

Portugal e o MIT (Massachusetts<br />

Institute of Technology),<br />

detentor de 61 prémios Nobel.<br />

| POR LINA MANSO |<br />

| LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

| FOTOS | MÓNICA MOITAS |<br />

O acordo de Portugal com o MIT envolve sete universidades portuguesas (em cima, alguns dos reitores)<br />

Em finais de Março o primeiro-ministro<br />

anunciava «a medida do nosso atraso»<br />

em matéria de tecnologia e ciência (ver<br />

caixa). Perante as evidências, três<br />

novas parcerias internacionais emergiam.<br />

Além das também já anunciadas<br />

colaborações com a Universidade do<br />

Texas em Austin – na área dos conteúdos<br />

digitais e multimédia – e a Universidade<br />

de Carnegie Mellon – no campo<br />

Os números do atraso<br />

científico e tecnológico<br />

em Portugal*<br />

• Investimento total em<br />

investigação e desenvolvimento é<br />

de 0,79% do PIB, quando a média<br />

europeia está já nos 1,9%;<br />

• O número de investigadores por<br />

mil activos é de 3,5 quando na<br />

União Europeia chega aos 5,5;<br />

• Número de novos doutoramentos<br />

em áreas científicas e tecnológicas<br />

é pouco <strong>mais</strong> de metade da média<br />

europeia.<br />

*Segundo discurso oficial de José Sócrates,<br />

proferido em finais de Março passado<br />

das tecnologias de informação e comunicação<br />

– formalizou-se na passada<br />

quarta-feira, em Lisboa (Centro Cultural<br />

de Belém), o “Programa MIT– Portugal”,<br />

centrado em dois grandes domínios: a<br />

Engenharia, dividida em quatro áreas<br />

temáticas, e a Gestão. Da tríade, é o<br />

que recebe a maior fatia de investimento<br />

público (nacional e comunitário):<br />

65,5 milhões de euros, 32,5 milhões<br />

dos quais seguem para as instituições<br />

de ensino superior e de investigação<br />

nacionais.<br />

| A prioridade das prioridades |<br />

Enquanto na passada sexta-feira, em<br />

sessão extraordinária de Conselho de<br />

Ministros, é aprovado um Orçamento<br />

de Estado (OE) para 2007 que coloca<br />

a tónica na redução da despesa pública<br />

em percentagem do PIB – de lembrar<br />

que as políticas sociais e económicas<br />

deste Executivo tinham sido fortemente<br />

contestadas no dia anterior,<br />

em manifestação pública na capital – a<br />

área da Ciência é a única que sai beneficiada<br />

(reforço excepcional das dotações<br />

deverá estender-se aos OE de<br />

2008 e 2009). Apesar de o Estado português<br />

«enfrentar um sério, difícil e exigente<br />

problema de consolidação orçamental»,<br />

José Sócrates não abdica do<br />

seu Plano Tecnológico. «É necessário<br />

fazer mudanças profundas para responder<br />

às alterações globais» referiu,<br />

no discurso que deu por encerrada a<br />

cerimónia de lançamento oficial do Programa<br />

MIT – Portugal. E a «prioridade<br />

das prioridades» nesse caminho para<br />

Parceiros institucionais<br />

Área da Engenharia (coordenada no<br />

MIT pela Engineering Systems<br />

Division):<br />

1 - Engenharia de concepção e<br />

sistemas avançados de produção<br />

• Universidade do Minho (UM)<br />

• Universidade do Porto (UP)<br />

• Universidade Técnica de Lisboa (UTL)<br />

• Um laboratório associado<br />

2 - Sistemas de Energia<br />

• Universidade de Lisboa • UP • UTL<br />

• Vários laboratórios associados<br />

3 - Sistemas de transportes<br />

• Universidade de Coimbra • UP • UTL<br />

• (Único) Laboratório estatal: Laboratório<br />

Nacional de Engenharia Civil<br />

4 - Sistemas de bioengenharia<br />

• UM • Universidade Nova de Lisboa<br />

(UNL) • UP • UTL • Vários laboratórios<br />

associados<br />

Área da Gestão (coordenada no MIT<br />

pela Sloan School of Management):<br />

• implica o planeamento de um programa<br />

internacional de MBA, a liderar em<br />

Portugal pela UNL e a Universidade<br />

Católica Portuguesa


16 OUTUBRO 2006<br />

| 11<br />

[ zoom ]<br />

o desenvolvimento «é a aposta no<br />

conhecimento e na inovação».<br />

| Agora está nas vossas mãos |<br />

Pretendendo que este acordo [assinado<br />

entre a Fundação para a Ciência e Tecnologia<br />

(FCT) e MIT, por um lado, a FCT<br />

e as instituições nacionais, por outro],<br />

«seja o início de um movimento de reforma<br />

na universidade e na comunidade<br />

científica (que responda às novas exigências<br />

da comunidade, economia e<br />

conhecimento globais)», o primeiro-<br />

-ministro frisou que a partir de agora está<br />

tudo nas suas mãos.<br />

Mais especificamente, nas<br />

mãos de centros de investigação,<br />

docentes, investigadores<br />

e alunos das sete<br />

universidades portuguesas,<br />

além das empresas, laboratórios<br />

associados e de<br />

Estado também abrangidos.<br />

O Governo remete o processo<br />

de selecção dos parceiros<br />

para o MIT, demarcando-se<br />

da sugestão de<br />

alg<strong>uma</strong> falta de transparência<br />

formulada por José<br />

Lopes da Silva, presidente<br />

do Conselho de Reitores das Universidades<br />

Portuguesas e da Universidade<br />

Técnica de Lisboa (<strong>uma</strong> das sete<br />

escolhidas). «Na hora da verdade,<br />

muitos não ficam contentes com a avaliação.<br />

Mas quem não é considerado<br />

suficientemente bom para entrar deve<br />

aprender com isso e tornar-se<br />

melhor», alegou Mariano Gago, ministro<br />

da Ciência, Tecnologia e Ensino<br />

Superior, em declarações à margem<br />

da sessão oficial.<br />

| A lacuna e a não lacuna |<br />

Entretanto, questionado pelo MU quanto<br />

à possibilidade de este acordo aumentar<br />

o fosso entre as universidades seleccionadas<br />

e as restantes, Mariano Gago<br />

desvaloriza a questão e adianta que não<br />

se deve misturar a dotação excepcional<br />

para a Ciência com o OE afecto ao Ensino<br />

Superior em 2007. Acrescenta que os<br />

cortes necessários neste último (na<br />

ordem dos 7 por cento) atingem todo o<br />

ensino universitário público e não podem<br />

<strong>ser</strong> colmatados através das verbas<br />

implícitas ao acordo de cooperação com<br />

o MIT. Segundo Manuel Gomes Mota,<br />

vice-reitor da Universidade do Minho –<br />

outro dos estabelecimentos abrangidos<br />

que coordenará em Portugal duas das<br />

quatro áreas temáticas no âmbito da<br />

Engenharia – «a lacuna no OE para o<br />

sector não tem nada a ver com a não<br />

lacuna neste protocolo com o MIT». Até<br />

porque «dois terços do investimento que<br />

fica nas universidades é para os bolseiros<br />

e formandos enquanto o resto se<br />

destina aos gastos dentro dos laboratórios<br />

a fazer os seus doutoramentos».<br />

Phil Clay, chanceler do MIT (à<br />

esquerda); José Sócrates (no meio) e<br />

Mariano Gago, ministro da Ciência,<br />

Tecnologia e Ensino Superior (à direita),<br />

na primeira linha do lançamento oficial<br />

do “Programa MIT - Portugal”, no CCB,<br />

em Lisboa<br />

| Pouca margem de manobra |<br />

Leopoldo Guimarães, reitor da Universidade<br />

Nova de Lisboa, admite<br />

que, face ao cenário actual, há que<br />

enveredar por <strong>uma</strong> «gestão de sobrevivência».<br />

Adianta que «como a Ciência<br />

tem <strong>mais</strong> dinheiro», se está a tentar<br />

que os docentes a trabalhar simultaneamente<br />

no Ensino Superior e na<br />

investigação sejam pagos através<br />

desta. «Já que a <strong>ser</strong>vem, que sejam<br />

remunerados por ela», disse.<br />

Acrescentou ainda que face à «pouca<br />

capacidade de manobra» das instituições<br />

de ensino superior público, há<br />

que «apostar na agregação a projectos<br />

de investigação» (caso das colaborações<br />

com o MIT e as Universidades<br />

Carnegie Mellon e do Texas em<br />

Austin). Contudo, «a maior parte dos<br />

estabelecimentos, para pagar aos professores,<br />

tem de recorrer às propinas».<br />

Esse «é um facto».<br />

Moldes gerais da cooperação<br />

Engenharia<br />

• Para cada área temática um programa anual<br />

de formação avançada (tipo “Professional<br />

Master”), outro de doutoramento e ainda um de<br />

investigação: ao fim de cinco anos, deverá haver<br />

320 diplomas de especialização (Professional<br />

Master) e 35 alunos de doutoramento por ano<br />

• 14 contratos anuais de professor/ investigador<br />

para as instituições portuguesas e 18 bolsas<br />

anuais de pós-doutoramento nos<br />

estabelecimentos nacionais<br />

• MIT pode receber por ano 33 alunos e 15<br />

professores portugueses (no máximo)<br />

Gestão<br />

- Programa de MBA de âmbito internacional<br />

- Programa de seminários de doutoramento<br />

Entrevista a Phil Clay,<br />

chanceler do MIT<br />

| À comitiva de jornalistas |<br />

Porque é que entre várias parcerias<br />

internacionais já estabelecidas,<br />

o MIT escolheu desta vez Portugal?<br />

Antes de <strong>mais</strong>, fizemos a nossa<br />

selecção baseados nos colegas e<br />

amigos portugueses que já conhecíamos<br />

do MIT. Além da qualidade reconhecida<br />

no seu trabalho, consideramos<br />

existir aqui um conjunto de<br />

matérias interessantes sobre as<br />

quais nos poderíamos debruçar [um<br />

membro da direcção do MIT referiu, a<br />

título de exemplo, a exploração portuguesa<br />

da energia eólica]. Paralelamente,<br />

o próprio compromisso assumido<br />

pelo Governo, o encorajamento<br />

dado pelo primeiro-ministro foi tido<br />

em conta.<br />

| Ao MU |<br />

Há alguns meses, no contexto das<br />

negociações com o MIT, a Universidade<br />

Nova de Lisboa ofereceu<br />

20 hectares, no Monte da Caparica,<br />

para a instalação de um pólo de<br />

investigação e formação de pós-<br />

-graduados. O reitor adiantou-nos<br />

que o acordo «derivou para outra<br />

modalidade». É possível vir a existir<br />

<strong>uma</strong> estrutura física do MIT em<br />

Portugal?<br />

Posso garantir-lhe que isso não vai<br />

acontecer. Temos um único campus<br />

em Massachusetts e não pensamos<br />

implementar-nos também aqui. As<br />

relações com os nossos parceiros<br />

internacionais não implicam a construção<br />

de estruturas físicas nesses<br />

países.<br />

Este é um acordo «inicial» de cinco<br />

anos. O MIT admite a possibilidade<br />

de <strong>uma</strong> renovação?<br />

Não está nos nossos planos. Assim<br />

como existia vida antes do protocolo<br />

com o MIT, haverá vida depois dele.


12 | 16 OUTUBRO 2006<br />

[ acontece ]<br />

<br />

AMIGOS DE CABECEIRA<br />

O viajante incansável<br />

Gonçalo Cadilhe continua a residir<br />

onde nasceu – Figueira da Foz – mas<br />

é um verdadeiro “cidadão do mundo”.<br />

Depois de se ter licenciado em Gestão<br />

de Empresas e experimentado um<br />

trabalho das nove às cinco, resolveu<br />

deixar tudo e começar a viajar. A Lua<br />

Pode Esperar é um dos frutos dessa<br />

escolha. Segundo a informação veiculada<br />

pela sua editora, trata-se de um<br />

relato das suas peripécias «pela Patagónia<br />

abaixo, pela Indonésia acima,<br />

pelas ilhas do Pacífico e do Índico, pelos<br />

mares da Tasmânia ou das Caraíbas,<br />

pelas cidades dos Andes, da Europa e<br />

de África». Depois da obra Planisfério<br />

Pessoal (editada em 2005), o actual<br />

colaborador do semanário Expresso –<br />

e antigo jornalista independente da<br />

Grande Reportagem – leva-nos consigo<br />

aos quatro cantos do mundo.<br />

Já lhe terão dito que só lhe faltava ir à<br />

Lua. Mas não tem ambições megalómanas.<br />

«À Lua para quê? Tudo o que<br />

me interessa está aqui, na Terra», cost<strong>uma</strong><br />

responder. Um livro que poderá<br />

despertar<br />

invejas. Ou um<br />

bom escape<br />

para quem, por<br />

enquanto, só<br />

pode viajar em<br />

pensamento.<br />

A SABER:<br />

Título: A Lua Pode Esperar<br />

Autor: Gonçalo Cadilhe<br />

Editora: Oficina do Livro<br />

Preço: 18 euros<br />

Ganha!!<br />

Peça no Teatro Garcia de Resende<br />

Um inimigo do povo<br />

“à solta” em Évora<br />

Consideraram-na<br />

<strong>uma</strong> «obra-prima<br />

sobre as contradições<br />

h<strong>uma</strong>nas».<br />

Um Inimigo do Povo,<br />

de Henrik Ibsen,<br />

estreou-se em 1883<br />

causando polémica<br />

e muito escândalo.<br />

Para ver no Teatro<br />

Garcia de Resende,<br />

em Évora, até 4 de<br />

Novembro<br />

| POR LINA MANSO |<br />

LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

De acordo com o comunicado<br />

de imprensa daquela casa de<br />

espectáculos, o encenador António<br />

Mercado escolheu um dos<br />

textos <strong>mais</strong> conhecidos da obra do<br />

dramaturgo norueguês para assinalar<br />

o centenário da sua morte.<br />

Um Inimigo do Povo podia <strong>ser</strong> o retrato<br />

da hipocrisia da sociedade contemporânea.<br />

A história parte da denúncia<br />

de um médico. Ao aperceber-se que<br />

a água das termas da pequena cidade<br />

norueguesa onde exerce a sua<br />

actividade está poluída, faz o alerta<br />

público. Primeiramente louvado pelos<br />

habitantes, acaba por se tornar um<br />

elemento indesejável. Afinal, a sua<br />

revelação põe em risco muitos interesses<br />

económicos. De um lado da<br />

barricada, um «indivíduo honesto,<br />

que se considera dotado da verdade»,<br />

do outro <strong>uma</strong> «comunidade mesquinha<br />

e cega para com as evidências».<br />

Ainda no âmbito da celebração da<br />

efeméride, o Centro Dramático de<br />

Ganha!!<br />

O MU tem 2 convites duplos para<br />

a peça Um Inimigo do Povo, dia 20<br />

de Outubro, no Teatro Garcia de<br />

Resende, em Évora, às 21h30.<br />

Para ganhares responde à seguinte<br />

pergunta:<br />

QUEM É O ENCENADOR DESTA<br />

PEÇA?<br />

Envia a resposta com o teu nome e<br />

BI para passatempo@mundouniversitario.pt,<br />

até às 13 horas do dia 20<br />

de Outubro. Os vencedores <strong>ser</strong>ão<br />

notificados por e-mail e a listagem<br />

publicada em http://mundouniversitário.blogspot.pt.<br />

Évora (Cendrev), dedica um número<br />

especial da sua revista – Adágio – à<br />

vida e obra de Ibsen. Isto porque,<br />

segundo o encenador, a data da sua<br />

morte não foi condignamente assinalada<br />

pela maioria dos agentes culturais.<br />

De referir que o elenco conta com <strong>uma</strong><br />

participação especial de Mário Barradas,<br />

ao qual <strong>ser</strong>á feita <strong>uma</strong> homenagem<br />

no último dia de exibição da peça<br />

(4 de Novembro).<br />

Arr<strong>uma</strong>ções<br />

no Gil Vicente em Coimbra<br />

O MU OFERECE DOIS<br />

BILHETES duplos para a peça<br />

de teatro Diálogo das Compensadas,<br />

de João Aguiar, no Castelo<br />

de São Jorge, em Lisboa, dia 19<br />

de Outubro, às 21h18.<br />

Envia a frase: Eu quero ir ao teatro<br />

para passatempo@mundouniversitario.pt,<br />

até às 13h de dia 18,<br />

indicando do teu nome e BI. Os<br />

vencedores <strong>ser</strong>ão notificados por<br />

e-mail e a listagem publicada em<br />

http://mundouniversitario.blogspot.pt.<br />

Parte desenho,<br />

parte instalação,<br />

o trabalho<br />

de Filipa Vicente<br />

(licenciada em Artes<br />

Plásticas pela Escola<br />

Superior de Artes e<br />

Design), consiste n<strong>uma</strong><br />

«espécie de casulos<br />

como protecções/arr<strong>uma</strong>ções<br />

que, de forma aparentemente<br />

neutra, existem<br />

enquanto sugestão ao<br />

espectador». Segundo<br />

informação do Teatro Académico<br />

Gil Vicente, em Coimbra,<br />

onde a exposição se<br />

encontra até 30 de Outubro –<br />

durante toda a semana, pela<br />

noite dentro, excepto sábados e<br />

domingos de manhã – a autora não pretende do visitante<br />

<strong>uma</strong> contemplação passiva. Arr<strong>uma</strong>ções<br />

estimula «o desejo de mexer, de abrir, de usar,<br />

de “atravessar” as camadas de tecido, de chegar<br />

a algum “lugar” existente na peça».


Loto<br />

Ao segundo disco, o trio de<br />

Alcobaça tenta a afirmação<br />

definitiva num meio musical<br />

cada vez <strong>mais</strong> à procura do<br />

descartável. Apesar de terem<br />

a noção que a festa um dia<br />

há-de acabar, o espírito de<br />

celebração está bem aceso<br />

em Beat Riot.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |<br />

| DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

A Caravana Não Pode Parar<br />

PEDRO MINEIRO<br />

| Filme |<br />

16 OUTUBRO 2006 | 13<br />

[ acontece ]<br />

Palais Royal!<br />

– Dondoca à força<br />

Neste Beat Riot sentiram a responsabilidade<br />

do difícil 2.º álbum ou isso<br />

não passa um cliché do rock/pop?<br />

Ricardo Coelho: Essa pressão do<br />

segundo disco existe sempre ao nível<br />

de saber se tu consegues manter a bitola<br />

do primeiro disco. De qualquer maneira,<br />

só era possível fazer este disco nesta<br />

altura...<br />

A vossa missão é, em última análise,<br />

encontrar a canção pop perfeita?<br />

João Tiago: Pode-se dizer que sim.<br />

Prestamos muita atenção aos pormenores.<br />

RC: Enquanto ideia, enquanto conceito,<br />

também concordo. De qualquer<br />

maneira, <strong>ser</strong>ia muito chato fazer um<br />

disco preso só a essas bases. É por isso<br />

que temos influências funk, electro,<br />

rock, música de dança...<br />

Fiquei com a ideia de que este disco<br />

continua a celebração do “The Club”,<br />

mas já se faz o anúncio de um inevitável<br />

fim de festa. Concordam?<br />

Ganha!<br />

JT: O que se pode dizer, e de alg<strong>uma</strong><br />

maneira está relacionado com o que<br />

dizes, é que talvez o local de festa<br />

mudou de sítio. Depois do clube fechado<br />

e claustrofóbico, a acção tenha passado<br />

para um espaço muito <strong>mais</strong> aberto,<br />

como as ruas.<br />

RC: Eu acho que isso faz muito sentido.<br />

Talvez tenhamos passado a fase daquela<br />

movida constante dos tempos de<br />

faculdade, para <strong>uma</strong> fase <strong>mais</strong> pessoal<br />

com um regresso às nossas raízes em<br />

Alcobaça e tudo <strong>mais</strong>. É hora de enfrentar<br />

o mundo como ele é.<br />

Como surgiu a colaboração com<br />

Peter Hook? Intimidou-vos trabalhar<br />

com um ícone como ele?<br />

RC: Claro que assustou.... o homem é<br />

um mito!<br />

Pedrosa: Conhecemo-lo no Super-<br />

Bock SuperRock do ano passado,<br />

quando os New Order vieram cá tocar,<br />

e a partir daí fomos mantendo o contacto<br />

possível via net. Já com o álbum<br />

quase pronto, nós demos-lhe a ouvir e<br />

Passatempo MAU<br />

Ganha!<br />

ele adorou as malhas de baixo do disco.<br />

Para nossa surpresa, ele decidiu que<br />

queria participar no disco.<br />

Em relação ao termo MadBaça,<br />

acham que a expressão faz algum<br />

sentido?<br />

JT: (Risos) Isso começou como <strong>uma</strong><br />

piada de um jornalista que <strong>uma</strong> vez decidiu<br />

chamar assim ao movimento de<br />

bandas de Alcobaça. A coisa surgiu um<br />

pouco do facto de nós, os The Gift, e os<br />

próprios Spartak! termos muitas influências<br />

da cena musical de Manchester/Madchester<br />

dos anos 80 e princípios<br />

de 90. Depois a expressão parece que<br />

ficou mesmo...<br />

RC: Eu acho que até soa bem (Risos)...<br />

e não se prende só a bandas. Também<br />

está relacionado com o Clinic em Alcobaça<br />

que também já é um espaço de<br />

referência, com fotógrafos, realizadores<br />

de vídeo, etc. Acabou-se por criar<br />

um movimento artístico intimamente<br />

ligado a Alcobaça, que ficou com esse<br />

nome.<br />

Passatempo Bonde do Role<br />

Qualquer semelhança... não é mera coincidência.<br />

Palais Royal! – Dondoca à Força, da<br />

autoria da actriz/realizadora/argumentista<br />

francesa, é <strong>uma</strong> apurada sátira com <strong>uma</strong> vítima<br />

bem definida, mas ja<strong>mais</strong> admitida: a monarquia<br />

inglesa e o seu passado recente.<br />

Com o inevitável cinismo francês, Lemercier<br />

constrói um filme humoristicamente implacável<br />

e que muitas vezes chega a <strong>ser</strong> verdadeiramente<br />

hilariante. Com <strong>uma</strong> realizadora da<br />

França republicana a debruçar-se sobre a casa<br />

real britânica o resultado só poderia <strong>ser</strong><br />

mesmo este. Bem dito choque de culturas.<br />

(Apenas como nota, é inevitável fazer referência<br />

ao patético título desencantado pelo tradutor<br />

nacional. Inconcebível.)<br />

| Ficha técnica |<br />

Realização/Argumento: Valérie Lemercier.<br />

Elenco: Valérie Lemercier, Lambert Wilson,<br />

Catherine Deneuve.<br />

Nota MU: 14 valores!<br />

| Disco |<br />

Valete<br />

Serviço<br />

Público<br />

14 valores!<br />

O MU tem 4 convites<br />

duplos para MAU, dia 18<br />

de Outubro, no Clube Mercado,<br />

às 23h. Para ganhares<br />

responde à seguinte<br />

pergunta:<br />

QUAL O NOME DO ÁLBUM<br />

DE ESTREIA DOS MAU?<br />

Envia a resposta com o teu<br />

nome e BI para passatempo@mundouniversitario.pt,<br />

até às 13 horas do dia 18<br />

de Outubro. Os vencedores<br />

<strong>ser</strong>ão notificados por e-mail<br />

e a listagem publicada em<br />

http://mundouniversitário.blo<br />

gspot.pt. Para <strong>mais</strong> informações,<br />

consulta: http:<br />

//www.mundouniversitario.pt<br />

O MU tem 4 convites<br />

duplos para BONDE DO<br />

ROLE, dia 21 de Outubro,<br />

no Clube Mercado, às<br />

23h. Para ganhares<br />

responde à seguinte<br />

pergunta:<br />

QUANTOS<br />

ELEMENTOS<br />

COMPÕEM OS BONDE<br />

DO ROLE?<br />

Envia a resposta com o<br />

teu nome e BI para passatempo@mundouniversitario.pt,<br />

até às 13 horas<br />

do dia 21 de Outubro. Os<br />

vencedores <strong>ser</strong>ão notificados<br />

por e-mail e a listagem<br />

publicada em http://mundouniversitário.blogspot.pt.<br />

Para <strong>mais</strong> informações,<br />

consulta: http://www.mundouniversitario.pt.<br />

Ora aqui está um disco<br />

que não pede licença a<br />

ninguém seja para o<br />

que for. Em Serviço Público, segundo álbum<br />

de originais de Valete (de longe um dos melhores<br />

MC portugueses), em nenhum momento<br />

há espaço para cerimónias, salamaleques,<br />

diplomacias ou qualquer tipo de protocolo.<br />

Exclusão social, a vida nos guetos, a epidemia<br />

do HIV/Sida, a indústria do hip-hop de plástico<br />

são alguns dos temas na mira de um MC que<br />

utiliza <strong>uma</strong> linguagem dura e que recusa qualquer<br />

tipo de palmadinhas nas costas. Cada<br />

rima funciona como um tabefe e nada nem<br />

ninguém sai ileso. Não é <strong>uma</strong> obra-prima, mas<br />

muitos desejariam poder chegar a este nível.


14 | 16 OUTUBRO 2006<br />

[ lifestyle ]<br />

É tempo de virar a página<br />

MODA. Há quem diga que a vida é como um livro, que se escreve<br />

à medida que os anos vão passando. Também a moda tem a sua<br />

própria linguagem, histórias, e memórias. A rotatividade das estações<br />

obriga-nos a olhar em frente e a deixar no fundo do armário<br />

aquela camisola que vestimos naquele momento tão feliz. Na vida<br />

como na moda há que saber virar a página, e por isso o MU traz-<br />

-te as <strong>mais</strong> recentes tendências para que enfrentes a estação fria.<br />

| POR MANUEL ARNAUT MARTINS | MMARTINS@MUNDOUNIVERSITARIO.PT | FOTOS RUI VASCO MODALISBOA |<br />

Efeito Casulo Este Inverno, os<br />

designers vieram mostrar a sua irreverência,<br />

apostando em novos formatos. Este<br />

novo traço é arredondado e volumoso. Há<br />

quem lhe chama look bolha, sino, ou casulo.<br />

Estes novos volumes aplicam-se a saias<br />

de efeito balão, vestidos ou casacos. Nuno<br />

Baltazar desenhou elegantes saias, que<br />

não contrastaram e se integraram perfeitamente<br />

na filosofia habitual de glamour cinematográfico<br />

das suas silhuetas. Katy Xiomara<br />

foi outra adepta desta tendência<br />

criando vestidos curtos, extremamente<br />

femininos e joviais, adjectivos correntemente<br />

utilizados para caracterizar os desfiles<br />

da estilista.<br />

Metalizados O look rei dos anos 80 volta às pas<strong>ser</strong>elles.<br />

Quem não se lembra dos minúsculos hot pants de<br />

inspiração disco de Kylie Minogue? Amoda portuguesa pode<br />

não ter sido tão arrojada, mas também abraçou a tendência.<br />

Miguel Vieira apostou em collants de aparência metálica dourada<br />

para polvilhar de brilho e enriquecer as suas criações.<br />

Aleksandar Protich recorreu ao cinzento metálico para trazer<br />

frieza invernosa ao seu desfile. Em vestidos, acessórios, ou<br />

meros pormenores, o metal pode <strong>ser</strong> encontrado nas <strong>mais</strong><br />

diversas formas, trazendo doses extra de luminosidade. O<br />

resultado é extremamente vistoso, apenas recomendado a<br />

quem não tem problemas em brilhar.<br />

“Chapéus há muitos” Muitas vezes a moda de homem é<br />

criticada por algum “cinzentismo”. Alg<strong>uma</strong>s vozes menos contentes queixam-<br />

-se de <strong>uma</strong> falta de oferta e de opções criativas que permitam fugir aos estereótipos<br />

da moda masculina. Este Outono/Inverno, os chapéus podem <strong>ser</strong> o elemento<br />

que animará o guarda-fatos masculino. A velha deixa “chapéus há muitos”<br />

aplica-se na perfeição porque este Inverno as opções são realmente inúmeras.<br />

Desde um look <strong>mais</strong> clássico, quase gangster, passando por gorros de<br />

inspiração folclórica, dá para tudo. São o complemento ideal para finalizar qualquer<br />

toilette.<br />

O regresso<br />

do gentleman<br />

A moda tem destas coisas. Por vezes <strong>mais</strong><br />

experimental e arrojada, outras vezes<br />

apostando de novo em fórmulas vencedoras<br />

no passado. Este Outono/Inverno<br />

alguns criadores foram recuperar o modelo<br />

do homem clássico dando-lhe <strong>uma</strong> pitada<br />

de modernidade. Visuais clean, cheios<br />

de classe e sex appeal na medida certa. O<br />

fato foi ajustado ao corpo: blazers cintados<br />

e calças justas, afuniladas e curtas que deixam<br />

a descoberto os sapatos que tendem<br />

a <strong>ser</strong> compridos e bicudos. As gravatas<br />

finas de nó fechado compõem o look. Em<br />

alternativa ao fato completo há sempre a<br />

possibilidade de optar por elegantes camisolas<br />

de gola alta ou pulôveres, como sugere<br />

Nuno Baltazar.


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16 | 16 OUTUBRO 2006<br />

[ salada russa ]<br />

No <strong>Mundo</strong><br />

dos Porquês<br />

Em Itália, um estudo efectuado concluiu que 1 em cada 3<br />

deputados do Parlamento italiano consome habitualmente<br />

drogas, entre haxixe e cocaína.<br />

A Nova Confraria propõe que se realize idêntico estudo<br />

em Portugal, a que deverão <strong>ser</strong> sujeitos os nossos Ilustres<br />

parlamentares.<br />

Talvez o resultado não viesse a <strong>ser</strong> muito diferente... Pelo<br />

menos, a avaliar pelo teor de determinadas leis que são<br />

aprovadas.<br />

| Blogosfera |<br />

A solidão do<br />

Monge<br />

| Cantinho dos Media |<br />

«Em hebraico, Dabar significa palavra,<br />

acontecimento, notícia e coisa»,<br />

explicou Patrício Oliveira, da direcção<br />

da Associação de Estudantes<br />

do Instituto Superior de Estudos<br />

Teológicos de Coimbra (estabelecimento<br />

de Ensino Superior filiado na<br />

Universidade Católica Portuguesa).<br />

Referia-se ao título da publicação<br />

que coordena desde o início do ano<br />

lectivo.<br />

| POR LINA MANSO |<br />

| LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Rasputine in<br />

http://anovaconfraria.blogspot.com<br />

Terça-feira, Outubro 10, 2006<br />

Lapso<br />

A RTP corrigiu o lapso. Já incluiu o nome de Oliveira Salazar<br />

na lista de sugestões para Os Grandes Portugueses.<br />

FJV in<br />

http://www.origemdasespecies.blogspot.com<br />

Terça-feira, Outubro 10, 2006<br />

A propósito do aniversário da morte de Thelonious Monk,<br />

a entrevista de Bill Clinton em 1992 com <strong>uma</strong> jornalista:<br />

Jornalista: Is there one thing you've always wanted to do?<br />

Clinton: I always wanted to play sax with Thelonious<br />

Monk.<br />

Jornalista: (clearly confused) And who is the loneliest<br />

monk?<br />

DC in<br />

www.acooperativa.blogspot.com<br />

Quarta-feira, Outubro 11, 2006<br />

Ano de estreia?<br />

Tem tantos anos quanto a associação<br />

de estudantes, ou seja, 15 [completados<br />

na semana passada].<br />

Periodicidade?<br />

Anual. Por razões financeiras não se<br />

tem publicado ininterruptamente desde<br />

que arrancou. Mas este ano lectivo vai<br />

sair, em princípio no começo de 2007.<br />

Sudoku<br />

| Passatempos |<br />

Palavras cruzadas<br />

Preço?<br />

A subscrição anual é de 5 euros<br />

(entregamo-los via postal).<br />

Tiragem?<br />

Em 2004/05 foram 200 exemplares<br />

(no ano lectivo passado não saiu).<br />

Equipa?<br />

Na paginação e revisão de textos<br />

somos quatro/cinco pessoas. Quanto<br />

aos conteúdos, são produzidos pelos<br />

alunos do instituto (somos 27, distribuídos<br />

por seis anos).<br />

Soluções<br />

SUDOKU<br />

PALAVRAS CRUZADAS<br />

Rasos.<br />

Riga. Rá. 9 - Ame. Valor. 10 - Som. Toe. Aca. 11 - Orega.<br />

4 - Ar. Pele. 5 - Saras. Temor. 6 - Vetas. 7 - Óscar. Sábio. 8 -<br />

VERTICAIS: 1 - Medir. Galos. 2 - Aló. Iva. Are. 3 - Talco. Tal.<br />

Oiras.<br />

8 - Lesara. 9 - Latem. Balas. 10 - Ora. Ori. Oco. 11 - Selar.<br />

Dólar. Creme. 4 - Cravai. 5 - Rio. Sergeta. 7 - Gametas. Ver.<br />

HORIZONTAIS: 1 - Matas. Omaso. 2 - Ela. Ais. Mor. 3 -<br />

HORIZONTAIS: 1 - Arvoredos. Terceiro estômago dos ruminantes. 2 - Namorada.<br />

Gemidos. Maior. 3 - Unidade monetária dos Estados Unidos da América<br />

do Norte. Substância pastosa que <strong>ser</strong>ve como cosmético. 4 - Fixai por meio de<br />

cravo ou prego. 5 – Curso de água natural. Sirigaita (pop.). 7 – O m. q. lentilhas.<br />

Ob<strong>ser</strong>var. 8 - Molestara. 9 - Ganem. Projéctil de arma de fogo (pl.). 10 -<br />

Declama. Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de boca.<br />

Que não tem medula ou miolo. 11 - Estampilhar. Tonturas.<br />

VERTICAIS: 1 - Determinar ou avaliar a grandeza, extensão ou quantidade<br />

de. Género de aves galináceas (pl.). 2 - Para barlavento. Nome de <strong>uma</strong> planta<br />

labiada, vivaz com base lenhosa. Unidade das medias agrárias. 3 - Pó resultante<br />

da pulverização do silicato de magnésio hidratado, usado como medicamento<br />

e na higiene corporal sobre a pele. Semelhante. 4 - Atmosfera. Epiderme.<br />

5 – Curas. Receio. 6 - Impedes. 7 - Nome próprio masculino. Filósofo. 8 -<br />

Linho proveniente de Riga, cidade capital da Letónia. Deus egípcio. 9 - Deseje.<br />

Mérito. 10 - Emissão de voz. Soe. Mau cheiro. 11 - Raia que aparece na<br />

costa portuguesa e é também conhecida por nevoeira. Lisos.<br />

Linha editorial?<br />

O grande objectivo do jornal é fazer a<br />

divulgação das actividades dos estudantes.<br />

Sobretudo dos seminários e<br />

das conferências da semana de estudos<br />

do ano lectivo anterior. Também<br />

podemos publicar outros trabalhos<br />

como recensões sobre livros de leitura<br />

obrigatória.<br />

Cavalos-de-batalha?<br />

Os assuntos do Dabar andam sempre<br />

na linha da Teologia e do que é leccionado<br />

nas nossas aulas. A Era do<br />

Vazio, O Sagrado e o Profano ou O<br />

Budismo e o Homo Religiosus são<br />

temas de alg<strong>uma</strong>s conferências cujos<br />

trabalhos respectivos foram publicados<br />

na última edição.


PS2 | ACE COMBAT ZERO: The Belkan War<br />

[ JOGOS ]<br />

16 OUTUBRO 2006 | 17<br />

[ 5.ª dimensão ]<br />

Manda-chuva!<br />

Ases Virtuais<br />

Não traz nada de radicalmente<br />

novo, mas nem por isso deixa<br />

de <strong>ser</strong>vir na perfeição <strong>uma</strong> série<br />

a que nenhum fã dos combates<br />

pelos ares deveria ficar<br />

indiferente.<br />

| POR MIGUEL ARAGÃO |<br />

| MUNDO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Em equipa que ganha não se mexe. A<br />

frase cost<strong>uma</strong> aplicar-se à bola, mas<br />

também se encaixa aqui na perfeição.<br />

Depois de, no ano passado, ter lançado<br />

Ace Combat 5, a Namco recua agora<br />

no tempo e apresenta os acontecimentos<br />

que antecederam o seu predecessor,<br />

com Ace Combat 0.<br />

Diga-se que estamos diante de <strong>uma</strong><br />

mistura entre os preciosismos da simulação<br />

e a acção desenfreada das arcadas.<br />

O resultado, como aliás é apanágio<br />

da série, é um rápido, envolvente e intuitivo<br />

jogo, que apesar de não introduzir<br />

grandes novidades, não deixa de<br />

<strong>ser</strong>vir <strong>uma</strong> boa dose do <strong>mais</strong> puro dos<br />

entretenimentos.<br />

| Novidades |<br />

Uma das principais novidades incluídas<br />

no pacote é a opção multiplayer que<br />

nos permite não só mergulhar em intensos<br />

combates mano-a-mano (os famosos<br />

dogfights), como abraçar a mesma<br />

causa e partir em intensos raides contra<br />

instalações inimigas.<br />

Ainda que só para dois jogadores e em<br />

ecrã dividido, ninguém vai ficar indiferente<br />

a estes trabalhos de equipa, apenas<br />

porque é do <strong>mais</strong> divertido que há<br />

no género. Muitas vezes, durante as<br />

missões, demoramos cerca de meia hora<br />

a cumprir os objectivos estabelecidos<br />

e uns dez minutos só para nos vermos<br />

livres destas carraças dos ares.<br />

Esta novidade tem aspectos muito positivos,<br />

mas alguns <strong>mais</strong> negativos.<br />

Imaginem-se a completar <strong>uma</strong> complicadíssima<br />

missão para depois, quando<br />

já nada o faria prever, aparecer <strong>uma</strong><br />

destas melgas e vos arruinar todo o<br />

trabalho.<br />

| Missão Ny<strong>uma</strong> |<br />

Apesar de não haver muito que se possa<br />

fazer com um avião nas mãos, além<br />

de destruir forças inimigas ou proteger<br />

bases aliadas, a Namco aposta nos<br />

pormenores para que a acção ass<strong>uma</strong><br />

contornos cada vez <strong>mais</strong> credíveis.<br />

Ny<strong>uma</strong> é <strong>uma</strong> missão em que somos<br />

chamados a libertar um país aliado das<br />

garras do inimigo. Depois de bombardearmos<br />

com sucesso as posições adversárias,<br />

é possível ouvirmos, através<br />

do rádio, no cockpit, os festejos no solo<br />

do recém-liberto povo.<br />

Pormenores que fazem toda a diferença<br />

e que nos mergulham com muito<br />

<strong>mais</strong> intensidade na acção. Em termos<br />

gráficos, não esperem nada de muito<br />

diferente do que a Namco já nos habituou,<br />

esperem antes pela PS3 se qui<strong>ser</strong>em<br />

ver algo de verdadeiramente revolucionário.<br />

Contem, isso sim, com alg<strong>uma</strong>s boas<br />

horas do melhor que há na aviação virtual,<br />

em <strong>mais</strong> um capítulo de <strong>uma</strong> série<br />

que promete continuar a fazer as alegrias<br />

dos fãs de Top Gun.<br />

Nota MU: 16 valores!<br />

Para quem gosta de brilhar, até à chuva.<br />

Estes revolucionários guarda-chuvas<br />

prometem sucesso principalmente nocturno<br />

e são também <strong>uma</strong> <strong>mais</strong>-valia em<br />

termos de segurança. Um pequeno<br />

interruptor permite controlar as várias<br />

intensidades da coisa… Tudo a bombar?<br />

Modo pisca-pisca? Ou apagaditas?<br />

Com apenas três pilhas AAA, esta<br />

pequena maravilha promete iluminar os<br />

Invernos de quem ainda tem paciência<br />

para andar com guarda-chuva! Até parece<br />

que já estamos aí a ver as meninas a<br />

pedirem ao São Pedro para mandar<br />

chuva, só para estrearem o seu chapelito<br />

novo.<br />

www.iwantoneofthose.com<br />

Fonte<br />

gulosa<br />

Ai está o que é! Agora já não é preciso<br />

<strong>ser</strong> VIP e ter convite para <strong>uma</strong> qualquer<br />

inauguração da moda para se poderem<br />

deliciar com <strong>uma</strong> fonte de chocolate.<br />

Vale tudo. Desde fruta a marisco… é o<br />

que qui<strong>ser</strong>em ver encharcado em chocolate<br />

n<strong>uma</strong> questão de segundos.<br />

Bolos, queijos, carnes, peixes, tudo…<br />

tudo com chocolate… Com pouco <strong>mais</strong><br />

de 40 cm de altura e 23 de largo, a<br />

Chocolat Fountain é a prenda ideal<br />

para qualquer guloso sempre em festa.<br />

E o resto é chocolate. Eu já encomendei<br />

<strong>uma</strong> para pôr na varanda!<br />

www.iwantoneofthose.com<br />

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18 | 16 OUTUBRO 2006<br />

[ bar aberto ]<br />

Mega boas vindas<br />

O começo de aulas já vai longe, mas as festas consecutivas não parecem<br />

satisfazer os apetites vorazes dos novos rebentos académicos. Nos dias<br />

11 e 12 de Outubro, a mãe de todas as recepções aos caloiros – a já famosa<br />

Mega Festa do Caloiro – invadiu a zona ribeirinha da área norte do<br />

Parque das Nações, trazendo consigo a Chuva de Tunas, o Palco MegaFM e<br />

a Final da Miss e Mr. Caloiro. As <strong>mais</strong> de 35 barraquinhas das Associações<br />

de Estudantes encarregaram-se de animar o <strong>ser</strong>ão pela noite dentro.<br />

| POR MARIANA SERUYA CABRAL | MCABRAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Se queres ver a festa da tua faculdade ou politécnico catapultada para a fama, arma-te em paparazzi e envia as fotos para MCABRAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT. Nós publicamos!


16 OUTUBRO 2006 | 19<br />

[ bd ]<br />

Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com


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25 MAIO 2004

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