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Campus [reportagem]
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[29 de Outubro de 2007]
3ª fase de acesso ao ensino superior
A Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES)
vai apresentar até dia 7 de Novembro, quarta-
-feira, a lista de estabelecimentos universitários
disponíveis para receber alunos da terceira
fase de acesso ao ensino superior. A
candidatura é feita directamente na própria
instituição universitária, uma vez que a DGES
fornece aos estabelecimentos um programa
que permite fazer o registo das candidaturas,
seriação e realização da colocação.
UNI curiosidades
Ano de fundação: 1994
Antigos alunos: Armando
Vara, Catarina Furtado, José
Sócrates, Júlia Pinheiro, Margarida
Marante, Teresa Guilherme
Antigos docentes: Emídio
Rangel, Joaquim Letria, Filipe
La Féria, Alberto João Jardim.
Número de alunos inscritos
Ano 2006/ 2007: 2400
Licenciaturas: Ciências da
Comunicação, Direito, Engenharias
(Ambiente, Civil,
Electrotécnica, Industrial e
Informática), Gestão de
Empresas, Psicologia, Relações
Internacionais.
Valor da propina: 215 euros,
liquidados de forma anual,
semestral ou mensal. 35
euros por cada disciplina
avulsa
CRONOLOGIA DA CRISE
26/02/07
O reitor Luís Arouca demite
as direcções executiva e
académica por suspeitas de
ilegalidades. Rui Verde é
suspeito.
27/02/07
A PJ faz buscas nas instalações
da Independente. O
ministro do Ensino Superior
ordena uma inspecção.
05/03/07
Os alunos voltam à Universidade
após uma semana
sem aulas.
20/03/07
Rui Verde reassume o poder
na Universidade Independente.
21/03/07
Rui Verde é detido para prestar
declarações.
22/03/07
Rui Verde fica em prisão preventiva,
a medida de coacção
mais grave prevista na
lei.
27/03/07
Alguns alunos da Universidade
Independente exigem
uma indemnização pelos
danos causados com a crise
do estabelecimento.
29/03/07
O ministro do Ensino Superior,
Mariano Gago, determinou
o encerramento compulsivo
UnI por "manifesta
degradação pedagógica”.
UNIVERSIDADE INDEPENDENTE ENCERRA HOJE
Alunos sentem dificuldades
na mudança
A Universidade Independente
(UnI) encerra hoje,
31 de Outubro, em
cumprimento do despacho
do Ministério da
Ciência, Tecnologia e Ensino
Superior (MCTES), e
isto apesar da providência
cautelar interposta
por aquela instituição
para suspender o encerramento
compulsivo da
universidade, entregue
no dia 10 de Agosto, no
Tribunal Administrativo e
Fiscal de Lisboa.
Margarida Rolo Matos
mrmatos@mundouniversitario.pt
Segundo Maria João Barreto,
assessora e vice-presidente
da SIDES, entidade
instituidora da UnI, em declarações
à agência Lusa, a
universidade já transferiu
todos os estudantes para
outros estabelecimentos
de ensino e estão a ser finalizadas
as avaliações dos
alunos de última época de
exames. «Estamos a ultimar
as avaliações, a fazer
os últimos exames, provas
de mestrado e a preparar
os diplomas para os entregar
esta semana.»
Maria João Barreto afirma
que quanto aos estudantes
que se encontravam
no início ou a meio
dos respectivos cursos foram
todos transferidos, uns
por iniciativa própria, outros
com ajuda da direcção
e reitoria. A este respeito
adianta que estes alunos
«tiveram planos de equivalências
mais favoráveis» para
conseguir efectuar as
transferências. A responsável
acrescenta ainda que
os estudantes estão a ser
acompanhados neste processo
por uma equipa da
Direcção-Geral do Ensino
Superior (DGES), nomeada
pelo Ministério na altura
em que foi emitido o despacho.
ESTUDANTES E UNI
EM DESACORDO
No entanto, os alunos da
instituição não partilham a
mesma opinião e sentem-
-se lesados. Falta de apoio
por parte da UnI e estigma
por terem pertencido àquela
universidade são as
ideias generalizadas que
encontram. Há quem ainda
não esteja matriculado
noutro estabelecimento e
esteja desde Setembro à
espera de decisão quanto
ao processo de equivalências,
tendo para tal que desembolsar
mais de 500 euros
somente para o
processo ser analisado. Um
dos casos mais problemáticos
parece ser o de Davide
Duarte, aluno do segundo
ano de Engenharia Informática.
«Fui excluído, por
não ter no ano da minha
admissão na Independente
efectuado a específica de
Matemática, o que viola a
lei, mesmo tendo ficado
em quarto lugar na seriação
no Instituto Superior de
Engenharia de Lisboa». O
estudante acusa: «o MCTES
tem falta de interesse na
resolução de casos como o
meu que viola o que me
empurra para o ensino superior
privado.»
Davide Duarte acusa ainda
a UnI de se ter retirado
do processo e de ter deixado
os alunos ao “deus-dará”.
A mesma posição tem
André Calado, finalista em
Comunicação Social na UnI
e que agora se vê obrigado
a começar de novo a sua
formação. Como só lhe faltavam
3 cadeiras para concluir
a licenciatura, optou
por não acabar os estudos
na UnI e tentar uma pública
MÓNICA MOITAS
que lhe permitisse adquirir
prestígio. A escolha acabou
por recair na Escola Superior
de Comunicação Social
de Lisboa, onde não teve
dificuldades em ingressar.
O problema maior prendeu-
-se com as equivalências,
visto que o estudante tem
de pagar 20 euros por cada
cadeira somente para
ser analisada. «Já tinha
cerca de 30 cadeiras feitas
por isso tenho que desembolsar
600 euros, sem
sequer saber se me vão
ou não dar as equivalências.»
E conclui: «É lamentável
que a instituição não
esteja preparada para resolver
casos específicos e
pior que me proíba de falar
com os docentes, de
forma a não tentar saber
de antemão o programa
das cadeiras, o que, neste
momento, me obriga a começar
do nada e ir a todas
as aulas.»