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6| 6 JUNHO 2005 [ flash ] Entrada no Mercado de trabalho Atirados às feras Tal como terminar o ensino secundário e entrar na universidade, finalizar os estudos universitários e desembocar no mercado de trabalho pode se revelar uma tarefa bastante árdua. Procurar emprego, fazer o currículo, ir a entrevistas ou estabelecer contactos são várias das frentes que o recém licenciado tem de enfrentar. As universidades portuguesas estão atentas e podem ajudar a estender a ponte para um novo mundo. | por Diogo Torgal Ferreira António Gouveia, aluno finalista da Faculdade de Engenharia da Universidade do Porto (FEUP), não podia ser mais claro: «não tenho ideia onde vou conseguir arranjar emprego quando acabar o curso». Poderia pensar-se que este caso seria uma excepção, mas não é. Antes pelo contrário. Como o António há milhares de recém licenciados que anualmente entram no exigente mundo profissional sem perspectivas, planos definidos ou qualquer ponto de partida. Nos tempos que correm, e ainda mais com a crise que se vive desde há uns anos para cá em terras nacionais e europeias, a questão das saídas profissionais é cada vez mais pertinente e prova disso é a importância crescente que a questão vem assumindo nas próprias universidades portuguesas. | Porto de abrigo | Há quem lhes chame Serviço Alunos e Carreiras, outros preferem Gabinete de Estágios e Saídas Profissionais, uns ainda Unidade de Inserção na Vida Activa ou Gabinete de Apoio Profissional. A denominação varia, mas todos têm uma finalidade comum. Nos últimos anos, as universidades de Portugal tem dedicado cada vez mais esforços e atenção para o problema da saída dos seus formandos para a vida profissional. A criação de departamentos para responder às dúvidas e necessidades dos alunos universitários finalistas têm sido uma saudável constante e, em alguns casos específicos, o sucesso desses organismos é notório. Asua utilidade e importância é inequívoca. Estamos a falar de secções que se organizam com uma finalidade principal: ajudar mais e o melhor possível, na entrada de recém licenciados no mundo profissional da área respectiva. Analisando este tipo de departamentos nas universidades nacionais, verifica-se que as suas traves mestras são: • Auxílio e acompanhamento na passagem do aluno para a vida activa; • Apoio pedagógico no que diz respeito às técnicas de procura de emprego (currículos, entrevistas, etc); • Promoção e fomento de um maior autoconhecimento por parte do aluno: expectativas, objectivos, novas competências de cariz relacional e motivacional, factores individuais, etc. Tomando como ponto de partida estes três pilares de actuação, os departamentos de que falamos desenvolvem uma série de iniciativas (ver caixa 1) que ajudam os finalistas a conseguir uma entrada no mundo profissional com o maior sucesso possível. Do lado dos alunos as opiniões variam. O futuro engenheiro António adianta: «só agora estou a tomar o primeiro contacto com a vida de trabalhador através do estágio que estou a realizar, mas de qualquer maneira já estou inscrito no departamento da minha universidade para me aconselhar sobre a melhor forma de entrar no mercado de trabalho». Além do gabinete de apoio, explica que «no site da faculdade existe uma bolsa de emprego de empresas que pretendem seleccionar candidatos da FEUP de um determinado curso e colocam os seus anúncios». Patrícia Salvador, finalista de Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, Modus Operandi Aqui ficam algumas das formas atravØs das quais se desenvolve a actividade dos gabinetes de apoio aos alunos nas Æreas do emprego e carreiras: Elabora ªo, manuten ªo, sistematiza ªo e divulga ªo de uma base de dados com ofertas de emprego, concursos pœblicos e estÆgios; Estabelecimento de um contacto permanente entre a universidade e entidades empregadoras; Elabora ªo de protocolos com entidades empregadoras tendo em vista a cria ªo de oportunidades laborais; Cria ªo de programas de estÆgio curriculares ou profissionais; Promo ªo de programas de bolsas de emprego ou part-time; Dinamiza ªo de testes psicotØcnicos e psicol gicos; Dinamiza ªo de conferŒncias, seminÆrios ou cursos pedag gicos tendo em vista a entrada dos alunos na vida activa; Utiliza ªo de suportes de informa ªo como sites na internet ou linhas telef nicas abertas.

6 JUNHO 2005 | 7 [ flash ] Manual de instruções Curriculum Vitae 1. Escrito a computador; 2. Adaptar o documento a quem Ø dirigido, devidamente datado e assinado; 3. Escrever de modo sintØtico 4. Apenas colocar as informa ıes relevantes; 5. Dividir por partes: Dados pessoais; Habilita ıes literÆrias; Forma ªo complementar; ExperiŒncia profissional; Outros conhecimentos. (Para consulta do modelo europeu de curriculum vitae: http://europa.eu.int/comm/dgs/internal_m arket/docs/calls/2003-07/eu-cv_pt.doc) Carta de apresentação 1. Escrito em pr pria mªo; 2. Dirigir o documento a remetente definido (normalmente Exmo. Dir.K); 3. Escrever por palavras pr prias e utilizar um tom formal; 4. Demonstrar conhecimento da empresa para a qual se dirige a candidatura. não se mostra tão entusiasmada com a correspondente unidade na sua faculdade. «Eu inscrevi-me, dando todos os meus dados, mas ainda não percebo bem como aquilo funciona e acho que não trabalha de forma muito eficaz, porque só há uma pessoa no gabinete e não há muita informação». Continuando o desabafo Patrícia diz-nos que «há mails que os meus colegas recebem e eu não, uma lacuna que de vez em quando acontece com várias pessoas. Parece que se perdem contactos pelo caminho». Apesar deste cepticismo, concede que «de qualquer forma, [os gabinetes] são úteis na divulgação de empregos, estágios e formações, porque funcionam como elo de ligação entre as empresas e os alunos da faculdade». Por sua vez, José Maria Bouza Serrano, aluno finalista de Economia da Universidade Nova de Lisboa, já retirou alguns frutos do Gabinete de Apoio Profissional (GAP) da sua faculdade. «Foi através do GAPque consegui entrar em contacto com dois bancos» diz. O aluno de economia não poupa elogios ao departamento: «é muito útil porque uma vez que estou inscrito, recebo com frequência propostas de empresas por e-mail. É bom para saber que tipo de ofertas existem. Ao mesmo tempo sei quando é que uma empresa vai realizar uma apresentação na minha faculdade». | Preparai-vos! | Sinal e prova da crescente preocupação dos estabelecimentos de ensino superior nacionais e das próprias entidades empregadoras em relação a esta temática, são iniciativas como a que decorreu recentemente no Instituto Superior de Engenharia de Lisboa (ISEL). Numa acção de sensibilização conjunta, promovida pela seguradora Mondial Assistence Portugal (MAP) em parceria com o próprio ISEL, apresentou-se aos alunos finalistas as linhas gerais e procedimentos a seguir na procura do primeiro emprego. Com a participação de profissionais no ramo de recursos humanos, psicologia e gestão, durante a apresentação deu-se aos interessados uma série de informações fundamentais na demanda da primeira oportunidade profissional. Coisas tão importantes como o modo de elaboração de um curriculum vitae ou de uma carta de apresentação, como encarar uma bateria de testes psicotécnicos ou psicológicos, que postura adoptar numa entrevista de emprego ou os principais direitos e deveres relacionados com o primeiro contrato laboral foram temas focados, num anfiteatro bem composto de atentos quase engenheiros. Reservado um último espaço para a colocação de dúvidas por parte dos alunos, ficou assegurada a resposta a muitas perguntas que cada um pudesse ter. Através deste tipo de acções é possível mentalizar e preparar o finalista para o que o espera fora. Tendo em conta o mundo laboral e a sua constante evolução e exigência, sessões de informação como a descrita podem vir a ser fundamentais no futuro do aluno. Como referiu a directora de Recursos Humanos da MAP, Elisa Fonseca, «na procura do primeiro emprego é importantíssimo saber tanto o que se deve fazer, como o que não se deve fazer». O conselho está dado. PUB

6| 6 JUNHO 2005<br />

[ flash ]<br />

Entrada no Mercado de trabalho<br />

Atirados às feras<br />

Tal como terminar o<br />

ensino <strong>se</strong>cundário e<br />

entrar na<br />

universidade,<br />

finalizar os estudos<br />

universitários e<br />

de<strong>se</strong>mbocar no<br />

mercado de trabalho<br />

pode <strong>se</strong> revelar uma<br />

tarefa bastante<br />

árdua. Procurar<br />

emprego, fazer o<br />

currículo, ir a<br />

entrevistas ou<br />

estabelecer<br />

contactos são várias<br />

das frentes que o<br />

recém licenciado tem<br />

de enfrentar. As<br />

universidades<br />

portuguesas estão<br />

atentas e podem<br />

ajudar a estender a<br />

ponte para um novo<br />

mundo. | por Diogo<br />

Torgal Ferreira<br />

António Gouveia, aluno finalista da<br />

Faculdade de Engenharia da Universidade<br />

do Porto (FEUP), não podia <strong>se</strong>r mais claro:<br />

«não tenho ideia onde vou con<strong>se</strong>guir arranjar<br />

emprego quando acabar o curso». Poderia<br />

pensar-<strong>se</strong> que este caso <strong>se</strong>ria uma<br />

excepção, mas não é. Antes pelo contrário.<br />

Como o António há milhares de recém licenciados<br />

que anualmente entram no exigente<br />

mundo profissional <strong>se</strong>m perspectivas, planos<br />

definidos ou qual<strong>quer</strong> ponto de partida.<br />

Nos tempos que correm, e ainda mais com<br />

a cri<strong>se</strong> que <strong>se</strong> vive desde há uns anos para<br />

cá em terras nacionais e europeias, a questão<br />

das saídas profissionais é cada vez mais<br />

pertinente e prova disso é a importância crescente<br />

que a questão vem assumindo nas<br />

próprias universidades portuguesas.<br />

| Porto de abrigo |<br />

Há quem lhes chame Serviço Alunos e Carreiras,<br />

outros preferem Gabinete de Estágios<br />

e Saídas Profissionais, uns ainda Unidade<br />

de In<strong>se</strong>rção na Vida Activa ou Gabinete de<br />

Apoio Profissional. A denominação varia,<br />

mas todos têm uma finalidade comum. Nos<br />

últimos anos, as universidades de Portugal<br />

tem dedicado cada vez mais esforços e atenção<br />

para o problema da saída dos <strong>se</strong>us formandos<br />

para a vida profissional. A criação<br />

de departamentos para responder às dúvidas<br />

e necessidades dos alunos universitários<br />

finalistas têm sido uma saudável constante<br />

e, em alguns casos específicos, o<br />

sucesso des<strong>se</strong>s organismos é notório. Asua<br />

utilidade e importância é inequívoca. Estamos<br />

a falar de <strong>se</strong>cções que <strong>se</strong> organizam<br />

com uma finalidade principal: ajudar mais e<br />

o melhor possível, na entrada de recém licenciados<br />

no mundo profissional da área respectiva.<br />

Analisando este tipo de departamentos<br />

nas universidades nacionais, verifica-<strong>se</strong><br />

que as suas traves mestras são:<br />

• Auxílio e acompanhamento na passagem<br />

do aluno para a vida activa;<br />

• Apoio pedagógico no que diz respeito às<br />

técnicas de procura de emprego (currículos,<br />

entrevistas, etc);<br />

• Promoção e fomento de um maior autoconhecimento<br />

por parte do aluno: expectativas,<br />

objectivos, novas competências de cariz<br />

relacional e motivacional, factores individuais,<br />

etc.<br />

Tomando como ponto de partida estes três<br />

pilares de actuação, os departamentos de<br />

que falamos de<strong>se</strong>nvolvem uma série de iniciativas<br />

(ver caixa 1) que ajudam os finalistas<br />

a con<strong>se</strong>guir uma entrada no mundo profissional<br />

com o maior sucesso possível.<br />

Do lado dos alunos as opiniões variam. O<br />

futuro engenheiro António adianta: «só agora<br />

estou a tomar o primeiro contacto com a vida<br />

de trabalhador através do estágio que estou<br />

a realizar, mas de qual<strong>quer</strong> maneira já estou<br />

inscrito no departamento da minha universidade<br />

para me acon<strong>se</strong>lhar sobre a melhor<br />

forma de entrar no mercado de trabalho».<br />

Além do gabinete de apoio, explica que «no<br />

site da faculdade existe uma bolsa de emprego<br />

de empresas que pretendem <strong>se</strong>leccionar<br />

candidatos da FEUP de um determinado<br />

curso e colocam os <strong>se</strong>us anúncios». Patrícia<br />

Salvador, finalista de Ciências da Comunicação<br />

na Universidade Nova de Lisboa,<br />

Modus Operandi<br />

Aqui ficam algumas das formas atravØs das quais <strong>se</strong> de<strong>se</strong>nvolve a actividade dos<br />

gabinetes de apoio aos alunos nas Æreas do emprego e carreiras:<br />

Elabora ªo, manuten ªo, sistematiza ªo e divulga ªo de uma ba<strong>se</strong> de dados<br />

com ofertas de emprego, concursos pœblicos e estÆgios;<br />

Estabelecimento de um contacto permanente entre a universidade e entidades<br />

empregadoras;<br />

Elabora ªo de protocolos com entidades empregadoras tendo em vista a cria ªo<br />

de oportunidades laborais;<br />

Cria ªo de programas de estÆgio curriculares ou profissionais;<br />

Promo ªo de programas de bolsas de emprego ou part-time;<br />

Dinamiza ªo de testes psicotØcnicos e psicol gicos;<br />

Dinamiza ªo de conferŒncias, <strong>se</strong>minÆrios ou cursos pedag gicos tendo em vista<br />

a entrada dos alunos na vida activa;<br />

Utiliza ªo de suportes de informa ªo como sites na internet ou linhas telef nicas<br />

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