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14 | 6 JUNHO 2005 [ jukebox ] A estrear A escolha de Sara WEEZER| Make Believe Um traço que continuamente marcou a carreira dos Weezer foi a sua postura: sempre se notou que Rivers Cuomo & sus muchachos se divertiam à grande com a música que faziam e, mais que isso, sempre fizeram questão de mostrar que nada mais que isso pretendiam. Pois bem, com este inspiradíssimo Make Believe os geeks renovam essas duas premissas. Músicas como Beverly Hills (single para ouvir até à exaustão), We Are All On Drugs, My Best Friend ou The Other Way revelamnos uma banda que continua a fazer o seu Alt Rock irrepreensível, com saudáveis laivos de pop e um sentido de humor que sempre foi seu apanágio. A adicionar a isto, de referir que Make Believe é produzido pelo monstro Rick Rubin. Palavras para quê? Um dos álbuns mais conseguidos dos rapazes. Depois do êxito planetário com a sua banda de sempre, os K's Choice, Sarah Bettens optou pela aventura a solo. Mais intimista e mais política são as transformações a que se submeteu com a gravação de Scream, o seu primeiro álbum a título individual. Crónicas de uma mulher moderna. | por Diogo Torgal Ferreira Mundo Universitário | Porquê um disco a solo? Sarah Bettens | Na verdade foi uma decisão muito rápida. Eu e o meu irmão estávamos à conversa a meio de uma digressão no Luxemburgo. Um de nós, não me lembro agora quem, disse: «sabes que mais? Gostava imenso de fazer um disco a solo...» O outro respondeu logo «eu também!». Foi uma conversa muito fácil e muito curta. Acho que tanto eu como ele precisávamos de algo novo para nos espevitar outra vez... era necessário sentirmonos numa aventura outra vez. Com os K's Choice estamos a falar de um projecto de 10 anos e, embora continuássemos a divertirmo-nos e a aturarmonos uns aos outros, há sempre aquela rotina que se instala. Era necessário quebrar e sair dessa rotina. O meio que arranjámos foi seguir em frente com os nossos planos a solo. Agora que já estou a meio do processo devo dizer que as coisas têm sido muito entusiasmantes. MU | E em relação a esta estreia com o Scream... para quem é que estás a gritar? SB | O título foi só para chamar a atenção das pessoas para o facto de eu ainda estar por aí. Estou com muita vontade e energia, talvez até mais do que dantes. MU | Comparado com os álbuns dos K's Choice este teu primeiro disco é bem mais intimista... concordas com esta opinião? SB | Concordo plenamente. Quando estás a fazer um disco a solo tens aquela noção de que te estás a expor. Tens de ir um pouco mais longe e dizer «aqui estou eu, esta é a Sarah Bettens». Muitas coisas aconteceram na minha vida nos últimos três ou quatro anos e senti a necessidade de escrever sobre elas. Além disso, quanto mais escreves mais aprendes sobre ti própria e melhor te expressas. MU | Analisando as letras fica a impressão de que a tua veia política se intensificou... SB | Acho que sim. Não sei se é por estar com 32 anos e me preocupar mais com esse tipo de questões ou se é por viver numa parte bem conservadora [Tennesse] dos Estados Unidos. Acho que tudo teve a seu impacto: as eleições americanas, a guerra no Iraque... de repente senti a necessidade de dizer algumas coisas sobre estas situações. Acho que este tipo de discurso ainda vai crescer nos meus próximos trabalhos. Tenho a certeza que a carga política na minha música vai aumentar. MU | Não é primeira vez que vens a Portugal... qual é a tua opinião sobre o país? SB | Eu adoro Portugal! Lembro-me que a primeira vez que toquei por cá, não sei em que festival foi, pensava que ninguém nos conhecia, que éramos relativamente low-profile. Daí deduzirmos que tocaríamos para as duas ou três da tarde. Mas não! Chegámos e o nosso tour manager disse- -nos que íamos tocar à noite em pleno prime-time. Ficámos estupefactos, mas claro que concordámos. Quando chegou a altura ficámos em palco a olhar uns para os outros e só nos questionávamos como é que toda a gente seguia as letras e cantava connosco! Desde aí que me sinto muito bem em Portugal. Cada vez que venho cá é uma autêntica festa. MU | Como ficaram os K's Choice? Terminaram de vez ou ficou tudo em banho maria? SB | Sinceramente não sei. Acho que ficou tudo em stand bye. A qualquer altura é possível uma reunião e escrevermos outro álbum, mas por enquanto temos as nossas carreiras a solo que não são propriamente projectos paralelos. Neste momento, tanto para o meu irmão, como para mim, a decisão de seguir sozinhos constitui a nossa prioridade. É uma nova direcção para ambos. Acho que vamos ter de esperar e ver o que é que acontece. GORILLAZ | Demon Days A macacada está de volta. O disco chama-se Demon Days e chega precedido de aclamação por parte da crítica musical dos quatro cantos de mundo. Desta vez Damon Albarn, Dan the Automator, Jamie Hewlett e o MC Del Tha Funky Homosapien (que se escondem por detrás das personagens de BD de Hewlett, criador da Tank Girl) fazem-se acompanhar por uma verdadeira parada de estrelas: Dennis Hopper, Neneh Cherry, Roots Manuva, Shaun Ryder ou os De la Soul. Como se constata, boa companhia é o que não falta a Murdoc e à sua trupe na construção do seu combo pop, hip-hop, dub, Rock e reggae. Produzido pelo DJ Danger Mouse, com Demon Days os Gorillaz dão mais um passo na afirmação de um projecto que vai muito mais para além da música. Criatividade é a palavra de ordem. |PASSATEMPO| Queres ganhar um CD da Sarah Bettens? Então responde à pergunta: » Em que país estava Sarah Bettens em digressão quando decidiu iniciar uma carreira a solo? Envia a resposta com o teu nome e morada para mundo@mundouniversitario.pt até às 16hs do dia 16 de Junho. Os três vencedores serão sorteados de entre as respostas certas e notificados por e-mail.

14 | 6 JUNHO 2005<br />

[ jukebox ]<br />

A estrear<br />

A escolha de Sara<br />

WEEZER| Make Believe<br />

Um traço que continuamente marcou a<br />

carreira dos Weezer foi a sua postura:<br />

<strong>se</strong>mpre <strong>se</strong> notou que Rivers Cuomo &<br />

sus muchachos <strong>se</strong> divertiam à grande<br />

com a música que faziam e, mais que<br />

isso, <strong>se</strong>mpre fizeram questão de mostrar<br />

que nada mais que isso pretendiam.<br />

Pois bem, com este inspiradíssimo<br />

Make Believe os geeks renovam<br />

essas duas premissas. Músicas como<br />

Beverly Hills (single para ouvir até à<br />

exaustão), We Are All On Drugs, My<br />

Best Friend ou The Other Way revelamnos<br />

uma banda que continua a fazer o<br />

<strong>se</strong>u Alt Rock irrepreensível, com saudáveis<br />

laivos de pop e um <strong>se</strong>ntido de humor<br />

que <strong>se</strong>mpre foi <strong>se</strong>u apanágio. A<br />

adicionar a isto, de referir que Make Believe<br />

é produzido pelo monstro Rick Rubin.<br />

Palavras para quê? Um dos álbuns<br />

mais con<strong>se</strong>guidos dos rapazes.<br />

Depois do êxito planetário com a sua<br />

banda de <strong>se</strong>mpre, os K's Choice, Sarah<br />

Bettens optou pela aventura a solo.<br />

Mais intimista e mais política são<br />

as transformações a que <strong>se</strong> submeteu<br />

com a gravação de Scream, o <strong>se</strong>u<br />

primeiro álbum a título individual.<br />

Crónicas de uma mulher moderna. |<br />

por Diogo Torgal Ferreira<br />

<strong>Mundo</strong> Universitário | Porquê um disco<br />

a solo?<br />

Sarah Bettens | Na verdade foi uma decisão<br />

muito rápida. Eu e o meu irmão<br />

estávamos à conversa a meio de uma<br />

digressão no Luxemburgo. Um de nós,<br />

não me lembro agora quem, dis<strong>se</strong>: «sabes<br />

que mais? Gostava imenso de fazer<br />

um disco a solo...» O outro respondeu<br />

logo «eu também!». Foi uma<br />

conversa muito fácil e muito curta.<br />

Acho que tanto eu como ele precisávamos<br />

de algo novo para nos espevitar<br />

outra vez... era necessário <strong>se</strong>ntirmonos<br />

numa aventura outra vez. Com os<br />

K's Choice estamos a falar de um projecto<br />

de 10 anos e, embora continuás<strong>se</strong>mos<br />

a divertirmo-nos e a aturarmonos<br />

uns aos outros, há <strong>se</strong>mpre aquela<br />

rotina que <strong>se</strong> instala. Era necessário<br />

quebrar e sair dessa rotina. O meio que<br />

arranjámos foi <strong>se</strong>guir em frente com os<br />

nossos planos a solo. Agora que já estou<br />

a meio do processo devo dizer que<br />

as coisas têm sido muito entusiasmantes.<br />

MU | E em relação a esta estreia com<br />

o Scream... para quem é que estás a<br />

gritar?<br />

SB | O título foi só para chamar a<br />

atenção das pessoas para<br />

o facto de eu ainda estar por aí. Estou<br />

com muita vontade e energia, talvez<br />

até mais do que dantes.<br />

MU | Comparado com os álbuns dos<br />

K's Choice este teu primeiro disco é<br />

bem mais intimista... concordas com<br />

esta opinião?<br />

SB | Concordo plenamente. <strong>Quando</strong><br />

estás a fazer um disco a solo tens<br />

aquela noção de que te estás a expor.<br />

Tens de ir um pouco mais longe e dizer<br />

«aqui estou eu, esta é a Sarah Bettens».<br />

Muitas coisas aconteceram na<br />

minha vida nos últimos três ou quatro<br />

anos e <strong>se</strong>nti a necessidade de escrever<br />

sobre elas. Além disso, quanto mais<br />

escreves mais aprendes sobre ti própria<br />

e melhor te expressas.<br />

MU | Analisando as letras fica a impressão<br />

de que a tua veia política <strong>se</strong> intensificou...<br />

SB | Acho que sim. Não <strong>se</strong>i <strong>se</strong> é por estar<br />

com 32 anos e me preocupar mais<br />

com es<strong>se</strong> tipo de questões ou <strong>se</strong> é por<br />

viver numa parte bem con<strong>se</strong>rvadora<br />

[Tennes<strong>se</strong>] dos Estados Unidos. Acho<br />

que tudo teve a <strong>se</strong>u impacto: as eleições<br />

americanas, a guerra no Iraque...<br />

de repente<br />

<strong>se</strong>nti a necessidade de dizer algumas<br />

coisas sobre estas situações. Acho<br />

que este tipo de discurso ainda vai<br />

crescer nos meus próximos trabalhos.<br />

Tenho a certeza que a carga política na<br />

minha música vai aumentar.<br />

MU | Não é primeira vez que vens a<br />

Portugal... qual é a tua opinião sobre o<br />

país?<br />

SB | Eu adoro Portugal! Lembro-me<br />

que a primeira vez que toquei por cá,<br />

não <strong>se</strong>i em que festival foi, pensava<br />

que ninguém nos conhecia, que éramos<br />

relativamente low-profile. Daí deduzirmos<br />

que tocaríamos <strong>lá</strong> para as<br />

duas ou três da tarde. Mas não! Chegámos<br />

<strong>lá</strong> e o nosso tour manager dis<strong>se</strong>-<br />

-nos que íamos tocar à noite em pleno<br />

prime-time. Ficámos estupefactos, mas<br />

claro que concordámos. <strong>Quando</strong> chegou<br />

a altura ficámos em palco a olhar<br />

uns para os outros e só nos questionávamos<br />

como é que toda a gente <strong>se</strong>guia<br />

as letras e cantava connosco! Desde aí<br />

que me sinto muito bem em Portugal.<br />

Cada vez que venho cá é uma autêntica<br />

festa.<br />

MU | Como ficaram os K's Choice? Terminaram<br />

de vez ou ficou tudo em banho<br />

maria?<br />

SB | Sinceramente não <strong>se</strong>i. Acho que ficou<br />

tudo em stand bye. A qual<strong>quer</strong> altura<br />

é possível uma reunião e escrevermos<br />

outro álbum, mas por enquanto<br />

temos as nossas carreiras a solo que<br />

não são propriamente projectos paralelos.<br />

Neste momento, tanto para o meu<br />

irmão, como para mim, a decisão de<br />

<strong>se</strong>guir sozinhos constitui a nossa prioridade.<br />

É uma nova direcção para ambos.<br />

Acho que vamos ter de esperar e<br />

ver o que é que acontece.<br />

GORILLAZ | Demon Days<br />

A macacada está de volta. O disco chama-<strong>se</strong><br />

Demon Days e chega precedido<br />

de aclamação por parte da crítica musical<br />

dos quatro cantos de mundo. Desta<br />

vez Damon Albarn, Dan the Automator,<br />

Jamie Hewlett e o MC Del Tha Funky<br />

Homosapien (que <strong>se</strong> escondem por detrás<br />

das personagens de BD de Hewlett,<br />

criador da Tank Girl) fazem-<strong>se</strong><br />

acompanhar por uma verdadeira parada<br />

de estrelas: Dennis Hopper, Neneh<br />

Cherry, Roots Manuva, Shaun Ryder ou<br />

os De la Soul. Como <strong>se</strong> constata, boa<br />

companhia é o que não falta a Murdoc<br />

e à sua trupe na construção do <strong>se</strong>u<br />

combo pop, hip-hop, dub, Rock e reggae.<br />

Produzido pelo DJ Danger Mou<strong>se</strong>,<br />

com Demon Days os Gorillaz dão mais<br />

um passo na afirmação de um projecto<br />

que vai muito mais para além da música.<br />

Criatividade é a palavra de ordem.<br />

|PASSATEMPO|<br />

Queres ganhar um CD da Sarah Bettens? Então<br />

responde à pergunta:<br />

» Em que país estava Sarah Bettens em<br />

digressão quando decidiu iniciar uma<br />

carreira a solo?<br />

Envia a resposta com o teu nome e morada para<br />

mundo@mundouniversitario.pt até às 16hs do dia<br />

16 de Junho. Os três vencedores <strong>se</strong>rão sorteados de<br />

entre as respostas certas e notificados por e-mail.

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