'BORA AÍ, VAMOS VIAJAR?

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Discurso ERASMUS MARIANA SERUYA CABRAL* VoX PoP » Achas que as mulheres continuam a ser discriminadas em relação aos homens? Poder à Palavra Despreconceitos Já ouvi demasiada gente a dizer «vocês em Erasmus deve ser só...» ou «mas isso em Erasmus é assim e assado...», quando o mais longe que foram desde casa dos pais foi até Piódão. Agora que já passou um semestre, vejo-me na posição de alguém com um pequeno e medonho votinho na matéria. Assim sendo, venho por este meio (tentar) desfazer alguns preconceitos que ouço sair da boca de muitos desinformados. A saber: 1. «Só vai para Erasmus quem quer gastar o dinheiro dos pais sem fazer um boi da vida.» Falso. Tanto quanto sei, é mais fácil vegetar à sombra da bananeira quando as aulas são no idioma de origem e não temos de nos descascar em burocracias para conseguir as equivalências. 2. «Todos os Erasmus têm direito a uma bolsa de estudo.» Era reconfortante se fosse verdade. Os subsídios do Instituto Politécnico de Lisboa foram de tal maneira tacanhos que não passaram a fronteira até Barcelona. Entretanto, conheci uma ucraniana que recebia 900 euros por mês – e vão eles emigrar para Portugal! – e um italiano que recebia 1100 (como era demasiado enviava o que sobrava para os pais...). 3. «Os Erasmus não estudam.» Os dogmáticos que acreditam que é fisicamente impossível conciliar paródia com livros ainda têm muito que aprender. Não só se estuda como não se costuma faltar às aulas, mesmo que isso signifique chegar com poços escuros em redor dos olhos e 500g de paracetamol no sangue. 4. «Erasmus é sinónimo de orgasmos.» Apesar de ter sido o irreverente título de uma das últimas edições deste jornal, lamento dizer que não passa de uma ilusão. Quem vem na esperança de sacar engates também o faz igualmente no seu país e ainda não se provou que a lei da atracção muda consoante a latitude ou a longitude. * Aluna Erasmus em Barcelona info@mundouniversitario.pt Fábia Gomes (fã de Jonny Deep) 3.º ano de Biologia Celular e Molecular – Faculdade de Ciências e Tecnologia (UNL) «Eu acho que em algumas situações isso ainda acontece. Por exemplo, há empresas que discriminam as mulheres, principalmente no que toca à gravidez, por causa de terem de meter baixa.» POST «COMO É BOM VIVER!» Ana Gil (fã de Cate Blanchett) 3.º ano de Ciências Farmacêuticas – Universidade Lusófona (Só porque tu pediste... espero que gostes...) E ali estava ele sentado num banco do parque, sereno e contente, olhando o dia lindo que se está a formar diante dele. As nuvens claras revelam o dia belo e radiante que vai ser, não há hipótese de ocorrer precipitação. A brisa leve e fria revela nele um sentimento de desejo súbito ao arrepiar-se e fá-lo correr junto ao vento, com vontade de o acompanhar, ultrapassar e vencer. Depressa se apercebe que tal não é possível e abranda. Olha à «Ainda existe alguma discriminação, mas felizmente não tanta como há uns anos atrás. Mas as mulheres ainda são vistas como donas de casa e são discriminadas em algumas profissões.» André Mendes (fã de Denzel Washington) 1.º ano de Cinema – Universidade da Beira Interior «Sim, as mulheres ainda são discriminadas, principalmente no mundo do trabalho e nos ordenados, por exemplo. Tem tudo a ver com a mentalidade das pessoas, da educação que recebem». sua volta e vai vendo a alegria pairando no ar, as crianças jogam à bola e sorriem com vontade de viver, ao longe vê dois idosos a passear de mãos dadas e exclama: «Como o amor é lindo!» Um casal de jovens envolve-se na relva expressando a sua paixão ardente. Aí ele pára e tenta recuperar o fôlego, respira fundo vezes sem conta, e no fim quando o seu coração volta à batida normal ele fecha os olhos, abre os braços, olha para o céu, sorri e grita bem alto: «Como é bom viver!» http://calobatista.blogspot.com/ Escreveu Bruno Calo a 14-12-2007 m@nda b@la Se és daqueles que têm sempre uma opinião para manifestar ou um sentimento para partilhar, então por que ficas calado? Bem, ouvimos dizer que não é bem o caso... e até criaste um blogue para deitar tudo cá para fora. Partilha! Manda a morada do teu “diário online” ou elege mesmo um post e envia para info@mundouniversitario.pt. Nós publicamos! PUB

Rapidinhas » PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO SEXUAL O Governo dos Açores é um dos parceiros da Escola Superior de Enfermagem de Ponta Delgada na promoção do curso de pós- -graduação em Educação Sexual, que arrancou no final de Fevereiro. Entre os temas incluídos no programa estão a importância da família na sexualidade humana, o abuso sexual de menores e a abordagem da sexualidade nas diferentes etapas do desenvolvimento. » ABUSO SEXUAL DE MENORES Entre Janeiro e Novembro do ano passado foram realizados, em Portugal, 1063 perícias médico- -legais por suspeita de abuso se xual, a menores de 14 anos (a maioria do sexo feminino – 545 raparigas para 120 rapazes). Lisboa e Coimbra são os distritos onde ocorrem mais casos. Importa referir que quando há abuso sexual a um menor de 14 anos, não é preciso haver queixa, mas uma simples comunicação às autoridades, para que o processo de investigação ande. » ONDE ESTÃO OS FILHOS DE BRAGANÇA? Já sabemos que Bragança tem Mães, parece que o que falta mesmo são os Filhos. O distrito teve, em 2007, o número mais baixo de partos dos últimos 5 anos. De acordo com os dados da sub- -região de saúde, cerca de 30 por cento das parturientes bragantinas escolheram dar à luz em maternidades dos distritos vizinhos. » GOVERNO CATALÃO DEFENDE A MASTURBAÇÃO Na Catalunha há um folheto distribuído pelas escolas, à responsabilidade do governo, que está a exaltar os pais das crianças de 10 e 11 anos. O texto veiculado define a masturbação como «algo natural, uma forma de conhecer o corpo e ter novas sensações», na mesma medida em que a sexualidade deve ser vivida «de acordo com gostos e preferências, também explorando o corpo, acariciando-se e dando-se prazer através da masturbação». O presidente da Associação Europeia de Pais, Diego Barroso, argumenta que «num tema como a educação sexual não se pode ir directamente às crianças sem, ao menos, o conhecimento dos pais». Mónica Moitas Pai e mãe. Sou Homossexual! A maior parte dos pais e das mães acreditam que os seus filhos são heterossexuais, ou seja, que vão casar, ter filhos, netos e bisnetos. A revelação de que se é homossexual vai contra as expectativas da maior parte dos pais que esperam que os seus filhos sejam iguais aos outros e à maioria das pessoas em geral, pois é essa a norma. A norma parece querer definir a normalidade dos comportamentos humanos, mas será que isso faz sentido? A maioria significa que se é “normal”? A minoria que se é “anormal”? Ou significará apenas que se é diferente? Ter filhos gémeos não é a norma, não acontece à maior parte das pessoas, mas não é anormal, pois não? ReaGe Marta Crawford [Sexóloga] info@mundouniversatio.pt O preconceito relativamente à homossexualidade contribui não só para a reacção adversa que os pais possam ter como também para as dificuldades de ajustamento do próprio homossexual. Perante uma sociedade que estigmatiza os homossexuais, qualquer homem ou mulher que o seja vai atravessar um período de enorme confusão e de inadaptação, até reconhecer e assumir a sua própria orientação sexual. E às vezes é preciso relembrarem os processos individuais de ajustamento para poderem compreender a atitude que os pais possam ter perante tal revelação. Os pais podem passar por cinco estádios: choque inicial, negação, tristeza, raiva e, só por fim, a aceitação. Os estudos científicos indicam porém que as atitudes parentais para com um filho ou uma filha homossexual melhoram com o tempo, tendo para tal que existir um processo progressivo de adaptação à nova realidade familiar. Ao não personalizar as reacções dos pais, o filho pode perceber que elas fazem parte de um processo transitório, o que o pode ajudar a não desenvolver comportamentos reactivos que originem a ruptura familiar. Todos os elementos da família devem tentar manter uma conversação não combativa, logo a seguir à revelação, mesmo que os contactos sejam inicialmente breves e superficiais. É necessário, também, que os pais percebam que a homossexualidade não é uma opção, que não existe nenhuma forma de alterar a orientação sexual do filho, e que uma das principais razões para que um filho queira assumir a sua homossexualidade provém da necessidade de proximidade e de honestidade na relação parental. UNI (sexus) Sabes que mais? Já te ouvimos fazer comentários sobre esta crónica vezes sem conta. Mas a maioria tem-se ficado pela esplanada. Queremos que digas mais de tua justiça... que tal bombardeares mais para info@mundouniversitario.pt? Se forem comentários construtivos nós publicamos. «Os pais podem passar por cinco estádios: choque inicial, negação, tristeza, raiva e, só por fim, a aceitação» [3 9 MAR 2008] [28 JAN 2008] 09

Discurso ERASMUS<br />

MARIANA SERUYA CABRAL*<br />

VoX<br />

PoP<br />

» Achas que as mulheres<br />

continuam a ser discriminadas<br />

em relação aos homens?<br />

Poder à Palavra<br />

Despreconceitos<br />

Já ouvi demasiada gente a dizer «vocês em Erasmus deve ser só...» ou «mas isso<br />

em Erasmus é assim e assado...», quando o mais longe que foram desde casa<br />

dos pais foi até Piódão. Agora que já passou um semestre, vejo-me na posição<br />

de alguém com um pequeno e medonho votinho na matéria. Assim sendo, venho<br />

por este meio (tentar) desfazer alguns preconceitos que ouço sair da boca<br />

de muitos desinformados. A saber:<br />

1. «Só vai para Erasmus quem quer gastar o dinheiro dos pais sem fazer um boi<br />

da vida.» Falso. Tanto quanto sei, é mais fácil vegetar à sombra da bananeira<br />

quando as aulas são no idioma de origem e não temos de nos descascar em burocracias<br />

para conseguir as equivalências.<br />

2. «Todos os Erasmus têm direito a uma bolsa de estudo.» Era reconfortante se<br />

fosse verdade. Os subsídios do Instituto Politécnico de Lisboa foram de tal maneira<br />

tacanhos que não passaram a fronteira até Barcelona. Entretanto, conheci<br />

uma ucraniana que recebia 900 euros por mês – e vão eles emigrar para Portugal!<br />

– e um italiano que recebia 1100 (como era demasiado enviava o que sobrava<br />

para os pais...).<br />

3. «Os Erasmus não estudam.» Os dogmáticos que acreditam que é fisicamente<br />

impossível conciliar paródia com livros ainda têm muito que aprender. Não só se<br />

estuda como não se costuma faltar às aulas, mesmo que isso signifique chegar<br />

com poços escuros em redor dos olhos e 500g de paracetamol no sangue.<br />

4. «Erasmus é sinónimo de orgasmos.» Apesar de ter sido o irreverente título de<br />

uma das últimas edições deste jornal, lamento dizer que não passa de uma ilusão.<br />

Quem vem na esperança de sacar engates também o faz igualmente no seu<br />

país e ainda não se provou que a lei da atracção muda consoante a latitude ou a<br />

longitude.<br />

* Aluna Erasmus em Barcelona<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

Fábia Gomes (fã de Jonny Deep)<br />

3.º ano de Biologia Celular e<br />

Molecular – Faculdade de Ciências<br />

e Tecnologia (UNL)<br />

«Eu acho que em algumas<br />

situações isso ainda<br />

acontece. Por exemplo,<br />

há empresas que discriminam<br />

as mulheres, principalmente<br />

no que toca à<br />

gravidez, por causa de terem<br />

de meter baixa.»<br />

POST<br />

«COMO É BOM VIVER!»<br />

Ana Gil (fã de Cate Blanchett)<br />

3.º ano de Ciências<br />

Farmacêuticas –<br />

Universidade Lusófona<br />

(Só porque tu pediste... espero que gostes...)<br />

E ali estava ele sentado num banco do<br />

parque, sereno e contente, olhando o dia<br />

lindo que se está a formar diante dele.<br />

As nuvens claras revelam o dia belo e radiante<br />

que vai ser, não há hipótese de<br />

ocorrer precipitação. A brisa leve e fria<br />

revela nele um sentimento de desejo súbito<br />

ao arrepiar-se e fá-lo correr junto ao<br />

vento, com vontade de o acompanhar, ultrapassar<br />

e vencer. Depressa se apercebe<br />

que tal não é possível e abranda. Olha à<br />

«Ainda existe alguma discriminação,<br />

mas felizmente<br />

não tanta como há<br />

uns anos atrás. Mas as<br />

mulheres ainda são vistas<br />

como donas de casa e<br />

são discriminadas em algumas<br />

profissões.»<br />

André Mendes<br />

(fã de Denzel Washington)<br />

1.º ano de Cinema –<br />

Universidade da Beira Interior<br />

«Sim, as mulheres ainda<br />

são discriminadas, principalmente<br />

no mundo do<br />

trabalho e nos ordenados,<br />

por exemplo. Tem<br />

tudo a ver com a mentalidade<br />

das pessoas, da<br />

educação que recebem».<br />

sua volta e vai vendo a alegria pairando<br />

no ar, as crianças jogam à bola e sorriem<br />

com vontade de viver, ao longe vê dois<br />

idosos a passear de mãos dadas e exclama:<br />

«Como o amor é lindo!» Um casal de<br />

jovens envolve-se na relva expressando a<br />

sua paixão ardente. Aí ele pára e tenta<br />

recuperar o fôlego, respira fundo vezes<br />

sem conta, e no fim quando o seu coração<br />

volta à batida normal ele fecha os<br />

olhos, abre os braços, olha para o céu,<br />

sorri e grita bem alto: «Como é bom viver!»<br />

http://calobatista.blogspot.com/<br />

Escreveu Bruno Calo a 14-12-2007<br />

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b@la<br />

Se és daqueles que têm<br />

sempre uma opinião<br />

para manifestar ou um<br />

sentimento para partilhar,<br />

então por que ficas<br />

calado? Bem, ouvimos<br />

dizer que não é bem o<br />

caso... e até criaste um<br />

blogue para deitar tudo<br />

cá para fora. Partilha!<br />

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