Madan Parque de Ciência - Mundo Universitário

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2 | 3 ABRIL 2006 [ radar ] Vestidos a rigor com os trajes negros, de cartazes na mão, distribuindo panfletos a quem passasse junto ao hospital, a manifestação ia decorrendo em silêncio. Dando continuidade à acção, o grupo dirigiu-se para o relvado frente à Aula Magna, na Cidade Universitária, para uma pequena dramatização com o objectivo de sensibilizar os estudantes a terem uma postura não conformista em relação aos problemas do ensino superior de enfermagem. Numa luta que já decorre há quatro anos, «com pequenas acções como esta, vamos continuar até que realmente sejam ouvidas as nossas preocupações», afirma Rui Novo, presidente da Associação de Estudantes da Escola Superior de Enfermagem de São Vicente de Paulo. «Nós não estamos a apontar o dedo», garante, ao mesmo tempo que afirma que a ideia é fazer com que as entidades responsáveis pelo Ensino Superior e Saúde atendam à chamada de ajuda. Tudo começou no início da década de 90 quando estudantes de uma escola da Tanzânia entrevistaram Jane Goodall, primatóloga que coabitou quatro décadas com os chimpanzés do Gombe. Uma conversa que acabou por se transformar na “semente” do programa Roots and Shoots, que hoje engloba mais de 90 países. Portugal aderiu no passado sábado, através de uma acção de formação, no Palácio de Valenças (Sintra), com a presença de Linda Cloots, do Jane Goodall Institute (sedeado na Bélgica). Uma iniciativa da Sociedade Portuguesa para a Educação Humanitária (SPEdH), especialmente direccionada a professores, «com o intuito de incentivar as crianças que estão sob a sua alçada a encontrar formas de ter aquilo Acção concertada em Lisboa, Coimbra, Guarda e Viseu Ensino Superior de Enfermagem «Então e os estudantes de Enfermagem?» era a pergunta que se punha na manifestação que decorreu na manhã do dia 30 de Março. Em frente ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, reuniram-se cerca de 50 estudantes numa acção que também implicou outras cidades, já que o objectivo era fazer uma sensibilização nacional para as necessidades que enfrentam no ensino superior. | POR SOFIA PINTO LEITE | SLEITE@MUNDOUNIVERSITARIO.PT | Queixam-se de uma Acção Social ineficaz, dada a inexistência de subsídios de alimentação durante os estágios, nas despesas de transportes, alojamento para estudantes que vêm de fora da Grande Lisboa, fardas, material escolar, da insuficiência de bolsas de estudo, e do corte do Orçamento de Estado do ensino superior juntamente com a subida das propinas. Como é hábito em acções de contestação, no final também estes estudantes garantiram que iam entregar um documento ao Ministério da Ciência Tecnologia e Ensino Superior, onde deixavam explícitas as suas queixas. «Não queremos mundos e fundos», garante Rui, mas uma resposta que até ao momento ainda não apareceu. Roots and Shoots planta semente em Portugal Mónica Moitas está doente que julgam necessário na escola que frequentam», explica Constança Carvalho, presidente daquele organismo e representante da delegação portuguesa da Roots and Shoots. A ideia final é tornar as instituições mais autónomas, de forma a serem elas próprias a agir quando considerarem que tal se justifique, a nível local, em matéria de ambiente ou de qualidade de vida (envolvendo pessoas e animais). Constança Carvalho adianta que, apesar do programa se dirigir sobretudo a jovens, «também gostaria de envolver idosos». Entretanto, lança um repto à participação no jantar de angariação de fundos agendado para 31 de Maio. «Metade do dinheiro será encaminhado para apoiar projectos nacionais», sublinha. LM | Lisboa, Coimbra, Guarda e Viseu | Numa acção que foi a nível nacional, também existiram outras formas de protesto pelo país. Guarda, Viseu e Coimbra foram as outras cidades onde também se ouviram as vozes dos futuros enfermeiros. Em Coimbra, por exemplo, durante a parte da tarde, os estudantes juntaram-se no auditório da Escola Superior de Enfermagem Bissaya Barreto, onde decorreu um teatro representativo sobre a falta de subsídios. Personificaram pais, estudantes, e a relação dos estudantes e o poder político que, segundo a vice-presidente da Associação de Estudantes, Maria Loureiro, com quem o MU falou antes da acção, iria contar com a presença do representante do sindicato dos enfermeiros. Arquitectura “sustentável” no Técnico A quinta edição da Semana da Arquitectura arranca hoje no pavilhão de Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico (IST). Durante cinco dias, conferências, exposições, e um workshop estarão ao alcance dos alunos, profissionais da área e outros curiosos, «com entrada gratuita», adianta Marta Cardoso, da organização. E para completar a oferta, uma feira do livro (obras especializadas). “Arquitectura e desenvolvimento sustentável” é o tema escolhido pelo Núcleo de Estudantes de Arquitectura do IST (Nuclear), para as jornadas que decorrem até sexta-feira. Uma semana «inicialmente destinada a dar a conhecer o curso» (que surgiu há cerca de seis anos), e que acabou por se “entranhar” no estabelecimento de ensino superior. Desta vez, o Nuclear quis mostrar que «acompanha as tendências do futuro», dedicando-se a um tipo de «arquitectura amiga do ambiente, que seja ao mesmo tempo viável e segura». De referir que o workshop designado por “Arquitectura de Terra Crua”, terá lugar entre as 10 e as 18 horas de quinta-feira e «ensinará a trabalhar materiais orgânicos», explica Marta Cardoso. LM cFicha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Gestor de projecto: Nuno Félix | Chefe de Redacção: Raquel Louçã Silva | Redação: Carlos Balula, Diogo Torgal Ferreira, Lina Manso | Colaboradores: Geraldes Lino, Manuel Arnaut Martins, Mariana Seruya Cabral, Miguel Aragão, Mónica Moitas (fotografia), Pedro Costa, Sofia Pinto Leite | Revisão: Piedade Góis | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Composição gráfica: Joana Túlio | Distribuição: Ana Deslandes | Comerciais: Cláudia Vera-Cruz | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 33 000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.

Propostas de adaptação entregues no final da semana passada 3 ABRIL 2006 | 3 [ radar ] Bolonha,ponto sem retorno Terminado o prazo de entrega das propostas de adaptação de cursos ao Processo de Bolonha por parte das universidades, constata-se que uns casos correram melhor do que outros. Apesar de tudo, uma coisa é certa: o procedimento adoptado para o efeito está longe de ser unânime. | POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT | Foi na passada sexta-feira, dia 31 de Março, que terminou o prazo de entrega das propostas de adaptação dos cursos das instituições de ensino superior portuguesas ao Processo de Bolonha. Apesar da harmonização dos graus e diplomas prevista pelo tratado assinado em 1999 apenas exigir resultados no ano de 2010, o processo em Portugal já vai bem avançado. Obedecendo ao decreto-lei publicado a 24 de Março que regulamenta a matéria, grande parte das instituições de ensino superior portuguesas respeitaram o curto prazo disponibilizado para a apresentação dos projectos de adaptação à Direcção-Geral do Ensino Superior – apenas uma semana. As Universidades de Lisboa, Técnica, Nova e do Minho apresentaram os seus respectivos projectos, abrangendo a maioria dos seus cursos. No caso da Universidade do Porto, o número de reformulações dos seus cursos não foi tão grande, mas mesmo assim foi contemplado um quarto das licenciaturas ministradas. Já a Universidade de Coimbra está bem mais atrasada, com apenas três cursos com proposta de adaptação. No que toca aos Institutos Superiores Politécnicos, a adaptação já vai num estado avançado projectando-se que cerca de 40% dos cursos nacionais estejam devidamente revistos para o ano que vem. | O prazo da discórdia| Tão polémicos como o Processo de Bolonha propriamente dito têm sido o modo e os procedimentos escolhidos pelo Governo para levar adiante as adaptações necessárias. Com efeito, o prazo dado às instituições de ensino superior para apresentação das propostas de reformulação dos cursos tem levantado muitas vozes discordantes, nomeadamente na comunidade de professores académicos. Em declarações à Lusa, Paulo Peixoto, presidente do Sindicato Nacional do Ensino Superior (SneSup), confessa «não entender por que é que em Portugal tudo está a ser feito na óptica da urgência», tendo em conta o prazo de 2010 para a apresentação de resultados. Embora as universidades e politécnicos estejam a trabalhar no assunto desde o início do ano lectivo, acabaram por ter apenas uma semana para ajustar os seus projectos aos ditames estabelecidos pelo decretolei de 24 de Março. Já para Carlos Chagas, presidente da Federação Nacional do Ensino Superior (FENEI), «é irracional o prazo de seis dias que o Governo exige às instituições superiores», concluindo que «não estão a ser criadas as condições para a implementação de Bolonha». PUB Estádio Universitário de Lisboa muda de mãos O Estádio Universitário de Lisboa (EUL) vai perder o estatuto de organismo público integrado no Ministério de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (MCTES), e passar a ser gerido por uma entidade a criar entre as universidades de Lisboa e a Câmara Municipal (CML). Uma informação veiculada ao MU por fonte identificada com o processo e que surge no âmbito do Programa de Reestruturação da Administração Central do Estado, divulgado na passada quinta-feira pelo Governo. Dos 187 organismos extintos, a grande maioria está ligada aos Ministérios da Presidência (38), Economia (29), Administração Interna (23) e Saúde (20), enquanto 7 (incluindo o EUL) têm vínculo ao MCTES. Daqueles, 3 são órgãos consultivos e outros 3, serviços centrais, (restando um sem especificação). De acordo com o documento apresentado (e disponível no portal do Governo), pretende-se, para aquele Ministério, «uma forte redução dos conselhos e comissões», o «reforço das funções estratégicas» e a «maior operacionalidade da estrutura central do Ministério», estando «em curso as avaliações internacionais para a reforma dos Laboratórios do Estado e também da rede do Ensino Superior». LM

Propostas <strong>de</strong> adaptação entregues no final da semana passada<br />

3 ABRIL 2006<br />

| 3<br />

[ radar ]<br />

Bolonha,ponto sem retorno<br />

Terminado o prazo <strong>de</strong> entrega das propostas <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cursos ao Processo <strong>de</strong> Bolonha por parte das universida<strong>de</strong>s,<br />

constata-se que uns casos correram melhor do que outros. Apesar <strong>de</strong> tudo, uma coisa é certa: o procedimento<br />

adoptado para o efeito está longe <strong>de</strong> ser unânime.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Foi na passada sexta-feira, dia 31 <strong>de</strong><br />

Março, que terminou o prazo <strong>de</strong> entrega<br />

das propostas <strong>de</strong> adaptação dos<br />

cursos das instituições <strong>de</strong> ensino superior<br />

portuguesas ao Processo <strong>de</strong> Bolonha.<br />

Apesar da harmonização dos<br />

graus e diplomas prevista pelo tratado<br />

assinado em 1999 apenas exigir resultados<br />

no ano <strong>de</strong> 2010, o processo em<br />

Portugal já vai bem avançado. Obe<strong>de</strong>cendo<br />

ao <strong>de</strong>creto-lei publicado a 24 <strong>de</strong><br />

Março que regulamenta a matéria,<br />

gran<strong>de</strong> parte das instituições <strong>de</strong> ensino<br />

superior portuguesas respeitaram o<br />

curto prazo disponibilizado para a apresentação<br />

dos projectos <strong>de</strong> adaptação à<br />

Direcção-Geral do Ensino Superior –<br />

apenas uma semana. As Universida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Lisboa, Técnica, Nova e do Minho<br />

apresentaram os seus respectivos projectos,<br />

abrangendo a maioria dos seus<br />

cursos. No caso da Universida<strong>de</strong> do<br />

Porto, o número <strong>de</strong> reformulações dos<br />

seus cursos não foi tão gran<strong>de</strong>, mas<br />

mesmo assim foi contemplado um quarto<br />

das licenciaturas ministradas. Já a<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra está bem<br />

mais atrasada, com apenas três cursos<br />

com proposta <strong>de</strong> adaptação. No que<br />

toca aos Institutos Superiores Politécnicos,<br />

a adaptação já vai num estado<br />

avançado projectando-se que cerca <strong>de</strong><br />

40% dos cursos nacionais estejam<br />

<strong>de</strong>vidamente revistos para o ano que<br />

vem.<br />

| O prazo da discórdia|<br />

Tão polémicos como o Processo <strong>de</strong> Bolonha<br />

propriamente dito têm sido o modo e<br />

os procedimentos escolhidos pelo Governo<br />

para levar adiante as adaptações<br />

necessárias. Com efeito, o prazo dado às<br />

instituições <strong>de</strong> ensino superior para apresentação<br />

das propostas <strong>de</strong> reformulação<br />

dos cursos tem levantado muitas vozes<br />

discordantes, nomeadamente na comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> professores académicos. Em<br />

<strong>de</strong>clarações à Lusa, Paulo Peixoto, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Sindicato Nacional do Ensino<br />

Superior (SneSup), confessa «não enten<strong>de</strong>r<br />

por que é que em Portugal tudo está<br />

a ser feito na óptica da urgência», tendo<br />

em conta o prazo <strong>de</strong> 2010 para a apresentação<br />

<strong>de</strong> resultados. Embora as universida<strong>de</strong>s<br />

e politécnicos estejam a trabalhar<br />

no assunto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano<br />

lectivo, acabaram por ter apenas uma<br />

semana para ajustar os seus projectos<br />

aos ditames estabelecidos pelo <strong>de</strong>cretolei<br />

<strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Março. Já para Carlos Chagas,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

do Ensino Superior (FENEI), «é irracional<br />

o prazo <strong>de</strong> seis dias que o Governo exige<br />

às instituições superiores», concluindo<br />

que «não estão a ser criadas as condições<br />

para a implementação <strong>de</strong> Bolonha».<br />

PUB<br />

Estádio <strong>Universitário</strong><br />

<strong>de</strong> Lisboa muda <strong>de</strong> mãos<br />

O Estádio <strong>Universitário</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

(EUL) vai per<strong>de</strong>r o estatuto <strong>de</strong> organismo<br />

público integrado no Ministério <strong>de</strong><br />

<strong>Ciência</strong>, Tecnologia e Ensino Superior<br />

(MCTES), e passar a ser gerido por uma<br />

entida<strong>de</strong> a criar entre as universida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Lisboa e a Câmara Municipal (CML).<br />

Uma informação veiculada ao MU por<br />

fonte i<strong>de</strong>ntificada com o processo e que<br />

surge no âmbito do Programa <strong>de</strong> Reestruturação<br />

da Administração Central do<br />

Estado, divulgado na passada quinta-feira<br />

pelo Governo.<br />

Dos 187 organismos extintos, a gran<strong>de</strong><br />

maioria está ligada aos Ministérios da<br />

Presidência (38), Economia (29), Administração<br />

Interna (23) e Saú<strong>de</strong> (20),<br />

enquanto 7 (incluindo o EUL) têm vínculo<br />

ao MCTES. Daqueles, 3 são órgãos<br />

consultivos e outros 3, serviços centrais,<br />

(restando um sem especificação).<br />

De acordo com o documento apresentado<br />

(e disponível no portal do Governo),<br />

preten<strong>de</strong>-se, para aquele Ministério,<br />

«uma forte redução dos conselhos e<br />

comissões», o «reforço das funções<br />

estratégicas» e a «maior operacionalida<strong>de</strong><br />

da estrutura central do Ministério»,<br />

estando «em curso as avaliações internacionais<br />

para a reforma dos Laboratórios<br />

do Estado e também da re<strong>de</strong> do<br />

Ensino Superior». LM

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