18 | 3 ABRIL 2006 [ salada russa ] Blogosfera | Cantinho dos Media | Rui Miguel Godinho Psicólogo clínico rgodinho@mundouniversitario.pt As iluminações <strong>de</strong> Natal Todos os anos, na noite <strong>de</strong> Natal, vou com a minha mãe ver as iluminações, da minha casa à Praça do Giraldo (na mui nobre e sempre leal cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora). Vamos os dois, na noite gélida, com os vidros do carro meio embaciados, e com o estômago reconfortado pelo fiel amigo e por uma boa rabanada. E é sempre com enorme expectativa que aguardo pelo inevitável lamento <strong>de</strong> que as iluminações estão piores do que o anterior. A excepção torna-se regra em ano <strong>de</strong> eleições, quando a minha mãe diz, <strong>de</strong> uma forma muito compreensiva, que este ano (só) estão melhores porque a câmara investiu para ganhar uns votos. Luzes por votos, que i<strong>de</strong>ia tão iluminada! Este fenómeno po<strong>de</strong> assumir várias formas: «... a feira <strong>de</strong> São João o ano passado estava melhor...», «... a água (na praia) o ano passado estava mais quente...», todas elas remetendo para um passado em que tudo era melhor. Este é um erro <strong>de</strong> percepção, sem dúvida muito comum na nossa socieda<strong>de</strong> carregada <strong>de</strong> pessimismo e <strong>de</strong> nostalgia. Nunca houve uma socieda<strong>de</strong> tão rica como a nossa, com índices <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida bastantes superiores aos do passado, no entanto, continuamos a lamentar que «as coisas estão cada vez piores». É, no entanto, uma socieda<strong>de</strong> do ter e não do ser, on<strong>de</strong> o compromisso é com o sucesso e não com a felicida<strong>de</strong>, sendo que o vazio não se consegue preencher por um contínuo acting-out materialista, mas sim com a nossa auto<strong>de</strong>scoberta e pela internalização do nosso papel no mundo. Ter ou não ter, eis a questão, ou na voz da Elis Regina: «Mas é você que ama o passado e que não vê que o novo sempre vem e hoje eu sei que quem me <strong>de</strong>u a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma nova consciência e juventu<strong>de</strong> está em casa guardado por Deus contando os seus metais minha dor é perceber que apesar <strong>de</strong> termos feito tudo o que fizemos ainda somos os mesmos e vivemos como os nossos pais» PEÇO DESCULPA DR. PORTAS, ENGANEI-ME NA BANDEIRA Jorge Mateus in http://aspirinab.weblog.com.pt/2006/03/pec o_<strong>de</strong>sculpa_dr_portas_engane.html Segunda-feira, Março 27, 2006 ACABEM COM O CARIMBO! Desburocratizar é a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Ainda bem. É bonita a intenção: o utente <strong>de</strong>ixa <strong>de</strong> passar horas à espera no notário, limita- -se a enviar a papelada para o advogado e a besta que faça o trabalho. Mas, foda-se (<strong>de</strong>sculpem mas tem <strong>de</strong> ser), passar duas horas a fazer rubricas e espetar carimbadas não lembra ao ceguinho!! Acabem com o carimbo! PS: O signatário promete <strong>de</strong>senvolver temas mais interessantes nos próximos posts. Mas este protesto, muito pessoal, não podia <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser publicado. Koba in http://anovaconfraria.blogspot.com/2006/03/acabem-com-o-carimbo.html Terça-feira, Março 28, 2006 ACABEM COM O CARIMBO! Ontem, este blogue quase que ia acabando – e estas ameaças não foram nem um nadinha exageradas. (...) O resultado daquela aparência <strong>de</strong> partida <strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> ontem, num mundo normal, or<strong>de</strong>iro, <strong>de</strong> paz e justiça, li<strong>de</strong>rado sem contestação pelas políticas do presi<strong>de</strong>nte Bush, seria Benfica 1 Barcelona 7 (e duas bolas no poste). Mas não, o Benfica é o Benfica e a noite <strong>de</strong> ontem viu con<strong>de</strong>nsar sobre o hectare da Luz o conjunto <strong>de</strong> fenómenos mais tipicamente benfiquistas <strong>de</strong> sempre no mais curto espaço <strong>de</strong> tempo sempre. (...) Aconteceu Benfica: uma equipa, com tanta mija, tanta mija, tanta mija, tanta mija, tanta mija, que me termina um jogo on<strong>de</strong> lhe apareceram sete jogadores adversários isolados à frente do guarda-re<strong>de</strong>s e mesmo assim chega ao fim daquela coisa ainda com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> argumentar que "teve azar" e que o "árbitro a prejudicou". Eu acho que, <strong>de</strong>pois daquela dança do sol às nove da noite <strong>de</strong> terça-feira 28 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2006, conseguir andar <strong>de</strong> cabeça levantada e com bitaites para proferir é uma proeza que só mesmo ao alcance <strong>de</strong> um benfiquista. É um sinal claro do estado <strong>de</strong> insolvência moral da nação. maradona in http://www.acausafoimodificada.blogspot.com O «JUP», a cargo do Núcleo <strong>de</strong> Jornalismo Académico do Porto (NJAP), é o eleito <strong>de</strong>sta semana para ocupar o cantinho do MU. A presi<strong>de</strong>nte do NJAP, Susana Marinho, falou-nos um pouco da história, filosofia e objectivos daquela publicação. Ano <strong>de</strong> estreia? O jornal estreou-se em 1987. Periodicida<strong>de</strong>? Des<strong>de</strong> 2000 que mantemos o formato mensal (antes disso não era regular, <strong>de</strong>pendia dos apoios existentes), publicando cerca <strong>de</strong> oito números por ano. Durante a época <strong>de</strong> exames e férias lectivas não saímos. Preço? Gratuito. Tiragem? Onze mil exemplares. Locais <strong>de</strong> distribuição? Somos distribuídos nas faculda<strong>de</strong>s da Universida<strong>de</strong> do Porto, nas escolas do Instituto Politécnico do Porto e todas as outras instituições <strong>de</strong> ensino superior na área, no Instituto Português <strong>de</strong> Juventu<strong>de</strong>, bares e cafés, teatros. No fundo, todos os locais on<strong>de</strong> se concentrem (ou possam concentrar) estudantes. Equipa? A tempo inteiro existe um director, um chefe <strong>de</strong> redacção e um editor fotográfico. Isto além <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 40 colaboradores. Linha editorial? Temos o nosso próprio Estatuto Editorial. «Noticiar e ainda revelar o lado, tantas vezes submerso, dos factos», «ir ao encontro daqueles que estão ávidos <strong>de</strong> notícias objectivas» ou «estimular a criativida<strong>de</strong> e génio do estudante apoiando, sempre que possível, as suas iniciativas no âmbito da Aca<strong>de</strong>mia» são alguns dos objectivos nele expressos. Cavalos-<strong>de</strong>-batalha? Des<strong>de</strong> 2003 que temos publicado uma série <strong>de</strong> artigos e entrevistas sobre o Processo <strong>de</strong> Bolonha. Outra questão recorrente é o valor das propinas (preocupações que partilhamos com a Fe<strong>de</strong>ração Académica do Porto).
Espaço coor<strong>de</strong>nado por Geral<strong>de</strong>s Lino, http://divulgandobd.blogspot.com 3 ABRIL 2006 | 19 [ bd ]