04.10.2014 Views

Madan Parque de Ciência - Mundo Universitário

Madan Parque de Ciência - Mundo Universitário

Madan Parque de Ciência - Mundo Universitário

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

[ boa vida ]<br />

Alemanha e EUA<br />

já a<strong>de</strong>riram<br />

à moda das<br />

smart drinks.<br />

P. 8<br />

[ lifestyle]<br />

<strong>Universitário</strong>s criam<br />

site sobre <strong>de</strong>sportos<br />

<strong>de</strong> neve. Tudo à mão<br />

<strong>de</strong> um clique.<br />

P. 14<br />

PASSATEMPOS<br />

Descontos em vestidos,<br />

10 livros, bilhetes para<br />

concertos e CD com fartura.<br />

Vê como ganhar!<br />

P. 12, 13 e 15<br />

Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 3 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> 2006 | N.º 34 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />

SÉRGIO GODINHO<br />

Era Uma Vez<br />

Um Homem<br />

35 anos <strong>de</strong> carreira não é para<br />

qualquer um. Em estúdio<br />

a preparar novo disco, Godinho<br />

fez uma pausa e falou no jeito<br />

poético e mordaz que o caracteriza.<br />

P. 4 e 5<br />

DR<br />

<strong>Madan</strong> <strong>Parque</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong><br />

Um exemplo<br />

<strong>de</strong> incubação <strong>de</strong> empresas<br />

nas universida<strong>de</strong>s<br />

P. 10 e 11


2 | 3 ABRIL 2006<br />

[ radar ]<br />

Vestidos a rigor com os trajes negros,<br />

<strong>de</strong> cartazes na mão, distribuindo panfletos<br />

a quem passasse junto ao hospital,<br />

a manifestação ia <strong>de</strong>correndo em silêncio.<br />

Dando continuida<strong>de</strong> à acção, o grupo<br />

dirigiu-se para o relvado frente à Aula<br />

Magna, na Cida<strong>de</strong> Universitária, para<br />

uma pequena dramatização com o<br />

objectivo <strong>de</strong> sensibilizar os estudantes a<br />

terem uma postura não conformista em<br />

relação aos problemas do ensino superior<br />

<strong>de</strong> enfermagem.<br />

Numa luta que já <strong>de</strong>corre há quatro<br />

anos, «com pequenas acções como<br />

esta, vamos continuar até que realmente<br />

sejam ouvidas as nossas preocupações»,<br />

afirma Rui Novo, presi<strong>de</strong>nte da<br />

Associação <strong>de</strong> Estudantes da Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Enfermagem <strong>de</strong> São Vicente<br />

<strong>de</strong> Paulo. «Nós não estamos a apontar<br />

o <strong>de</strong>do», garante, ao mesmo tempo<br />

que afirma que a i<strong>de</strong>ia é fazer com que<br />

as entida<strong>de</strong>s responsáveis pelo Ensino<br />

Superior e Saú<strong>de</strong> atendam à chamada<br />

<strong>de</strong> ajuda.<br />

Tudo começou no início da década <strong>de</strong> 90<br />

quando estudantes <strong>de</strong> uma escola da Tanzânia<br />

entrevistaram Jane Goodall, primatóloga<br />

que coabitou quatro décadas com os chimpanzés<br />

do Gombe. Uma conversa que acabou<br />

por se transformar na “semente” do programa<br />

Roots and Shoots, que hoje engloba<br />

mais <strong>de</strong> 90 países. Portugal a<strong>de</strong>riu no passado<br />

sábado, através <strong>de</strong> uma acção <strong>de</strong> formação,<br />

no Palácio <strong>de</strong> Valenças (Sintra), com a<br />

presença <strong>de</strong> Linda Cloots, do Jane Goodall<br />

Institute (se<strong>de</strong>ado na Bélgica).<br />

Uma iniciativa da Socieda<strong>de</strong> Portuguesa para<br />

a Educação Humanitária (SPEdH), especialmente<br />

direccionada a professores, «com o<br />

intuito <strong>de</strong> incentivar as crianças que estão sob<br />

a sua alçada a encontrar formas <strong>de</strong> ter aquilo<br />

Acção concertada em Lisboa, Coimbra, Guarda e Viseu<br />

Ensino Superior <strong>de</strong> Enfermagem<br />

«Então e os estudantes <strong>de</strong> Enfermagem?»<br />

era a pergunta que se punha na manifestação<br />

que <strong>de</strong>correu na manhã do dia 30<br />

<strong>de</strong> Março. Em frente ao Hospital <strong>de</strong> Santa<br />

Maria, em Lisboa, reuniram-se cerca <strong>de</strong><br />

50 estudantes numa acção que também<br />

implicou outras cida<strong>de</strong>s, já que o objectivo<br />

era fazer uma sensibilização nacional<br />

para as necessida<strong>de</strong>s que enfrentam no<br />

ensino superior.<br />

| POR SOFIA PINTO LEITE | SLEITE@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Queixam-se <strong>de</strong> uma<br />

Acção Social ineficaz,<br />

dada a inexistência <strong>de</strong><br />

subsídios <strong>de</strong> alimentação<br />

durante os estágios,<br />

nas <strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> transportes, alojamento<br />

para estudantes que vêm <strong>de</strong> fora da<br />

Gran<strong>de</strong> Lisboa, fardas, material escolar,<br />

da insuficiência <strong>de</strong> bolsas <strong>de</strong> estudo, e<br />

do corte do Orçamento <strong>de</strong> Estado do<br />

ensino superior juntamente com a subida<br />

das propinas.<br />

Como é hábito em acções <strong>de</strong> contestação,<br />

no final também estes estudantes<br />

garantiram que iam entregar um documento<br />

ao Ministério da <strong>Ciência</strong> Tecnologia<br />

e Ensino Superior, on<strong>de</strong> <strong>de</strong>ixavam<br />

explícitas as suas queixas. «Não queremos<br />

mundos e fundos», garante Rui,<br />

mas uma resposta que até ao momento<br />

ainda não apareceu.<br />

Roots and Shoots<br />

planta semente em Portugal<br />

Mónica Moitas<br />

está doente<br />

que julgam necessário na escola que frequentam»,<br />

explica Constança Carvalho, presi<strong>de</strong>nte<br />

daquele organismo e representante da <strong>de</strong>legação<br />

portuguesa da Roots and Shoots. A<br />

i<strong>de</strong>ia final é tornar as instituições mais autónomas,<br />

<strong>de</strong> forma a serem elas próprias a agir<br />

quando consi<strong>de</strong>rarem que tal se justifique, a<br />

nível local, em matéria <strong>de</strong> ambiente ou <strong>de</strong><br />

qualida<strong>de</strong> <strong>de</strong> vida (envolvendo pessoas e animais).<br />

Constança Carvalho adianta que, apesar do<br />

programa se dirigir sobretudo a jovens, «também<br />

gostaria <strong>de</strong> envolver idosos». Entretanto,<br />

lança um repto à participação no jantar <strong>de</strong><br />

angariação <strong>de</strong> fundos agendado para 31 <strong>de</strong><br />

Maio. «Meta<strong>de</strong> do dinheiro será encaminhado<br />

para apoiar projectos nacionais», sublinha. LM<br />

| Lisboa, Coimbra, Guarda e Viseu |<br />

Numa acção que foi a nível nacional,<br />

também existiram outras formas <strong>de</strong> protesto<br />

pelo país. Guarda, Viseu e Coimbra<br />

foram as outras cida<strong>de</strong>s on<strong>de</strong> também<br />

se ouviram as vozes dos futuros<br />

enfermeiros. Em Coimbra, por exemplo,<br />

durante a parte da tar<strong>de</strong>, os estudantes<br />

juntaram-se no auditório da Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Enfermagem<br />

Bissaya Barreto, on<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong>correu um teatro representativo<br />

sobre a falta <strong>de</strong><br />

subsídios. Personificaram<br />

pais, estudantes, e a relação<br />

dos estudantes e o<br />

po<strong>de</strong>r político que, segundo<br />

a vice-presi<strong>de</strong>nte da<br />

Associação <strong>de</strong> Estudantes,<br />

Maria Loureiro, com<br />

quem o MU falou antes<br />

da acção, iria contar com<br />

a presença do representante<br />

do sindicato dos<br />

enfermeiros.<br />

Arquitectura “sustentável”<br />

no Técnico<br />

A quinta edição da Semana da Arquitectura arranca hoje no<br />

pavilhão <strong>de</strong> Engenharia Civil do Instituto Superior Técnico (IST).<br />

Durante cinco dias, conferências, exposições, e um workshop<br />

estarão ao alcance dos alunos, profissionais da área e outros<br />

curiosos, «com entrada gratuita», adianta Marta Cardoso, da<br />

organização. E para completar a oferta, uma feira do livro (obras<br />

especializadas). “Arquitectura e <strong>de</strong>senvolvimento sustentável” é<br />

o tema escolhido pelo Núcleo <strong>de</strong> Estudantes <strong>de</strong> Arquitectura do<br />

IST (Nuclear), para as jornadas que <strong>de</strong>correm até sexta-feira.<br />

Uma semana «inicialmente <strong>de</strong>stinada a dar a conhecer o curso»<br />

(que surgiu há cerca <strong>de</strong> seis anos), e que acabou por se “entranhar”<br />

no estabelecimento <strong>de</strong> ensino superior. Desta vez, o<br />

Nuclear quis mostrar que «acompanha as tendências do futuro»,<br />

<strong>de</strong>dicando-se a um tipo <strong>de</strong> «arquitectura amiga do ambiente, que<br />

seja ao mesmo tempo viável e segura».<br />

De referir que o workshop <strong>de</strong>signado por “Arquitectura <strong>de</strong> Terra<br />

Crua”, terá lugar entre as 10 e as 18 horas <strong>de</strong> quinta-feira e<br />

«ensinará a trabalhar materiais orgânicos», explica Marta Cardoso.<br />

LM<br />

cFicha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Proprieda<strong>de</strong>: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. <strong>de</strong> Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho <strong>de</strong> Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Gestor <strong>de</strong> projecto:<br />

Nuno Félix | Chefe <strong>de</strong> Redacção: Raquel Louçã Silva | Redação: Carlos Balula, Diogo Torgal Ferreira, Lina Manso | Colaboradores: Geral<strong>de</strong>s Lino, Manuel Arnaut Martins, Mariana Seruya Cabral, Miguel Aragão, Mónica Moitas (fotografia), Pedro Costa, Sofia Pinto Leite | Revisão: Pieda<strong>de</strong> Góis | Projecto<br />

Gráfico: Sara <strong>de</strong>l Rio | Composição gráfica: Joana Túlio | Distribuição: Ana Deslan<strong>de</strong>s | Comerciais: Cláudia Vera-Cruz | Se<strong>de</strong> Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 <strong>Parque</strong> Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxi<strong>de</strong> | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 33 000 | Periodicida<strong>de</strong>: semanal |<br />

Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz <strong>de</strong> Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.


Propostas <strong>de</strong> adaptação entregues no final da semana passada<br />

3 ABRIL 2006<br />

| 3<br />

[ radar ]<br />

Bolonha,ponto sem retorno<br />

Terminado o prazo <strong>de</strong> entrega das propostas <strong>de</strong> adaptação <strong>de</strong> cursos ao Processo <strong>de</strong> Bolonha por parte das universida<strong>de</strong>s,<br />

constata-se que uns casos correram melhor do que outros. Apesar <strong>de</strong> tudo, uma coisa é certa: o procedimento<br />

adoptado para o efeito está longe <strong>de</strong> ser unânime.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Foi na passada sexta-feira, dia 31 <strong>de</strong><br />

Março, que terminou o prazo <strong>de</strong> entrega<br />

das propostas <strong>de</strong> adaptação dos<br />

cursos das instituições <strong>de</strong> ensino superior<br />

portuguesas ao Processo <strong>de</strong> Bolonha.<br />

Apesar da harmonização dos<br />

graus e diplomas prevista pelo tratado<br />

assinado em 1999 apenas exigir resultados<br />

no ano <strong>de</strong> 2010, o processo em<br />

Portugal já vai bem avançado. Obe<strong>de</strong>cendo<br />

ao <strong>de</strong>creto-lei publicado a 24 <strong>de</strong><br />

Março que regulamenta a matéria,<br />

gran<strong>de</strong> parte das instituições <strong>de</strong> ensino<br />

superior portuguesas respeitaram o<br />

curto prazo disponibilizado para a apresentação<br />

dos projectos <strong>de</strong> adaptação à<br />

Direcção-Geral do Ensino Superior –<br />

apenas uma semana. As Universida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Lisboa, Técnica, Nova e do Minho<br />

apresentaram os seus respectivos projectos,<br />

abrangendo a maioria dos seus<br />

cursos. No caso da Universida<strong>de</strong> do<br />

Porto, o número <strong>de</strong> reformulações dos<br />

seus cursos não foi tão gran<strong>de</strong>, mas<br />

mesmo assim foi contemplado um quarto<br />

das licenciaturas ministradas. Já a<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Coimbra está bem<br />

mais atrasada, com apenas três cursos<br />

com proposta <strong>de</strong> adaptação. No que<br />

toca aos Institutos Superiores Politécnicos,<br />

a adaptação já vai num estado<br />

avançado projectando-se que cerca <strong>de</strong><br />

40% dos cursos nacionais estejam<br />

<strong>de</strong>vidamente revistos para o ano que<br />

vem.<br />

| O prazo da discórdia|<br />

Tão polémicos como o Processo <strong>de</strong> Bolonha<br />

propriamente dito têm sido o modo e<br />

os procedimentos escolhidos pelo Governo<br />

para levar adiante as adaptações<br />

necessárias. Com efeito, o prazo dado às<br />

instituições <strong>de</strong> ensino superior para apresentação<br />

das propostas <strong>de</strong> reformulação<br />

dos cursos tem levantado muitas vozes<br />

discordantes, nomeadamente na comunida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> professores académicos. Em<br />

<strong>de</strong>clarações à Lusa, Paulo Peixoto, presi<strong>de</strong>nte<br />

do Sindicato Nacional do Ensino<br />

Superior (SneSup), confessa «não enten<strong>de</strong>r<br />

por que é que em Portugal tudo está<br />

a ser feito na óptica da urgência», tendo<br />

em conta o prazo <strong>de</strong> 2010 para a apresentação<br />

<strong>de</strong> resultados. Embora as universida<strong>de</strong>s<br />

e politécnicos estejam a trabalhar<br />

no assunto <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início do ano<br />

lectivo, acabaram por ter apenas uma<br />

semana para ajustar os seus projectos<br />

aos ditames estabelecidos pelo <strong>de</strong>cretolei<br />

<strong>de</strong> 24 <strong>de</strong> Março. Já para Carlos Chagas,<br />

presi<strong>de</strong>nte da Fe<strong>de</strong>ração Nacional<br />

do Ensino Superior (FENEI), «é irracional<br />

o prazo <strong>de</strong> seis dias que o Governo exige<br />

às instituições superiores», concluindo<br />

que «não estão a ser criadas as condições<br />

para a implementação <strong>de</strong> Bolonha».<br />

PUB<br />

Estádio <strong>Universitário</strong><br />

<strong>de</strong> Lisboa muda <strong>de</strong> mãos<br />

O Estádio <strong>Universitário</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

(EUL) vai per<strong>de</strong>r o estatuto <strong>de</strong> organismo<br />

público integrado no Ministério <strong>de</strong><br />

<strong>Ciência</strong>, Tecnologia e Ensino Superior<br />

(MCTES), e passar a ser gerido por uma<br />

entida<strong>de</strong> a criar entre as universida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> Lisboa e a Câmara Municipal (CML).<br />

Uma informação veiculada ao MU por<br />

fonte i<strong>de</strong>ntificada com o processo e que<br />

surge no âmbito do Programa <strong>de</strong> Reestruturação<br />

da Administração Central do<br />

Estado, divulgado na passada quinta-feira<br />

pelo Governo.<br />

Dos 187 organismos extintos, a gran<strong>de</strong><br />

maioria está ligada aos Ministérios da<br />

Presidência (38), Economia (29), Administração<br />

Interna (23) e Saú<strong>de</strong> (20),<br />

enquanto 7 (incluindo o EUL) têm vínculo<br />

ao MCTES. Daqueles, 3 são órgãos<br />

consultivos e outros 3, serviços centrais,<br />

(restando um sem especificação).<br />

De acordo com o documento apresentado<br />

(e disponível no portal do Governo),<br />

preten<strong>de</strong>-se, para aquele Ministério,<br />

«uma forte redução dos conselhos e<br />

comissões», o «reforço das funções<br />

estratégicas» e a «maior operacionalida<strong>de</strong><br />

da estrutura central do Ministério»,<br />

estando «em curso as avaliações internacionais<br />

para a reforma dos Laboratórios<br />

do Estado e também da re<strong>de</strong> do<br />

Ensino Superior». LM


4| 3 ABRIL 2006<br />

[ vinte valores ]<br />

Era Uma Vez<br />

Um Homem<br />

A brincar a brincar, já lá vão 35 anos <strong>de</strong> carreira. Olha<br />

para trás com nostalgia ou acha que só o futuro é que é<br />

relevante?<br />

Não costumo fazer muito essas contas e sou mesmo um<br />

pouco displicente em relação a efeméri<strong>de</strong>s. Não acho mal<br />

que sejam comemoradas, mas não é aquilo que me move.<br />

Mesmo o termo carreira é-me um bocadinho estranho. Quanto<br />

muito, posso datar quando gravei o meu primeiro disco,<br />

mas o termo carreira pressupõe algo <strong>de</strong> planeado a longo<br />

prazo, coisa que nunca fiz. Aconteceram muitas coisas na<br />

minha vida a nível profissional e pessoal, principalmente<br />

quando fiz os primeiros discos, mas nunca houve gran<strong>de</strong>s<br />

planos. Tudo o que me aconteceu foi importante, seja para<br />

o bem ou seja para o mal, mas nada planeado.<br />

É indubitavelmente um dos monstros sagrados<br />

da música mo<strong>de</strong>rna portuguesa, mas não<br />

aceita esse papel sem reservas. Num ano em<br />

que perfaz uns extraordinários 35 anos <strong>de</strong><br />

carreira, o MU falou com Sérgio Godinho:<br />

homem <strong>de</strong> canções, <strong>de</strong> palavras e <strong>de</strong> palco.<br />

|<br />

«<br />

POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

A política nunca<br />

me fascinou»<br />

Neste mês comemoram-se 32 anos após o 25 <strong>de</strong> Abril.<br />

Acha que a revolução tomou o sentido certo? Como vê<br />

a socieda<strong>de</strong> portuguesa actual?<br />

Acho que foi sem dúvida uma data charneira, que mudou<br />

o país estruturalmente. Na época, saí do país aos 20 anos<br />

e, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> nove anos fora, quando regressei, encontrei<br />

um Portugal em liberda<strong>de</strong>. Nestas coisas não há fórmulas<br />

mágicas e teve <strong>de</strong> haver um processo <strong>de</strong> consolidação<br />

<strong>de</strong> uma <strong>de</strong>mocracia, não só formal mas também material,<br />

que fez com que muitas das expectativas tivessem<br />

sido concretizadas a passo <strong>de</strong> caracol. Mesmo assim,<br />

acho que, se olharmos para o Portugal <strong>de</strong>ssa altura, comparando<br />

com o <strong>de</strong> hoje, houve passos muito positivos e<br />

evi<strong>de</strong>ntes melhorias. Houve coisas que andaram muito<br />

mais <strong>de</strong>vagar do que o que seria <strong>de</strong>sejável, mas sem dúvida<br />

que é um país diferente.<br />

Acha que os primeiros anos da sua carreira são indissociáveis<br />

<strong>de</strong> tudo o que se passou nesses tempos?<br />

Isso talvez seja mais patente nos meus dois discos feitos<br />

exactamente logo a seguir ao 25 <strong>de</strong> Abril. Foi um período<br />

em que a política entrava pelo quotidiano a <strong>de</strong>ntro. O<br />

À Queima Roupa (1974) e o De Pequenino Se Torce o<br />

Pepino (1976) são discos em que há a tradução <strong>de</strong>sse<br />

quotidiano eminentemente politizado. Isso acabou por ser<br />

natural porque sempre reflecti algo do que se estava a<br />

passar na época. Mas o meu olhar é múltiplo. Tenho canções<br />

com personagens que invento e que têm mais ou<br />

menos substrato político ou social, mas também tenho<br />

canções com olhares e interrogações mais filosóficas,<br />

tenho canções <strong>de</strong> amor, enfim, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> sempre que escrevi<br />

<strong>de</strong> tudo.<br />

A sua música sempre teve gran<strong>de</strong> carga política. E como<br />

cidadão, continua activo? A política fascina-o?<br />

Não! A política nunca me fascinou (risos). Não recuso é a<br />

política. Acho que é uma activida<strong>de</strong> que tem <strong>de</strong> ser feita para<br />

as coisas melhorarem. Tem <strong>de</strong> existir. Aquele hábito <strong>de</strong> dizer<br />

mal dos políticos em geral e dizer que são todos uns chulos<br />

é um discurso rançoso. Isso é reduzir tudo ao mesmo e, no<br />

fim <strong>de</strong> contas, é uma forma <strong>de</strong> burrice. Mas não sou <strong>de</strong> maneira<br />

alguma um animal político, nem a política é o meu foco


«Há muita gente activa e ágil, mas também há<br />

muita juventu<strong>de</strong> que se entrega a uma espécie<br />

<strong>de</strong> consumismo um bocado burro»<br />

principal. O meu foco principal são i<strong>de</strong>ias<br />

que trespassam a política, mas que vão<br />

para lá <strong>de</strong>la, não se esgotam por aí. Eu<br />

nas minhas canções faço muitas interrogações<br />

sobre o que nós somos, o que<br />

nós somos perante os outros, como interagimos<br />

com os outros, como vivemos<br />

em comunida<strong>de</strong>...<br />

Quando vê a sua juventu<strong>de</strong> e a <strong>de</strong><br />

agora que ilações retira?<br />

Acho que há muita gente activa e ágil,<br />

mas também há muita juventu<strong>de</strong> que se<br />

acomoda e que se entrega a uma espécie<br />

<strong>de</strong> consumismo um bocado burro. No<br />

entanto, há pessoas jovens com uma<br />

gran<strong>de</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> iniciativa e <strong>de</strong> criação.<br />

Não <strong>de</strong>vemos ser redutores. Não<br />

acho que, como muita gente pensa, seja<br />

um caso <strong>de</strong> juventu<strong>de</strong> perdida. Acho que<br />

já houve gerações piores, mais <strong>de</strong>sinteressadas.<br />

Musicalmente falando, por on<strong>de</strong> tem<br />

andado o Sérgio Godinho?<br />

Depois do Irmão do Meio (2003), disco<br />

que num bom sentido me levou um ano<br />

da minha vida, fiz umas músicas para<br />

uma peça chamada Portugal: Uma<br />

Comédia Musical. E comecei a escrever<br />

para outra, encenada pelo Ricardo Pais<br />

no Teatro <strong>de</strong> São João, chamada o<br />

UBUs, que me <strong>de</strong>u um gran<strong>de</strong> gozo.<br />

Gosto daquelas encomendas que suscitam<br />

coisas diferentes daquilo que faríamos<br />

por nós próprios... que nos estimulam.<br />

Entretanto, também escrevi algumas<br />

músicas para outras pessoas. Ajuntar<br />

a tudo isto, estou já a meio da composição<br />

<strong>de</strong> um novo disco que irá sair lá<br />

para o Outono.<br />

O que foi preciso fazer para se manter<br />

sempre uma das principais referências<br />

da música portuguesa? Outros<br />

como José Mário Branco ou Fausto<br />

continuam rotulados ao passado...<br />

Não há segredo nenhum nem sequer<br />

existe a situação em que eu procure<br />

ser jovem. É uma coisa que sai <strong>de</strong> <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> mim. A maneira como eu me<br />

exprimo sobre a realida<strong>de</strong> social, os<br />

Mónica Moitas<br />

amores, as intimida<strong>de</strong>s são coisas<br />

que me saem espontaneamente. É<br />

aquilo que eu penso. Às vezes sinto-<br />

-me com várias ida<strong>de</strong>s... que é uma<br />

coisa um pouco estranha perante mim<br />

próprio. Apesar <strong>de</strong> ter uma ida<strong>de</strong> cronológica,<br />

não consigo estabelecer<br />

uma ida<strong>de</strong> para mim. Não consigo cingir-me<br />

a isso nos meus imaginários.<br />

Tenho múltiplos imaginários e gosto<br />

<strong>de</strong> estar atento ao que se passa. Sou<br />

curioso.<br />

Já actuou, realizou, escreveu... no<br />

cinema, televisão e teatro. Gosta <strong>de</strong> se<br />

mover noutros meios sem ser a música?<br />

Gosto <strong>de</strong> sentir que tenho essa polivalência,<br />

mas não tenho dúvidas <strong>de</strong> que<br />

aquilo que cose tudo, o fio condutor, é a<br />

música. Gosto sobretudo <strong>de</strong> criar e dos<br />

palcos. Sinto-me particularmente bem<br />

em cinema e em teatro porque são artes<br />

em que o material <strong>de</strong> base é transformado<br />

para outro fim, ou seja, é corporizado.<br />

«<br />

São artes aplicadas. Isso dá-me muito<br />

gozo porque me está muito intrínseco.<br />

Com qual se dá melhor: com o SG cantor,<br />

com o SG compositor ou com o<br />

SG poeta?<br />

Com o SG criador. Com o criador <strong>de</strong> palavras,<br />

<strong>de</strong> música, <strong>de</strong> ficções, <strong>de</strong> realida<strong>de</strong>s...<br />

não gosto, nem consigo separar<br />

essas facetas.<br />

Li algures que acha que a canção tem<br />

<strong>de</strong> ser representada. No palco encarna<br />

uma personagem?<br />

Não tem <strong>de</strong> ser representada, mas o que<br />

eu gosto é <strong>de</strong> representar. Não gosto <strong>de</strong><br />

estar sempre só no palco a interpretar<br />

uma música. Gosto <strong>de</strong> me exprimir, <strong>de</strong><br />

me mexer, que o palco seja ocupado, <strong>de</strong><br />

sugerir...<br />

«Não quero ser emblema <strong>de</strong> coisa nenhuma»<br />

Sente-se bem como uma das maiores<br />

referências da música mo<strong>de</strong>rna portuguesa?<br />

Seria falsa modéstia dizer que não há<br />

verda<strong>de</strong> alguma nisso que me dizes.<br />

Sei que há gente que ao longo dos anos<br />

se i<strong>de</strong>ntificou comigo, com as minhas<br />

canções e isso <strong>de</strong>ixa-me contente. Mas<br />

eu sou um pouco contra os chamados<br />

emblemas e não quero ser emblema<br />

<strong>de</strong> coisa alguma. Quando não me apetecer<br />

mais criar e estar presente quero<br />

ter o direito <strong>de</strong> <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> o fazer e só<br />

continuarei a fazer estas coisas<br />

enquanto me <strong>de</strong>r gozo. Tenho muita<br />

tendência para fugir daquele raciocínio<br />

<strong>de</strong> dar às pessoas o que elas estão à<br />

espera. Gosto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sinquietar as pessoas<br />

nas suas certezas. De puxar por<br />

elas.<br />

O Sérgio sempre teve uma relação<br />

muito saudável com as novas gerações<br />

<strong>de</strong> músicos portugueses. Como<br />

vê os tempos actuais?<br />

Não quero <strong>de</strong>stacar ninguém, mas acho<br />

muito interessante que em Portugal<br />

Aquele hábito <strong>de</strong> dizer mal dos<br />

políticos em geral e que são todos<br />

uns chulos é um discurso rançoso»<br />

tenham aparecido novos valores em<br />

diversos estilos <strong>de</strong> música: hip-hop, rock<br />

pesado, fado, etc. Estão sempre a aparecer<br />

pessoas que não têm medo <strong>de</strong><br />

arriscar e isso é muito positivo.<br />

Pergunta <strong>de</strong>sonesta: qual o seu disco<br />

preferido?<br />

Seria um best off pessoal que não posso<br />

revelar (risos)... não sei! Não tenho, porque<br />

em todos eles sinto partes <strong>de</strong> mim,<br />

umas mais conseguidas, outras menos.<br />

Não consigo realmente eleger um álbum.<br />

Acho que, neste caso, a metáfora dos<br />

filhos é a<strong>de</strong>quada: é como escolher um<br />

filho <strong>de</strong> que se goste mais do que os<br />

outros.<br />

3 DE ABRIL 2006 | 5<br />

[ vinte valores ]<br />

Talento<br />

não tem ida<strong>de</strong><br />

Já lá vão 35 anos <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que Sérgio Godinho<br />

se estreou em edições discográficas<br />

com o clássico Os Sobreviventes, <strong>de</strong> 1971.<br />

Dessa data até hoje o cantautor portuense<br />

entretanto gravou 23 discos, entre os quais<br />

16 <strong>de</strong> originais.<br />

Nascido no Porto em 1945, bem cedo <strong>de</strong>ci<strong>de</strong><br />

que o Portugal da época não era para si<br />

e sai do país aos 20 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>. Durante<br />

nove longos anos vagueia pelo mundo:<br />

Suíça, Holanda, Brasil, França e Canadá são<br />

lugares por on<strong>de</strong> passa, mantendo sempre<br />

a sua activida<strong>de</strong> como cantor e autor –<br />

chega a fazer parte do elenco francês da<br />

peça Hair e é ainda no exílio que grava os<br />

seus dois primeiros discos <strong>de</strong> originais.<br />

Com a “revolução dos cravos”, a 25 <strong>de</strong> Abril<br />

<strong>de</strong> 1974, a hora é <strong>de</strong> regresso à pátria. Em<br />

liberda<strong>de</strong>, Sérgio Godinho consegue dar<br />

finalmente asas a toda a sua criativida<strong>de</strong>.<br />

Artista multifacetado, para além da sua activida<strong>de</strong><br />

como músico e compositor, participa<br />

em filmes, peças teatrais, séries e peças<br />

televisivas, escreve para os palcos <strong>de</strong> teatro,<br />

para a televisão e muito mais.<br />

Os anos que se seguem confirmam um artista<br />

no verda<strong>de</strong>iro sentido da palavra, com<br />

vários álbuns <strong>de</strong> originais editados, centenas<br />

<strong>de</strong> espectáculos aclamados, participações<br />

e parcerias especiais (Chico Buarque,<br />

Milton Nascimento, Clã, Camané, Da Weasel,<br />

Jorge Palma, só para citar alguns), projectos<br />

para o público infantil e muito mais.<br />

Num ano importante – 35 anos <strong>de</strong> carreira<br />

não são para qualquer um – o homem parece<br />

não querer parar. Com alguns projectos<br />

especiais em mãos (composição para teatro<br />

e também para outros intérpretes), Sérgio<br />

Godinho está também a preparar um<br />

novo disco <strong>de</strong> inéditos, que em princípio<br />

sairá lá para o Outono.<br />

O Homem<br />

e os seus<br />

filhos<br />

Em 35 anos <strong>de</strong> carreira, Sérgio Godinho<br />

gravou os seguintes álbuns:<br />

• 1971 – Os Sobreviventes<br />

• 1972 – Pré-Histórias<br />

• 1974 – À Queima-Roupa<br />

• 1976 – De Pequenino Se Torce O Destino<br />

• 1978 – Pano Cru<br />

• 1979 – Campoli<strong>de</strong><br />

• 1980 – Canto da Boca<br />

• 1980 – Kilas o Mau da Fita (banda sonora)<br />

• 1983 – Coincidências<br />

• 1984 – Salão <strong>de</strong> Festas<br />

• 1985 – Era Uma Vez Um Rapaz (colectâ<br />

nea)•<br />

1987 – Na Vida Real<br />

• 1988 – Sérgio Godinho Canta com<br />

Os Amigos do Gaspar (infantil)<br />

• 1989 – Aos Amores<br />

• 1990 – Escritor <strong>de</strong> Canções (ao vivo)<br />

• 1993 – Tinta Permanente<br />

• 1995 – Noites Passadas (ao vivo)<br />

• 1997 – Domingo no <strong>Mundo</strong><br />

• 1998 – Rivolitz (ao vivo)<br />

• 2000 – Lupa<br />

• 2001 – Afinida<strong>de</strong>s (ao vivo em parceria<br />

com os Clã)<br />

• 2001 – Biografias do Amor (colectânea)


6 3 ABRIL 2006<br />

[ po<strong>de</strong>r à palavra ]<br />

VIDA MALVADA<br />

DIÁRIO DE UM ESTUDANTE<br />

Tânia Ribeiro<br />

Licenciada em Estudos Portugueses, a frequentar<br />

o mestrado na Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Sorbonne, em Paris<br />

ignnisemparis@yahoo.fr<br />

O início <strong>de</strong> uma revolução?<br />

Há muito que é um lugar-comum.<br />

Diz-se que em Portugal ninguém<br />

lê e que há níveis <strong>de</strong> iliteracia do<br />

tamanho da dívida externa argentina.<br />

Que a televisão isto, que a<br />

playstation aquilo.<br />

Pois eu <strong>de</strong>scobri uma das possíveis<br />

soluções. Quando entrei na<br />

universida<strong>de</strong> e me mu<strong>de</strong>i para<br />

Lisboa, por razões pessoais (leia-<br />

-se baunilha, pilim, pasta... dinheiro)<br />

<strong>de</strong>ixei <strong>de</strong> ter carro à disposição.<br />

A carta passou a ser um documento<br />

<strong>de</strong>corativo na minha carteira,<br />

apenas utilizado quando companheiros<br />

da <strong>de</strong>sgraceira nocturna<br />

se revelam manifestamente em<br />

pior estado do que eu para conduzir<br />

– diga-se <strong>de</strong>s<strong>de</strong> já que só muito<br />

raramente tal acontece. Ora, para<br />

me <strong>de</strong>slocar e cumprir a minha<br />

rotina diária, tenho <strong>de</strong> percorrer 62<br />

paragens <strong>de</strong> transportes públicos,<br />

52 <strong>de</strong> autocarro e 10 <strong>de</strong> metro. É<br />

um verda<strong>de</strong>iro banho <strong>de</strong> humilda<strong>de</strong><br />

que requer um diligente espírito<br />

<strong>de</strong> missionário. Como é natural, há<br />

que ocupar todos estes tempos<br />

mortos e, para isso, nada mais<br />

saudável do que fazê-lo através da<br />

nobre arte da leitura. Des<strong>de</strong> que<br />

cá cheguei, e por causa da necessida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> me <strong>de</strong>slocar <strong>de</strong> transportes<br />

públicos, tenho lido que<br />

nem um monge... um verda<strong>de</strong>iro<br />

São Tomás <strong>de</strong> Aquino. Mamo<br />

umas 40 páginas por dia e acabo<br />

livros como quem come bolachas.<br />

São uns atrás dos outros: Camus,<br />

Dostoievsky, Amado, Bukowski,<br />

marcha tudo. Retire-se, pois, a<br />

carta a uma boa porção <strong>de</strong> cidadãos<br />

(por sorteio seria uma boa<br />

hipótese) e os níveis <strong>de</strong> leitura<br />

com certeza subiriam para patamares<br />

<strong>de</strong>centes. Como plus, toda<br />

esta pedagogia retiraria um monte<br />

<strong>de</strong> perigosos das estradas das<br />

cida<strong>de</strong>s portuguesas, o trânsito<br />

diminuía e po<strong>de</strong>ríamos discutir<br />

Saramago com a pessoa sentada<br />

ao nosso lado no eléctrico.<br />

Gustavo Serra<br />

gserra@mundouniversitario.pt<br />

http://vidamalvadadiario<strong>de</strong>umestudante.blogspot.com<br />

Uma chuva incessante marcou esta<br />

longa jornada <strong>de</strong> greve geral. Para os<br />

manifestantes, e tendo em conta o<br />

mau tempo, foi um sucesso. Consta<br />

mesmo que a a<strong>de</strong>são ao encontro<br />

ultrapassou os números do soalheiro<br />

18 <strong>de</strong> Março.<br />

Foi num cortejo ao longo das ruas da<br />

capital (repetido em muitas outras<br />

localida<strong>de</strong>s do país), que os protestantes<br />

usaram o seu direito à expressão,<br />

exigindo a retirada <strong>de</strong> uma lei – o<br />

polémico CPE – que julgam precária,<br />

amorfa e <strong>de</strong>srespeitosa. O hino comunista<br />

– A Luta Final – ouviu-se do início<br />

ao fim da manifestação e inesperadamente<br />

<strong>de</strong>parei-me com uma<br />

Place d'Italie envolta em ban<strong>de</strong>iras do<br />

Tem sido uma participante assídua nas manifestações<br />

parisienses contra o Contrato <strong>de</strong><br />

Primeiro Emprego (CPE). Esteve na jornada<br />

<strong>de</strong> protesto que <strong>de</strong>correu na última terça-feira<br />

e partilhou com o MU as sensações recolhidas.<br />

Palavras e imagens, em primeira mão.<br />

revolucionário argentino,<br />

Che Guevara.<br />

Preconizarão os franceses uma revolução?<br />

Não sei respon<strong>de</strong>r... Só sei<br />

que, naquela tar<strong>de</strong>, Paris foi invadida<br />

por universitários, estudantes, sindicalistas,<br />

professores, novos, velhos,<br />

pais, filhos, reformados, trabalhadores,<br />

nacionais, estrangeiros (aliás, até<br />

os cidadãos ilegais fizeram questão<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>nunciar a sua situação). Em<br />

suma, como diria o nosso Zeca Afonso,<br />

«o povo saiu a rua num dia<br />

assim».<br />

Quanto a confrontos com a<br />

polícia, começaram por volta<br />

das 17h30, quando um grupo<br />

<strong>de</strong> jovens partiu a vitrina<br />

<strong>de</strong> uma loja. Às 20 horas, na<br />

Place <strong>de</strong> Republique (on<strong>de</strong><br />

terminava o cortejo),<br />

enquanto garrafas e pedras eram<br />

lançadas por alguns manifestantes,<br />

as autorida<strong>de</strong>s usavam gás lacrimogéneo<br />

e jactos <strong>de</strong> água.<br />

No final da noite, os sindicatos anunciavam<br />

2,71 milhões <strong>de</strong> pessoas em<br />

protesto por toda a França. A polícia,<br />

mais comedida, falava <strong>de</strong> 1,05 milhões.<br />

Até nos territórios do além-mar<br />

– ilhas da Reunião, Guadalupe e Martinica<br />

– os estudantes anti-CPE saíram<br />

à rua, em proporções bastante<br />

significativas.<br />

po<strong>de</strong>rpalavra@mundouniversitario.pt<br />

Ataca ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos!<br />

Não te esqueças <strong>de</strong> enviar:<br />

> artigo até 1500 caracteres<br />

> fotografia tipo-passe<br />

> nome da faculda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> estudas


8| 3 ABRIL 2006<br />

[ boa vida ]<br />

Smart drinks<br />

Alimento para o cérebro<br />

Os refrescos habituais e o<br />

álcool têm novos adversários.<br />

Chamam-lhes smart<br />

drinks, bebidas interactivas<br />

ou elixires <strong>de</strong> saú<strong>de</strong> e<br />

já conquistaram os mercados<br />

norte-americano e alemão.<br />

Nomeadamente as<br />

comunida<strong>de</strong>s estudantis.<br />

E porquê? Basta dizer que<br />

se acredita que potenciam<br />

a inteligência e ajudam a<br />

combater o stress. Ao<br />

mesmo tempo que alguns<br />

as consi<strong>de</strong>ram aliadas na<br />

época <strong>de</strong> frequências,<br />

outros recusam-se a pôr<br />

as mãos no fogo por elas.<br />

| POR LINA MANSO |<br />

LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Quem não experimentou ainda Red Bull<br />

ou Gatora<strong>de</strong>? Estes exemplos <strong>de</strong> smart<br />

drinks são apenas uma ponta do icebergue.<br />

Apanóplia <strong>de</strong> elixires é gran<strong>de</strong> e começam<br />

agora a preparar-se em bares, conforme<br />

o pedido do freguês.<br />

Cocktails à base <strong>de</strong> sumos <strong>de</strong> fruta ou água<br />

mineral e enriquecidos sobretudo com aminoácidos<br />

essenciais – além <strong>de</strong> vitaminas,<br />

minerais, óleo <strong>de</strong> fígado <strong>de</strong> bacalhau ou<br />

extractos <strong>de</strong> ginseng e gingko biloba – têm<br />

nos jovens estudantes entre os 20 e os 25<br />

anos, um dos seus principais grupos <strong>de</strong><br />

consumidores.<br />

De acordo com um artigo publicado no site<br />

espanhol <strong>Mundo</strong>gar, enquanto alguns<br />

conhecedores os <strong>de</strong>finem como um<br />

«remédio contra o cansaço e a astenia»<br />

(fraqueza), outros juram que «aumenta a<br />

vitalida<strong>de</strong> e a resistência». De uma coisa<br />

há, pelo menos, a certeza: potenciam a<br />

energia.<br />

Paralelamente, através do fornecimento <strong>de</strong><br />

nutrientes, compensam os maus hábitos<br />

alimentares, existindo mesmo <strong>de</strong>fensores<br />

do seu papel atenuante em casos <strong>de</strong> intoxicações<br />

ligeiras com origem no tabaco ou<br />

no álcool.<br />

| Mas cuidado...|<br />

Mesmo não contendo substâncias tóxicas<br />

ou que induzam ao vício, há quem aconselhe<br />

prudência na altura da ingestão.<br />

De acordo com um artigo publicado na<br />

revista norte-americana FDA Consumer<br />

(publicação do US Food and Drug Administration),<br />

se a bebida contiver uma gran<strong>de</strong><br />

dosagem <strong>de</strong> certa substância ou se a<br />

quantida<strong>de</strong> ingerida for abusiva, «a toxicida<strong>de</strong><br />

e os efeitos colaterais a curto prazo<br />

são possíveis». Cita, nomeadamente, os<br />

exemplos da L – cisteína que não <strong>de</strong>ve<br />

ser consumida por crianças ou grávidas<br />

(riscos para o feto), e do excesso <strong>de</strong> colina,<br />

que po<strong>de</strong> estar na origem da gastroenterite<br />

e pancreatite. E, além <strong>de</strong> problemas<br />

<strong>de</strong>rivados das proteínas, existe o<br />

risco <strong>de</strong> hipervitaminose (especialmente<br />

relacionada com inclusão abusiva <strong>de</strong> vitaminas<br />

dos grupos B e C, as mais frequentemente<br />

utilizadas nos elixires <strong>de</strong><br />

saú<strong>de</strong>).<br />

O facto é que a FDAnão aprovou até agora<br />

algum medicamento ou produto que<br />

aumente a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> memória e a<br />

inteligência (mesmo baseado em métodos<br />

naturais).<br />

Entretanto, já há bares nos EUA especializados<br />

na comercialização <strong>de</strong>stas bebidas,<br />

ao mesmo tempo que na Alemanha se ven<strong>de</strong>m,<br />

por ano, mais <strong>de</strong> 60 milhões <strong>de</strong> latas.<br />

Quanto ao panorama nacional, até à data<br />

<strong>de</strong> fecho do artigo tentámos obter dados<br />

do Ministério da Saú<strong>de</strong>, sem sucesso.<br />

A, B, Culinária com o Chef Olivier<br />

Folhado <strong>de</strong> peixe-galo<br />

Ingredientes para 4 pessoas<br />

• 1 rolo <strong>de</strong> massa folhada;<br />

• 1 alho francês;<br />

• 2 lombos <strong>de</strong> peixe-galo;<br />

• 4 tomates cereja;<br />

• 1 colher sopa <strong>de</strong> manteiga;<br />

• 250 gramas <strong>de</strong> cogumelos frescos;<br />

• 1 limão;<br />

• Sal, pimenta e azeite;<br />

olivier@mundouniversitario.pt<br />

Receita/Confecção<br />

Primeiro, <strong>de</strong>ixar os lombos <strong>de</strong> peixe-galo a marinar em sumo <strong>de</strong> limão com<br />

um pouco <strong>de</strong> azeite, sal e pimenta. Enquanto isso, cortar às ro<strong>de</strong>las o alho<br />

francês, os tomates cereja e os cogumelos, juntar tudo e saltear ligeiramente<br />

numa frigi<strong>de</strong>ira com um pouco <strong>de</strong> manteiga. Uma vez completo<br />

esse processo, passar os lombos <strong>de</strong> peixe já marinados na chapa <strong>de</strong> modo<br />

bem rápido e <strong>de</strong> forma a ganhar apenas um pouco <strong>de</strong> cor <strong>de</strong> um lado e<br />

do outro. Para montar o folhado, esten<strong>de</strong>r o rolo <strong>de</strong> massa numa mesa,<br />

formar um tapete com o alho francês e os restantes ingredientes salteados,<br />

juntar o peixe e fechar a massa em meia-lua (com a forma <strong>de</strong> um rissol<br />

gran<strong>de</strong>). Levar o folhado ao forno durante 20 minutos à temperatura<br />

<strong>de</strong> 200 graus. Depois <strong>de</strong> cozido, estará pronto a servir. Bom apetite!


Agenda<br />

Universitária<br />

Sugestões MU<br />

BRAGA<br />

Palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m: Reorganizar<br />

Universida<strong>de</strong> Católica Portuguesa<br />

– Braga<br />

7 <strong>de</strong> Abril, 21h30<br />

• Instituto <strong>de</strong> Educação da UCP<br />

(Campus da Foz)<br />

PORTO<br />

10.º Encontro Nacional <strong>de</strong> Estudantes<br />

<strong>de</strong> Biologia<br />

Salão Nobre da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Economia da Universida<strong>de</strong> do<br />

Porto<br />

6,7,8 e 9 <strong>de</strong> Abril<br />

• Pólo <strong>Universitário</strong> - São João<br />

3 ABRIL 2006 | 9<br />

[ campus ]<br />

RadShow sobre Desenvolvimento Sustentável como nova área profissional<br />

Resposabilizar<br />

os universitários<br />

No dia 23 <strong>de</strong> Março, realizou-se, no Anfiteatro Nobre da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto, um RoadShow sobre “Desenvolvimento Sustentável como<br />

nova área profissional”. Crescimento económico, equilíbrio ecológico e<br />

progresso social são os três pilares para a construção do verda<strong>de</strong>iro<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

| POR CARLOS BALULA E PEDRO COSTA | MUNDO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

LISBOA<br />

Jortec – Jornadas Tecnológicas<br />

<strong>de</strong> Engenharia Química Instituição:<br />

Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> Lisboa<br />

3 e 4 <strong>de</strong> Abril<br />

• Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s e Tecnologia<br />

Tertúlia sobre Planeamento<br />

Familiar e Aborto<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

5 <strong>de</strong> Abril, 21h30<br />

• Cantina Velha (junto da reitoria).<br />

Atentados Terroristas: Consequências<br />

Emocionais e Intervenção<br />

Psicológica<br />

Universida<strong>de</strong> Lusófona <strong>de</strong> Humanida<strong>de</strong>s<br />

e Tecnologias<br />

7 <strong>de</strong> Abril, 15h00<br />

• Auditório da Biblioteca Vítor<br />

<strong>de</strong> Sá<br />

Durante o RoadShow, a atenção dos alunas da<br />

faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Letras da Universida<strong>de</strong> do Porto<br />

Conferência "2006 – Ano Europeu<br />

para a Mobilida<strong>de</strong> dos<br />

Trabalhadores – Crescimento e<br />

Emprego, Desafios e Oportunida<strong>de</strong>s".<br />

Universida<strong>de</strong> Lusíada <strong>de</strong> Lisboa<br />

7 <strong>de</strong> Abril, 9h00<br />

• Auditório Professor Gomes da<br />

Silva<br />

SETÚBAL<br />

“Cenografias – quadros e<br />

maquetes ”<br />

Instituto Politécnico <strong>de</strong> Setúbal<br />

De 27 <strong>de</strong> Março a 7 <strong>de</strong> Abril<br />

• Átrio da Escola Superior <strong>de</strong><br />

Educação <strong>de</strong> Setúbal<br />

FARO<br />

Biotecnologia e Biologia Molecular<br />

<strong>de</strong> Microalgas<br />

Universida<strong>de</strong> do Algarve<br />

3 <strong>de</strong> Abril, 13h00<br />

• Sala da Biblioteca da FCMA<br />

(Campus <strong>de</strong> Gambelas)<br />

A presença da empresa Société Générale<br />

<strong>de</strong> Surveillance (SGS), representada por<br />

Pedro Ferreira, preten<strong>de</strong>u afirmar o seu<br />

papel <strong>de</strong> maior organização mundial no<br />

domínio da inspecção, verificação, análise<br />

e certificação <strong>de</strong> Sistemas <strong>de</strong> Responsabilida<strong>de</strong><br />

Social. Papel que iniciou em 1878,<br />

altura da sua fundação, enquanto casa <strong>de</strong><br />

inspecção <strong>de</strong> carregamentos <strong>de</strong> grão no<br />

porto Rouen, em França. Hoje está presente<br />

em 120 países, contando com mais<br />

<strong>de</strong> 1000 escritórios e laboratórios em todo<br />

o mundo, e cerca <strong>de</strong> 42 000 funcionários.<br />

De acordo com a sua cartilha, «Responsabilida<strong>de</strong><br />

Social implica adoptar, <strong>de</strong><br />

forma pró-activa, valores e práticas que<br />

promovam o <strong>de</strong>senvolvimento social, a<br />

protecção ambiental e o respeito dos direitos<br />

fundamentais, optando por uma governação<br />

transparente e aberta a todas as<br />

partes interessadas: trabalhadores, clientes,<br />

accionistas, fornecedores, comunida<strong>de</strong><br />

envolvente e Administração Pública».<br />

Como tal, entre as suas principais áreas<br />

<strong>de</strong> acção <strong>de</strong>ntro das organizações, contam-se<br />

alguns aspectos como a conquista<br />

das preferências do consumidor, cada<br />

vez mais influenciada por valores éticos;<br />

prevenir riscos e antecipar inci<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong><br />

trabalho; ou o melhoramento do <strong>de</strong>sempenho<br />

e envolvimento dos colaboradores,<br />

por meio <strong>de</strong> uma formação a<strong>de</strong>quada e<br />

melhores condições <strong>de</strong> trabalho.<br />

| O caso português |<br />

Por sua vez, o World Business Council for<br />

Sustainable Development (BCSD Portugal),<br />

uma coligação <strong>de</strong> 76 empresas –<br />

entre elas, EDP, Somague, Bial ou IBM –<br />

que partilham o compromisso <strong>de</strong> um<br />

<strong>de</strong>senvolvimento sustentável (enquanto<br />

<strong>de</strong>senvolvimento que satisfaz as necessida<strong>de</strong>s<br />

presentes, sem comprometer a<br />

capacida<strong>de</strong> das gerações futuras <strong>de</strong> suprir<br />

as suas próprias necessida<strong>de</strong>s), foi representado<br />

por Luís Rocharte.<br />

A sua missão passa por transpor para o<br />

plano nacional os princípios orientadores<br />

do World Business Council for Sustainable<br />

Development, fazendo com que a li<strong>de</strong>rança<br />

empresarial seja catalisadora <strong>de</strong> uma<br />

mudança rumo ao <strong>de</strong>senvolvimento sustentável.<br />

É por isso que alguns dos seus<br />

objectivos são: promover a articulação<br />

entre empresas, Governo e socieda<strong>de</strong><br />

civil, em tudo o que diga respeito ao <strong>de</strong>senvolvimento<br />

sustentável; <strong>de</strong>senvolver activida<strong>de</strong>s<br />

<strong>de</strong> formação que conduzam à<br />

comunicação eficaz <strong>de</strong>sses princípios; ou<br />

<strong>de</strong>finir projectos e recolher casos <strong>de</strong> estudo<br />

que o ilustrem e estimulem.<br />

Com este RoadShow ficou patente que a<br />

construção <strong>de</strong> um <strong>de</strong>senvolvimento sustentável<br />

<strong>de</strong>ve ser feita com base em três<br />

pilares: crescimento económico, equilíbrio<br />

ecológico e progresso social. Isto, mediante<br />

a adopção dos princípios como a equida<strong>de</strong><br />

intrageracional e intergeracional,<br />

enquanto produto da distribuição igualitária<br />

dos recursos <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong> uma geração e<br />

entre gerações presentes e vindouras. A<br />

perpetuação da pegada ecológica geracional<br />

é o que está em causa quando «mais<br />

do que crescer hoje, é necessário <strong>de</strong>senvolver<br />

o amanhã».


10 | 3 ABRIL 2006<br />

[ zoom ]<br />

<strong>Madan</strong> <strong>Parque</strong> <strong>de</strong> ciência com se<strong>de</strong> na Nova da Costa da Caparica<br />

Incubam<br />

empresas<br />

e lançam-nas ao mercado<br />

Quando se fala em incubação<br />

<strong>de</strong> empresas nas<br />

universida<strong>de</strong>s, o <strong>Madan</strong><br />

<strong>Parque</strong> vem quase sempre<br />

à baila. Ainda no dia<br />

22 <strong>de</strong> Março, quando o<br />

Governo assinou um<br />

acordo com a Universida<strong>de</strong><br />

do Texas, foi ali que o<br />

fez. O presi<strong>de</strong>nte do <strong>Parque</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>, com se<strong>de</strong><br />

na Costa da Caparica,<br />

Sousa Lobo, abriu as portas<br />

do seu gabinete e<br />

conversou entusiasticamente<br />

<strong>de</strong> um projecto em<br />

que conceitos como tecnologia<br />

e empreen<strong>de</strong>dorismo<br />

são reis.<br />

| POR RAQUEL LOUÇÃ SILVA |<br />

RSILVA@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

«Na minha geração o paradigma era:<br />

um universitário quando termina vai à<br />

procura <strong>de</strong> um emprego e quanto melhor<br />

for o empregador mais bem sucedida<br />

será a sua carreira. Agora as coisas<br />

mudaram e, em muitos casos, as pessoas<br />

têm <strong>de</strong> inventar o seu próprio<br />

emprego para gerarem novos negócios».<br />

Quem o diz é o presi<strong>de</strong>nte do <strong>Parque</strong><br />

<strong>de</strong> <strong>Ciência</strong> <strong>Madan</strong>, Sousa Lobo.<br />

O que apetece questionar a seguir às<br />

palavras do professor que, em<br />

2003, trocou as funções <strong>de</strong> reitor<br />

da Universida<strong>de</strong> Nova para<br />

coor<strong>de</strong>nar um projecto <strong>de</strong><br />

incubação <strong>de</strong> empresas na<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s e Tecnologia<br />

(FCT) é: até que ponto<br />

a Universida<strong>de</strong> ensina os alunos a<br />

serem empreen<strong>de</strong>dores?<br />

É que, garante, «encontrar uma necessida<strong>de</strong><br />

na socieda<strong>de</strong> e oferecer uma<br />

solução para o mercado é uma coisa que<br />

qualquer um po<strong>de</strong> tentar». E se é facto<br />

que «nem toda a gente se transforma em<br />

empresário»,muitas vezes, para além <strong>de</strong><br />

se ter uma boa i<strong>de</strong>ia «o<br />

importante<br />

é encontrar as pessoas certas» para a<br />

pôr em prática.<br />

«O choque tecnológico<br />

é uma expressão <strong>de</strong><br />

marketing político»<br />

| Lições <strong>de</strong> empreen<strong>de</strong>dorismo |<br />

Para quem não nasce com a queda natural<br />

para o negócio, há cursos <strong>de</strong><br />

empreen<strong>de</strong>dorismo – ali, na FCT, por<br />

exemplo, são ministrados a alunos do<br />

secundário, à semelhança do que se faz<br />

nos países anglo-saxónicos.<br />

Será essa a chave para o choque tecnológico<br />

<strong>de</strong> que tanto se fala? «O choque<br />

tecnológico é uma expressão <strong>de</strong><br />

marketing político», reage o professor.<br />

Depois, pon<strong>de</strong>ra e esclarece: «não<br />

estou a minorar o esforço que está a ser<br />

feito. Acho que o Governo está a assumir<br />

uma postura muitíssimo importante<br />

e há uma série <strong>de</strong> legislação que vai<br />

favorecer a inovação tecnológica, ao<br />

diversificar fontes <strong>de</strong> energia.»<br />

Se é <strong>de</strong> i<strong>de</strong>ias que nascem os gran<strong>de</strong>s<br />

negócios, então o<br />

que é preciso é ter i<strong>de</strong>ias inovadoras.<br />

Tendo em conta que estamos numa economia<br />

global em que tem <strong>de</strong> se concorrer<br />

com empresas <strong>de</strong> qualquer parte do<br />

mundo, no fundo «o truque é ter imaginação<br />

para concretizar projectos vingadores».<br />

E mesmo que não se consiga um projecto<br />

<strong>de</strong> sucesso à primeira, não há que<br />

ter receio <strong>de</strong> o admitir. Como costumadizer<br />

o professor António Câmara, mentor<br />

da Y-Dreams, a empresa<br />

mais bem sucedida<br />

actualmente se<strong>de</strong>ada no<br />

<strong>Madan</strong>, «aceitar as <strong>de</strong>rrotas<br />

e saber esperar pelas<br />

vitórias é uma virtu<strong>de</strong>».<br />

| O processo <strong>de</strong> incubação|<br />

São várias as categorias <strong>de</strong> <strong>Parque</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Ciência</strong>. Há os <strong>de</strong> iniciativa municipal, os<br />

<strong>de</strong> iniciativa particular e os que são especializados.<br />

O <strong>Madan</strong> «está numa categoria<br />

que visa sobretudo a incubação <strong>de</strong><br />

empresas». Integrado num campus universitário<br />

com 50 hectares, está instalado<br />

em três e, portanto, é um elemento<br />

que tira partido <strong>de</strong> estar <strong>de</strong>ntro da Universida<strong>de</strong>.<br />

Em Portugal, exemplos na<br />

mesma linha só o do Instituto Pedro<br />

Nunes em Coimbra, que está muito próximo<br />

do pólo da Facul-<br />

Vai ser assim a entrada do<br />

novo <strong>Madan</strong> <strong>Parque</strong> daqui<br />

a sensivelmente um ano


«O aumento<br />

<strong>de</strong> eficiência<br />

dos vários sistemas,<br />

inclusive<br />

o <strong>de</strong> Justiça,<br />

<strong>de</strong> que se tem<br />

falado muito,<br />

po<strong>de</strong> tirar gran<strong>de</strong>s<br />

benefícios<br />

com a entrada<br />

<strong>de</strong> novas tecnologias<br />

para agilizar<br />

processos»<br />

Projecto do pátio do <strong>Parque</strong> em construção.<br />

Prevê-se que ali, em encontros informais,<br />

nasçam parcerias produtivas<br />

da<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong> e Tecnologia <strong>de</strong> Coimbra,<br />

e outro que vai nascer no Porto, junto da<br />

faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> engenharia do Porto».<br />

Três a quatro anos é o período em que as<br />

empresas ficam na incubadora. Pagam<br />

uma renda <strong>de</strong> 11 euros por metro quadrado<br />

e usufruem dos serviços <strong>de</strong> comunicações<br />

ou correios e, numa fase inicial, <strong>de</strong><br />

apoio no plano <strong>de</strong> negócio e procura do<br />

capital <strong>de</strong> risco.<br />

Para estar no <strong>Madan</strong>, se a empresa não<br />

estiver já criada, tem pelo menos <strong>de</strong> estar<br />

em projecto. Depois, cada vez que há interesse<br />

em registar uma nova patente, acciona-se<br />

a metodologia Quick Look Technology<br />

Acessment. Inspirada na Universida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> Texas, em Austin, baseia-se na técnica<br />

<strong>de</strong> entrevistas e tem como objectivo<br />

perceber o potencial comercial da i<strong>de</strong>ia em<br />

questão.«Nós damos a nossa credibilida<strong>de</strong><br />

à i<strong>de</strong>ia», remata Sousa Lobo.<br />

É por isso que funcionam como uma espécie<br />

<strong>de</strong> intermediários com empresas <strong>de</strong><br />

capital <strong>de</strong> risco e bancos.<br />

| Ganhar asas |<br />

Como se aguentam os filhos <strong>de</strong>pois da<br />

mãe se <strong>de</strong>mitir das suas tarefas <strong>de</strong> amparo?<br />

Sousa Lobo respon<strong>de</strong>: «uma empresa<br />

po<strong>de</strong> ter três <strong>de</strong>stinos ao fim <strong>de</strong> quatro<br />

anos: fechar porque afinal não resultou;<br />

crescer tanto que já não cabe aqui e tem<br />

<strong>de</strong> ir para outro sítio (as chamadas fast<br />

going); e o terceiro são as empresas <strong>de</strong>signadas<br />

por lifestyle, que, não crescendo<br />

muito, encontram o seu nicho <strong>de</strong> negócios<br />

on<strong>de</strong> imprimem uma certa i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>».<br />

Actualmente, o <strong>Madan</strong> <strong>Parque</strong> alberga 17<br />

empresas e por ali já passaram casos <strong>de</strong><br />

sucesso como a Kirons, a Stab ou a Y-<br />

-Dreams. A última, ainda em processo <strong>de</strong><br />

incubação, trabalha com software para<br />

telemóveis. Sousa Lobo traça-lhe a radiografia<br />

do sucesso: «é uma empresa <strong>de</strong><br />

referência, sobretudo por causa da questão<br />

da globalização. Nós não estamos a<br />

transferir produtos que tenham <strong>de</strong> ser<br />

embarcados, mas serviços, como software<br />

ou coisas <strong>de</strong> dimensão pequena que se<br />

3 ABRIL 2006<br />

| 11<br />

[ zoom ]<br />

transportam com facilida<strong>de</strong>. Virada para o<br />

mercado chinês, europeu e americano, a<br />

Y-Dreams está ao ritmo <strong>de</strong> uma empresa<br />

que apren<strong>de</strong>u a ir à concorrência em termos<br />

planetários.»<br />

| Quem sai beneficiado |<br />

Os serviços ali <strong>de</strong>senvolvidos têm como<br />

finalida<strong>de</strong> ajudar em áreas diversas. Mas<br />

a i<strong>de</strong>ia é sempre a mesma, pôr as novas<br />

tecnologias ao serviço das pessoas, no<br />

sentido <strong>de</strong> lhes facilitar o quotidiano. «O<br />

aumento <strong>de</strong> eficiência dos vários sistemas,<br />

inclusive o <strong>de</strong> Justiça, <strong>de</strong> que se tem falado<br />

muito, po<strong>de</strong> tirar gran<strong>de</strong>s benefícios<br />

com a entrada <strong>de</strong> novas tecnologias para<br />

agilizar processos», acredita o professor.<br />

A maioria dos que ali trabalham são académicos,<br />

«muitos são ex-alunos <strong>de</strong> doutoramento<br />

ou <strong>de</strong> mestrado». Os outros são<br />

os que «percebem que saem beneficiados<br />

no que toca ao acesso à informação e à<br />

mão-<strong>de</strong>-obra qualificada».<br />

Com obras para as novas instalações do<br />

<strong>Parque</strong> em marcha, prevê-se que daqui<br />

a um ano já estejam terminadas. O projecto<br />

prima por concentrar todas as<br />

empresas que neste momento se localizam<br />

em sítios diferentes do campus.<br />

Facto que trará vantagens num aspecto<br />

aparentemente inconsequente, o do<br />

convívio informal, on<strong>de</strong> muitas vezes<br />

surgem as melhores cooperações. E é<br />

<strong>de</strong>ssa troca que, quase sempre, nascem<br />

as melhores i<strong>de</strong>ias.<br />

PUB


12 | 3 ABRIL 2006<br />

[ acontece ]<br />

<br />

<br />

LISBOA<br />

O MU SUGERE<br />

7pm/ Rumour (loose in the<br />

air)<br />

Coreografia e interpretação <strong>de</strong><br />

Maria Matos. Baseado no poema<br />

Half-Hanged Mary, <strong>de</strong> Margaret<br />

Atwood, que relata a história da<br />

“bruxa” Mary Webster, enforcada<br />

numa árvore, on<strong>de</strong> permanece<br />

durante a noite. Mas, contrariando<br />

as expectativas, Mary não morre...<br />

Sala <strong>de</strong> Ensaio do CCB<br />

8 <strong>de</strong> Abril – 19 horas<br />

Encontros em Música<br />

Organização da Fonoteca Municipal<br />

<strong>de</strong> Lisboa. Participam a Aca<strong>de</strong>mia<br />

<strong>de</strong> Amadores <strong>de</strong> Música, o Instituto<br />

Piaget (Licenciatura em Música<br />

do ISEIT– Instrumento) e a Escola<br />

<strong>de</strong> Jazz <strong>de</strong> Torres Vedras.<br />

Fonoteca Municipal<br />

8 <strong>de</strong> Abril – 18 horas<br />

PORTO<br />

Exposição e venda <strong>de</strong><br />

obras do pintor Ruy Silva e<br />

do escultor Rogério <strong>de</strong><br />

Abreu<br />

A venda das obras reverte em 30%<br />

a favor do projecto Terceira<br />

(C)Ida<strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvido pela Delegação<br />

Norte <strong>de</strong> Médicos do <strong>Mundo</strong><br />

– Portugal<br />

Claustro da Sala do Tribunal<br />

no Palácio da Bolsa, 9<br />

14 Abril<br />

A Mulher na Poesia<br />

Organização do Grupo Poético <strong>de</strong><br />

Aveiro, Re<strong>de</strong> Portuguesa <strong>de</strong><br />

Jovens para a Igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oportunida<strong>de</strong>s<br />

entre Mulheres e<br />

Homens e Associação <strong>de</strong> Estudantes<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belas Artes da<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto. Sessão <strong>de</strong><br />

leitura <strong>de</strong> poemas sobre a temática<br />

da igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> oportunida<strong>de</strong>s<br />

entre mulheres e homens.<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Belas Artes<br />

da Universida<strong>de</strong> do Porto<br />

4 <strong>de</strong> Abril – 22 horas<br />

Festival <strong>de</strong> teatro<br />

anima Lisboa<br />

A primeira edição do<br />

Festival Lusíada <strong>de</strong><br />

Artes do Espectáculo (I<br />

FLAE) arranca hoje, sob<br />

a responsabilida<strong>de</strong> do Grupo<br />

<strong>de</strong> Teatro da Universida<strong>de</strong><br />

Lusíada (GTUL). O evento vai<br />

ser marcado por encenações<br />

diárias, às 21h30, no Auditório<br />

da Biblioteca Orlando Ribeiro,<br />

em Telheiras (Lisboa). À tar<strong>de</strong> –<br />

entre as 13 e as 17 horas –<br />

animação variada promete<br />

animar os jardins da UL. Uma<br />

semana non-stop, que só<br />

termina no sábado.<br />

| POR LINA MANSO |<br />

Grupo <strong>de</strong> teatro da Lusíada organiza I FLAE<br />

LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

1001 livros obrigatórios<br />

Uma obra que alguns consi<strong>de</strong>ram pretensiosa e outros acrescentam<br />

ter omitido autores <strong>de</strong> relevo. 1001 Books you Must Read<br />

before you Die, <strong>de</strong> Peter Boxall, é um guia <strong>de</strong> leitura recentemente<br />

editado na Inglaterra, i<strong>de</strong>al para os “<strong>de</strong>voradores <strong>de</strong><br />

letras”. Entretanto, a editora ASA, em Portugal, já adiantou ter<br />

25 dos mil e um títulos citados. Desses, aqui seguem alguns<br />

exemplos: O Assassinato <strong>de</strong> Roger Ackroyd (Agatha Christie,<br />

1926); A Pianista (Elfrie<strong>de</strong> Jelinek, 1983); A Trilogia <strong>de</strong> Nova Iorque<br />

(Paul Auster, 1987); Como Água para Chocolate (Laura<br />

Esquível, 1989); O Deus das Pequenas Coisas (Arundhati Roy,<br />

1997); ou A Ignorância (Milan Kun<strong>de</strong>ra, 2000).<br />

(In)sucessos das Produções Fictícias<br />

São o rosto do Grupo <strong>de</strong> Teatro da Lusíada e<br />

prometem animar Lisboa durante esta semana<br />

Gato Fedorento, O Inimigo Público, Contra-Informação ou O<br />

Homem que Mor<strong>de</strong>u o Cão já são imagens <strong>de</strong> marca do humor<br />

português. E todas com a assinatura das Produções Fictícias<br />

(PF). Um fenómeno <strong>de</strong> popularida<strong>de</strong> que Inês Fonseca Santos<br />

– associada da PF – registou em livro, com lançamento<br />

marcado para a próxima quinta-feira. Produções Fictícias – 13<br />

anos <strong>de</strong> insucessos é uma análise do trabalho do grupo <strong>de</strong><br />

criativos que a autora consi<strong>de</strong>ra um verda<strong>de</strong>iro case-study no<br />

país. De referir que a 27 <strong>de</strong> Abril – sempre na última quarta-<br />

-feira do mês – se realiza mais uma das tertúlias “É a cultura,<br />

estúpido!”, no Jardim <strong>de</strong> Inverno do Teatro Municipal São Luiz<br />

(Lisboa). Na próxima edição, o MU dará mais informações<br />

sobre a iniciativa.<br />

A abertura “oficial” vai ser já às 13 horas,<br />

com a actuação <strong>de</strong> malabaristas e um curso<br />

<strong>de</strong> formação <strong>de</strong> actores da UL. À noite, o<br />

CENAtÒRIO – Grupo <strong>de</strong> Teatro da Universida<strong>de</strong><br />

Lusíada do Porto – apresenta<br />

o.veneno.na.veia, texto adaptado <strong>de</strong> Javier<br />

Durringer. Segue-se a festa no Marretas<br />

Bar, em Santos, com karaoke, além <strong>de</strong> cervejas<br />

e shots a apenas um euro.<br />

A 8 <strong>de</strong> Abril (sábado), na sessão <strong>de</strong> encerramento<br />

da iniciativa, o GTULexibeAlguém<br />

Terá <strong>de</strong> Morrer, <strong>de</strong> Luís Francisco Rebello.<br />

Entretanto, será a vez do GATUÉ (Grupo<br />

Académico <strong>de</strong> Teatro da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Évora); Teatro do Ser (da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

<strong>Ciência</strong>s Sociais e Humanas da Universida<strong>de</strong><br />

Nova <strong>de</strong> Lisboa); mISCuTEm, (do Instituto<br />

Superior <strong>de</strong> <strong>Ciência</strong>s Sociais e da<br />

Empresa); e Teatr’ UBI mostrarem um<br />

pouco do seu trabalho, em Telheiras. De<br />

referir que na quinta e sexta-feira haverá<br />

festa à noite, no Sékulo Inn (Bairro Alto) e<br />

discoteca Fama (Alcântara), respectivamente.<br />

A “tese explosiva”<br />

<strong>de</strong> Steven Johnson<br />

PASSATEMPO<br />

O MU e a editora ASA estão<br />

a oferecer 10 exemplares do<br />

livro Tudo o Que É Mau Faz<br />

Bem. Para ganhares basta<br />

seres um dos <strong>de</strong>z primeiros<br />

a aparecer com esta edição<br />

do <strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> na<br />

Fnac Colombo, no dia 8 <strong>de</strong><br />

Abril, às 17h00, altura em<br />

que o autor, Steven Johnson,<br />

fará a apresentação da<br />

obra.<br />

«As formas <strong>de</strong> entretenimento que gerações mais velhas<br />

con<strong>de</strong>nam são na verda<strong>de</strong> estimulantes exercícios cognitivos.»<br />

Uma frase na contracapa <strong>de</strong> Tudo o Que é Mau Faz<br />

Bem, obra <strong>de</strong> Steven Johnson que preten<strong>de</strong> mostrar os<br />

benefícios da cultura <strong>de</strong> massas. Contra o mito <strong>de</strong> que os<br />

jogos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o, a TV e a internet entorpecem a capacida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> raciocínio, o autor – e também um dos maiores estudiosos<br />

da tecnologia digital – concebeu uma «tese explosiva»,<br />

a que <strong>de</strong>signou “Curva <strong>de</strong> Sleeper”.<br />

«On<strong>de</strong> a maioria dos comentadores vê uma corrida até ao<br />

fundo, uma estupidificação (…) eu vejo uma história <strong>de</strong> progresso»,<br />

adianta Steven Johnson, na introdução do livro.<br />

Uma homenagem aos que insistem em ser “do contra”.


| Passatempos Naifa |<br />

Temos mais um CD dos<br />

Naifa para oferecer. Para<br />

concorrer, basta respon<strong>de</strong>r<br />

correctamente à pergunta:<br />

Como se chama a<br />

vocalista dos Naifa?<br />

Envia a resposta com<br />

nome, morada e instituição<br />

<strong>de</strong> ensino superior<br />

que frequentas até às 17h<br />

do dia 7 <strong>de</strong> Abril para<br />

mundo@mundouniversitario.pt.<br />

O vencedor será<br />

notificado por e-mail.<br />

Temos 2 bilhetes duplos para<br />

oferecer para os concertos<br />

dos Naifa em Setúbal e<br />

Braga. Para concorrer respon<strong>de</strong><br />

correctamente à pergunta:<br />

Quantos minutos<br />

faltam para a maré<br />

encher?<br />

Envia a resposta com nome,<br />

BI e instituição <strong>de</strong> ensino<br />

superior que frequentas<br />

até às 17h do dia 7 <strong>de</strong><br />

Abril para mundo@mundouniversitario.pt.<br />

Os vencedores<br />

serão notificados<br />

por e-mail.<br />

| Discos da Semana |<br />

Corpo Cantautora <strong>de</strong> corpo inteiro<br />

Com o terceiro disco<br />

<strong>de</strong> originais, Susana<br />

Félix parece<br />

finalmente alcançar a<br />

verda<strong>de</strong>ira liberda<strong>de</strong><br />

como intérprete e<br />

compositora. Índigo<br />

revela uma mulher,<br />

senhora do seu<br />

próprio <strong>de</strong>stino que,<br />

ao mesmo tempo,<br />

não tem medo <strong>de</strong><br />

expor as suas<br />

emoções.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |<br />

DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

A tua experiência com a música<br />

já vem bem <strong>de</strong> trás, não<br />

vem?<br />

É verda<strong>de</strong>. Eu comecei a cantar<br />

aos 11 anos. Claro que<br />

nessa época ainda era tudo<br />

uma brinca<strong>de</strong>ira, mas as coisas<br />

assumiram uma dimensão<br />

diferente quando me convidaram<br />

para ir a uma Gran<strong>de</strong> Noite<br />

do Fado no Coliseu... tinha<br />

eu 12 anos. Lá fui eu com os<br />

meus pais, assustada com tudo<br />

aquilo, mas acabei por ganhar<br />

o primeiro prémio. A partir<br />

daí, nunca mais parei.<br />

Quando é que <strong>de</strong>cidiste que<br />

era a música que realmente<br />

querias?<br />

Yeah Yeah Yeahs<br />

Show Your Bones – 17 valores<br />

Muito boa gente já andava com crises <strong>de</strong> ansieda<strong>de</strong>,<br />

mas finalmente chegou. À primeira audição,<br />

o novíssimo Show Your Bones, do trio nova-iorquino Yeah<br />

Yeah Yeahs parece que foi embrulhado em papel <strong>de</strong> veludo e<br />

acaba por dar a impressão <strong>de</strong> que Karen O e os rapazes se<br />

<strong>de</strong>ixaram domesticar. Puro engano. Inflamável e volátil continuam<br />

a ser os adjectivos certos para o som <strong>de</strong> uma banda<br />

que volta a fazer um disco em que tudo parece bem regado<br />

com gasolina e pronto a explodir. Rock n’ roll à séria.<br />

Foi quando fui a um casting <strong>de</strong><br />

um programa da RTP chamado<br />

a Selecção Nacional. Acabei<br />

por ser seleccionada, ou<br />

seja, vim <strong>de</strong> Torres Vedras para<br />

Lisboa para ficar uma semana<br />

e já cá estou há 10 anos<br />

(risos). Na época, achei que a<br />

situação era uma boa oportunida<strong>de</strong><br />

para experimentar algo<br />

que sempre quis tentar.<br />

Como foi o processo criativo<br />

para o novo álbum?<br />

Foi algo que criei <strong>de</strong> maneira<br />

muito sentida, até porque é o<br />

meu primeiro disco como cantautora<br />

– o que faz com que as<br />

coisas sejam mais saborosas.<br />

É essencialmente um disco <strong>de</strong><br />

canções que mexem com muitas<br />

emoções. Em termos musicais,<br />

acho que é bastante livre,<br />

não se cinge só a uma ou<br />

duas áreas musicais. Não gosto<br />

que a música me limite.<br />

Já com três discos <strong>de</strong> originais,<br />

como vês a tua evolução?<br />

Quando comecei a cantar, sonhei<br />

ser uma gran<strong>de</strong> cantora.<br />

Hoje em dia, muito sinceramente,<br />

acho que não sou a<br />

gran<strong>de</strong> cantora que sonhei vir<br />

a ser, mas sou a compositora<br />

e letrista que nunca sonhei vir<br />

a ser.<br />

| Passatempo |<br />

Temos 10 CD-singles da Susana<br />

Félix autografados para oferecer<br />

a quem respon<strong>de</strong>r correctamente<br />

à pergunta:<br />

Como se chama o novo disco<br />

<strong>de</strong> Susana Félix?<br />

Envia as respostas com o teu<br />

nome, morada, ida<strong>de</strong> e instituição<br />

<strong>de</strong> ensino que frequentas<br />

para mundo@mundouniversitario.pt<br />

até às 17 horas do dia 7 <strong>de</strong><br />

Abril. O vencedor será notificado<br />

por e-mail.<br />

Revistados 25-06<br />

14 valores<br />

O encanto <strong>de</strong>ste disco é a sua improbabilida<strong>de</strong>.<br />

De facto, ninguém se lembraria <strong>de</strong> juntar alguns<br />

dos maiores valores do hip-hop tuga (à excepção o inglês T-<br />

Jay) para fazer um disco <strong>de</strong> homenagem a uma das bandas<br />

mais pop da pop portuguesa. Com uns momentos melhores do<br />

que outros, Revistados 25-06 juntou no estúdio rapaziada como<br />

Melo D, XEG, NBC ou Virgul para fazer a <strong>de</strong>vida vénia aos<br />

portuenses GNR. Só por fugir aos clichés das homenagens<br />

sensaboronas do costume merece, pelo menos, uma audição.<br />

3 ABRIL 2006 | 13<br />

[ acontece ]<br />

| Sugestão <strong>de</strong> cinema |<br />

O Inadaptado<br />

Breakfast on Pluto.<br />

Adaptação do romance<br />

homónimo<br />

<strong>de</strong> Pat McCabe, o<br />

último filme <strong>de</strong> Neil<br />

Jordan mantém a<br />

elevada bitola do<br />

currículo do realizador<br />

irlandês.<br />

Breakfast on Pluto<br />

conta a história, em alguns momentos<br />

surreal, <strong>de</strong> Patrick “Kitten” Bra<strong>de</strong>n, jovem<br />

irlandês que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> cedo se revela<br />

incapaz <strong>de</strong> se enquadrar na realida<strong>de</strong><br />

que o ro<strong>de</strong>ia. Verda<strong>de</strong>iro ovni no meio<br />

<strong>de</strong> uma pequena comunida<strong>de</strong> irlan<strong>de</strong>sa<br />

católica ortodoxa na década <strong>de</strong> 70,<br />

“Kitten”, a páginas tantas, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> aventurar-se<br />

para a gran<strong>de</strong> metrópole (leia-<br />

-se Londres). Parte à procura da sua<br />

própria i<strong>de</strong>ntida<strong>de</strong>, da sua mãe <strong>de</strong>sconhecida<br />

e <strong>de</strong> tudo o mais que o mundo<br />

lhe tiver para oferecer.<br />

Com um estratosférico Cillian Murphy a<br />

compor um combo que consegue juntar<br />

num só Marc Bolan, Gerry Conlon,<br />

António Variações e Ru Paul, o filme<br />

revela-se um verda<strong>de</strong>iro épico glam<br />

on<strong>de</strong> as drogas, sexo, catolicismo, o<br />

IRA e muito mais são veículos para<br />

uma viagem aos anos 70 – há muito<br />

que esta década não era tão bem encenada.<br />

Os paddies do costume estão por lá:<br />

Liam Neeson, Stephen Rea, Brendan<br />

Gleeson e mesmo um fabuloso Gavin<br />

Friday (lí<strong>de</strong>r dos míticos Virgin Prunes)<br />

participam. Como se fosse preciso algum<br />

aval <strong>de</strong> aprovação do filme, Bryan<br />

Ferry, tal qual figura tutelar <strong>de</strong> toda<br />

uma época, <strong>de</strong>ci<strong>de</strong> dar uma perninha<br />

num filme on<strong>de</strong> a música tem uma importância<br />

tal em todo o <strong>de</strong>senrolar da<br />

história, que chega a transformar-se<br />

numa verda<strong>de</strong>ira personagem.<br />

Ficha técnica<br />

Realização & Argumento: Neil Jordan.<br />

Elenco: Cillian Murphy, Stephen<br />

Rea, Brendan Gleeson, Liam Neeson.<br />

Estreia: 30 <strong>de</strong> Março<br />

Nota: 17 valores<br />

PUB


14 | 3 ABRIL 2006<br />

[ lifestyle ]<br />

www.portalneve.com<br />

Estância Virtual<br />

DESPORTO. É mais um<br />

bom exemplo das excelentes<br />

iniciativas provenientes<br />

do meio estudantil<br />

que por aí andam.<br />

Exclusivamente <strong>de</strong>dicado<br />

a <strong>de</strong>sportos alpinos,<br />

o Portal Neve vem<br />

preencher algumas lacunas<br />

que existiam no<br />

sector. Para os<br />

amantes da neve,<br />

que nem a chegada<br />

da Primavera<br />

<strong>de</strong>smotiva<br />

aventuras<br />

refrescantes.<br />

|POR DIOGO TORGAL FERREIRA |<br />

DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

É um facto incontestado que nos últimos<br />

anos os <strong>de</strong>sportos <strong>de</strong> neve têm<br />

crescido em Portugal. Os<br />

praticantes são cada vez<br />

mais, as activida<strong>de</strong>s<br />

comerciais à sua<br />

volta aumentam<br />

<strong>de</strong> volume e<br />

a opção<br />

d e<br />

fazer<br />

férias<br />

em estâncias<br />

<strong>de</strong> Inverno<br />

é cada vez<br />

mais um hábito.<br />

Por todos estes motivos<br />

e mais alguns, justifica-se<br />

a recente criação do<br />

Portal Neve, site português exclusivamente<br />

<strong>de</strong>dicado a este tipo <strong>de</strong><br />

modalida<strong>de</strong>s, em particular esqui e<br />

snowboard. I<strong>de</strong>alizado e concebido<br />

por Miguel Rodrigues – finalista da<br />

licenciatura <strong>de</strong> Economia na Universida<strong>de</strong><br />

Portucalense (UP) – e João<br />

Costa – recém-licenciado em Economia<br />

também na UP – surgiu «quando<br />

eu e o João reparámos que em Portugal<br />

havia ainda alguma coisa a fazer<br />

no que diz respeito a informação<br />

sobre <strong>de</strong>sportos <strong>de</strong> Inverno», conta<br />

Miguel sobre a germinação da i<strong>de</strong>ia.<br />

| Mapa do www.portalneve.com |<br />

Ambos praticantes <strong>de</strong> longa data <strong>de</strong><br />

esqui e snowboard, Miguel e João<br />

<strong>de</strong>cidiram levar o projecto para a frente.<br />

«Quisemos criar um site <strong>de</strong> internet<br />

exclusivamente <strong>de</strong>dicado a estes<br />

<strong>de</strong>sportos, com natural <strong>de</strong>staque<br />

para o esqui e snowboard» revela<br />

Miguel ao mesmo tempo que sublinha<br />

que «o interesse <strong>de</strong>monstrado<br />

pelas pessoas tem sido enorme»,<br />

superando as expectativas <strong>de</strong>les.<br />

Lançado a 1 <strong>de</strong> Janeiro numa versão<br />

experimental, só agora se encontra a<br />

todo o vapor. Miguel explica: «no início<br />

o portal, só tinha à disposição uma área<br />

<strong>de</strong> informação e uma re<strong>de</strong> <strong>de</strong> contactos<br />

<strong>de</strong> praticantes, mas agora já temos<br />

uma estrutura mais profissional e estamos<br />

a conseguir atingir os nossos<br />

objectivos, ou seja, ser um espaço <strong>de</strong><br />

informação diariamente actualizada<br />

sobre os <strong>de</strong>sportos alpinos.»<br />

As funcionalida<strong>de</strong>s a operar são<br />

várias. Notícias, cobertura total <strong>de</strong><br />

todas as estâncias da Península Ibérica,<br />

área <strong>de</strong> classificados, fórum <strong>de</strong><br />

visitantes e calendário <strong>de</strong> eventos<br />

são algumas opções informativas à<br />

disposição do visitante.<br />

Apesar <strong>de</strong> o projecto se encontrar <strong>de</strong><br />

vento em popa, não pára por aqui:<br />

«para os próximos tempos, temos<br />

como objectivos a venda online<strong>de</strong> equipamento<br />

através <strong>de</strong> parceiras com<br />

marcas do sector e a cobertura <strong>de</strong><br />

estâncias francesas, italianas e suíças»,<br />

revela o motivado co-criador do<br />

portal.<br />

Campeonatos <strong>Universitário</strong>s <strong>de</strong> Lisboa 2005/06<br />

DESPORTO. Durante esta<br />

semana, entre os dias 3 e 6<br />

<strong>de</strong> Abril, vão <strong>de</strong>correr no<br />

Estádio <strong>Universitário</strong> as<br />

fases finais dos Campeonatos<br />

<strong>Universitário</strong>s <strong>de</strong> Lisboa<br />

2005/06. Depois <strong>de</strong> vários<br />

meses <strong>de</strong> competição estudantil,<br />

chega finalmente o<br />

momento das gran<strong>de</strong>s <strong>de</strong>cisões.<br />

|POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTOR-<br />

GAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

A edição da época 2005/06 da competição<br />

<strong>de</strong>sportiva interassociações <strong>de</strong><br />

estudantes chega esta semana ao seu<br />

final. Inicialmente com 3700 participantes<br />

inscritos, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> Outubro do ano<br />

passado que se <strong>de</strong>senrolam as diversas<br />

competições e agora chegou a hora<br />

das finais em seis modalida<strong>de</strong>s: an<strong>de</strong>bol,<br />

futebol, futsal, basquetebol, voleibol<br />

e râguebi em variante seven’s.<br />

Durante esta semana <strong>de</strong> finais, participarão<br />

cerca <strong>de</strong> 400 atletas com o objectivo<br />

claro <strong>de</strong> chegar ao ponto mais alto<br />

do pódio. Criada a 22 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong><br />

Dias <strong>de</strong> Decisão<br />

2004, em substituição da Secção Autónoma<br />

para o Desporto da Associação<br />

Académica <strong>de</strong> Lisboa, a Associação<br />

Desportiva do Ensino Superior <strong>de</strong> Lisboa<br />

(ADESL) é uma estrutura que tem<br />

como associados as diversas associações<br />

<strong>de</strong> estudantes da cida<strong>de</strong>. Objectivo?<br />

Autonomizar o <strong>de</strong>sporto académico<br />

da capital.<br />

| Competição para relaxar |<br />

Uma das heranças <strong>de</strong>ixadas à ADESL<br />

Calendário<br />

3 <strong>de</strong> Abril 4 <strong>de</strong> Abril 5 <strong>de</strong> Abril 6 <strong>de</strong> Abril<br />

14h00 An<strong>de</strong>bol An<strong>de</strong>bol<br />

15h00 Básquete fem. Futebol Futsal fem.<br />

16h00 Futebol Básquete fem.<br />

17h00 Básquete masc. Vólei fem.<br />

18h00 Futsal fem. Vólei fem. Básquete masc. Râguebi 7’ s<br />

19h30<br />

Futsal masc.<br />

20h00 Futsal masc. Vólei masc. Vólei masc.<br />

como resultado da reestruturação do<br />

<strong>de</strong>sporto universitário lisboeta foi a<br />

organização dos Campeonatos <strong>Universitário</strong>s<br />

<strong>de</strong> Lisboa, competição que já<br />

leva mais <strong>de</strong> 15 edições. «É um evento<br />

com uma componente lúdica muito<br />

forte, on<strong>de</strong> a gran<strong>de</strong> priorida<strong>de</strong> não é<br />

propriamente a competição, mas sim o<br />

espírito <strong>de</strong> convívio e amiza<strong>de</strong>», explica<br />

Miguel Santos, presi<strong>de</strong>nte da<br />

ADESL. E realça: «mesmo para <strong>de</strong>scontrair<br />

e relaxar das pressões dos respectivos<br />

cursos é uma experiência bastante<br />

positiva para os alunos participantes.»<br />

Em relação a ajudas, Miguel<br />

revela que todos os apoios que têm<br />

«vêm da Fe<strong>de</strong>ração Académica do Desporto<br />

<strong>Universitário</strong>, através <strong>de</strong> um subsídio»,<br />

sem se esquecer <strong>de</strong> «realçar o<br />

papel fundamental do Instituto do Estádio<br />

<strong>Universitário</strong> <strong>de</strong> Lisboa que colabora<br />

connosco durante todas as provas».<br />

Info<br />

Local<br />

Estádio <strong>Universitário</strong> <strong>de</strong> Lisboa<br />

• Estádio <strong>de</strong> Honra<br />

• Pavilhões n. os 1 e 2<br />

Datas<br />

• 3 e 4 <strong>de</strong> Abril para os 3.º e 4.º lugares<br />

• 5 e 6 <strong>de</strong> Abril para as finais


Estão aí os bailes <strong>de</strong> finalistas<br />

Princesas<br />

3 ABRIL 2006 | 15<br />

[ lifestyle ]<br />

POR UMA NOITE<br />

MODA. As nossas opções em termos <strong>de</strong> moda po<strong>de</strong>m reflectir os nossos estados <strong>de</strong><br />

espírito e aquilo que somos. Através <strong>de</strong> diferentes sinais, damos pistas, algumas<br />

vezes não muito claras, sobre o que se passa no nosso íntimo. Este preto será luto<br />

ou luxo? O <strong>de</strong>cote é tão profundo porque está calor ou queremos sentir-nos sexy?<br />

Nesta edição, em que o vestido se impõe como peça-chave, o MU apresenta-te algumas<br />

propostas para que vistas a “pele” certa para arrasares no baile <strong>de</strong> finalistas.<br />

| POR MANUEL ARNAUT MARTINS | MMARTINS@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

| Femme Fatale |<br />

Po<strong>de</strong>s <strong>de</strong>ixar o picador <strong>de</strong> gelo<br />

em casa, mas não te esqueças<br />

do sex appeal. O teu look irá<br />

transmitir sensualida<strong>de</strong> aos<br />

que te ro<strong>de</strong>iam. A cor po<strong>de</strong> ser<br />

o encarnado ou o preto. Os<br />

<strong>de</strong>cotes são profundos e provocantes.<br />

Po<strong>de</strong>s também recorrer<br />

a vestidos on<strong>de</strong> as costas<br />

estão mais à mostra, sendo<br />

essa a chave do teu visual. Se<br />

optares por um vestido mono<br />

colore, procura algo com <strong>de</strong>talhes<br />

enriquecedores. Bordados,<br />

brilhos, folhos ou laços.<br />

Uma opção segura é o Little<br />

Black Dress. Serve-te <strong>de</strong>ste<br />

mo<strong>de</strong>lo clássico e apimenta-o<br />

com uns stillettos ou umas<br />

sandálias <strong>de</strong> salto alto. Em termos<br />

<strong>de</strong> maquilhagem, não<br />

poupes no eyeliner. Uma<br />

maquilhagem em tons mais<br />

escuros é i<strong>de</strong>al para finalizar o<br />

teu visual <strong>de</strong> femme fatale. A<br />

boca encarnada ao estilo <strong>de</strong><br />

Marilyn Monroe. Em termos <strong>de</strong><br />

cabelo, porque não algo mais<br />

wild? O MU aconselha-te um ar<br />

“<strong>de</strong>spenteado penteado”:<br />

Leva o cabelo penteado, mas<br />

<strong>de</strong> forma natural, <strong>de</strong> modo a<br />

que não pareças vinda directamente<br />

do cabeleireiro. Um look<br />

i<strong>de</strong>al para quem pensa que as<br />

boas meninas vão para o céu e<br />

as más vão para todo o lado.<br />

| Candy Girl |<br />

Consi<strong>de</strong>ras-te uma rapariga<br />

doce e vês o teu baile <strong>de</strong> finalistas<br />

como o final <strong>de</strong> um conto<br />

<strong>de</strong> fadas on<strong>de</strong> ainda vais a<br />

tempo <strong>de</strong> beijar o sapo? Se sim,<br />

escolhe cores mais leves,<br />

como por exemplo o cor-<strong>de</strong>-<br />

-rosa. Mas, atenção, que seja<br />

suave, perto do branco. Cores<br />

como o rosa-choque po<strong>de</strong>m<br />

facilmente cair no kitch, estilo<br />

Barbie ou Miss Piggy. Pensa<br />

antes no visual <strong>de</strong> princesa <strong>de</strong><br />

Gwyneth Paltrow nos Óscares<br />

<strong>de</strong> 1999, em que foi galardoada<br />

com a cobiçada estatueta. Tudo<br />

isto não significa que não estejas<br />

sexy. Beyonce não o conseguiu<br />

no seu último filme A<br />

Pantera Cor-<strong>de</strong>-Rosa? Em termos<br />

<strong>de</strong> maquilhagem, opta por<br />

tons neutros e naturais nos<br />

olhos. Na boca, um pouco <strong>de</strong><br />

gloss transparente para um brilho<br />

extra. Proibidas estão as<br />

sombras e batons da mesma<br />

tonalida<strong>de</strong> do vestido. O rosa<br />

que vestes por si só já é bastante<br />

chamativo.<br />

| Eu sou eu! |<br />

Se não estás interessada em<br />

nenhuma <strong>de</strong>stas personagens<br />

e queres mesmo ser tu própria,<br />

aqui estão algumas dicas<br />

para que <strong>de</strong>ixes brilhar o teu<br />

“eu” interior. Para esta Primavera-Verão,<br />

segue os tons claros.<br />

Azul-claro, os tons cor <strong>de</strong><br />

pele e o branco. Estas cores,<br />

sendo discretas e frescas, não<br />

te anulam e permitem que a<br />

atenção se volte para ti. Em termos<br />

<strong>de</strong> cortes, os vestidos<br />

tipo camisa são superactuais,<br />

assim como os tipo envelope.<br />

Para um pouco mais <strong>de</strong> glamour,<br />

escolhe vestidos <strong>de</strong><br />

uma só alça, tipo cai-cai ou flutuantes,<br />

numa linha <strong>de</strong>usa<br />

grega. Na maquilhagem, já<br />

que o objectivo é pôr-te em<br />

relevo, procura salientar os<br />

melhores traços e disfarçar os<br />

<strong>de</strong>feitos. Sê irreverente, não<br />

sigas as tendências, mas aquilo<br />

que te fica melhor. O cabelo<br />

po<strong>de</strong> ser penteado para trás,<br />

para <strong>de</strong>stacar os teus traços.<br />

| Os acompanhantes |<br />

Qualquer que seja a festa em questão, <strong>de</strong>ves sempre<br />

seguir a primeira regra <strong>de</strong> ouro: sapatos a brilhar e<br />

barba feita. Segue o dress co<strong>de</strong> da festa. Caso o pedido<br />

seja o fato completo, não uses colete. O seu uso<br />

está fora <strong>de</strong> moda, assim como o <strong>de</strong> gravatas berrantes.<br />

Tenta encontrar um fato <strong>de</strong> cores escuras,<br />

mas com um corte mo<strong>de</strong>rno. A camisa <strong>de</strong>ve ser preferencialmente<br />

branca. Lembra-te <strong>de</strong> que os blazers<br />

<strong>de</strong> botões dourados já tiveram a sua época dourada.<br />

Vai o mais low profile possível, <strong>de</strong>ixando a tua acompanhante<br />

brilhar. Em caso <strong>de</strong> existir a obrigatorieda<strong>de</strong><br />

do smoking, nada <strong>de</strong> faixas e laços inspirados nas<br />

cores da ban<strong>de</strong>ira portuguesa.<br />

PUB


16 | 3 ABRIL 2006<br />

[ 5.ª dimensão ]<br />

JOGOS<br />

Febre Portátil<br />

Febre Portátil<br />

PSP | Para acelerar a<br />

penetração no mercado da sua plataforma portátil, a Sony acaba <strong>de</strong> anunciar<br />

uma redução <strong>de</strong> preço na PSP. Agora disponível por 199 euros, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

seu lançamento no Japão em Dezembro <strong>de</strong> 2004, a PSP ven<strong>de</strong>u já mais <strong>de</strong><br />

15 milhões <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s a nível global, estabelecendo a sua posição como<br />

nova plataforma <strong>de</strong> entretenimento portátil em todo o mundo.<br />

O número que Deus fez<br />

O número<br />

que Deus fez<br />

PS3 | Os discos com os jogos PS3 po<strong>de</strong>rão vir<br />

com versões para todas as zonas. Como adiantou<br />

Phil Harrison, na Game Developers Conference<br />

(GDC), na Califórnia, a capacida<strong>de</strong> dos Blu-ray permitirá<br />

encaixar num só disco versões <strong>de</strong> um jogo<br />

para as três zonas. «Não se trata <strong>de</strong> uma obrigatorieda<strong>de</strong>,<br />

mas sim <strong>de</strong> uma hipótese que as editoras<br />

terão <strong>de</strong> equacionar consoante as suas necessida<strong>de</strong>s<br />

e que agradará <strong>de</strong>certo aos a<strong>de</strong>ptos da importação.»<br />

Harrison revelou ainda que o disco rígido da consola permitirá armazenar filmes,<br />

música e jogos transferidos do PlayStation Network Platform, sendo mesmo possível<br />

partilhar ficheiros com a PSP. Quanto a funcionalida<strong>de</strong>s do serviço online, Phil Harrison<br />

adiantou que este incluirá uma versão basic gratuita. No que toca a jogos, a apresentação<br />

incluiu MotorStorm, The Getaway, Warhawk e ainda Resistance: Fall of Man, este<br />

último um FPS ma<strong>de</strong> in Insomniac Games.<br />

A câmara <strong>de</strong> Gates<br />

A câmara <strong>de</strong> Gates<br />

Xbox 360 | A Microsoft apresentou<br />

uma webcam para a sua<br />

Xbox 360. A câmara será ligada à<br />

porta USB e incluirá um cabo <strong>de</strong><br />

três metros. E, além <strong>de</strong> servir para<br />

chats <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o via Live, o periférico<br />

também reconhecerá gestos, o que<br />

leva a crer uma aproximação ao<br />

EyeToy da Sony. Ainda sem data ou<br />

preço <strong>de</strong>finidos, a Xbox 360 Camera<br />

conseguirá produzir ví<strong>de</strong>os com<br />

uma resolução 640x480 a 30 frames<br />

por segundo, bem como fotos <strong>de</strong><br />

1.3 megapixéis.<br />

Tudo sob<br />

Chaves<br />

na mão<br />

É a mais recente ferramenta<br />

suíça a saltar para o mercado.<br />

Ao mesmo tempo que abre garrafas,<br />

a Utili-Key possui três chaves <strong>de</strong> parafusos (Phillips,<br />

Normal e Micro – para os óculos) e uma lâmina. I<strong>de</strong>al<br />

para o <strong>de</strong>senrascanço e para montar móveis do IKEA.<br />

www.gadgets.co.uk<br />

controlo<br />

Prémio<br />

Design<br />

O sistema <strong>de</strong> sli<strong>de</strong>r do novíssimo BenQ-Siemens<br />

CL71 já lhe valeu o ambicionado iF Design Award<br />

2006. Com um <strong>de</strong>sign sofisticado e sóbrio, o telemóvel<br />

apresenta características que acompanham o mercado.<br />

Destaque para a minicâmara <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o <strong>de</strong> alta resolução<br />

on<strong>de</strong> po<strong>de</strong>m ser visualizadas fotos e vi<strong>de</strong>oclips,<br />

para o leitor MP3 incorporado e um rádio FM integrado<br />

no auricular estéreo. Promete consumos <strong>de</strong> energia<br />

particularmente económicos garantindo muitas horas<br />

<strong>de</strong> divertimento multimédia. Chega em breve.<br />

É o fim dos inúmeros telecomandos espalhados<br />

pela sala. Com o sofisticado Kameleon 3,<br />

po<strong>de</strong>s controlar até três dispositivos distintos: TV,<br />

ví<strong>de</strong>o, DVD. Um controlo remoto <strong>de</strong> <strong>de</strong>sign hi-tech,<br />

que é um po<strong>de</strong>roso telecomando universal com <strong>de</strong>senho<br />

ergonómico <strong>de</strong> alumínio. Fabricado pela All for one, é<br />

consi<strong>de</strong>rado um dos comandos universais mais completos<br />

<strong>de</strong> sempre.<br />

www.gadgets.com.pt<br />

Rádio<br />

GaGa<br />

Capaz <strong>de</strong> sintonizar mais <strong>de</strong> 2500 estações <strong>de</strong><br />

rádio <strong>de</strong> todo o mundo, também po<strong>de</strong> transformar-se<br />

numa biblioteca <strong>de</strong> música ambulante. O<br />

Imp suporta WMA, Real, MP3, AAC (iTunes)<br />

and Ogg Vorbis, possui 10 memórias <strong>de</strong> rádio e<br />

po<strong>de</strong> ser ligado a uns headphones, além <strong>de</strong> servir<br />

como <strong>de</strong>spertador.<br />

www.iwantoneofthose.com


Viva<br />

Palavras para quê...<br />

a Primavera!<br />

PUB<br />

3 ABRIL 2006 | 17<br />

[ bar aberto ]<br />

Na quinta-feira, dia 24 <strong>de</strong> Março, foi a vez <strong>de</strong> a Escola<br />

Superior <strong>de</strong> Comunicação Social (ESCS) mobilizar<br />

as hostes estudantis para a discoteca Fama, em<br />

Lisboa. A AEESCS organizou uma “Spring Party”,<br />

que reuniu um comité <strong>de</strong> boas-vindas para receber<br />

a Primavera <strong>de</strong> braços abertos (e cerveja na mão).<br />

Aqui fica um apanhado dos melhores momentos.<br />

Sem dúvida, os<br />

“Bad Boys for life!”<br />

No meio <strong>de</strong>ste cenário, alguém tem <strong>de</strong><br />

manter a compostura.<br />

ESPAÇO COORDENADO POR MARIANA SERUYA CABRAL | MCABRAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT | FOTOS: AEESCS |


18 | 3 ABRIL 2006<br />

[ salada russa ]<br />

Blogosfera<br />

| Cantinho dos Media |<br />

Rui Miguel Godinho<br />

Psicólogo clínico<br />

rgodinho@mundouniversitario.pt<br />

As iluminações<br />

<strong>de</strong> Natal<br />

Todos os anos, na noite <strong>de</strong> Natal, vou<br />

com a minha mãe ver as iluminações,<br />

da minha casa à Praça do Giraldo (na<br />

mui nobre e sempre leal cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Évora).<br />

Vamos os dois, na noite gélida, com<br />

os vidros do carro meio embaciados, e<br />

com o estômago reconfortado pelo fiel<br />

amigo e por uma boa rabanada. E é<br />

sempre com enorme expectativa que<br />

aguardo pelo inevitável lamento <strong>de</strong> que<br />

as iluminações estão piores do que o<br />

anterior.<br />

A excepção torna-se regra em ano <strong>de</strong><br />

eleições, quando a minha mãe diz, <strong>de</strong><br />

uma forma muito compreensiva, que<br />

este ano (só) estão melhores porque a<br />

câmara investiu para ganhar uns votos.<br />

Luzes por votos, que i<strong>de</strong>ia tão iluminada!<br />

Este fenómeno po<strong>de</strong> assumir várias formas:<br />

«... a feira <strong>de</strong> São João o ano passado<br />

estava melhor...», «... a água (na<br />

praia) o ano passado estava mais quente...»,<br />

todas elas remetendo para um<br />

passado em que tudo era melhor.<br />

Este é um erro <strong>de</strong> percepção, sem dúvida<br />

muito comum na nossa socieda<strong>de</strong><br />

carregada <strong>de</strong> pessimismo e <strong>de</strong> nostalgia.<br />

Nunca houve uma socieda<strong>de</strong> tão rica<br />

como a nossa, com índices <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> vida bastantes superiores aos do<br />

passado, no entanto, continuamos a<br />

lamentar que «as coisas estão cada vez<br />

piores».<br />

É, no entanto, uma socieda<strong>de</strong> do ter e<br />

não do ser, on<strong>de</strong> o compromisso é com<br />

o sucesso e não com a felicida<strong>de</strong>, sendo<br />

que o vazio não se consegue preencher<br />

por um contínuo acting-out materialista,<br />

mas sim com a nossa<br />

auto<strong>de</strong>scoberta e pela internalização do<br />

nosso papel no mundo.<br />

Ter ou não ter, eis a questão, ou na voz<br />

da Elis Regina:<br />

«Mas é você que ama o passado e que<br />

não vê<br />

que o novo sempre vem<br />

e hoje eu sei que quem me <strong>de</strong>u<br />

a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> uma nova consciência e<br />

juventu<strong>de</strong><br />

está em casa guardado por Deus<br />

contando os seus metais<br />

minha dor é perceber que apesar<br />

<strong>de</strong> termos feito tudo<br />

o que fizemos<br />

ainda somos os mesmos e vivemos<br />

como os nossos pais»<br />

PEÇO<br />

DESCULPA<br />

DR.<br />

PORTAS,<br />

ENGANEI-ME<br />

NA BANDEIRA<br />

Jorge Mateus in<br />

http://aspirinab.weblog.com.pt/2006/03/pec<br />

o_<strong>de</strong>sculpa_dr_portas_engane.html<br />

Segunda-feira, Março 27, 2006<br />

ACABEM COM O CARIMBO!<br />

Desburocratizar é a palavra <strong>de</strong> or<strong>de</strong>m. Ainda<br />

bem. É bonita a intenção: o utente <strong>de</strong>ixa<br />

<strong>de</strong> passar horas à espera no notário, limita-<br />

-se a enviar a papelada para o advogado e<br />

a besta que faça o trabalho. Mas, foda-se<br />

(<strong>de</strong>sculpem mas tem <strong>de</strong> ser), passar duas<br />

horas a fazer rubricas e espetar carimbadas<br />

não lembra ao ceguinho!!<br />

Acabem com o carimbo!<br />

PS: O signatário promete <strong>de</strong>senvolver temas mais interessantes nos próximos<br />

posts. Mas este protesto, muito pessoal, não podia <strong>de</strong>ixar <strong>de</strong> ser publicado.<br />

Koba in<br />

http://anovaconfraria.blogspot.com/2006/03/acabem-com-o-carimbo.html<br />

Terça-feira, Março 28, 2006<br />

ACABEM COM O CARIMBO!<br />

Ontem, este blogue quase que ia acabando – e estas ameaças não foram<br />

nem um nadinha exageradas. (...) O resultado daquela aparência <strong>de</strong> partida<br />

<strong>de</strong> futebol <strong>de</strong> ontem, num mundo normal, or<strong>de</strong>iro, <strong>de</strong> paz e justiça, li<strong>de</strong>rado<br />

sem contestação pelas políticas do presi<strong>de</strong>nte Bush, seria Benfica 1 Barcelona<br />

7 (e duas bolas no poste). Mas não, o Benfica é o Benfica e a noite <strong>de</strong><br />

ontem viu con<strong>de</strong>nsar sobre o hectare da Luz o conjunto <strong>de</strong> fenómenos mais<br />

tipicamente benfiquistas <strong>de</strong> sempre no mais curto espaço <strong>de</strong> tempo sempre.<br />

(...) Aconteceu Benfica: uma equipa, com tanta mija, tanta mija, tanta mija, tanta<br />

mija, tanta mija, que me termina um jogo on<strong>de</strong> lhe apareceram sete jogadores<br />

adversários isolados à frente do guarda-re<strong>de</strong>s e mesmo assim chega ao<br />

fim daquela coisa ainda com possibilida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> argumentar que "teve azar" e<br />

que o "árbitro a prejudicou". Eu acho que, <strong>de</strong>pois daquela dança do sol às<br />

nove da noite <strong>de</strong> terça-feira 28 <strong>de</strong> Março <strong>de</strong> 2006, conseguir andar <strong>de</strong> cabeça<br />

levantada e com bitaites para proferir é uma proeza que só mesmo ao alcance<br />

<strong>de</strong> um benfiquista. É um sinal claro do estado <strong>de</strong> insolvência moral da nação.<br />

maradona in<br />

http://www.acausafoimodificada.blogspot.com<br />

O «JUP», a cargo do Núcleo <strong>de</strong> Jornalismo<br />

Académico do Porto (NJAP), é o<br />

eleito <strong>de</strong>sta semana para ocupar o cantinho<br />

do MU. A presi<strong>de</strong>nte do NJAP,<br />

Susana Marinho, falou-nos um pouco<br />

da história, filosofia e objectivos daquela<br />

publicação.<br />

Ano <strong>de</strong> estreia?<br />

O jornal estreou-se em 1987.<br />

Periodicida<strong>de</strong>?<br />

Des<strong>de</strong> 2000 que mantemos o formato<br />

mensal (antes disso não era regular,<br />

<strong>de</strong>pendia dos apoios existentes),<br />

publicando cerca <strong>de</strong> oito números por<br />

ano. Durante a época <strong>de</strong> exames e<br />

férias lectivas não saímos.<br />

Preço?<br />

Gratuito.<br />

Tiragem?<br />

Onze mil exemplares.<br />

Locais <strong>de</strong> distribuição?<br />

Somos distribuídos nas faculda<strong>de</strong>s da<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto, nas escolas do<br />

Instituto Politécnico do Porto e todas<br />

as outras instituições <strong>de</strong> ensino superior<br />

na área, no Instituto Português <strong>de</strong><br />

Juventu<strong>de</strong>, bares e cafés, teatros. No<br />

fundo, todos os locais on<strong>de</strong> se concentrem<br />

(ou possam concentrar) estudantes.<br />

Equipa?<br />

A tempo inteiro existe um director, um<br />

chefe <strong>de</strong> redacção e um editor fotográfico.<br />

Isto além <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 40 colaboradores.<br />

Linha editorial?<br />

Temos o nosso próprio Estatuto Editorial.<br />

«Noticiar e ainda revelar o lado,<br />

tantas vezes submerso, dos factos»,<br />

«ir ao encontro daqueles que estão<br />

ávidos <strong>de</strong> notícias objectivas» ou<br />

«estimular a criativida<strong>de</strong> e génio do<br />

estudante apoiando, sempre que possível,<br />

as suas iniciativas no âmbito da<br />

Aca<strong>de</strong>mia» são alguns dos objectivos<br />

nele expressos.<br />

Cavalos-<strong>de</strong>-batalha?<br />

Des<strong>de</strong> 2003 que temos publicado uma<br />

série <strong>de</strong> artigos e entrevistas sobre o<br />

Processo <strong>de</strong> Bolonha. Outra questão<br />

recorrente é o valor das propinas<br />

(preocupações que partilhamos com a<br />

Fe<strong>de</strong>ração Académica do Porto).


Espaço coor<strong>de</strong>nado por Geral<strong>de</strong>s Lino, http://divulgandobd.blogspot.com<br />

3 ABRIL 2006 | 19<br />

[ bd ]

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!