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O que AcoNteceu aOs dEsenhos aNimAdos dA tUa infâNciA?

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Directora: Ra<strong>que</strong>l Louçã Silva | Segunda-feira, 03 de Novembro de 2008 | N.º 125 | Semanal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />

www.mundouniversitario.pt<br />

O <strong>que</strong> <strong>AcoNteceu</strong> <strong>aOs</strong> <strong>dEsenhos</strong><br />

<strong>aNimAdos</strong> <strong>dA</strong> <strong>tUa</strong> <strong>infâNciA</strong>?<br />

Nessa tua cabecinha ficaram<br />

memórias para toda a vida.<br />

Vê lá se as tuas se encontram<br />

com as nossas. P.08<br />

CAMPUS. Associações de Estudantes saem à rua para pedir mudanças<br />

no actual sistema de Acção Social P.04<br />

Passatempos<br />

O MU é à borla e ainda dá prémios. Coisinhas<br />

do melhor, <strong>que</strong>res ver? P. 10, 11 e 12<br />

FóRUM MU Um dos habituais participantes no fórum veio<br />

à redacção trazer-nos o almoço. Acreditas? P.07<br />

7. a Arte Robert McKee, o ‘guru’ do argumento, deu-nos uma inspirada<br />

entrevista antes de vir a Portugal para um seminário de três dias P.10


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Sumário<br />

PaRaíSo<br />

» Universidade Fernando Pessoa entrega cadeira de rodas a jovem deficiente<br />

No seguimento da política de responsabilidade social da Universidade Fernando Pessoa (UFP), foi<br />

entregue, no dia 30 de Outubro, uma cadeira de rodas de posicionamento a um jovem com paralisia<br />

cerebral profunda. Um bom exemplo de como muitas vezes as acções com mais impacto nas<br />

pessoas são individuais e directas, mas é importante ter em conta <strong>que</strong>...<br />

» Ministérios e universidades lançam Observatório das Desigualdades<br />

...Nunca devemos deixar de ter em mente uma visão global do problema. O Ministério do Trabalho e<br />

da Solidariedade Social, o Ministério da Educação e a Presidência do Conselho de Ministros assinaram<br />

um protocolo com o Centro de Investigação e Estudos de Sociologia do ISCTE, para a criação de um<br />

Observatório das Desigualdades. O objectivo é estudar e combater injustiças <strong>que</strong> podem ser socioeconómicas,<br />

face ao emprego, de rendimentos, escolares, de qualificações e competências, de género,<br />

étnico-raciais, etárias ou de saúde.<br />

eDitoRiaL<br />

pUrgAtóRio<br />

InfeRno<br />

03 de novembro<br />

1887: É fundada a Associação Académica<br />

de Coimbra, a mais antiga associação<br />

de estudantes de Portugal<br />

04 de novembro<br />

1946: Fundação da UNESCO<br />

05 de novembro<br />

Dia Mundial Do Cinema<br />

» Maradona é o novo seleccionador da Argentina<br />

‘El Pibe’, Diego Armando Maradona, foi nomeado como o novo seleccionador da Argentina.<br />

Uma boa notícia para o homem <strong>que</strong> depois de encantar o mundo com a sua técnica futebolística<br />

se prepara para demonstrar <strong>que</strong> também tem talento para conquistar o planeta sentado<br />

no banco. Uma boa notícia para a nossa selecção também, <strong>que</strong> vê a sua tarefa defensiva<br />

contra a poderosa equipa argentina consideravelmente facilitada – uma equipa treinada por<br />

Maradona só consegue jogar pelas linhas.<br />

» Casal Beckham como heróis de BD<br />

Stan Lee, guru da banda desenhada, homem-forte da Marvel e criador de personagens míticas<br />

como O Incrível Hulk ou o Homem-Aranha, afirmou <strong>que</strong> gostaria de transformar David e<br />

Victoria Beckham em heróis de banda desenhada. Segundo conseguimos apurar, David Beckham<br />

(aka Metro Boy) terá o poder de marcar livres de qual<strong>que</strong>r ponto no campo, distraindo<br />

os adversários com a hipnotizante metrossexualidade do seus penteados, enquanto Victoria<br />

Beckham (aka Everywhere Girl) irá perturbar os vilões com a sua divina capacidade de estar<br />

em todas as mais elegantes festas simultaneamente.<br />

» A Terra vai-se tornar num manicómio global<br />

«O Mundo vai ser um grande hospital psiquiátrico. As doenças vão aumentar, não tenho dúvida<br />

nenhuma», afirmou o psiquiatra e investigador brasileiro Augusto Cury, numa conferência<br />

em Penafiel, explicando <strong>que</strong> «o modelo de sociedade actual transformou-se numa fábrica de<br />

pessoas stressadas e ansiosas». Gostava de poder formular melhor a minha opinião sobre esta<br />

controversa opinião, mas o meu amigo imaginário, Voltarik, o Cowboy Interplanetário, disse-<br />

-me <strong>que</strong> tenho de despachar isto para ir receber os emissários do planeta Zoltar 3 <strong>que</strong> acabaram<br />

de aterrar no meu quintal.<br />

» Neonazis planeavam matar Obama<br />

Daniel Cowart e Paul Schlesselman, dois jovens ‘skinheads’ <strong>que</strong> partilham a ideologia neonazi,<br />

foram apreendidos pelas autoridades dos EUA, depois de se ter descoberto <strong>que</strong> estes planeavam<br />

matar 102 negros norte-americanos (14 deles por decapitação), num massacre <strong>que</strong> iria ser concluído<br />

com o assassinato do candidato presidencial Barack Obama. A um dia de eleições <strong>que</strong> poderão<br />

vir a ter um impacto considerável em todo o mundo, é perturbador verificar a persistência de tão<br />

violenta ignorância.<br />

06 de novembro<br />

1991: Extinção oficial da KGB<br />

07 de novembro<br />

1919: Jornal Times de Londres anuncia o sucesso<br />

da teoria da relatividade de Einstein<br />

08 de novembro<br />

1793: Primeira abertura do Louvre ao<br />

público como museu<br />

09 de novembro<br />

1989: Queda do Muro de Berlim<br />

EfeMériDes<br />

ficHa TécNicA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC<br />

507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Ra<strong>que</strong>l Louçã Silva | Redacção: Andreia Arenga; Pedro<br />

Quedas | Colaboradores: Geraldes Lino | Online: Laura Alves | Fotografia: Mónica Moitas | Projecto Gráfico: Joana Túlio | Paginação: Joana Túlio | Revisão:<br />

Sílvia Lobo | Marketing: Rui Gonçalves; Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rego (Directora Comercial); Rui Tito Lopes (Account Director) | Distribuição:<br />

Henri<strong>que</strong> Sanchez | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Par<strong>que</strong> Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13 50 | Tiragem: 35<br />

000 | Periodicidade: semanal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN<br />

1646-1649.<br />

Ra<strong>que</strong>l Louçã Silva • Directora<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

Solidariedade<br />

com Navarra<br />

Na quinta-feira passada, em Navarra, @s estudantes<br />

da Universidade não tiveram aulas.<br />

Nesse dia, seriam 11h00 da manhã quando um<br />

carro armadilhado explodiu em pleno campus,<br />

fazendo com <strong>que</strong> cerca de 30 alunos tivessem<br />

de receber tratamento médico. No site oficial<br />

da Universidade - www.unav.es – podia ler-se<br />

no dia seguinte um sem-número de referências<br />

ao sucedido.<br />

Numa visita ao local, em solidariedade para<br />

com os feridos e respectivas famílias, a ministra<br />

da Ciência e Inovação, Cristina Garmendia,<br />

manifestava a sua «absoluta repulsa» relativamente<br />

ao atentado, por<strong>que</strong>, justificava, a<br />

universidade «é o máximo representante dos<br />

valores democráticos». E do pensamento livre<br />

e da liberdade de expressão e da diversidade,<br />

acrescentamos nós. Os atentados da ETA mancham<br />

indubitavelmente o fundo de dignidade<br />

<strong>que</strong> a causa separatista possa ter. Onde <strong>que</strong>r<br />

<strong>que</strong> eles sejam…. mas numa Universidade?<br />

Onde está o respeito pela instituição <strong>que</strong> forma<br />

cabeças na idade de se regerem pelo to<strong>que</strong><br />

da Liberdade.<br />

Imperdoável atingir um centro de<br />

juventude quando a maioria d@s<br />

<strong>que</strong> o fre<strong>que</strong>nta ostenta a bandeira<br />

dos direitos cívicos gerais e são quase<br />

sempre @s primeir@s a encabeçar<br />

manifestações contra qual<strong>que</strong>r tipo<br />

de violência. Há aqui um terrível engano.<br />

«Não reagimos com medo, nem com ódio, estamos<br />

calmos e certos de <strong>que</strong> só a reflexão e<br />

a palavra são as armas para combater o terrorismo»,<br />

dizia Pía Gárcia Símon, representante<br />

d@s alun@s da<strong>que</strong>la instituição de ensino.<br />

Por cá, ao <strong>que</strong> parece, também andam a acontecer<br />

atentados terroristas na universidade.<br />

A sério. Um aluno do Instituto Politécnico de<br />

Leiria foi hospitalizado no dia 24, após o cortejo<br />

dos caloiros, alegando <strong>que</strong> o aneurisma<br />

cerebral <strong>que</strong> sofreu se deveu a praxes violentas.<br />

A verdade está a ser apurada.<br />

Estou enjoada, acho <strong>que</strong> vou para casa ver desenhos<br />

animados.


Campus DESTAQUE<br />

» Coimbra tem a maior colecção de algas do mundo<br />

São cerca de 4000 espécies diferentes de microalgas de água doce.<br />

Mais de 300 géneros e 1000 espécies isoladas de uma vasta gama de<br />

habitats <strong>que</strong> estão reunidas na Algoteca da Faculdade de Ciências e<br />

Tecnologias da Universidade de Coimbra e formam a maior colecção<br />

de algas do mundo. Lília Santos, coordenadora da algoteca, diz <strong>que</strong> as<br />

algas são a matéria-prima do futuro pelo seu enorme potencial para<br />

aplicação na medicina e farmácia.<br />

» Projecto Ground Reach reduz CO2<br />

A Escola Superior de Tecnologia do Instituto Politécnico<br />

de Setúbal está a desenvolver um projecto financiado pela<br />

comissão europeia. Chama-se Ground Reach e pretende<br />

contribuir para a redução das emissões de CO2 na Europa<br />

estabelecidas no protocolo de Quioto através de bombas de<br />

calor geométricas de alta velocidade, uma tecnologia <strong>que</strong><br />

permite aproveitar o calor do solo para produzir energia.<br />

BOLSAS. Associações de Estudantes <strong>que</strong>rem mudanças no sistema actual de Acção Social<br />

Estudantes<br />

saem à rua em tempo de<br />

A Associação Académica de<br />

Coimbra abriu o cortejo da<br />

Festa das Latas com uma<br />

acção simbólica de crítica ao<br />

financiamento insuficiente e<br />

também à restrição orçamental<br />

na Acção Social Escolar.<br />

Os caloiros vestiram-se a<br />

rigor em tempo de vacas<br />

magras e até passearam algumas<br />

como forma de protesto.<br />

vacas magras<br />

» Andreia Arenga<br />

» «Uma<br />

Universidade<br />

em Portugal<br />

para o Mundo»<br />

As palavras são de Paulo<br />

Teixeira Pinto. O ex-presidente<br />

do BCP e antigo professor<br />

universitário defende <strong>que</strong><br />

Portugal deveria apostar em<br />

colocar uma universidade no<br />

topo dos ‘rankings’ internacionais<br />

das melhores instituições<br />

de ensino superior através da<br />

contratação de vários Prémios<br />

Nobel para os seus quadros<br />

de docentes. De acordo com<br />

Paulo Teixeira Pinto, essa<br />

universidade teria capacidade<br />

de «atracção de talentos, de<br />

cérebros, os melhores investigadores<br />

e alunos de todo o<br />

mundo e colocaria Portugal no<br />

mapa». Teixeira Pinto acredita<br />

<strong>que</strong> não é uma tarefa impossível<br />

e diz <strong>que</strong> a falta de verbas<br />

para o investimento é uma<br />

falsa <strong>que</strong>stão. «Um Prémio<br />

Nobel custa menos do <strong>que</strong> um<br />

razoável jogador de futebol.<br />

Nenhum grande projecto<br />

deixou de ser feito por falta de<br />

dinheiro, é tudo uma <strong>que</strong>stão<br />

de prioridades e aceitação»,<br />

afirmou à Lusa.<br />

04 [03 NOV 2008]<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

Actualmente, as bolsas<br />

para os estudantes do Ensino<br />

Superior são atribuídas<br />

segundo uma selecção <strong>que</strong><br />

parte da análise de rendimentos<br />

de cada agregado<br />

familiar. O total desses valores<br />

é dividido pelo número<br />

de pessoas <strong>que</strong> constituem<br />

o agregado e é assim <strong>que</strong> os<br />

estudantes são enquadrados<br />

num dos seis escalões da<br />

Acção Social. No entanto, as<br />

Associações de Estudantes<br />

não acham o actual sistema<br />

justo e têm apresentado<br />

várias soluções diferentes a<br />

este sistema.<br />

Coimbra e Lisboa<br />

<strong>que</strong>rem mudança<br />

A Associação Académica<br />

de Coimbra (AAC) foi uma das<br />

<strong>que</strong> apresentou propostas de<br />

alteração ao actual sistema de<br />

atribuição de bolsas. Coimbra<br />

defende o aumento de seis<br />

para oito escalões de forma a<br />

melhor esbater as diferenças<br />

e uma uniformização dos critérios<br />

no País. «Achamos <strong>que</strong><br />

é profundamente injusto <strong>que</strong><br />

uma pessoa <strong>que</strong> tenha 201<br />

euros [de rendimento familiar<br />

‘per capita’] receba a mesma<br />

bolsa do <strong>que</strong> uma pessoa <strong>que</strong><br />

tenha 399. Se um estudante<br />

tem carro ou não ou se é filho<br />

de um comerciante ou fun-<br />

cionário público, isso deverá<br />

estar expresso e influenciar o<br />

resultado da bolsa da mesma<br />

forma», explicou André Oliveira,<br />

presidente da AAC. A Associação<br />

de Estudantes da Universidade<br />

de Lisboa (AEUL),<br />

por outro lado, propõe um<br />

sistema linear de atribuição<br />

de bolsas em vez da integração<br />

em escalões. «Es<strong>que</strong>ceríamos<br />

os escalões e ter-se-ia<br />

em conta na candidatura uma<br />

estimativa de todos os custos<br />

dos estudantes», defende o<br />

presidente Paulo Pinheiro.<br />

Porto cautelosa<br />

Já a Federação Académica<br />

do Porto (FAP) acredita<br />

<strong>que</strong> essas medidas implicariam<br />

um esforço financeiro<br />

grande para o Estado e <strong>que</strong><br />

o Ministério do Ensino Superior<br />

já mostrou <strong>que</strong> não<br />

está disponível para aumentar<br />

muito mais os valores. O<br />

presidente Ivo Santos admite<br />

no entanto <strong>que</strong> existem<br />

algumas injustiças no actual<br />

sistema, nomeadamente a<br />

utilização do IRS como principal<br />

critério de avaliação.<br />

«O facto de as bolsas serem<br />

atribuídas consoante as declarações<br />

do IRS pode ser<br />

um grande factor de fuga,<br />

sendo <strong>que</strong> a fiscalização às<br />

vezes não é suficiente.» Mas<br />

a FAP considera <strong>que</strong> são<br />

<strong>que</strong>stões delicadas e teme<br />

<strong>que</strong> os estudantes <strong>que</strong> recebem<br />

a bolsa correspondente<br />

ao valor da propina sejam<br />

eliminados se se adoptar o<br />

sistema linear de atribuição<br />

sugerido pela AEUL. Quanto<br />

à possível uniformização das<br />

regras ao nível do país proposta<br />

pela AAC, Ivo Santos<br />

responde <strong>que</strong> compreende<br />

<strong>que</strong> haja uma distinção de<br />

acordo com os diferentes níveis<br />

de vida de cada região,<br />

mas não concorda com o benefício<br />

de certas instituições<br />

em detrimento de outras.<br />

» Mais bolsas<br />

para o privado<br />

O número de bolsas<br />

concedidas pela Acção<br />

Social aos estudantes<br />

do ensino superior privado<br />

tem aumentado<br />

na última década. De<br />

acordo com os dados<br />

da Direcção-Geral<br />

do Ensino Superior,<br />

é possível perceber<br />

uma evolução positiva<br />

entre 1997 e 2007 no<br />

<strong>que</strong> toca ao número<br />

de bolseiros. Se não,<br />

vejamos: de 1997 para<br />

2000, o número de<br />

alunos abrangidos pela<br />

Acção Social aumentou<br />

de 4 para 11 por<br />

cento, enquanto no ano<br />

lectivo de 2006/2007<br />

já se contavam 14,3 por<br />

cento dos alunos do privado<br />

a receber bolsa.<br />

Em contrapartida, os<br />

montantes atribuídos<br />

têm diminuído,<br />

registando-se apenas<br />

um ligeiro aumento nos<br />

últimos anos. Enquanto<br />

em 1997/1998 a bolsa<br />

média mensal era de<br />

277,76 euros, no ano<br />

seguinte desceu para<br />

204,09 euros. Em<br />

2004/2005 assistiu-<br />

-se ainda a mais uma<br />

descida para os 157,39<br />

euros e só 2006/2007<br />

registou um aumento<br />

para 186,59 euros.


Campus ILUMINADOS<br />

PRÉMIO. Professor de Música da Universidade de Aveiro distinguido com dois prémios internacionais<br />

O Escultor<br />

de Sons<br />

João Oliveira define-se como um escultor <strong>que</strong> talha novos sons a partir da imaginação. No fundo,<br />

é essa a essência da música <strong>que</strong> faz. Ele é professor Catedrático na Universidade de Aveiro onde<br />

ensina Composição, Análise e Música Electroacústica e recebeu dois importantes prémios este ano.<br />

O Prémio Magisterium, em França, e agora o Prémio Especial Giga Hertz na Alemanha.<br />

Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

Como definiria a música <strong>que</strong><br />

faz?<br />

É uma música <strong>que</strong> pretende<br />

através de instrumentos informáticos<br />

produzir novos sons.<br />

Estamos a falar quase como o<br />

esculpir de um som. No fundo,<br />

é quase como um escultor <strong>que</strong><br />

talha uma peça de forma a obter<br />

uma determinada forma <strong>que</strong> ele<br />

imaginou. Enquanto compositor<br />

parto do zero para criar um determinado<br />

som <strong>que</strong> imaginei na<br />

minha cabeça e tento reproduzi-<br />

-lo através dessas ferramentas<br />

informáticas.<br />

Desde quando é <strong>que</strong> se dedica<br />

à composição e como é <strong>que</strong><br />

surgiu esse gosto, essa curiosidade<br />

pela música?<br />

Desde os 17 anos, quando<br />

comecei a escrever obras.<br />

Estudei órgão, fui organista<br />

durante muitos anos e depois<br />

estive nos EUA onde tomei<br />

contacto com este tipo de<br />

música <strong>que</strong> na altura não se<br />

ouvia em Portugal. Durante<br />

esses cinco anos assisti a toda<br />

a revolução digital quando<br />

apareceram os sintonizadores<br />

digitais e o computador como<br />

ferramenta de trabalho. O <strong>que</strong><br />

me fascinou foi precisamente<br />

essa possibilidade de criar<br />

um som imediatamente sem<br />

<strong>que</strong> haja necessariamente um<br />

instrumentista a tocá-lo e também<br />

o facto de poder criar do<br />

zero, reproduzir o som <strong>que</strong> eu<br />

concebi totalmente.<br />

Quais são as suas influências<br />

musicais?<br />

Por estranho <strong>que</strong> pareça,<br />

a minha grande influência é<br />

Beethoven, pela organização<br />

do discurso musical. Outro género<br />

<strong>que</strong> me interessa é também<br />

o rock. Dentro da música<br />

electrónica, talvez desta<strong>que</strong><br />

como o grande mestre actual o<br />

Francis Dhomont. Stockhausen<br />

também tem uma obra muito<br />

importante na música eletroacústica,<br />

Davidovsky também<br />

tem um trabalho muito interessante<br />

na interacção entre<br />

instrumentos e a electrónica.<br />

Dentro do rock posso falar dos<br />

Gentle Giants, por exemplo,<br />

uma banda bastante conhecida<br />

dos anos 70 e 80 ou os<br />

Deep Purple. Um compositor<br />

português de eleição é o Jorge<br />

Peixinho.<br />

E os jovens, interessam-se<br />

por este género?<br />

Já há bastantes jovens a fazer<br />

este tipo de música, não só aqui<br />

em Portugal, mas também em<br />

todo o mundo. A produção da música<br />

electroacústica liberalizou-se<br />

muito a partir do momento em<br />

<strong>que</strong> o computador se tornou a<br />

peça principal no processamento<br />

destes sons. Encontramos muitas<br />

vezes jovens compositores <strong>que</strong><br />

não têm uma formação musical<br />

específica mas <strong>que</strong> se dedicam<br />

a este género musical e <strong>que</strong> o<br />

fazem bem.<br />

Não sei se podemos encontrar<br />

algumas semelhanças entre<br />

a música electroacústica, a<br />

música experimental e a música<br />

atonal (<strong>que</strong> não respeita a<br />

escala musical). Existe alguma<br />

relação entre estes géneros?<br />

Bem, o experimentalismo não<br />

é tanto um género de música,<br />

mas mais uma atitude, um movimento<br />

artístico se quisermos.<br />

Há música electrónica <strong>que</strong> efectivamente<br />

usa uma atitude experimental<br />

no sentido em <strong>que</strong><br />

não se prende a fórmulas <strong>que</strong> já<br />

estão testadas mas tenta novas<br />

técnicas. Mas também existe no<br />

rock, no jazz e noutros géneros<br />

musicais, incluindo, claro, a<br />

música electroacústica. Se pensarmos<br />

<strong>que</strong> o atonalismo abriu<br />

as possibilidades de expansão<br />

do universo sonoro nomeadamente<br />

na organização dos sons<br />

fora de uma escala, podemos<br />

dar um passo mais à frente<br />

e tansferir estas para outras<br />

possibilidades. Obviamente há<br />

uma ponte entre a evolução da<br />

música e a necessidade de uma<br />

nova atitude perante o timbre<br />

<strong>que</strong> se deve primeiro à música<br />

concreta e depois à música<br />

electrónica.<br />

Já recebeu vários prémios<br />

internacionais. Qual deles teve<br />

um gosto especial e porquê?<br />

Este ano recebi os dois melhores<br />

prémios da minha vida.<br />

O Magisterium de Bourges<br />

(França), prémio atribuído<br />

apenas a músicos com uma<br />

carreira superior a 25 anos, reconhecida<br />

internacionalmente<br />

e <strong>que</strong> possam vir a ser marcos<br />

históricos na música electroacústica.<br />

Receber este<br />

prémio, <strong>que</strong> até agora só<br />

uma vintena de compositores<br />

recebeu, é uma<br />

grande honra. E este<br />

<strong>que</strong> recebi agora recentemente<br />

na Alemanha,<br />

o Especial<br />

Giga-Hertz, também<br />

é um dos maiores<br />

prémios a nível<br />

monetário e de projecção<br />

por<strong>que</strong> é um<br />

dos maiores prémios<br />

mundiais na área.<br />

BI<br />

Nome: João Pedro Paiva de Oliveira<br />

Idade: 26 anos<br />

» Professor Catedrático da Universidade de Aveiro onde<br />

ensina Composição, Análise e Música Electroacústica.<br />

» De 1985 a 1990 esteve nos EUA com uma bolsa da<br />

Fundação Calouste Gulbenkian e da Comissão Cultural<br />

Luso-Americana onde concluiu dois mestrados e um<br />

doutoramento em Música.<br />

» Este ano foi distinguido com dois dos mais prestigiados<br />

prémios de música. O Prémio Magisterium em<br />

França e agora recentemente o Especial Giga-Hertz<br />

2008 na Alemanha.<br />

» O <strong>que</strong> é<br />

a música<br />

electroacústica?<br />

A música electroacústica<br />

tem várias vertentes.<br />

A<strong>que</strong>la a <strong>que</strong> chamamos<br />

música electroacústica<br />

pura tem sido praticada<br />

pelos compositores<br />

desde os seus primórdios,<br />

nos anos 50, até<br />

à actualidade. Usa<br />

essencialmente técnicas<br />

de manipulação sonora<br />

baseadas na informática<br />

ou noutro tipo de sistemas<br />

para a produção de<br />

obras <strong>que</strong> apresentam<br />

sonoridades <strong>que</strong> não<br />

são habituais e <strong>que</strong> são<br />

criadas de raiz. A electroacústica<br />

também se<br />

desenvolveu para outros<br />

campos como o DJ ou a<br />

electrónica em <strong>que</strong> há a<br />

aplicação dos mesmos<br />

princípios mas numa<br />

vertente mais rítmica.<br />

Há aqui um grande<br />

le<strong>que</strong> <strong>que</strong> tem como<br />

denominador comum o<br />

uso da tecnologia para a<br />

produção de som.<br />

[03 NOV 2008]<br />

05


Emprego & Negócios<br />

» Conhecer Mais TI lança Portal Educação<br />

A Conhecer Mais TI, entidade formadora especializada<br />

em tecnologias da informação, lança este mês<br />

um novo Portal da Educação e um conjunto de novos<br />

cursos. O MSB International Academy é dirigido a<br />

recém-licenciados e engloba formação, certificação,<br />

‘coaching’, estágio profissional e integração no mercado<br />

de trabalho.<br />

» Boticário estabelece parceria com o IADE<br />

O Boticário e o Instituto de Artes Visuais, Design e Marketing de Lisboa<br />

(IADE) criaram um protocolo de parceria <strong>que</strong> proporciona aos jovens<br />

estudantes a criação de uma campanha de merchandising inovadora nas<br />

lojas da marca. A acção teve início na segunda quinzena de Outubro e<br />

prolonga-se até 16 de Novembro. Até lá, os clientes <strong>que</strong> comprarem nas<br />

lojas Boticário na área da Grande Lisboa serão brindados com uma embalagem<br />

original e feita no momento por um jovem designer do IADE.<br />

EMPREENDEDORISMO. Associação lança programa de incentivo à atitude empreendedora<br />

Graduate<br />

PalaVra dE<br />

MarKeTeeR<br />

Programe<br />

» O QUE É<br />

A APRENDER<br />

A EMPREENDER?<br />

Fundada em Setembro<br />

de 2005, a Associação<br />

Aprender a Empreender<br />

é a congénere<br />

portuguesa da Junior<br />

Achievement – a maior e<br />

mais antiga organização<br />

mundial educativa, sem<br />

fins lucrativos. O grande<br />

objectivo é proporcionar<br />

aos jovens uma experiência<br />

Junior Achievement,<br />

desenvolver o<br />

espírito empreendedor<br />

nas novas gerações.<br />

Este é o objectivo claro<br />

da Aprender a Empreender<br />

– uma associação<br />

sem fins lucrativos,<br />

empenhada em levar às<br />

escolas programas <strong>que</strong><br />

desenvolvem nos jovens<br />

o gosto pelo empreendedorismo.<br />

06 [03 NOV 2008]<br />

ensina a empreender<br />

A Associação Aprender a<br />

Empreender lança, em meados<br />

deste mês, um programa para<br />

jovens universitários <strong>que</strong> os<br />

ensina a conceber uma ideia<br />

de negócio e um plano de<br />

investimento. Os participantes<br />

apresentam os seus projectos<br />

a um júri nacional e o grande<br />

vencedor vai representar<br />

Portugal na competição<br />

europeia.<br />

» Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

O medo do risco e a falta de<br />

criatividade para pôr ideias inovadoras<br />

em prática são alguns<br />

dos factores <strong>que</strong> inibem os jovens<br />

a se lançarem no mundo<br />

empresarial. É o <strong>que</strong> diz um estudo<br />

levado a cabo por uma docente<br />

da Faculdade de Economia<br />

da Universidade do Porto. Mas são<br />

alguns os programas de incentivo<br />

ao empreendedorismo <strong>que</strong> tentam<br />

contrariar estes resultados. O Graduate<br />

Programe é um deles.<br />

Ser empreendedor aprende-se<br />

Caroline Staedtler, gestora da Associação<br />

Aprender a Empreender,<br />

acredita <strong>que</strong> ser empreendedor é<br />

algo <strong>que</strong> se aprende. «Esse é um<br />

dos lemas da nossa associação. O<br />

ser empreendedor aprende-se. Nós<br />

não procuramos criar empresários,<br />

mas sim pessoas com uma atitude<br />

empreendedora. Não só criando o<br />

seu próprio negócio, mas também<br />

ao serviço de uma empresa», esclarece.<br />

O Graduate Programe é uma das<br />

iniciativas da Aprender a Empreender<br />

e visa precisamente isso. Estimular<br />

uma atitude empreendedora<br />

nos jovens e ajudá-los a desenvolver<br />

competências <strong>que</strong> possam tornar-se<br />

úteis no futuro profissional destes<br />

jovens. «É um programa direccionado<br />

aos estudantes do ensino universitário<br />

<strong>que</strong> pretende motivá-los a<br />

criar uma ideia de negócio e a desenvolver<br />

uma proposta de investimento»,<br />

explica Caroline Staedtler.<br />

O programa está a ser implementado<br />

em univesidades de Lisboa,<br />

Setúbal, Aveiro, Coimbra e Porto. A<br />

ideia é integrá-lo numa cadeira do<br />

curso com o apoio dos professores.<br />

A iniciativa vai também proporcionar<br />

aos alunos estabelecerem contactos<br />

próximos com profissionais<br />

da área. «A mais-valia deste programa<br />

é o facto de ter profissionais<br />

do Millennium bcp a fazer a tutoria<br />

destas miniempresas criadas pelos<br />

alunos. O contacto com os tutores é<br />

muito importante, por<strong>que</strong> tira-os da<br />

sala de aula e dá-lhes a perspectiva<br />

da realidade», sublinha a gestora do<br />

projecto.<br />

Ser um empreendedor<br />

internacional<br />

Mas o <strong>que</strong> torna este programa<br />

especial é a vertente internacional<br />

do projecto. Os estudantes <strong>que</strong> participarem<br />

serão desafiados a apresentar<br />

os seus projectos a um júri<br />

exigente numa competição nacional.<br />

O vencedor representará Portugal<br />

na competição europeia junto dos<br />

países <strong>que</strong> fazem parte do Graduate<br />

Programe. «Achamos <strong>que</strong> isso é importante<br />

para os alunos, por<strong>que</strong> vão<br />

estar a apresentar ideias a pessoas<br />

<strong>que</strong> fazem disto a sua vida. Tivemos<br />

uma adesão enorme <strong>que</strong> mostra realmente<br />

<strong>que</strong> estamos cada vez mais<br />

empreendedores.»<br />

Prémios à Eficácia<br />

da Comunicação Comercial<br />

» Manuela Botelho, coordenadora dos Prémios<br />

Eficácia 2008, explica o <strong>que</strong> são, o <strong>que</strong> pretendem<br />

e qual a sua relação com os universitários<br />

no futuro. O evento decorre a 17 de Novembro.<br />

O <strong>que</strong> são os Prémios à Eficácia 2008?<br />

Os Prémios à Eficácia são o único galardão<br />

em Portugal <strong>que</strong>, desde 2005, premeia o<br />

sucesso do trabalho conjunto entre o anunciante<br />

e a agência com a qual, em conjunto,<br />

define uma estratégia na discussão e decisão<br />

da melhor proposta criativa, no planeamento<br />

e implementam da acção de marketing e por<br />

fim na avaliação dos resultados alcançados.<br />

Aqui são anunciados os vencedores dos Prémios<br />

(ouro, prata e bronze) para as diferentes<br />

áreas e categorias e ainda os dois grandes<br />

prémios – Eficácia publicitária e eficácia em<br />

meios) eleitos a partir dos prémios de ouro<br />

nessas duas áreas.<br />

Quais são os objectivos?<br />

Este prémio tem como principal objectivo<br />

promover e reconhecer a excelência de uma<br />

acção comercial e o seu inequívoco contributo<br />

para atingir os objectivos das empresas, de<br />

forma mais eficaz e eficiente. Esta é uma das<br />

formas <strong>que</strong> utilizamos para estimular o envolvimento<br />

profissional de todos os actores<br />

do processo de comunicação de marketing<br />

com impacto nos resultados das empresas.<br />

Há algum espaço na vossa entidade ou<br />

neste evento para jovens recém-licenciados<br />

ou é um evento exclusivamente dedicado<br />

a empresas?<br />

Os Prémios à Eficácia são exclusivamente<br />

dedicados a profissionais, mas por<strong>que</strong> se<br />

trata de boas práticas da comunicação comercial,<br />

é propósito da organização permitir<br />

o acesso dos estudantes com o objectivo de<br />

transmitir conhecimento e aprendizagem.<br />

Para esse efeito editamos em livro os casos<br />

ganhadores desde 2005 a <strong>que</strong> as universidades<br />

podem ter acesso. Pensamos passar<br />

a editar estes mesmos casos em versão digital<br />

a partir de 2007. Os jovens serão no<br />

futuro os grandes actores destes prémios e<br />

os grandes responsáveis pelo impacto <strong>que</strong><br />

as acções de comunicação eficazes têm nas<br />

empresas e no crescimento económico do<br />

nosso país.


http://forum.mundouniversitario.pt<br />

Participa no nosso fórum e partilha os teus gostos e opiniões:<br />

uma receita culinária fácil de preparar, o local mais<br />

badalado para sair à noite, a festa do momento, o filme <strong>que</strong><br />

mais te marcou, os projectos da tua faculdade… Queremos<br />

saber tudo!!<br />

Fórum MU<br />

História de um «calulu»<br />

<strong>que</strong> nos veio cair na redacção<br />

O Herlânder Carvalho, estudante de Direito na Universidade Autónoma de Lisboa, não esteve<br />

com meias medidas. Sugeriu uma especialidade africana e, após algumas trocas de<br />

mensagens no nosso fórum, presenteou a malta aqui da redacção com um ‘calulu’ de comer<br />

e chorar por mais. Depois deste gesto tão simpático, a equipa do MU só tem pena <strong>que</strong> não<br />

haja mais pessoal a apaparicar-nos desta maneira. Mas… ainda estás a tempo… O <strong>que</strong> é <strong>que</strong><br />

a tua mamã costuma cozinhar no fim-de-semana, hum?<br />

O Herlânder<br />

Carvalho veio de<br />

p r o p ó s i to de Lo u r e s<br />

até Carnaxide para<br />

n o s trazer o a l m o ç o<br />

Ó Ra q u e l, e n c h e aí o<br />

prato de ‘calulu’!<br />

Lá teve de ser… O Herlânder arrum<br />

o u a m a l a e f o i-se e m b o r a. Claro<br />

q u e f ic o u t o d a a g e n t e triste c o m a<br />

despedida. Não se n o t a p e l o s o l h a r e s<br />

de c a c h o r r i nh o s abandonados?<br />

NHAAAAAMMMMM!!!!!!<br />

>> TóPICO:<br />

Troca de receitas culinárias<br />

lander1107<br />

Eu tenho uma receita de uma iguaria africana <strong>que</strong> posso partilhar, mas só<br />

se for apresentada no jornal Mundo Universitário. A minha mãe costuma<br />

fazer este prato aos fins-de-semana. Eu posso guardar um bom bocado<br />

em tupperwares e levá-los à vossa redacção durante a semana.<br />

Calulu<br />

1 frango partido aos bocados<br />

1 cebola grande<br />

3 a 4 tomates bem maduros<br />

1 beringela partida aos bocados<br />

1 ma<strong>que</strong>quê partido aos bocados<br />

200 gramas de quiabos partidos às rodelas<br />

100 ml de óleo de palma<br />

2 colheres de sopa de farinha de trigo<br />

5 folhas de músua<br />

250 gramas de caldo verde<br />

sal q.b.<br />

Cozem-se as folhas durante 30 minutos e põem-se de parte. Depois faz-se<br />

um refogado com a carne, a cebola e os tomates esmagados mais o óleo<br />

de palma. Juntam-se as folhas e deixa-se ferver tudo durante algum tempo.<br />

Acrescenta-se um litro de água e vai-se juntando a beringela, o ma<strong>que</strong>quê,<br />

os quiabos e as folhas de músua cortadas em pedaços finos. Deixa-se<br />

cozer até ficar com a consistência <strong>que</strong> <strong>que</strong>remos. À parte, junta-se um<br />

pouco de água para dissolver a farinha de trigo <strong>que</strong> vai engrossar o caldo.<br />

Uma vez engrossado deixa-se cozer durante 10 minutos. Acompanha-se<br />

com arroz de manteiga e/ou farinha de mandioca.<br />

ConSelHo<br />

CoNsuMistA<br />

» E tu,<br />

já és Tag?<br />

Caso não saibas, o<br />

Optimus TAG dá-te mais.<br />

Este é o único tarifário<br />

<strong>que</strong> te dá comunicações<br />

ilimitadas à borla<br />

sem mensalidade. E se<br />

‘estilo’ é o teu nome do<br />

meio, não podes perder<br />

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de 109,9 euros, inclui<br />

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ainda a oferta de uns<br />

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[27 OUT 2008]<br />

07


20 Valores<br />

As nossas<br />

escolhas<br />

A minha infância foi<br />

preenchida com muitas<br />

brincadeiras na rua. Ficam<br />

as imensas corridas de<br />

bicicleta acompanhadas<br />

das inevitáveis <strong>que</strong>das<br />

atribuladas e o encantamento<br />

de construir e<br />

partilhar esconderijos<br />

secretos com alguns<br />

amigos. E ficam, no meio<br />

de toda esta liberdade,<br />

os sonos interrompidos<br />

para correr para a frente<br />

do televisor com a minha<br />

mãe a papaguear-me a<br />

necessidade de tomar o<br />

pe<strong>que</strong>no-almoço quando<br />

a minha concentração ia<br />

toda para as Tartarugas<br />

Ninja, o Homem-Aranha<br />

ou o Batman. Aventura,<br />

acção e a certeza de <strong>que</strong><br />

o bem há-de ser sempre<br />

maior do <strong>que</strong> o mal. Ah,<br />

<strong>que</strong> maravilha! E fica a<br />

ternura ao recordar tanta<br />

simplicidade de viver na<br />

companhia do Becas e do<br />

Egas. É por isso <strong>que</strong> hei-de<br />

ir ver o musical da Rua<br />

Sésamo... quantas tardes<br />

cantei depois da escola<br />

‘vem brincar, traz um<br />

amigo teu...’<br />

Ra<strong>que</strong>l Louçã Silva,<br />

directora editorial,<br />

26 anos<br />

A infância não é fácil para<br />

ninguém, mas é especialmente<br />

complexa para um<br />

‘nerd’ com óculos e pouco<br />

mais de metro e meio até<br />

aos 17 anos. Pessoas como<br />

eu, mais do <strong>que</strong> nunca,<br />

precisam de heróis, e se<br />

não os encontramos na<br />

realidade, temos sempre<br />

o infindável mundo dos<br />

desenhos animados. As<br />

aventuras épicas dos<br />

Thundercats, dos Transformers<br />

e dos Cavaleiros<br />

do Zodíaco eram exemplos<br />

inspiradores do herói<br />

<strong>que</strong> eu sonhava ser, mas<br />

no fundo nós só <strong>que</strong>remos<br />

ser aceites como somos.<br />

Talvez por isso o grande<br />

herói da minha infância<br />

tenha sido Donatello, o<br />

mais calmo das Tartarugas<br />

Ninja, <strong>que</strong> passava<br />

grande parte do seu dia<br />

embrenhado nas suas<br />

invenções. Culpo a minha<br />

obsessão por pizza na<br />

obsessão <strong>que</strong> tive pelas<br />

Tartarugas Ninja.<br />

Pedro Quedas,<br />

jornalista,<br />

26 anos<br />

08 [03 NOV 2008]<br />

Desenhos animados. ‘Anime’ e nostalgia são as principais tendências da programação infantil actual<br />

A magia intemporal<br />

do desenho animado<br />

Qual<strong>que</strong>r conversa sobre desenhos animados com pessoas de gerações diferentes<br />

descamba invariavelmente em afirmações de superioridade sobre os ídolos imaginários<br />

<strong>que</strong> nos acompanharam na infância. Mas se calhar as diferenças não são assim<br />

tão marcadas...<br />

Pedro Quedas<br />

p<strong>que</strong>das@mundouniversitario.pt<br />

Um bom desenho animado<br />

é universal e intemporal. A<br />

magia peculiar e inexplicável<br />

dos grandes clássicos perdura<br />

tanto na memória das<br />

gerações <strong>que</strong> os viram nascer<br />

como nas experiências<br />

recentes das novas gerações<br />

<strong>que</strong> assistem à sua resistência.<br />

Por<strong>que</strong> para uma criança<br />

um desenho animado é sempre<br />

novo.<br />

Assim se pode explicar a<br />

tendência nostálgica <strong>que</strong> se<br />

tem vindo a sentir em alguma<br />

programação infantil nos<br />

últimos anos. O suspense<br />

cortante dos jogos de futebol<br />

protagonizados pelo mítico<br />

Tsubasa (cuja perícia futebolística<br />

só era rivalizada pela<br />

capacidade de ter ‘flashbacks’<br />

de meia hora em plena<br />

suspensão num pontapé de<br />

bicicleta) passou recentemente<br />

no Canal Panda, <strong>que</strong><br />

estreia agora em Novembro<br />

também a nova série dos<br />

Transformers.<br />

As preferências das<br />

crianças de hoje não se<br />

ficam pela revisitada nostalgia<br />

das batalhas entre<br />

Autobots e Decepticons. «O<br />

pré-escolar está a viver um<br />

momento muito doce, dado<br />

<strong>que</strong> é um estilo de animação<br />

atractiva não só para<br />

os pais mas também para<br />

os mais pe<strong>que</strong>nos», explica<br />

Isabel Mimoso, directora<br />

do Canal Panda. «Mas, sem<br />

dúvida, o género ‘Anime’ é<br />

o preferido entre miúdos<br />

e graúdos.» É importante<br />

notar, porém, <strong>que</strong> esta não<br />

é necessariamente uma<br />

tendência nova, pois se<br />

as crianças de hoje ficam<br />

coladas ao ecrã para ver<br />

Naruto, foram precedidas<br />

pela geração viciada em<br />

Pokemon, ou pela <strong>que</strong> não<br />

perdia um episódio de Dragonball,<br />

ou a <strong>que</strong> se perdia<br />

nas mitologias es<strong>que</strong>cidas<br />

dos Cavaleiros do Zodíaco e<br />

até mesmo <strong>que</strong>m assistira à<br />

popularização do estilo com<br />

Conan, O Rapaz do Futuro.<br />

Animação no novo milénio<br />

O <strong>que</strong> distingue então os<br />

desenhos animados de hoje<br />

dos de gerações passadas? «A<br />

grande diferença está no traço<br />

ou na técnica e na qualidade de<br />

animação. Por exemplo, hoje<br />

em dia, vemos muito pouca<br />

animação tradicional. A maioria<br />

da produção é feita em 3D<br />

ou em CGI (como o Noddy ou<br />

Lunar Jim), misturando inclusive<br />

várias técnicas como o<br />

‘footage’ (imagem real), como<br />

no caso da série Dibo – na qual<br />

podemos apreciar as texturas<br />

da lã, de tecidos», lembra Isabel<br />

Mimoso. «Graças à tecnologia<br />

digital e a estúdios de<br />

animação como PIXAR, <strong>que</strong><br />

souberam aproveitar as vantagens<br />

da mesma, a animação<br />

experimentou nestas últimas<br />

décadas uma profunda evolução<br />

e revolução, oferecendo<br />

uma qualidade de imagem<br />

extraordinária<br />

<strong>que</strong> serve <strong>que</strong>r<br />

para a televisão<br />

<strong>que</strong>r<br />

para o<br />

cinema.»<br />

No entanto, nem a revolução<br />

digital está imune à<br />

nostalgia de outros tempos.<br />

Quatro amigos com nomes de<br />

artistas italianos e bandanas<br />

coloridas voltaram aos grandes<br />

palcos no ano passado,<br />

quando o filme ‘TMNT’ introduziu<br />

as míticas Tartarugas<br />

Ninja à era digital. Desenhados<br />

à mão, encarnados por<br />

actores humanos ou convertidos<br />

em linguagem binária,<br />

Leonardo, Raphael, Donatello<br />

e Michelangelo nunca vão deixar<br />

de lutar contra Shredder,<br />

desde <strong>que</strong> haja pizza à espera<br />

no regresso a casa.<br />

Agora escolhe<br />

Na verdade, mais do <strong>que</strong><br />

o estilo ou a substância dos<br />

desenhos animados em si, o<br />

<strong>que</strong> mudou radicalmente nos<br />

últimos anos foi o modo como<br />

vemos os mesmos. Na era da<br />

Internet e dos canais inteiramente<br />

dedicados à programação<br />

infantil, tudo é imediato,<br />

tudo está disponível. Os blocos<br />

de desenhos animados<br />

a passar nas manhãs ainda<br />

existem, mas o ritual já não<br />

tem o mesmo significado. Já<br />

não é preciso comprar novas<br />

cassetes (sim, cassetes) do<br />

desenho animado <strong>que</strong> vemos<br />

compulsivamente, em grande<br />

parte por<strong>que</strong> é o <strong>que</strong> há.<br />

Já não precisamos de esperar<br />

15 minutos para <strong>que</strong> um jogo<br />

de Spectrum (talvez) entre. E<br />

já só podemos recordar melancolicamente<br />

os momentos<br />

passados em frente à caixa<br />

mágica deliciados com as<br />

aventuras do Bocas ou<br />

do Tom Sawyer, nesse<br />

agradavelmente<br />

democrático programa<br />

<strong>que</strong> era o<br />

‘Agora Escolha’,<br />

<strong>que</strong> oferecia<br />

regularmente<br />

cardápios<br />

tão variados e eclécticos<br />

como ‘MacGyver’, ‘Missa<br />

Dominical’ ou ‘Hábitos de<br />

Acasalamento do Diabo da<br />

Tasmânia’.


O <strong>que</strong> ele via...<br />

» Fernando Pires 22 / Actor<br />

Quais eram os teus desenhos animados favoritos<br />

em criança?<br />

O melhor desenho animado de sempre é, sem<br />

dúvida nenhuma, He-Man. Como o próprio dizia,<br />

o homem mais forte do universo. Também<br />

via muito Dragonball, como é óbvio, simplesmente<br />

por<strong>que</strong> a seguir ao He-Man o Songoku<br />

era o segundo homem mais forte do universo<br />

– tenho uma panca por homens fortes. E claro,<br />

o Tsubasa. Adorava ver futebol japonês em<br />

campos com forma de esferas e <strong>que</strong> demoravam<br />

um episódio a chegar de uma baliza à<br />

outra. Já para não falar dos diálogos <strong>que</strong> eles<br />

tinham durante horas enquanto permaneciam<br />

no ar.<br />

Ainda vês desenhos animados?<br />

Eu sou grande fã de desenhos animados e papo<br />

tudo o <strong>que</strong> sai, principalmente para o cinema. E,<br />

como é óbvio, o Canal Panda e o Cartoon Network<br />

fazem parte da minha lista de canais favoritos.<br />

Achas <strong>que</strong> o <strong>que</strong> dá hoje em dia na televisão<br />

é melhor ou pior do <strong>que</strong> no teu tempo?<br />

Isso é muito relativo. Eles hoje têm o Noddy e<br />

o Bob O Construtor, nós antigamente tínhamos<br />

os Pe<strong>que</strong>nos Póneis e os Ursinhos Carinhosos,<br />

portanto é ela por ela.<br />

» Famílias disfuncionais e crianças mutiladas<br />

Durante muito tempo, os Simpsons eram um oásis para<br />

adultos <strong>que</strong> continuavam a gostar de desenhos animados<br />

mas ansiavam por algo um pouco mais estimulante para o<br />

cérebro do <strong>que</strong> a defesa de Eternia dos ata<strong>que</strong>s do Castelo<br />

de Grayskull. Hoje, a escolha aumentou consideravelmente<br />

e a animação para adultos já se assumiu como uma categoria<br />

própria, caracterizada pela «irreverência, pelo humor<br />

ácido com crítica social e, algumas vezes, politicamente<br />

incorrecto», afirma Gonçalo Moura, gestor de programação<br />

dos canais FOX em Portugal.<br />

Assim, aos clássicos Simpsons (em exibição na FOX),<br />

juntaram-se nos últimos anos as igualmente disfuncionais<br />

famílias de ‘Family Guy’ (FOX) e ‘King of the Hill’ (FX),<br />

séries de culto como ‘Futurama’ (FOX) ou a violência sem limites<br />

dos fofinhos e sanguinários ‘Happy Tree Friends’ (FX)<br />

e do já clássico South Park. «A tendência de profusão de<br />

séries de animação para adultos pode explicar-se primeiro<br />

pelo êxito ao nível de audiências e depois por<strong>que</strong> este tipo<br />

de produtos dá lugar a fenómenos de popularidade incrível,<br />

convertendo-se em ‘top of mind’ de críticos e opinion<br />

makers», explica Gonçalo Moura. É compreensível, como<br />

não gostar de um miúdo gordo e anti-social <strong>que</strong> diz duas<br />

asneiras em cada palavra e odeia judeus?<br />

20 Valores<br />

As nossas<br />

escolhas<br />

Rebuscando nos compartimentos<br />

mais empoeirados<br />

da minha memória, julgo<br />

<strong>que</strong> as recordações mais antigas<br />

me levam ao rosáceo<br />

mundo da ‘Candy Candy’. Na<br />

altura já fazia birras quando<br />

a minha mãe me <strong>que</strong>ria<br />

vestir saias, mas a verdade é<br />

<strong>que</strong> o guarda-roupa da protagonista<br />

me deixava com<br />

a<strong>que</strong>le brilhozinho nos olhos<br />

<strong>que</strong> só as crianças felizes<br />

têm. Enfim, coisas de miúda…<br />

Certo é <strong>que</strong> os sábados<br />

e domingos de manhã eram<br />

passados no sofá da sala,<br />

em grandes maratonas de<br />

desenhos animados. Recordo<br />

com saudade o ‘Ursinho<br />

Misha’ – o anime japonês já<br />

bombava na altura – e ainda<br />

hoje sou capaz de cantar a<br />

música praticamente de cor:<br />

«De um país distante chegou<br />

/ uma carta para ti…»<br />

Destaco ainda ‘As Misteriosas<br />

Cidades de Ouro’, <strong>que</strong><br />

me faziam sonhar com os<br />

tesouros perdidos dos incas<br />

– procurem no YouTube e<br />

deixem cair uma lágrima<br />

ao voltar a ouvir o tema do<br />

genérico.<br />

Laura Alves,<br />

jornalista, 30 anos<br />

É sexta-feira, saio da escola<br />

e vou directa para casa.<br />

Tenho 8 anos. Sento-me no<br />

sofá e espero religiosamente<br />

para ver os meus desenhos<br />

animados preferidos. Recordo-me<br />

como se estivesse lá<br />

neste momento. A Ana dos<br />

Cabelos Ruivos era um dos<br />

meus preferidos. Por<strong>que</strong> era<br />

uma menina encantadora,<br />

mas sempre irrequieta, sempre<br />

metida em aventuras,<br />

o <strong>que</strong> duplicava o gozo. Há<br />

semelhança do Tom Swayer<br />

e do seu fiel amigo Huckleberry<br />

Finn. Também guardo<br />

uma saudade especial do<br />

Bocas. Era simplesmente<br />

hilariante. O Ted, a tartaruga<br />

<strong>que</strong> o acompanhava<br />

sempre, era um mártir nas<br />

mãos da<strong>que</strong>le Boi completamente<br />

louco. Sem es<strong>que</strong>cer<br />

os Amigos do Gaspar <strong>que</strong><br />

me faziam saltar da cama<br />

todos os sábados de manhã<br />

bem cedo só para ouvir o<br />

Toisoiatoia lamentar-se,<br />

junto à janela. Ou o He-Man<br />

<strong>que</strong> era pretexto para novas<br />

brincadeiras com os meus<br />

amigos em <strong>que</strong> cada um de<br />

nós vestia uma personagem<br />

e tentava salvar o mundo.<br />

Andreia Arenga,<br />

jornalista, 27 anos<br />

[03 NOV 2008]<br />

09


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7.ª Arte<br />

GanHa<br />

O MU tem para te oferecer Merchandising<br />

do exclusivo do filme 007 - Quantum<br />

of Solace. Concorre e ganha em www.<br />

mundouniversitario.pt.<br />

Quase<br />

a estrear<br />

» 007 tão<br />

duro quanto<br />

determinado<br />

A se<strong>que</strong>la de Casino Royale,<br />

o filme <strong>que</strong> apresentou ao<br />

mundo um novo James Bond<br />

(Daniel Craig), mais jovem e<br />

no início da profissão, estreia<br />

esta quinta-feira em Portugal<br />

e chega repleto de acção. Em<br />

‘007 - Quantum of Solace’,<br />

James torna-se mais violento e<br />

determinado para compensar<br />

a desilusão <strong>que</strong> foi ter descoberto<br />

a traição da mulher <strong>que</strong><br />

amou, Vesper. Se no primeiro<br />

filme desta nova saga ficámos<br />

a conhecer o lado romântico,<br />

agora vemos mais o lado negro<br />

e duro de uma personagem<br />

complexa e bastante interessante.<br />

Na perseguição da<br />

verdade, Bond e a sua chefe<br />

M (Judi Dench) interrogam o<br />

deputado White <strong>que</strong> revela <strong>que</strong><br />

a organização <strong>que</strong> chantageou<br />

Vesper é muito mais complexa<br />

e perigosa do <strong>que</strong> alguém<br />

tinha imaginado. Bond inicia<br />

uma procura incessante pelos<br />

negócios obscuros de um alegado<br />

ambientalista (Mathieu<br />

Amalric) com uma agenda<br />

muito ambiciosa <strong>que</strong> envolve<br />

até o governo britânico. Contra<br />

tudo e contra todos, acaba<br />

por ter a ajuda da bela Camille<br />

(Olga Kurylenko), <strong>que</strong> também<br />

tem contas por ajustar.<br />

FICHA<br />

Realização: Marc Forster<br />

Com: Daniel Craig, Olga<br />

Kurylenko, Judi Dench,<br />

Jeffrey Wright, Mathieu<br />

Amalric<br />

Género: Acção/Aventura/<br />

Thriller<br />

Reino Unido/EUA, 2008;<br />

106 min<br />

Pedro Quedas<br />

p<strong>que</strong>das@mundouniversitario.pt<br />

Qual é a conclusão mais<br />

importante <strong>que</strong> as pessoas<br />

vão trazer do seu seminário?<br />

É impossível prever <strong>que</strong><br />

imagem ou ideia poderá inspirar<br />

um escritor a escrever com<br />

mais conhecimento ou perícia.<br />

O meu seminário tem mais de<br />

30 horas e explora dezenas de<br />

aspectos de criação de uma<br />

estória, desenvolvimento de<br />

personagens e execução. Se<br />

tivesse de reduzir o meu trabalho<br />

a apenas um princípio,<br />

Robert McKee. O ‘guru’ do argumentismo vem a Portugal para um seminário de três dias<br />

«A estória é uma<br />

metáfora da vida»<br />

eu desejaria <strong>que</strong> os meus escritores<br />

aprendessem a amar<br />

a arte neles mesmos e não eles<br />

mesmos na arte.<br />

Consegue apontar o melhor<br />

argumento de cinema de<br />

sempre? E na televisão?<br />

A última década tem sido a<br />

Era de Ouro para a televisão<br />

americana. Muitos dos nossos<br />

melhores argumentistas têm<br />

abandonado o cinema para<br />

escrever séries de televisão.<br />

Alan Ball, por exemplo, <strong>que</strong><br />

escreveu o oscarizado argumento<br />

de ‘American Beauty’,<br />

Qual é a essência de uma boa estória?<br />

Escrever bem é uma <strong>que</strong>stão de talento ou<br />

de trabalho? Escreve-se melhor ou pior<br />

hoje em dia? Estas são apenas algumas das<br />

muitas <strong>que</strong>stões <strong>que</strong> serão respondidas<br />

por Robert McKee, um dos maiores peritos<br />

sobre escrita para argumentos, <strong>que</strong> vem<br />

a Portugal para um seminário na Escola<br />

Superior de Comunicação Social, de 14 a 16<br />

de Novembro.<br />

criou a soberba série da HBO<br />

‘Six Feet Under’. ‘The Sopranos’,<br />

‘Sex And The City’, ‘24’,<br />

‘Deadwood’, ‘Damages’, ‘In<br />

Treatment’, ‘Seinfeld’, ‘Frasier’<br />

e muitas, muitas outras séries.<br />

No cinema, o melhor argumentista<br />

da história é, na minha<br />

opinião, Ingmar Bergman, e<br />

obras-primas como ‘Through<br />

A Glass Darkly’, ‘Winter’s Light’,<br />

‘The Silence’, ‘Cries And<br />

Whispers’, ‘Persona’ e ‘Fanny<br />

And Alexander’ estabeleceram<br />

os padrões mais elevados para<br />

os argumentistas em todo o<br />

mundo.<br />

Qual é a correlação entre<br />

um filme bem escrito e um<br />

filme de sucesso?<br />

O sucesso comercial não<br />

seria a minha medida de sucesso.<br />

Quanto à correlação<br />

entre a qualidade e o dinheiro<br />

ganho, não há nenhuma. Excelentes<br />

escritores são várias<br />

vezes ignorados; má escrita<br />

várias vezes vende muitos bilhetes.<br />

Quando se fala dos melhores<br />

argumentistas, quanto da<br />

sua qualidade nasce de talento<br />

individual e quanto surge<br />

com trabalho duro e conhecimento<br />

técnico?<br />

É importante não assumir<br />

<strong>que</strong> eu tenho o poder divino de<br />

ver directamente nas mentes e<br />

corações dos meus colegas artistas.<br />

De escritor para escritor<br />

<strong>que</strong>m é <strong>que</strong> pode dizer quanta<br />

da criatividade surge do talento<br />

ou da perícia técnica? Tudo o<br />

<strong>que</strong> sabemos de certeza é <strong>que</strong><br />

o trabalho exige ambas. Mais, a<br />

criatividade e a perícia exigem a<br />

presença da outra, inspiram-se<br />

uma à outra. Quando um artista<br />

cria um momento sublime, descobriu-o<br />

por<strong>que</strong> o seu conhe-


cimento técnico exigia <strong>que</strong> ele<br />

ligasse o <strong>que</strong> vinha antes com<br />

o <strong>que</strong> vinha depois? Ou surgiu-<br />

-lhe tudo num sonho uma noite?<br />

Quem sabe?<br />

É possível aprender a ser<br />

um dos melhores?<br />

Assumindo <strong>que</strong> um escritor<br />

é abençoado com talento à<br />

nascença, então <strong>que</strong> papel desempenha<br />

o estudo da arte na<br />

sua vida? Este: aperfeiçoar o<br />

conhecimento técnico da estória<br />

vai marcar a diferença entre<br />

bom e muito bom, talvez entre<br />

muito bom e o melhor.<br />

É possível fingir uma emoção<br />

no papel? Podemos escrever<br />

muito bem sobre algo <strong>que</strong><br />

nunca tenhamos sentido?<br />

Há um velho ditado <strong>que</strong> diz: é<br />

preciso estar apaixonado para<br />

escrever um poema de amor<br />

e desapaixonado para o fazer<br />

bem. Podemos experienciar a<br />

emoção através da vida vivida,<br />

na leitura de escrita brilhante e<br />

na pureza da imaginação. Qual<br />

dos três é o mais válido? Qual<br />

dos três irá produzir a melhor<br />

escrita? Quem pode saber? Algumas<br />

pessoas têm experiências<br />

profundas na vida e não se<br />

conseguem exprimir de modo<br />

algum. Outras passam a vida<br />

com a cabeça nos livros e escrevem<br />

com uma belíssima paixão.<br />

Qual é a essência de uma<br />

boa estória?<br />

Uma estória é uma metáfora<br />

para a vida. Por isso podíamos<br />

antes perguntar ‘qual é a essência<br />

da vida’? Mais importante é<br />

saber o <strong>que</strong> uma boa estória faz?<br />

Uma boa estória cativa o interesse<br />

intelectual e emocional das<br />

pessoas inteligentes e sensíveis.<br />

O contar da mesma aguenta<br />

esse interesse durante horas,<br />

aprofundando o envolvimento<br />

do leitor ou das audiências à<br />

medida <strong>que</strong> avança. Finalmente,<br />

a estória acaba como uma experiência<br />

profundamente satisfatória<br />

tanto para a cabeça como<br />

para o coração. Se fez isso tudo,<br />

então fez tudo o <strong>que</strong> podia.<br />

E o <strong>que</strong> caracteriza uma má<br />

estória?<br />

Simplesmente inverta tudo<br />

na resposta anterior.<br />

Têm havido, ao longo da<br />

História, grandes alterações<br />

nos princípios fundamentais<br />

de uma boa estória?<br />

Não mais do <strong>que</strong> têm havido<br />

na música e na pintura. Todas<br />

as formas de arte são definidas<br />

pela sua forma essencial – os<br />

princípios estéticos <strong>que</strong> tornam<br />

a música música e não barulho,<br />

<strong>que</strong> tornam uma pintura uma<br />

pintura e não um rabisco. As<br />

mais profundas formas da estória<br />

são universais e eternas.<br />

Robert McKee Bio<br />

» Nasceu em 1941, em Detroit, no estado de Michigan, e aos<br />

9 anos já protagonizava peças num grupo de teatro local.<br />

» Recebeu a bolsa de estudo Evans e completou os bacharelatos<br />

em English Literature e Arts, na Universidade de<br />

Michigan. Depois integrou uma companhia de teatro <strong>que</strong><br />

fez vários espectáculos na Broadway, antes de regressar ao<br />

Michigan para tirar um mestrado em Theater Arts.<br />

» Foi então <strong>que</strong> decidiu voltar a sua atenção para o cinema,<br />

integrando a Cinema School da mesma universidade. Durante<br />

os seus estudos realizou duas curtas, premiadas nacional<br />

e internacionalmente.<br />

» Em 1979 mudou-se para Los Angeles, trabalhando para<br />

a United Artists e a NBC, para as quais escreveu vários<br />

argumentos para cinema e para séries de televisão como<br />

‘Quincy’, ‘Columbo’ ou ‘Kojak’.<br />

» Em 1983, com o estatuto de Fullbright Scholar (uma<br />

conceituada bolsa de estudos norte-americana), integrou a<br />

faculdade da School of Cinema-Television na Universidade<br />

da Southern Califonia, onde eventualmente veio a conceber<br />

o seminário ‘Story’.<br />

» Hoje em dia, mais de 50 mil pessoas já concretizaram o<br />

seu seminário, entre as quais se incluem 26 vencedores<br />

de Óscares, 125 vencedores de Emmys, 19 vencedores dos<br />

prémios do Writers Guild of America e 16 galardoados com<br />

prémios do Directors Guild of America.<br />

GanHa<br />

7.ª Arte<br />

O MU tem para te oferecer convites duplos<br />

para o VISÕES do SUL – 1.ª Mostra Internacional<br />

de Cinema de Portimão. Concorre e ganha<br />

em www.mundouniversitario.pt.<br />

Estamos a escrever melhor<br />

ou pior hoje em dia?<br />

O romance moderno, o teatro<br />

e o cinema atingiram os<br />

seus apogeus nas décadas imediatamente<br />

após a Segunda<br />

Guerra Mundial. As últimas três<br />

décadas têm assistido a um declínio<br />

geral nestes três meios.<br />

Só a televisão tem aumentado<br />

em qualidade. A arte escrita<br />

tem estado muito virada para si<br />

mesma, consumindo-se com o<br />

pós-modernismo da arte sobre<br />

a arte, o cinema sobre o cinema,<br />

romances sobre romances. A<br />

estória é uma metáfora da vida,<br />

não uma metáfora de outras<br />

metáforas. É a minha esperança<br />

<strong>que</strong>, ao ensinar os princípios<br />

básicos da arte da estória nos<br />

grandes centros criativos, possamos<br />

estimular os escritores a<br />

voltar à origem: vida.<br />

A Internet afectou muito o<br />

modo como se contam histórias?<br />

É possível ser-se genial<br />

num formato YouTube?<br />

Uma miniatura, pela própria<br />

natureza da sua brevidade, tem<br />

de ter menos substância e profundidade<br />

do <strong>que</strong> um trabalho<br />

mais longo. Mas uma peça pe<strong>que</strong>na<br />

pode, por vezes, brilhar<br />

como um diamante.<br />

a IniciAtiva<br />

» Cinema<br />

do Mediterrâneo<br />

em Portimão<br />

Chama-se Visões do Sul e é<br />

a primeira edição da Mostra<br />

Internacional de Cinema<br />

de Portimão <strong>que</strong> começa já<br />

amanhã (terça-feira) e termina<br />

no sábado. Ao todo serão mais<br />

de 20 filmes <strong>que</strong> exploram o<br />

cinema documental, ficcional<br />

e de animação através de<br />

histórias de itinerância, viagens<br />

e percursos passados às portas<br />

do continente europeu, no Norte<br />

de África e Médio Oriente. O<br />

evento <strong>que</strong> se realiza no Museu<br />

de Portimão abre com a primeira<br />

longa-metragem de Possidónio<br />

Cachapa, ‘O Adeus à Brisa’,<br />

documentário <strong>que</strong> se debruça<br />

sobre a vida do escritor Urbano<br />

Tavares Rodrigues. Visões do<br />

Sul apresenta ainda, entre<br />

outros, ‘Jellyfish’, vencedor<br />

da Caméra d’Or do Festival de<br />

Cinema de Cannes em 2007. As<br />

sessões serão ainda apresentadas<br />

por convidados especiais da<br />

cultura à política.<br />

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Jukebox<br />

GanHa<br />

O MU leva-te na próxima 5.ª Feira ao GROOVEBOX<br />

no MUSICBOX, temos para te oferecer 10<br />

Thursday Clubbing Tickets (com consumo).<br />

Concorre e ganha em www.mundouniversitario.<br />

Críticas CD/DVD<br />

[The Cure]<br />

4:13 Dream<br />

Uma passagem superficial pelo novo trabalho dos The Cure<br />

poderia fazer-nos pensar <strong>que</strong> estamos perante um álbum pop<br />

ligeiro e imediato, com os olhos fixados nas ‘playlists’ radiofónicas<br />

– e até certo ponto teríamos razão. Mas só parcialmente,<br />

dado <strong>que</strong> Robert Smith não se restringe no peso lírico <strong>que</strong><br />

injecta nas suas canções, utilizando o seu registo partido e<br />

soçobrante ao serviço de belas odes ao direito ao suicídio e ao<br />

fim do amor. Uma interessante fusão entre o lado mais pop<br />

dos The Cure e a angústia ‘goth rock’ <strong>que</strong> Robert Smith, a contragosto, ajudou a criar. «But<br />

I won’t try to bring you down about my suicide, if you promise not to sing about the reasons<br />

why.»<br />

Tabela votada por ti em cidadefm.clix.pt e<br />

apresentada aos sábados entre as nove e a uma da tarde<br />

Pos Artista Álbum Moves W.O.c<br />

1 Ne-yo Closer S 17<br />

2 Yves Larock Say Yeah! D 15<br />

3 Chris Brown Forever S 25<br />

4 Dj Assad vs Maradja Summer Lovin D 20<br />

5 Keyshia Cole Heaven Sent S 13<br />

6 R.I.O Shine On D 13<br />

7 F.E.D.O. e Camurri After The Rain D 8<br />

8 Rihanna Disturbia S 10<br />

9 Jay Sean Stay S 15<br />

Agenda Concertos/<br />

Festas<br />

Lisboa<br />

03/11 – Guru Jazzmatazz @<br />

Casino de Lisboa<br />

03/11 – Patricia Barber @<br />

Teatro Camões<br />

05/11 – Ornette Coleman @<br />

Aula Magna<br />

06/11 – Tiago Santos (DJ<br />

set, Afro-Latino, Pt) @ Musicbox<br />

07/11 – Nouvelle Vague @<br />

Praça de Touros do Campo<br />

Pe<strong>que</strong>no<br />

07/11 – Madredeus & A<br />

Banda Cósmica @ Teatro<br />

Ibérico<br />

PortO<br />

03/11 – Ladytron @ Casa<br />

da Música<br />

05/11 – These Arms Are<br />

Snakes @ Porto-Rio<br />

07/11 – Alborosie @ Teatro<br />

Sá da Bandeira<br />

braga<br />

08/11 – Per7ume @ Par<strong>que</strong><br />

de Exposições<br />

guimarães<br />

05/11 – The Legendary Tiger<br />

Man @ Centro Cultural<br />

Vila Flor<br />

08/11 – Joan As Police Woman<br />

@ Centro Cultural Vila<br />

Flor<br />

aveiro<br />

05/11 – Rafael Toral @ Teatro<br />

Aveirense<br />

06/11 – James Blackshaw<br />

@ Mercado Negro<br />

coimbra<br />

06/11 – José Cid @ Fnac<br />

Coimbra<br />

06/11 – X-Wife @ Ar d’Rato<br />

09/11 – Rose Blanket @<br />

Fnac Coimbra<br />

12 [03 NOV 2008]<br />

[Kaiser Chiefs]<br />

Off With Their Heads<br />

Irónicos e críticos mas sempre com o pé no pedal, os Kaiser<br />

Chiefs regressam ao <strong>que</strong> os torna uma banda tão musicalmente<br />

brilhante quanto contagiante, recrutando para o efeito<br />

o aclamado Mark Ronson. Depois de ter feito uma excelente<br />

versão de ‘Oh My God’ (com Lily Allen a vocalista), o produtor<br />

inglês transporta o já frenético som do conjunto de Ricky<br />

Wilson para a estratosfera, como exemplificado no fabuloso<br />

‘single’ de lançamento ‘Never Miss A Beat’. Outros momentos<br />

a destacar no álbum envolvem inspiradas colaborações de artistas tão variados como<br />

o rapper Sway (em ‘Half The Truth’, um dos momentos altos do disco) ou Lily Allen, <strong>que</strong><br />

regressa para emprestar a sua voz no levemente paranóico ‘Always Happens Like That’.<br />

[Keane]<br />

Perfect Symmetry<br />

«Woooh!» É assim, desta forma pouco convencional mas totalmente<br />

bem-vinda, <strong>que</strong> os Keane arrancam o seu terceiro disco,<br />

com o fantástico ‘Spiralling’, um ‘hit’ instantâneo regado com<br />

doses de energia e irreverência <strong>que</strong> antes não se viam na música<br />

do trio inglês. Possivelmente cansados da prisão criativa<br />

das baladas ao piano (ainda assim não totalmente abandonadas),<br />

Tom Chaplin faz acompanhar a sua voz por sintetizadores<br />

e efeitos sonoros reminiscentes da pop dos anos 80, em faixas<br />

como ‘You Haven’t Told Me Anything’. ‘Again And Again’ mostra <strong>que</strong> os Keane continuam<br />

viciados em criar hinos antémicos, mas agora vestem-nos com uma roupagem mais original<br />

e, francamente, mais divertida.<br />

TOMA NOTA<br />

Or<strong>que</strong>stra de robôs na Católica<br />

Uma or<strong>que</strong>stra de robôs vai invadir o<br />

Auditório Ilídio Pinho da Escola das Artes<br />

do Centro Regional do Porto da Universidade<br />

Católica Portuguesa <strong>que</strong> acolhe, no<br />

próximo dia 7 de Novembro, pelas 20h30,<br />

dois eventos performativos na área da música<br />

electrónica. Os dois concertos estarão<br />

integrados no encerramento dos trabalhos<br />

do primeiro dia da ARTECH 2008 – Conferência<br />

Internacional sobre Artes Digitais.<br />

Vítor Joaquim e Hugo Holim fecham a<br />

sessão com um espectáculo de improvisação<br />

electrónica. Mas o grande desta<strong>que</strong><br />

da noite será garantido por Ajay Kapur e<br />

Arne Eigenfeldt. A colaboração entre os<br />

dois professores e artistas aspira a <strong>que</strong><br />

seja possível, através da exploração das<br />

capacidades de uma or<strong>que</strong>stra de instrumentos<br />

musicais robotizados, criar novas<br />

músicas. A ‘performance’ representa um<br />

desafio único: o de usar robôs musicais<br />

em palco.<br />

melhor português<br />

10 DJ Overule vs Big Ali Burn It Up! D 16<br />

11 Jason Mraz I’m Yours S 5<br />

12 Taio Cruz She’s Like A Star D 13<br />

13 C&C Music Fac. ft. Kulcha Don Work That Body! D 5<br />

14 Pussycat Dolls When I Grow Up S 8<br />

15 Chris Brown Take You Down S 10<br />

16 Jay Sean Maybe D 20<br />

17 Taio Cruz feat Estelle Can Be S 9<br />

18 Leona Lewis Better In Time D 17<br />

19 Kat Deluna In The End S 7<br />

20 Jordin Sparks ft. Chris Brown No Air D 38<br />

21 David Archuleta Crush S 7<br />

22 Ne-Yo Miss Independent = 5<br />

23 Jay Sean Ride It D 37<br />

subida da semana<br />

24 Carlos Silva ft. Nelson Freitas Cre Sabe 2008 S 2<br />

25 Lady Gaga ft. Colby O’Donis Just Dance S 6<br />

26 Sean Paul Eye Deh A Mi Knee D 10<br />

27 Beyoncé If I Were a Boy S 2<br />

28 Angélico Bailarina = 3<br />

29 Shaggy Feel The Rush D 26<br />

30 Rihanna Take a Bow D 31<br />

31 Akon Right Now (Na Na Na) = 3<br />

Reentrada<br />

32 Colby Odonis ft.Akon What You Got R 1<br />

33 Estelle feat. Sean Paul Come Over S 3<br />

34 Jordan Francis Hasta La Vista S 3<br />

35 Pitbull feat. Lil Jon The Anthem D 37<br />

36 Beyoncé Single Ladies S 2<br />

37 Artists Stand Up To Cancer Just Stand Up D 3<br />

nova<br />

38 Ne-Yo Mad N 1<br />

39 T.I. Whatever You Like D 3<br />

descida da semana<br />

40 Prima J feat. Colby O’ Donis Corazon (You’re Not Alone) D 10<br />

S – Subiu D – Desceu N – Nova R – Reentrada<br />

Grande Lisboa – 91,6 FM<br />

Grande Porto – 107,2 FM<br />

Alentejo – 97,2 FM<br />

Ribatejo – 99,3 FM<br />

Algarve – 99,7 FM<br />

Braga – 104,4 FM<br />

Coimbra – 99,7 FM


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Belas Artes<br />

Burla 2008. O melhor do teatro burlesco em exibição no Theatro Circo de Braga<br />

Festival<br />

LançamentoS<br />

LivRoS<br />

do burlesco<br />

AgenDa CulTural<br />

Teatro<br />

De 03/11 a 30/11 – ‘Viveiro<br />

de Loucos’ @ Casa do<br />

Artista (Lisboa)<br />

De 05/11 a 14/12 – ‘Imaculados’<br />

@ Teatro Aberto<br />

(Lisboa)<br />

06/11 – ‘Frize apresenta<br />

Pedro Tochas - Já Tenho<br />

Idade Para Ter Juízo’ @<br />

Teatro José Lúcio da Silva<br />

(Leiria)<br />

06/11 – ‘Monólogos da<br />

Marijuana’ @ Teatro<br />

Miguel Franco (Leiria)<br />

De 6/11 a 23/11 – ‘O<br />

Mercador de Veneza’ @<br />

Teatro Nacional São João<br />

(Porto)<br />

Exposiç´ão<br />

Até 05/11 – ‘Museum 2’ @<br />

Galeria Fernando Santos<br />

(Porto)<br />

Até 08/11 – ‘histórias<br />

STORIES histórias’ @ Casa<br />

Municipal da Cultura de<br />

Coimbra (Coimbra)<br />

Até 08/11 – ‘National<br />

Catographic Magazine’<br />

@ Galeria Diferenças<br />

(Lisboa)<br />

Até 08/11 – ‘Às Apalpadelas’<br />

@ Galeria Pedro<br />

Oliveira (Porto)<br />

Até 08/11 – ‘Contemplai!’<br />

@ Galeria Sala Maior<br />

(Porto)<br />

Dança<br />

05/11 – ‘Vírus // Antivírus’<br />

@ Teatro Aveirense<br />

(Aveiro)<br />

06/11 – ‘Kola San Jon’ @<br />

Antigo Quartel de Transmissões<br />

(Linda-a-Velha)<br />

06/11 e 07/11 – ‘Síncope’<br />

@ Culturgest (Lisboa)<br />

07/11 e 08/11 – ‘Random’<br />

@ Teatro Camões<br />

(Lisboa)<br />

08/11 e 09/11 – ‘Lively<br />

Dreams’ @ Centro Cultural<br />

de Belém (Lisboa)<br />

14 [03 NOV 2008]<br />

faz rir Braga<br />

A trupe Circus Contraption e as sensuais The Atomic Bombshells protagonizam a segunda<br />

edição do ‘Burla - Festival do Burlesco’, evento promovido pelo Theatro Circo de Braga nos<br />

dias 8 e 14 de Novembro.<br />

Pedro Quedas<br />

p<strong>que</strong>das@mundouniversitario.pt<br />

Depois do sucesso da Burla<br />

2007, o festival do burlesco regressa<br />

à sala principal do Theatro<br />

Circo de Braga a 8 de Novembro,<br />

com a apresentação do espectáculo<br />

‘The Show To End All Shows’,<br />

pela trupe Circus Contraption, <strong>que</strong><br />

alia, a números de circo tradicionais,<br />

influências de vaudeville e<br />

‘dark cabaret’. A ‘performance’<br />

acompanha uma família circense<br />

<strong>que</strong> procura manter o ‘glamour’,<br />

brilho e excentricidade, à medida<br />

<strong>que</strong> tudo começa a correr mal<br />

em plena actuação.<br />

A companhia norte-americana<br />

é o resultado de uma colisão<br />

entre circo, variedades, artes<br />

visuais, cabaret, música ao vivo,<br />

dança e inspirações vaudevillianas,<br />

colocando em palco personagens<br />

invulgares e fascinantes.<br />

Lideradas por Armitage<br />

Shanks (co-fundador, malabarista<br />

de fogo, vocalista<br />

e apresentador do espectáculo),<br />

a galeria de bizarrias<br />

apresenta ao público português<br />

nomes como Dexter Mantooth<br />

(baixista e artesão de peles),<br />

Acrophelia (acrobata), Pinky<br />

d’Ambrosia (vocalista, trompetista,<br />

bailarina e diva de ópera), Ernesto<br />

Cellini (equilibrista), Chamaleo<br />

(multi-instrumentista), Nova<br />

Jo Yaco (malabarista, bailarina,<br />

equilibrista), Darty Kangoo (acrobata)<br />

ou Pavel Merzo (palhaço).<br />

» Temp d’Images arranca no Museu<br />

do Chiado ‘WESTERN UNION: Small<br />

Boats’, do britânico Isaac Julien, aborda<br />

as viagens através do mar Mediterrâneo<br />

dos chamados ‘clandestinos’, <strong>que</strong><br />

partem da Líbia, fugindo das guerras e<br />

da fome, e marca o fim de uma trilogia<br />

de instalações audiovisuais iniciada com<br />

‘True North’ (2004) e continuada com<br />

‘Fantôme Afri<strong>que</strong>’ (2005). Inaugura a 29<br />

de Outubro, no MNAC – Museu do Chiado,<br />

e marca o arran<strong>que</strong> da sexta edição<br />

do Festival Temp d’Images.<br />

Até 17 de Novembro, o festival propõe<br />

Exuberância e sedução<br />

A Burla continua a 14 de Novembro,<br />

com o sensual espectáculo<br />

das The Atomic Bombshells.<br />

‘Nightfall in New Orleans’ é a recém-estreada<br />

‘performance’ <strong>que</strong><br />

as exuberantes bailarinas trazem<br />

a Portugal, <strong>que</strong> apresenta números<br />

como ‘Funeral Jazz’ ou ‘A Rainha<br />

do Mardi Gras’, homenagens<br />

extravagantes a lendas do burlesco<br />

de Bourbon Street, como Blaze<br />

Starr, Wild Cherry e Evangeline,<br />

The Oyster Girl.<br />

Acompanhadas pelo mestre-<br />

-de-cerimónias Jasper McCann,<br />

as ousadas Kitten La Rue, Fanny<br />

N’Flames, Lily Vanderloo, Miss<br />

Índigo Blue, Honey D. Luxe e Ivy<br />

St. Spectre fundem estilo e sedução<br />

com generosas quantidades<br />

de boa-disposição e humor.<br />

Depois de já terem actuado com<br />

Dita Von Teese, contam no Theatro<br />

Circo com as colaborações de<br />

Coco Bellissimo e Waxie Moon, a<br />

complementar uma banda sonora<br />

frenética <strong>que</strong> faz lembrar a imparável<br />

loucura das ruas e salas de<br />

espectáculo de Nova Orleães.<br />

uma oferta <strong>que</strong> conta com espectáculos,<br />

instalações, filmes e performances,<br />

destinados a colocar em conflito as<br />

linguagens do teatro e do cinema. Assumidamente<br />

europeu, o evento acolhe<br />

trabalhos de dez nações, entre as quais<br />

as recém-chegadas Roménia e Turquia.<br />

É também um festival nómada, apresentando<br />

as suas propostas não só no<br />

Museu do Chiado mas também no CCB,<br />

Culturgest, Fundação Museu Colecção<br />

Berardo, Cinemateca Portuguesa – Museu<br />

do Cinema, Fundação EDP, Galeria<br />

Graça Brandão e LX Factory.<br />

A Feiticeira de Florença<br />

» Salman Rushdie<br />

Quando um viajante europeu loiro chega<br />

à corte do imperador Akbar, o Grão-<br />

-Mogol, afirma ser o filho de Qara Qöz,<br />

uma princesa mogol perdida, possuidora<br />

de uma grande beldade e ainda<br />

maiores poderes de encantamento e feitiçaria.<br />

O mais recente livro de Salman<br />

Rushdie, vencedor de um Booker Prize,<br />

viaja entre a capital mogol e Florença,<br />

dois mundos misteriosos, estranhamente<br />

semelhantes e ambos dominados pelos<br />

encantamentos das mulheres.<br />

Ficha Editora: Dom Quixote; Preço: 19 euros<br />

Contos Góticos<br />

» Mary Shelley<br />

Com toda a popularidade <strong>que</strong> conseguiu<br />

com ‘Frankenstein’, escrito em 1818, a restante<br />

obra de Mary Shelley tende a ser es<strong>que</strong>cida.<br />

Esta compilação mostra a mestria<br />

da escritora londrina no domínio do estilo<br />

gótico, tratando temas como o terror, a loucura,<br />

a desolação e a solidão. Preocupações<br />

recorrentes na sua obra como o fim da civilização,<br />

a aniquilação do espírito humano e<br />

os perigos do desenvolvimento tecnológico<br />

mostram como era verdadeiramente uma<br />

mulher à frente do seu tempo.<br />

Ficha Editora: Bico de Pena; Preço: 10 euros<br />

A Sombra Alastra<br />

» Robert Jordan<br />

O quarto livro na série ‘A Roda do Tempo’,<br />

esta obra acompanha as aventuras<br />

de Rand al’Thor, revelado como o Dragão<br />

Renascido depois de tomar a espada<br />

Callandor, e os seus companheiros depois<br />

do conflito em Tear. O grupo divide-se em<br />

quatro para resolver vários problemas no<br />

vasto mundo imaginário criado pelo autor<br />

norte-americano, um fã confesso da herança<br />

de Tolkien <strong>que</strong> procurou transportar<br />

esses elementos de fantasia para uma<br />

realidade mais próxima da sua.<br />

Ficha Editora: Bertrand; Preço: 24,95 euros


Espaço coordenado por Geraldes Lino, http://divulgandobd.blogspot.com<br />

BD<br />

» Pepsi Twist<br />

premeia<br />

BDs originais<br />

No passado mês de<br />

Agosto, a Pepsi lançou<br />

um desafio a todos os<br />

consumidores da bebida e<br />

fãs de banda desenhada.<br />

Era pedido <strong>que</strong> criassem<br />

uma pe<strong>que</strong>na história com<br />

o final da aventura dos<br />

Limões de Pepsi Twist,<br />

Zé Limone e Citrónio, por<br />

terras mexicanas. Desta<br />

forma, o vencedor da<br />

melhor história ganhava<br />

uma fabulosa viagem ao<br />

México de uma semana<br />

para duas pessoas. O MU<br />

associou-se à marca e, durante<br />

cinco semanas, vai<br />

mostrar-te em BD as cinco<br />

histórias mais originais.<br />

Agora adivinha lá <strong>que</strong>m é<br />

<strong>que</strong> vai ao México durante<br />

uma semana com tudo<br />

pago? Herlânder Carvalho,<br />

o amigo <strong>que</strong> veio oferecer<br />

um almoço são-tomense à<br />

redacção MU esta semana<br />

[ver p.7]. Boa viagem<br />

Herlânder!!!<br />

[03 NOV 2008]<br />

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