Descem ao vulcão das sete cidAdes - Mundo Universitário
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20 Valores<br />
1<br />
Os Xutos gostam de dar entrevistas<br />
tas ou são ‘ossos do<br />
ofício’?<br />
Gui: Não estou especialmente ente<br />
chateado…<br />
Tim: Fiz muitas entrevistas<br />
<strong>ao</strong> longo destes anos, muitas<br />
vezes, com o Zé Pedro como<br />
companheiro. E acho que é<br />
importante que os outros<br />
elementos também venham.<br />
Em primeiro lugar, porque<br />
também têm coisas a dizer<br />
em relação <strong>ao</strong> nosso trabalho<br />
e <strong>ao</strong>s 30 anos; em segundo,<br />
porque a parte chata tam-<br />
bém se deve compartilhar…<br />
(risos)<br />
2<br />
Há alguma pergunta que<br />
vos chateia mais responder<br />
e que fica, desde já, proibida<br />
nesta entrevista?<br />
Tim: Porque é que ese<br />
chamam<br />
Xutos & Pontapés? Projectos<br />
para<br />
o futuro?<br />
ur<br />
3<br />
Os Xutos<br />
são<br />
um caso sério<br />
de<br />
longevidade para uma<br />
banda portuguesa. Ainda<br />
vos faz sentido, hoje em dia,<br />
estar na música?<br />
Cabeleira: Sim, claro. Se sentíssemos<br />
que as coisas já não<br />
faziam sentido cada um ia à<br />
sua vida, fazer outras coisas.<br />
Mas se nos sentimos bem a<br />
trabalhar alha<br />
r juntos, a fazer estas<br />
músicas e se as pessoas gos-<br />
tam de nos<br />
ouvir, isso basta. a.<br />
4<br />
Este<br />
novo álbum é um so-<br />
prar<br />
de velas tranquilo, ou<br />
traz-vos inquietação?<br />
i Tim: Não consigo perceber<br />
como é que uma carreira<br />
grande traz tranquilidade…<br />
Se estamos a falar do aspecto<br />
financeiro, realmente, dá<br />
mais segurança do que não<br />
ter carreira nenhuma. Agora,<br />
em relação <strong>ao</strong> trabalho que é<br />
preciso fazer todos os dias,<br />
quer a nível de ensaio, quer<br />
em termos de espectáculos,<br />
às<br />
vezes e pode até tornar-se<br />
mais<br />
complicado, há uma<br />
maior preocupação.<br />
5<br />
Porquê um álbum homóni-<br />
mo da banda?<br />
a?<br />
Tim: Quando estávamos a preparar<br />
o disco não conseguía-<br />
mos ter um nome que funcionasse.<br />
Depois apareceu essa sa<br />
sugestão, até porque ainda<br />
não tínhamos nenhum álbum<br />
com essa característica. Ainda<br />
por cima, este álbum tem a<br />
participação de todos os ele-ementos<br />
em termos de composição<br />
e, por<br />
isso, achámos<br />
que seria honesto o chamá-lo<br />
de Xutos & Pontapés.<br />
6<br />
Se vos<br />
pedisse, se, neste momento,<br />
para dar um outro o<br />
nome <strong>ao</strong> disco, o que poderia<br />
ser?<br />
Tim: Por acaso lembrei-me de<br />
um nome bom, podíamos ter-<br />
-lhe chamado ‘Estado de Dúvida’,<br />
mas já não vai a tem-<br />
po.<br />
7<br />
Como encaram am este<br />
álbum,<br />
face a todo o percurso construído<br />
nestes 30 anos?<br />
Cabeleira: Vem no seguimento<br />
do que nós fazemos, de forma<br />
natural. Penso que, quando as<br />
pessoas ouvem a nossa música,<br />
não sentem uma grande<br />
distância em relação <strong>ao</strong> nosso<br />
trabalho alho<br />
anterior.<br />
8<br />
Em ‘Sangue da Cidade’ há<br />
uma voz (Pacman) irada relativamente<br />
<strong>ao</strong> estado <strong>das</strong><br />
coisas. É essa, também, a<br />
vossa voz pessoal?<br />
Tim: Para que alguém, neste<br />
sítio onde vivemos, se sinta<br />
plenamente satisfeito, faltam am<br />
ainda muitas coisas. A paz,<br />
o pão, a educação, a saúde,<br />
a formação, e por aí… Fazer<br />
o desvio para um discurso<br />
pseudo-satisfeito ou revela-elador<br />
de algum contentamento<br />
egoísta, parece-nos que pode<br />
ser falso. O contrário, aproveitar<br />
o facto de estar tudo<br />
de pantanas para dizer mal de<br />
tudo e sermos os maiores, isso so<br />
também não parece bem. Tem<br />
de haver sempre uma posição<br />
de alerta. Não podemos parar<br />
de dizer a quem pode fazer alguma<br />
coisa que esta obra não<br />
está acabada. Se o país fosse se<br />
Podemos dizer que<br />
este dis-<br />
co é mais interventivo?<br />
Tim: Possivelmente sim, por<br />
questões circunstanciais. Talvez<br />
porque haja mais motivos<br />
evidentes para que esse<br />
tipo de conversa apareça, e<br />
porque as músicas também m<br />
proporcionam orci<br />
as letras num<br />
discurso so<br />
mais directo.<br />
9<br />
a minha cozinha e estivesse<br />
em obras, ia-me zangar muito<br />
com o empreiteiro…<br />
eite<br />
ir<br />
Como<br />
foi<br />
trabalhar ar pela primeira<br />
vez com o Pacman?<br />
Tim: Ele teve a gentileza e boa-<br />
-vontade de nos ajudar nesse<br />
tema. O Pacman, que tem mais<br />
experiência nesse tipo de intervenção,<br />
aceitou o desafio e<br />
acabou por se identificar muito<br />
com a letra. A música ganhou,<br />
nós ganhámos, e ele também<br />
aproveitou ou a oportunidade de<br />
fazer algo diferente.<br />
ente.<br />
11<br />
O que é que, hoje, vos inquieta<br />
mais enquanto mú-<br />
sicos?<br />
Gui: Eu não tenho grandes<br />
inquietações, mas a falta de<br />
saúde, pá… às vezes um gajo<br />
pensa que não está a caminhar<br />
para mais novo, não é?<br />
Tim: Dentro do panorama<br />
musical, não vejo o mercado a<br />
encolher em termos de espectáculos,<br />
pelo contrário, até o<br />
vejo a crescer. Há mais oportunidades<br />
de tocar. As pessoas<br />
que querem mostrar ideias<br />
e fazer isto e aquilo são muito<br />
mais que antes e isso permite<br />
um trabalho mais apurado.<br />
Não acho<br />
que<br />
haja<br />
grandes<br />
motivos de preocupação, mas<br />
sim motivos para trabalhar.<br />
Qual<br />
é o tema que<br />
melhor<br />
ilustra a alma deste<br />
álbum?<br />
Tim: Eu continuo a achar que<br />
é o “Falcão”! Depois há os outros<br />
mais bonitinhos, outros<br />
mais fortes, mas o tema que<br />
segura aquilo tudo, para mim<br />
é mesmo esse.<br />
13<br />
12<br />
Qual<br />
foi<br />
o momento mais difícil<br />
de ultrapassar durante<br />
a gravação do álbum?<br />
Tim: O último dia de estúdio!<br />
Em várias situações chegámos<br />
àquela cena de puto em que,<br />
quando é preciso entregar o<br />
trabalho, alho<br />
ainda a está tudo em<br />
rascunho ou a meio.<br />
Quando o tempo está a pas-<br />
sar e ainda a há<br />
muita coisa<br />
para terminar, como é que<br />
se faz tudo bem e depressa?<br />
Tim: É tudo a berrar uns com<br />
os outros, a chamar nomes, é<br />
uma grande confusão! (risos)<br />
15<br />
10<br />
14<br />
É fácil manter a coesão en-<br />
quanto banda, quando cada<br />
ENTREVISTA. ANIVERSÁR<br />
30 A<br />
30 perg<br />
ESTA BANDA TEM MAIS OU MENOS A IDADE DA JORNALIS<br />
POR ‘HINOS DE VIDA’ DE MUITA GENTE QUE PARA AÍ ANDA<br />
AVÓS, PAIS E NETOS, TODOS ELES COM REFRÕES NA PO<br />
ZADOS. ESTA BANDA VAI COMEMORAR OS 30 ANOS DE V<br />
SETEMBRO. ESTA BANDA ACABA DE LANÇAR UM NO<br />
Por Laura Alves • i