Descem ao vulcão das sete cidAdes - Mundo Universitário

Descem ao vulcão das sete cidAdes - Mundo Universitário Descem ao vulcão das sete cidAdes - Mundo Universitário

mundouniversitario.pt
from mundouniversitario.pt More from this publisher
04.10.2014 Views

Belas Artes AgenDa CulTural TEATRO DE 8 A 19 DE ABRIL – ‘The Cachorro manco Show’ @ Teatro Nacional D. Maria II (Lisboa) 18 DE ABRIL - ‘A TEM- PESTADE’ de William Shakespeare (+ leitura do grande poema de W.H. Auden, O MAR E O ESPELHO, um comentário a A Tempestade de Shakespeare) @ Teatro do Bairro Alto (Lisboa) ATÉ 26 DE ABRIL – ‘Atravessando as palavras...’ de Kafka @ Teatro da Cerca de São Bernardo (Coimbra) ATÉ 2 DE MAIO – ‘Queres fazer amor comigo?’@ Auditório do Casino Estoril (Estoril) ATÉ 3 DE MAIO – ‘Transacções’ @ Teatro Maria Matos (Lisboa) EXPOSIÇãO ATÉ 2 DE MAIO – ‘Apostila’ (Considerações Mínimas sobre Fernando Pessoa), exposição de pintura e ilustração @ ABBC (Lisboa) ATÉ 23 DE ABRIL – ‘Topografia Feminina’, Moda de intervenção no Príncipe Real @ Galeria Bernardo Marques inaugura (Lisboa) PUBLICIDADE ATÉ 30 DE ABRIL – ‘Origens’, exposição de escultura do espanhol Juan Luis Molero @ Colorida Galaria de Arte (Lisboa) ATÉ 20 DE ABRIL – ‘As imagens das Palavras’, pintura e vídeo-performance @ CCB (Lisboa) ATÉ 28 DE MAIO – ‘Musgos e Líquenes’ – exposição colectiva de 6 artistas da Letónia @ Galeria Santa Clara (Coimbra) ATÉ 28 DE MAIO – ‘JA- NELA URBANA LIVE at’YRON’ – exposição de múltiplas expressoões de cultura urbana de 21 artistas @ Espaço Yron (Lisboa) DANÇA 14, 16 E 21 DE ABRIL - Workshop de dança étnico-contemporânea @ Companhia de dança de Aveiro (Aveiro) STAND UP 16 E 17 DE ABRIL – ‘Em Abril é rir a mil!’ com Hugo Sousa, João Seabra e Miguel 7 Estacas @ Tertúlia Castelense (Avioso – Sta. Maria) PERFORMANCE ATÉ MAIO - ‘Blue Man Group- How to be a Mega Star?’ @ Casino de Lisboa (Lisboa) TEATRO. ‘AS VAMPIRAS LÉSBICAS DE SODOMA’ E vão, um, dois... três anos em cena NA NOITE EM QUE A PEÇA DE TEATRO ‘AS VAMPIRAS LÉSBICAS DE SODOMA’ ASSINALOU TRÊS ANOS EM CENA (DOMINGO, DIA 6 DE ABRIL), O MU FOI ASSISTIR À COMÉDIA DO ESTRONDOSO SUCESSO DE BILHETEIRA. SERÁ QUE SE ARRISCA A ALCANÇAR OS INACREDITÁVEIS 13 ANOS DE VIDA DE ‘AS OBRAS COMPLETAS DE WILLIAM SHAKESPEARE EM 97 MINUTOS’, OUTRO ÊXITO DA COMPANHIA TEATRAL DO CHIADO, EM LISBOA? Raquel Louçã Silva rsilva@mundouniversitario.pt «Por mim vai durar mais do que o Sócrates!», reage o encenador Juvenal Garcês. «Sabe, é com muito gosto que vejo a Companhia Teatral do Chiado [ou Teatro-Estúdio Mário Viegas] atingir a maioridade. Ainda por cima quando temos cinco peças em cena e o teatro aberto todos os dias com espectáculos populares, a fazer juz a Mário Viegas que era um actor popular», acrescenta. O encenador esteve na génese deste projecto municipal, que teve o seu início oficial em 1990, precisamente com o actor Mário Viegas. LÉSBICAS E ETERNAS ‘As Vampiras Lésbicas de Sodoma’ é uma bem conseguida comédia em jeito de cabaret. Ao longo de duas horas, entramos num universo de terror onde existem monstros e vampiros, para chegar ao glamouroso mundo do showbizz. Sem dispensar as habituais rivalidades entre vedetas, que ainda por cima neste caso são eternas e não têm outro remédio se não passarem a eternidade em disputa. A acompanhar, há sempre uma enorme dose de boa disposição e não faltam as farpas dirigidas à conjuntura actual que os actores disparam com visível satisfação. A peça é uma adaptação do espectáculo original de 1984 que trouxe fama a Charles Bush (dramaturgo, actor, estrela de cinema, artista e romancista) e ajudou ao seu reconhecimento como uma das figuras mais originais da actualidade. Na altura, Nova Iorque ofereceu-lhe a atenção necessária para justificar cinco anos em cena, actualmente Lisboa já vai em três. «O facto de ser um espectáculo de cabaret e divertido são as características fundamentais», explica Juvenal. E pensar que tudo começa no remoto reino de Sodoma, onde há uma terrível vampira que se aproveita de virgens inocentes para saciar o seu apetite sangrento e o seu desejo sexual, e acaba num palco onde as duas (agora ligadas ao mundo do espectáculo) fazem planos para um musical. No mínimo, hilariante. COMPANHIA TEATRAL DO CHIADO TEATRO-ESTÚDIO MÁRIO VIEGAS LARGO DO PICADEIRO , LISBOA | WWW.COMPANHIATEATRALDOCHIADO.PT » AS VAMPIRAS LÉSBICAS DE SODOMA, DOMINGO ÀS 21H00 » AS OBRAS COMPLETAS DE WILLIAM SHAKESPEARE EM 97 MINUTOS, SEGUNDAS E TERÇAS ÀS 21H00 » PERGUNTEM AOS VOSSOS GATOS E AOS VOSSOS CÃES, DOMINGOS ÀS 16H00 » A BÍBLIA: TODA A PALAVRA DE DEUS (D´UMA ASSENTADA), QUARTAS ÁS 21H00 » A ARTE DO CRIME, SEXTAS E SÁBADOS ÀS 21H00 3 LIVROS A NãO PERDER LUIS ROCHA A MALDIÇÃO » STEPHEN KING O Mestre do terror está de volta com ‘A Maldição’. Prestes a chegar às livrarias este thriller psicológico segue o percurso atormentado de Edgar Freemantle, desde o terrível acidente num estaleiro que lhe tirou o braço direito e o transformou num espírito atormentado. 51 livros publicados (o primeiro há 34 anos traduzido em 37 línguas); 47 filmes e séries de TV baseados na sua obra; e 15 livros no primeiro lugar da lista de best-sellers faz com que King seja incontornável. Ficha Editora: Bertrand Editora; Preço: 19, 90 euros MANU CHAO – DESTINACIÓN ESPERANZA » PHILIPPE MANCHE Num clima de cumplicidade e ao longo de dez anos de encontros, em tournées, em Ménilmontant ou na casa de Manu Chao em Barcelona, Philippe Manche faz-nos partilhar a intimidade e as paixões do ‘cantor-global’ sempre em busca de boas vibrações. Manu Chao nasceu em 1961, em Paris, porque o seu pai, galego, tinha fugido à ditadura espanhola. A consciência política parece estar nos genes deste cantor e homem de intervenção que, depois do esmagador sucesso que alcançou com a sua banda, tem vindo a colaborar mais com os artistas da América do Sul. Ficha Editora: Campo de Letras; Preço: 12,81 euros MARÉS DE INVERNO » LUÍS MIGUEL RAPOSO Eis o primeiro romance de Luís Miguel Raposo, que aos quinze já era completamente viciado em surf na Costa de Caparica. Consta que actualmente é comum encontrá-lo na zona de Peniche, na praia Supertubos, a surfar, pois claro, ou a escrever. Para a estreia, apresenta-se com um romance que conta a história de Michael que, numa cama de hospital, tenta lembrar-se de como era a sua vida em rapaz, quando a paixão pelo mar e o grupo de amigos bastavam. Ficha Editora: O Quinto Selo; Preço: Sob Consulta

Jukebox 3 Discos A não perDer [PETER DOHERTY] » GRACE/WASTE- LANDS Atenção,muita atenção, aos críticos mais acérrimos de Peter Doherty que o acusaram de pouca música e muita irreverência social. Desta feita trata-se de música, aliás sempre se tratou! A experiência de cantar ‘Grace/ Wasteland’ poderá antever, em muito, um saldo veraneante e o pó festaleiro, a cerveja a cair em rodos de guitarras melodiosas, com uma melancólica voz rouca com que o, cada vez mais, songwriter apruma este inesperado trabalho. O trabalho de Doherty tem a vertente de ser acondicionado por um adulto ressoar do dedilhar na guitarra, denunciando a colaboração de Graham Coxon, embaixador da guitarra dos Blur, a condimentar este renascimento que, ao deixares passar ao lado, poderá tornar-se num pecado capital... MINDE AT LARGE. CHEGA HOJE ÀS RUAS O SEXTO ÁLBUM DOS BLASTED MECHANISM «É sobretudo com a nossa inconformidade que as pessoas se identificam» CAMERAMEN METÁLICO MESMO À BEIRINHA DA LAGOA DAS SETE CIDADES, SENTÁMO- NOS COM O NOVO VOCALISTA, GUITSHU, E O ‘CABEÇA MUSICAL’ ARY (BAIXO ELÉCTRICO), PARA PERCEBER QUE DISCO É ESTE. FOI FEITO NA PERSEGUIÇÃO DE UM EQUILÍBRIO INTERIOR, SOCIAL E, EM ÚLTIMA ANÁLISE, PLANETÁRIO. DAÍ A ESCOLHA DO LOCAL PARA O CONCERTO ESPECIAL, NA NOITE DE QUARTA-FEIRA, ANTES DO LANÇAMENTO OFICIAL. UMA LAGOA CHEIA DE FOGO VULCÂNICO POR BAIXO. HAJA ENERGIA! E HÁ MESMO. CAMERAMEN METÁLICO [YEAH YEAH YEAHS] » IT’S BLITZ! Ainda os tons de ‘Maps’ não secaram no panorama musical contemporâneo, nem um ‘Gold Lion’ se encontra devidamente dissecado, e já os Yeah Yeah Yeahs nos enfeitam a Páscoa com um cliché rock, baptizado ‘It’s blitz!’. Um trunfo lançado à terceira vaza, pelo mais simpático trio do rock alternativo. Este recém-messias do Jordão, encaminha a banda de Nova Iorque para correntes mais dançáveis, que muitas pistas irão agradecer no Verão que se avizinha. Contudo, mantém a banda o bom gosto que se lhe reconhece, longe da ratoeira do mainstream. [MARCELO D2] » A ARTE DO BARULHO Em países onde grassa a corrupção e a desigualdade social pontua o dia-a-dia, é natural que esses estigmas se reflictam na arte. E nem o Brasil, nem Marcelo D2 fogem a esse estereótipo intervencionista que deambula por culturas latinas, mas que nem sempre levam a água ao seu moinho (graças à vulgaridade e ao populismo com que alguns intérpretes compõem). Mas a ‘Arte do Barulho’ não deve ficar esquecida numa prateleira, pois não peca no discurso e encontra momentos de verdadeira beleza na sonoridade, destacando este registo dos demais. Como canta Marcelo «malandro é malandro– vamos lá escutar este». Raquel Louçã Silva rsilva@mundouniversitario.pt » Como é que surgiu a ideia de virem para os Açores, para este local, com os fãs? Guitshu: Este álbum está muito ligado ao planeta. Ao processo de cura, quer na esfera pessoal, como do grupo, e planetária. Sabíamos que o disco ia sair na Primavera e porque não fazer aqui, numa explosão de natureza? Ary: Estamos numa verdadeira campa, aqui debaixo há ligação ao centro da terra, o fogo que vem debaixo… é uma atitude, queremos fazer explodir isto, agora vamos ver se conseguimos. Foi tudo um sonho tornado realidade, mas nos Blasted as coisas têm sido assim. Quem diria há um ano, quando o Pedro assumiu a personagem de Guitshu, que íamos estar aqui com um disco novo, espectáculo novo e a apresentá-lo nas Sete Cidades? » Estão diferentes? Ary: Sim. » Em quê? Ary: Em praticamente tudo. Na imagem sempre, mas musicalmente também. Continuamos a ser as mesmas pessoas a fazer música, GUITSHU, O NOVO VOCALISTA DA TRIBO BLASTED (EM CIMA) E ARY, O ‘CABEÇA MUSICAL’ QUE HABITUALMENTE ENVERGA O BAIXO ELÉCTRICO NO COLECTIVO (AO LADO) se bem que com uma personagem nova. Mas mudou a maneira como fizemos este disco. Pela primeira vez foi todo feito a partir de jams. O pessoal ligou os instrumentos e começou a ‘bombar’. » Mas, depois de 15 anos, dir- -se-ia que o grande desafio seria inovar sem perder a linha orientadora tão característica, certo? Ary: Há uma linha, destas pessoas do grupo que estão a expôr a sua alma, e essa mantém-se. Mas há também uma necessidade de fazer uma coisa diferente. Agora isto sempre com respeito, não só pelos fãs, mas por uma personalidade que já se criou. Neste momento podíamos sair todos dos Blasted. Há muitas bandas que, influenciadas por nós, misturam artes com música, mas é também sobretudo com a nossa inconformidade que as pessoas se identificam. » Como foi a adaptação do Pedro? Ary: Foi recíproco. Foi uma adaptação muito simples, fácil, natural. Quer musicalmente quer a nível pessoal, porque uma banda é como um casamento. Não é só servir tecnicamente, mas tem de se fazer parte do grupo. E mais ainda nos Blasted, cuja onda já não é um simples «embora beber um litro de vinho e curtir» - não tem nada de mal, mas já não é. Mas esta inconformidade toda que nos é natural, a ele também. Guitshu: Havia um peso, mas não encontrei vedetas num grupo de cinco pessoas. Cheguei e tinha cinco pessoas que estavam há minha espera e que me deram muito. Cheguei com a tranquilidade, sem parecer o Paulo Bento, de quem gosta de fazer aquilo que faz e encontrei pessoas que vivem para o que fazem. » E musicalmente sentiste-te à vontade para participar? Guitshu: Duas músicas surgiram do nosso primeiro encontro musical. Só isso diz muito de como tudo correu tão bem. » De onde vem o nome/personagem Guitshu? Guitshu: (risos) Os velhos em Trás- -os-Montes costumavam chamar- -me isso, em miúdo. [Lê o resto da entrevista e o diário de bordo desta aventura ao planeta Blasted em www.mundouniversitario.pt] AGENDA CONCERTOS BARCELOS 16/4 – The Portugals @ Museu da Olaria 17/4 – X-Wife @ Auditório da Biblioteca Municipal BRAGA 18/4 – Those Dancing Days @ Theatro Circo PORTO 15/4 – This Will Destroy You + Without Death Penalty @ Passos Manuel 17/4 – Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra @ Pavilhão Rosa Mota 17/4 – Anti-Clockwise + The Jills @ Porto-Rio 18/4 – Plaggio @ Casa da Música COIMBRA 17/4 – The Guys From The Caravan @ Salão Brazil LISBOA 14/4 – V Bandoscópio – Concurso de bandas + Anderson Moliere @ Santiago Alquimista 15/4 – Kussondulola @ santiago Alquimista 16/4 – Elsa Ravayo (La Shica) @ São Jorge 17/4 – Esteban Device @ Cabaret Maxime 18/4 – Cristina Branco @ CCB 18/4 – Emir Kusturica & The No Smoking Orchestra @ Campo Pequeno [13 ABR 2009] 11

Jukebox<br />

3 Discos A não<br />

perDer<br />

[PETER DOHERTY]<br />

» GRACE/WASTE-<br />

LANDS<br />

Atenção,muita<br />

atenção, <strong>ao</strong>s críticos<br />

mais acérrimos<br />

de Peter Doherty<br />

que o acusaram de pouca música<br />

e muita irreverência social. Desta feita<br />

trata-se de música, aliás sempre se<br />

tratou! A experiência de cantar ‘Grace/<br />

Wasteland’ poderá antever, em muito,<br />

um saldo veraneante e o pó festaleiro,<br />

a cerveja a cair em rodos de guitarras<br />

melodiosas, com uma melancólica<br />

voz rouca com que o, cada vez mais,<br />

songwriter apruma este inesperado<br />

trabalho. O trabalho de Doherty tem a<br />

vertente de ser acondicionado por um<br />

adulto ressoar do dedilhar na guitarra,<br />

denunciando a colaboração de Graham<br />

Coxon, embaixador da guitarra dos<br />

Blur, a condimentar este renascimento<br />

que, <strong>ao</strong> deixares passar <strong>ao</strong> lado, poderá<br />

tornar-se num pecado capital...<br />

MINDE AT LARGE. CHEGA HOJE ÀS RUAS O SEXTO ÁLBUM DOS BLASTED MECHANISM<br />

«É sobretudo com a nossa<br />

inconformidade que<br />

as pessoas se identificam»<br />

CAMERAMEN METÁLICO<br />

MESMO À BEIRINHA DA LAGOA<br />

DAS SETE CIDADES, SENTÁMO-<br />

NOS COM O NOVO VOCALISTA,<br />

GUITSHU, E O ‘CABEÇA MUSICAL’<br />

ARY (BAIXO ELÉCTRICO), PARA<br />

PERCEBER QUE DISCO É ESTE. FOI<br />

FEITO NA PERSEGUIÇÃO DE UM<br />

EQUILÍBRIO INTERIOR, SOCIAL E,<br />

EM ÚLTIMA ANÁLISE, PLANETÁRIO.<br />

DAÍ A ESCOLHA DO LOCAL PARA<br />

O CONCERTO ESPECIAL, NA NOITE<br />

DE QUARTA-FEIRA, ANTES DO<br />

LANÇAMENTO OFICIAL. UMA<br />

LAGOA CHEIA DE FOGO VULCÂNICO<br />

POR BAIXO. HAJA ENERGIA! E HÁ<br />

MESMO.<br />

CAMERAMEN METÁLICO<br />

[YEAH YEAH<br />

YEAHS]<br />

» IT’S BLITZ!<br />

Ainda os tons de<br />

‘Maps’ não secaram<br />

no panorama<br />

musical contemporâneo,<br />

nem um ‘Gold Lion’ se encontra<br />

devidamente dissecado, e já os Yeah<br />

Yeah Yeahs nos enfeitam a Páscoa com<br />

um cliché rock, baptizado ‘It’s blitz!’.<br />

Um trunfo lançado à terceira vaza, pelo<br />

mais simpático trio do rock alternativo.<br />

Este recém-messias do Jordão, encaminha<br />

a banda de Nova Iorque para<br />

correntes mais dançáveis, que muitas<br />

pistas irão agradecer no Verão que se<br />

avizinha. Contudo, mantém a banda o<br />

bom gosto que se lhe reconhece, longe<br />

da ratoeira do mainstream.<br />

[MARCELO D2]<br />

» A ARTE DO<br />

BARULHO<br />

Em países onde<br />

grassa a corrupção<br />

e a desigualdade<br />

social pontua o<br />

dia-a-dia, é natural que esses estigmas<br />

se reflictam na arte. E nem o Brasil,<br />

nem Marcelo D2 fogem a esse estereótipo<br />

intervencionista que deambula por<br />

culturas latinas, mas que nem sempre<br />

levam a água <strong>ao</strong> seu moinho (graças à<br />

vulgaridade e <strong>ao</strong> populismo com que<br />

alguns intérpretes compõem). Mas a<br />

‘Arte do Barulho’ não deve ficar esquecida<br />

numa prateleira, pois não peca<br />

no discurso e encontra momentos de<br />

verdadeira beleza na sonoridade, destacando<br />

este registo dos demais. Como<br />

canta Marcelo «malandro é malandro–<br />

vamos lá escutar este».<br />

Raquel Louçã Silva<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

» Como é que surgiu a ideia de<br />

virem para os Açores, para este<br />

local, com os fãs?<br />

Guitshu: Este álbum está muito<br />

ligado <strong>ao</strong> planeta. Ao processo de<br />

cura, quer na esfera pessoal, como<br />

do grupo, e planetária. Sabíamos<br />

que o disco ia sair na Primavera e<br />

porque não fazer aqui, numa explosão<br />

de natureza?<br />

Ary: Estamos numa verdadeira<br />

campa, aqui debaixo há ligação <strong>ao</strong><br />

centro da terra, o fogo que vem debaixo…<br />

é uma atitude, queremos<br />

fazer explodir isto, agora vamos<br />

ver se conseguimos. Foi tudo um<br />

sonho tornado realidade, mas nos<br />

Blasted as coisas têm sido assim.<br />

Quem diria há um ano, quando o<br />

Pedro assumiu a personagem de<br />

Guitshu, que íamos estar aqui com<br />

um disco novo, espectáculo novo e<br />

a apresentá-lo nas Sete Cidades?<br />

» Estão diferentes?<br />

Ary: Sim.<br />

» Em quê?<br />

Ary: Em praticamente tudo. Na<br />

imagem sempre, mas musicalmente<br />

também. Continuamos a ser as<br />

mesmas pessoas a fazer música,<br />

GUITSHU, O NOVO VOCALISTA DA TRIBO BLASTED<br />

(EM CIMA) E ARY, O ‘CABEÇA MUSICAL’<br />

QUE HABITUALMENTE ENVERGA O BAIXO ELÉCTRICO<br />

NO COLECTIVO (AO LADO)<br />

se bem que com uma personagem<br />

nova. Mas mudou a maneira como<br />

fizemos este disco. Pela primeira<br />

vez foi todo feito a partir de jams.<br />

O pessoal ligou os instrumentos e<br />

começou a ‘bombar’.<br />

» Mas, depois de 15 anos, dir-<br />

-se-ia que o grande desafio<br />

seria inovar sem perder a linha<br />

orientadora tão característica,<br />

certo?<br />

Ary: Há uma linha, destas pessoas do<br />

grupo que estão a expôr a sua alma,<br />

e essa mantém-se. Mas há também<br />

uma necessidade de fazer uma coisa<br />

diferente. Agora isto sempre com<br />

respeito, não só pelos fãs, mas por<br />

uma personalidade que já se criou.<br />

Neste momento podíamos sair todos<br />

dos Blasted. Há muitas ban<strong>das</strong><br />

que, influencia<strong>das</strong> por nós, misturam<br />

artes com música, mas é também sobretudo<br />

com a nossa inconformidade<br />

que as pessoas se identificam.<br />

» Como foi a adaptação do<br />

Pedro?<br />

Ary: Foi recíproco. Foi uma adaptação<br />

muito simples, fácil, natural.<br />

Quer musicalmente quer a<br />

nível pessoal, porque uma banda<br />

é como um casamento. Não é só<br />

servir tecnicamente, mas tem de<br />

se fazer parte do grupo. E mais<br />

ainda nos Blasted, cuja onda já<br />

não é um simples «embora beber<br />

um litro de vinho e curtir» - não<br />

tem nada de mal, mas já não é.<br />

Mas esta inconformidade toda<br />

que nos é natural, a ele também.<br />

Guitshu: Havia um peso, mas<br />

não encontrei vedetas num grupo<br />

de cinco pessoas. Cheguei<br />

e tinha cinco pessoas que estavam<br />

há minha espera e que<br />

me deram muito. Cheguei com<br />

a tranquilidade, sem parecer o<br />

Paulo Bento, de quem gosta de<br />

fazer aquilo que faz e encontrei<br />

pessoas que vivem para o que<br />

fazem.<br />

» E musicalmente sentiste-te à<br />

vontade para participar?<br />

Guitshu: Duas músicas surgiram<br />

do nosso primeiro encontro musical.<br />

Só isso diz muito de como tudo<br />

correu tão bem.<br />

» De onde vem o nome/personagem<br />

Guitshu?<br />

Guitshu: (risos) Os velhos em Trás-<br />

-os-Montes costumavam chamar-<br />

-me isso, em miúdo.<br />

[Lê o resto da entrevista e o diário<br />

de bordo desta aventura <strong>ao</strong><br />

planeta Blasted em www.mundouniversitario.pt]<br />

AGENDA CONCERTOS<br />

BARCELOS<br />

16/4 – The Portugals @ Museu<br />

da Olaria<br />

17/4 – X-Wife @ Auditório<br />

da Biblioteca Municipal<br />

BRAGA<br />

18/4 – Those Dancing Days<br />

@ Theatro Circo<br />

PORTO<br />

15/4 – This Will Destroy You<br />

+ Without Death Penalty @<br />

Passos Manuel<br />

17/4 – Emir Kusturica &<br />

The No Smoking Orchestra<br />

@ Pavilhão Rosa Mota<br />

17/4 – Anti-Clockwise + The<br />

Jills @ Porto-Rio<br />

18/4 – Plaggio @ Casa da<br />

Música<br />

COIMBRA<br />

17/4 – The Guys From The<br />

Caravan @ Salão Brazil<br />

LISBOA<br />

14/4 – V Bandoscópio –<br />

Concurso de ban<strong>das</strong> + Anderson<br />

Moliere @ Santiago<br />

Alquimista<br />

15/4 – Kussondulola @ santiago<br />

Alquimista<br />

16/4 – Elsa Ravayo (La Shica)<br />

@ São Jorge<br />

17/4 – Esteban Device @<br />

Cabaret Maxime<br />

18/4 – Cristina Branco @<br />

CCB<br />

18/4 – Emir Kusturica &<br />

The No Smoking Orchestra<br />

@ Campo Pequeno<br />

[13 ABR 2009]<br />

11

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!