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Descem ao vulcão das sete cidAdes - Mundo Universitário

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CAMERAMEN METÁLICO<br />

Directora: Raquel Louçã Silva | Segunda-feira, 13 de Abril de 2009 | N.º 139 | Quinzenal | Distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />

www.mundouniversitario.pt<br />

PUBLICIDADE<br />

» Reitora da Universidade de Aveiro<br />

representa Portugal na Europa<br />

P. 03<br />

» Três anos de Vampiras Lésbicas<br />

de Sodoma no Teatro Estúdio Mário Viegas<br />

P. 10<br />

» Concurso de aviões de papel já tem<br />

campeões nacionais para a final na Áustria<br />

P. 13<br />

BlasTed<br />

<strong>Descem</strong> <strong>ao</strong> <strong>vulcão</strong><br />

<strong>das</strong> <strong>sete</strong> <strong>cidAdes</strong>


Sumário<br />

FLASH<br />

TERRAMOTO EM ITÁLIA<br />

EPA/VITTURINI-SCHIAZZA<br />

ESTELA SILVA/LUSA<br />

eDitoRiaL<br />

Raquel Louçã Silva • Directora<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

Foi no passado dia 5 de Abril que o mundo assistiu à tragédia. A cidade<br />

de Áquila, em Itália, vivia um dos mais devastadores sismos dos últimos<br />

tempos. A Basílica de Santa Maria di Collemaggio foi um dos monumentos<br />

atingidos durante os abalos. Vários estudantes portugueses que estavam<br />

em Itália a estudar já voltaram a Portugal, entre eles Liliana Ferronha,<br />

que chegou sã e salva.<br />

COUNT DOWN...<br />

próxima edição<br />

» TUDO SOBRE<br />

O BLACK&WHITE<br />

O Festival Black&White chega, este ano, à sua<br />

sexta edição. De 20 a 23 de Abril, a Católica do<br />

Porto, abre as portas a um certame de cinema<br />

e fotografia único no mundo pelo facto de toda<br />

a competição girar em torno do preto e branco.<br />

Um revivalismo que tem garantido o reconhecimento<br />

internacional.<br />

PARA O 5. O ANIVERSÁRIO MU<br />

PROCURAM-SE PROTAGONISTAS<br />

PARA A EDIÇÃO DO 5.º ANIVERSÁRIO MU!<br />

Só tens que nos enviar um email a convencer-nos por que é que hás-de entrar. Podes fazê-lo até <strong>ao</strong> final do mês de<br />

Abril, enviando um email para info@mundouniversitario.pt<br />

ENVIA UMA:<br />

A) IDEIA REVOLUCIONÁRIA<br />

B) FOTO PARVA<br />

C) POEMA INSPIRADO<br />

D) CRÍTICA POSITIVA (QUE AS MÁS NÃO ENTRAM!)<br />

E) SUPREENDE-NOS…. BE CREATIVE!<br />

atenção<br />

» NOVIDADES SOBRE A POLÍTICA<br />

‘À SÉRIA’ DOS HOMENS DA LUTA<br />

Vem aí uma entrevista com o Jel, onde o<br />

homem que mais berra neste País explica<br />

por que é que Os Homens da Luta querem<br />

entrar na corrida à Câmara Municipal de<br />

Lisboa. Curioso é o facto de toda a burocracia<br />

da campanha andar a ser tratada pelos<br />

estudantes de Direito da Nova de Lisboa.<br />

ficHa TécNicA: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. de Lisboa |<br />

NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Directora: Raquel Louçã Silva | Redacção: Andreia Arenga; |<br />

Colaboradores: Pedro Que<strong>das</strong>, Magda Valente, João Tomé, Sónia Ramalho | Online: Laura Alves | Projecto Gráfico: Joana Túlio | Paginação: Joana Túlio |<br />

Revisão: Catarina Poderoso | Marketing: Rui Gonçalves; Vanda Filipe | Publicidade: Margarida Rego (Directora Comercial); Rui Tito Lopes (Account Director)<br />

| Distribuição: Henrique Sanchez | Sede Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 420 13<br />

50 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745<br />

Barcarena; ISSN 1646-1649.<br />

NA COMPANHIA DOS<br />

BLASTED MECHANISM<br />

UM VOO AOS AÇORES.<br />

UM VOO INTERIOR.<br />

E <strong>ao</strong> segundo dia fez-se luz. Os Blasted Mechanism<br />

juntaram a comunidade que tinham trazido do continente<br />

para a mágica Lagoa <strong>das</strong> Sete Cidades, nos<br />

Açores, e abriram a caixinha <strong>das</strong> revelações. ‘Mind<br />

at Large’, o álbum da banda que chega hoje às lojas,<br />

representa seguramente um recomeço musical,<br />

uma vez que já conta com o processo criativo do<br />

novo vocalista, Guitshu, mas quer também marcar<br />

uma posição na indústria da música. Uma interessante<br />

tecnologia faz com que o CD se eleve de objecto<br />

a chave de acesso à realidade virtual. No interior<br />

encontram-se vários símbolos que, se aproximares<br />

da webcam, devolvem um objecto virtual que fica a<br />

pairar entre ti e o computador e que é, nada mais,<br />

nada menos, do que um dos músicos. Aproximas.<br />

Afastas. Rodopias. E tens um Guitshu, um Valdjiu,<br />

um Ary, um Zymon, um Fred Stone e um Winga, a<br />

dançar <strong>ao</strong> ritmo dos comandos da tua mão.<br />

Uma graça tecnológica que ajuda a tornar o sexto<br />

álbum de Blasted mais apetecível, porque só mesmo<br />

quem tiver o disco na mão é que brinca. E que<br />

é uma clara arma de combate <strong>ao</strong>s downloads ilegais.<br />

«A gente não se importa que façam downloads<br />

e partilhem. Roubem à vontade, mas enviem-nos,<br />

por favor, fruta para que nos possamos alimentar»,<br />

dizia o Valdjiu.<br />

A acompanhar a aventura açoriana nos passados<br />

dias 7, 8 e 9, o MU testemunhou a realidade de uma<br />

banda que, como se a música já não o denunciasse,<br />

é formada por pessoas com uma forte ligação à natureza;<br />

@os outr@s; e <strong>ao</strong> sentido de consciência e<br />

descoberta interiores. A Lagoa <strong>das</strong> Sete Cidades é,<br />

de facto, um local muitíssimo bonito, @s fãs não podiam<br />

ter tido tratamento mais próximo e carinhoso<br />

e a música, que é dos distantes cantos do mundo,<br />

entra no domínio dos percursos mais próximos que<br />

se possam imaginar. Sabe bem ir a concertos e ouvir<br />

discos em que as noções de luz e consciência são<br />

uma presença redonda. [entrevista <strong>ao</strong>s músicos na<br />

p. 13]


Campus DESTAQUE<br />

IN<br />

» LUSÓFONA PODE ESTIMULAR O ENSINO<br />

DA LÍNGUA NO CONGO<br />

Portugal quer promover o ensino do português como língua estrangeira na<br />

Republica do Congo. A Universidade Lusófona já se mostrou interessada em<br />

estabelecer uma parceria e, em vista, está um protocolo com a Escola Portuguesa<br />

de Kinshasa. Aquela escola tem hoje um numero reduzido de alunos e<br />

esta será uma oportunidade de revitaliza-la, afirmou o secretário de Estado<br />

<strong>das</strong> Comunidades.<br />

OUT<br />

» BOLSEIROS PEDEM AUMENTOS PARA INVESTIGAÇÃO<br />

A Associação de Bolseiros de Investigação Científica (ABIC) entregou<br />

<strong>ao</strong> Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, cerca de cinco<br />

mil assinaturas a pedir um aumento dos montantes de bolsas para a<br />

investigação. Uma situação que, de acordo com a direcção da ABIC,<br />

não é alterada desde 2002. Em causa, está também a revisão do estatuto<br />

do bolseiro e a protecção social de trabalhadores que desenvolvem<br />

a sua actividade no campo científico.<br />

ENTREVISTA. A REITORA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO REPRESENTA PORTUGAL NA EUROPEAN UNIVERSITY ASSOCIATION<br />

«É preciso sermos determinados<br />

na forma como conduzimos<br />

os processos de mudança»<br />

PORTUGAL VAI ESTE ANO TER UMA VOZ ACTIVA NA EUROPEAN UNIVERSI-<br />

TY ASSOCIATION (EUA). A REITORA DA UNIVERSIDADE DE AVEIRO, MARIA<br />

HELENA NAZARÉ, FOI ELEITA PARA INTEGRAR O CONSELHO DE ADMINIS-<br />

TRAÇÃO DA ASSOCIAÇÃO. O MU APROVEITOU PARA CONVERSAR COM A<br />

PROFESSORA E SABER A SUA OPINIÃO SOBRE OS TEMAS MAIS QUENTES<br />

DO ENSINO SUPERIOR, ENTRE ELES O PROCESSO DE BOLONHA E O<br />

PANORAMA DA INVESTIGAÇÃO CIENTÍFICA EM PORTUGAL.<br />

» Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

as universidades que formam<br />

as pessoas do futuro.<br />

ȃ a primeira vez que Portugal<br />

está na direcção da<br />

European University Association<br />

(EUA). Quais são<br />

as suas responsabilidades<br />

enquanto membro e quais<br />

as repercussões que a presença<br />

de Portugal na associação<br />

pode vir a ter sobre<br />

as universidades portuguesas?<br />

Aquilo que posso aproveitar<br />

da melhor maneira com<br />

a minha presença na EUA<br />

é trazer para Portugal as<br />

tendências europeias. Posicionar<br />

Portugal entre as<br />

universidades que lideram<br />

as reformas do Ensino Superior<br />

a nível europeu e também<br />

fazer ouvir, a nível de<br />

outras instituições, quais as<br />

nossas opiniões a propósito<br />

do papel <strong>das</strong> universidades<br />

na criação de conhecimento,<br />

na estruturação da própria<br />

economia dos países.<br />

»Na sua opinião, quais são<br />

questões que merecem reflexão<br />

no Ensino Superior,<br />

actualmente?<br />

Uma delas é o aprofundamento<br />

da relação entre a<br />

universidade e a comunidade<br />

envolvente. A educação<br />

tem que se fazer fundamentada<br />

na investigação e as<br />

universidades têm que, cada<br />

vez mais, participar na economia<br />

dos seus países e se<br />

afirmarem como pilar de desenvolvimento<br />

que são. São<br />

»A implementação do Processo<br />

de Bolonha tem gerado<br />

reacções em Portugal,<br />

mas também noutros<br />

pontos da europa como<br />

Madrid, Barcelona e Saragoça.<br />

Acha que estamos a<br />

viver uma crise no Ensino<br />

Superior?<br />

Não, acho que estamos a<br />

viver um processo de mudança<br />

no Ensino Superior.<br />

Um processo de mudança é<br />

sempre doloroso, é preciso<br />

quebrar com usos antigos<br />

e iniciar novos. É óbvio que<br />

há países que estão melhor<br />

apetrechados para conduzir<br />

essa mudança do que outros.<br />

As instituições são feitas por<br />

pessoas, por enquadramentos<br />

económicos e políticos<br />

diferentes e tudo isso tem<br />

influência no processo de<br />

mudança. Eu diria que Portugal<br />

está substancialmente<br />

mais avançado do que a nossa<br />

vizinha Espanha, mas são<br />

processos longos. É preciso<br />

sermos determinados na forma<br />

como os conduzimos.<br />

»Falou em investigação e<br />

nesse campo a Universidade<br />

de Aveiro tem sido destacada<br />

como um pólo de<br />

investigação importante,<br />

nacional e internacionalmente.<br />

A que se deve este<br />

sucesso?<br />

Como se costuma dizer,<br />

é 99,9 por cento de transpiração<br />

e 0,1 por cento de<br />

inspiração. Se me diz que<br />

temos muito sucesso eu fico<br />

satisfeita, mas não fico sentada.<br />

Esse sucesso tem que<br />

ser potenciado e usado em<br />

benefício de todos.<br />

»Continua a ser difícil fazer<br />

investigação em Portugal?<br />

Não, melhorou-se muito.<br />

Portugal não é o parente<br />

pobre que às vezes dizemos<br />

que é. Podemos e devemos<br />

igualar os nossos projectos<br />

<strong>ao</strong> nível europeu. Aliás, de<br />

outra forma eu não teria<br />

sido eleita, pelo papel que<br />

desempenho enquanto reitora<br />

de uma instituição universitária<br />

de Portugal. E as<br />

nossas universidades têm<br />

feito um excelente papel a<br />

nível internacional. Talvez<br />

menos conhecido do que<br />

aquilo que deveria ser.<br />

[Lê a entrevista completa<br />

em www.mundouniversitario.pt<br />

]<br />

O QUE É A EUROPEAN<br />

UNIVERSITY<br />

ASSOCIATION?<br />

European University Association<br />

(EUA) é uma associação<br />

europeia de peritos<br />

em Ensino Superior<br />

e investigação que tem o<br />

dever de prestar apoio às<br />

universidades da Europa.<br />

A direcção da associação,<br />

presidida por Jean-Marc<br />

Rapp da Universidade<br />

de Lausanne e composta<br />

pelos oito membros agora<br />

eleitos para um mandato<br />

de quatro anos, tem a<br />

seu cargo a preparação<br />

e implementação <strong>das</strong> políticas<br />

e o planeamento <strong>das</strong><br />

actividades da EUA.<br />

AS FUNÇÕES<br />

DA REITORA NA EUA<br />

A Reitora da Universidade<br />

de Aveiro, Maria Helena<br />

Nazaré, foi eleita Vice-<br />

-Presidente do Conselho<br />

de Administração da EUA.<br />

Entre as 12 candidaturas<br />

<strong>ao</strong> ‘Board’, a professora<br />

recebeu 89,5 por cento<br />

dos votos expressos. A<br />

Reitora é, assim, o primeiro<br />

candidato português<br />

a ascender à direcção da<br />

EUA.


Campus ACTUALIDADE<br />

» BEIRA INTERIOR TEM REITOR NOVO<br />

E QUER MAIS FINANCIAMENTO<br />

João Queiroz, presidente da Faculdade de Ciências da Saúde da Universidade<br />

da Beira Interior (UBI) e novo reitor da instituição, quer que os partidos<br />

políticos estabeleçam um acordo para repensar o financiamento e sustentabilidade<br />

<strong>das</strong> universidades. João Queiroz venceu, na segunda volta, o actual<br />

reitor, Manuel Santos Silva, com 16 votos contra 12. A posse da nova equipa<br />

decorre durante o mês de Maio.<br />

» ALUNOS DE ECONOMIA E GESTÃO TEMEM FUTURO<br />

Os alunos do curso de Gestão e Economia da Universidade Católica<br />

do Porto mostraram-se preocupados com o estado do mercado de<br />

trabalho na área durante o 10º Encontro de Estudantes de Economia<br />

que decorreu no final do mês de Março na Póvoa de Varzim. Esta<br />

preocupação é reforçada pelos números, nada animadores, revelados<br />

pelo Instituto de Emprego e Formação Profissional. No final do mês de<br />

Fevereiro, contaram-se cerca de 469 mil pessoas inscritas no IEFP.<br />

DOCENTES. GOVERNO APROVA REVISÃO DE CARREIRA DOCENTE NO ENSINO UNIVERSITÁRIO E POLITÉCNICO<br />

» ATLETAS<br />

CANDIDATAM-SE<br />

A MAIORES DE 23<br />

O defesa da Académica,<br />

Pedro Costa, vai<br />

candidatar-se este ano <strong>ao</strong><br />

Ensino Superior através<br />

do acesso para maiores<br />

de 23 anos. A escolha do<br />

jogador vai para o curso<br />

de Comunicação Empresarial,<br />

uma tendência que<br />

tem sido seguida pelos<br />

membros da sua família.<br />

O lateral direito junta-se<br />

assim a uma já larga lista<br />

de jogadores-estudantes<br />

ou licenciados na Briosa.<br />

Mais de um terço do plantel<br />

da Académica partilha<br />

deste estatuto. A maior<br />

parte deles estuda e pelo<br />

menos três deles são<br />

licenciados em diferentes<br />

áreas.<br />

Doutoramento é passaporte<br />

para carreira<br />

O CONSELHO DE MINISTROS APROVOU, NA SEMANA PASSADA, DOIS DECRETOS–LEI DE REVISÃO DOS ESTATUTOS<br />

DAS CARREIRAS DOCENTES NO ENSINO UNIVERSITÁRIO E POLITÉCNICO. UMA SITUAÇÃO QUE JÁ NÃO ACONTECIA<br />

HÁ CERCA DE 30 ANOS. OS SINDICATOS MOSTRARAM-SE SATISFEITOS, MAS DIZEM QUE AINDA É PRECISO ESCLA-<br />

RECER ALGUMAS QUESTÕES.<br />

» Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

A aprovação dos decretos-<br />

-lei para a revisão da carreira<br />

docente no ensino universitário<br />

e politécnico marca, de<br />

acordo com um documento<br />

publicado pelo Ministério da<br />

Ciência, Tecnologia e Ensino<br />

Superior (MCTES), a profunda<br />

reforma que o Ensino Superior<br />

português tem vindo a<br />

atravessar.<br />

REFORÇO NO DOUTORAMENTO<br />

E ESPECIALIZAÇÃO<br />

No que diz respeito às universidades,<br />

o doutoramento<br />

passa a ser o grau de entrada<br />

na carreira, acabando assim<br />

com as categorias de professor-assistente<br />

e assistente-<br />

-estagiário. Por outro lado,<br />

os concursos internacionais<br />

tornam-se obrigatórios para<br />

professores e a avaliação<br />

será feita por júris exteriores<br />

à instituição. Quanto <strong>ao</strong>s politécnicos,<br />

o MCTES considera<br />

que é preciso reforçar a<br />

especialização caracteristíca<br />

dos institutos politécnicos.<br />

O grau de especialista ou de<br />

doutor passa a ser, nestes<br />

casos, passaporte para uma<br />

carreira no ensino superior.<br />

Tal como nas instituições<br />

universitárias, o concurso é<br />

obrigatório, eliminando-se<br />

definitivamente os mecanismos<br />

de transição automática<br />

entre categorias.<br />

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» UNIVERSIDADE DO PORTO<br />

DÁ BOLSAS EXTRAORDINÁRIAS<br />

A Universidade do Porto já<br />

começou a pôr em prática o<br />

plano de emergência de acção<br />

social para alunos que<br />

declararam maiores dificuldades<br />

económicas tendo<br />

como contrapartida o trabalho<br />

dos estudantes. Estas<br />

duas medi<strong>das</strong> correspondem<br />

a mecanismos complementares<br />

de acção social, destinados<br />

a estudantes não<br />

elegíveis no sistema geral de<br />

acção social escolar. O actual<br />

sistema de acção social tem<br />

sido alvo de vários protestos<br />

por parte dos alunos de todo<br />

o país. No passado dia 1 de<br />

Abril, cerca de vinte e quatro<br />

alunos da Faculdade de<br />

Belas Artes da Universidade<br />

Católica do Porto barricaram-se<br />

no interior daquela<br />

instituição.<br />

» SONAECOM ACUSA UNIVERSIDADES<br />

DE FALTA DE EXIGÊNCIA<br />

O administrador da Sonaecom,<br />

Luís Reis, acusou as universidades<br />

portuguesas de serem pouco<br />

exigentes e considerou que<br />

o ensino em Portugal se baseia<br />

no facilitismo. As críticas foram<br />

também alarga<strong>das</strong> à classe docente,<br />

sobretudo no ensino público,<br />

acusando os professores<br />

de trabalharem muito pouco.<br />

O administrador da multinacional,<br />

apontou ainda a falta<br />

de mobilidade dos jovens face<br />

<strong>ao</strong> mercado de trabalho. De<br />

acordo com Luís Reis, cerca de<br />

25% desistem de propostas de<br />

emprego que implicam uma<br />

mudança de residência.<br />

» AVEIRO EDITA LIVRO SOBRE<br />

INVESTIGAÇÃO NACIONAL<br />

A Universidade de Aveiro editou<br />

um livro sobre projectos de<br />

investigação nacionais na área<br />

da Saúde e Ambiente. O objectivo<br />

da publicação, intitulada<br />

«Investigação em Ambiente e<br />

Saúde: desafios e estratégias»,<br />

passa pela divulgação do resultado<br />

dos projectos desenvolvidos<br />

nesta área que obtiveram<br />

o financiamento da Fundação<br />

Calouste Gulbenkian. A publicação<br />

deste livro pretende<br />

ainda identificar linhas estratégicas<br />

de investigação futura<br />

de modo a criar maior eficácia<br />

e adequação às actuais necessidades<br />

nesta área.


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Campus CIÊNCIA<br />

» COIMBRA DESCOBRE NOVO ANTI-CANCERÍGENO<br />

Um agente anticancerígeno à base de Paládio (elemento metálico) foi testado,<br />

com sucesso, in vitro e revelou propriedades terapêuticas mais eficazes no<br />

combate à doença e com menores efeitos secundários do que os actuais<br />

fármacos. A pesquisa, financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia e<br />

com aconselhamento médico do Instituto Português de Oncologia de Coimbra,<br />

envolve investigadores do Rutherford Appleton Laboratory, do Roswell Park<br />

Cancer Institute e <strong>das</strong> Universidades de Málaga, Virgínia e Minnesota.<br />

» ENERGIA NUCLEAR INTERNACIONAL NA ERICEIRA<br />

A investigação e a cooperação internacional na área nuclear vão<br />

estar em destaque este Verão na Ericeira, num fórum científico<br />

e técnico internacional promovido pelo Instituto Tecnológico e<br />

Nuclear. Em declarações à Lusa, Júlio Montalvão e Silva, revelou<br />

que um dos temas centrais do encontro é o estabelecimento de<br />

formas mais eficientes de organizar a investigação e o desenvolvimento<br />

nestas áreas, e aumentar a cooperação internacional.<br />

INVESTIGAÇÃO. ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE GEMOLOGIA QUER REVITALIZAR ESTUDO DAS PEDRAS PRECIOSAS<br />

Gemologia, o diamante<br />

em bruto da ciência<br />

INFORMAR, ENSINAR E LEVAR AS PESSOAS A APAIXONAREM-SE PELA ARTE DA JOALHARIA, É O QUE PRETENDE A ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA<br />

DE GEMOLOGIA. CRIADA HÁ CERCA DE SEIS MESES, ESTA ENTIDADE SEM FINS LUCRATIVOS QUER FAZER RENASCER O GOSTO PELAS PEDRAS<br />

PRECIOSAS E VOLTAR A COLOCAR A OURIVESARIA PORTUGUESA NA BOCA DO MUNDO.<br />

PROUST ERA<br />

UM NEUROCIENTISTA –<br />

COMO A ARTE ANTECIPA<br />

A CIÊNCIA<br />

» JOHN LEHRER<br />

Quantas vezes vimos filmes<br />

que contavam histórias de<br />

ficção que, afinal, começaram a<br />

fazer parte do nosso dia-a-dia?<br />

Também na escrita tem acontecido<br />

a mesma coisa. A partir<br />

da obra de oito artistas, Lehrer<br />

mostra como a arte nos revelou<br />

os segredos da nossa mente<br />

muito antes de a ciência ter<br />

meios para o fazer. À luz deste<br />

livro, nunca mais leremos um<br />

romance de Virginia Woolf sem<br />

o relacionarmos com a ‘consciência<br />

do eu’ ou um poema de<br />

Walt Witman sem evocarmos<br />

‘o sentimento de si’ de que nos<br />

falava António Damásio. Um<br />

livro que se concentra na linha<br />

ténue que existe entre a ficção<br />

e a verdadeira ciência.<br />

» SORRISO DENUNCIA<br />

MENTIRAS<br />

Ficha Editora: Lua de Papel;<br />

Preço: 15, 00 euros<br />

É a conclusão de um<br />

estudo inédito levado a<br />

cabo pelo FACE, um novo<br />

projecto do Laboratório<br />

de Expressão Facial da<br />

Emoção da Universidade<br />

Fernando Pessoa no<br />

Porto. ‘O efeito do sorriso<br />

na detecção da mentira:<br />

estudo empírico com<br />

portugueses’ foi realizado<br />

a 2.304 portugueses, dos<br />

18 <strong>ao</strong>s 80 anos, e conclui<br />

que o sorriso contribui<br />

significativamente para<br />

a detecção da mentira.<br />

As mulheres são mais<br />

assertivas na identificação<br />

e reconhecimento da<br />

mentira, particularmente<br />

na faixa etária dos 25 <strong>ao</strong>s<br />

45 anos. O estudo revela<br />

ainda variações dos tipos<br />

de sorriso associados à<br />

mentira a partir dos 45<br />

anos. Estes resultados<br />

vão ser apresentados no<br />

11th European Congress<br />

of Psychology, que decorrerá<br />

em Julho de 2009,<br />

em Oslo, na Noruega.<br />

06 [13 ABR 2009]<br />

» Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

Foi há cerca de duas déca<strong>das</strong> que<br />

José Baptista percebeu que era importante<br />

salvar a ourivesaria portuguesa,<br />

mas só agora conseguiu<br />

concretizar esse objectivo. O gemólogo<br />

reuniu, há cerca de seis meses,<br />

uma série de especialistas e formou<br />

a Associação Portuguesa de Gemologia<br />

(APG). Uma entidade sem fins<br />

lucrativos que pretende zelar pelos<br />

direitos desta ciência, que também<br />

é uma arte.<br />

INVESTIR NO CONHECIMENTO<br />

De acordo com José Baptista, esta<br />

tem sido uma área muito mal tratada<br />

e tem tido pouco investimento em<br />

Portugal. «Quando se fala em Gemologia,<br />

é um desastre. Não faz sentido<br />

que um governo feche a Dialap, um<br />

dos melhores centros de lapidação do<br />

mundo, e alegue falta de viabilidade<br />

financeira. O que queremos é pôr a<br />

ourivesaria portuguesa na boca do<br />

mundo para que seja reconhecida e<br />

para que haja uma feira de minerais<br />

todos os anos no nosso país, criar<br />

gostos, criar negócios, tornar este<br />

país visivel pela positiva.» A entidade<br />

disponibiliza vários laboratórios para<br />

o estudo <strong>das</strong> gemas e, a médio prazo,<br />

pretende criar uma biblioteca com livros<br />

sobre o assunto, bem como uma<br />

revista especializada.<br />

FORMAR NOVOS GEMÓLOGOS<br />

Dirigida <strong>ao</strong>s amantes <strong>das</strong> pedras<br />

preciosas. mas também a profissionais,<br />

a APG aposta na formação.<br />

A associação tem alguns cursos na<br />

calha, já a partir de Maio. Um curso<br />

básico de Gemologia é a primeira <strong>das</strong><br />

várias acções de formação programa<strong>das</strong><br />

até 2010. Seguem-se depois<br />

cursos de exploração de esmaltes e<br />

de lapidação de gemas. O objectivo<br />

é apostar nos jovens e na criação de<br />

novas oportunidades de emprego e<br />

de negócio. «Temos à disposição dos<br />

alunos centenas de pedras didácticas,<br />

gemas naturais, artificiais e<br />

sintécticas para saberem identificá-<br />

-las e reconhecê-las em laboratório.<br />

Hoje, muitos dos jovens saem<br />

de Portugal. Queremos que todo o<br />

sector os acompanhe e lhes garanta<br />

algum futuro.»<br />

FRENTE A FRENTE<br />

COM A VIDA, A MENTE<br />

E O UNIVERSO:<br />

CONVERSAS COM<br />

OS GRANDES CIENTISTAS<br />

DO NOSSO TEMPO<br />

» EDUARDO PUNSET<br />

Eduardo Punset, docente<br />

universitário, advogado e jornalista<br />

económico, tem tido <strong>ao</strong><br />

longo da sua carreira conversas<br />

com alguns dos maiores cientistas<br />

do nosso tempo. Agora,<br />

o autor traz algumas dessas<br />

conversas para estas páginas e<br />

deixa-os falar sobre os diversos<br />

aspectos do Universo, da vida,<br />

da mente e da tecnologia. Desde<br />

Stephen Jay Gould, Steven<br />

Pinker, Sabater Pi, passando<br />

por Edward O. Wilson, António<br />

Damásio e Lynn Margulius.<br />

Ficha Editora: Dom Quixote;<br />

Preço: sob consulta


Emprego & Formação<br />

» PORTO INAUGURA INCUBADORA DE EMPRESAS<br />

O Pólo do Mar do UPTEC - Parque de Ciência e Tecnologia da Universidade<br />

do Porto inaugurou, em parceria com a Câmara Municipal de<br />

Matosinhos, um conjunto de empresas start-ups e spin-offs. A nova incubadora,<br />

dedicada a projectos de investigação e inovação, disponibiliza às<br />

empresas que ali se instalarem um conjunto único de recursos de I&D e<br />

de serviços comuns de apoio a intervenções técnicas e científicas no mar.<br />

» CURSOS GRATUITOS PARA PROFISSIONAIS DE SAÚDE<br />

A Escola Superior de Enfermagem de Coimbra inicía, a partir de hoje, dia 13, um conjunto de<br />

cursos de formação avançada de curta duração, que se destinam à actualização e <strong>ao</strong> aperfeiçoamento<br />

profissional de enfermeiros que estão no activo. Enfermagem de Família, Cuidados<br />

Paliativos, Terapêutica da Fala em Pessoas com Lesões Cerebrovasculares ou Cuidados de<br />

Saúde <strong>ao</strong> Idoso são alguns dos conteúdos programáticos a leccionar. Os programas de formação<br />

podem ser consultados em www.esenfc.pt e as inscrições feitas online no mesmo sítio.<br />

No passado mês de Março realizou-<br />

-se o MIX09, um evento em Las<br />

Vegas organizado pela Microsoft<br />

e orientado para os WebDesigners<br />

e WebDevelopers, e a Flag marcou<br />

presença.<br />

Este evento permitiu um vislumbre<br />

da visão da Microsoft para o futuro<br />

do desenvolvimento Web, e este<br />

passa pela ligação “Designer” –<br />

“Developer”.<br />

Esta ligação é feita através de<br />

um número de ferramentas cuja<br />

interacção é quase perfeita, estamos<br />

a falar do Expression Blend<br />

e do robusto Visual Studio. No<br />

Expression Blend encontraremos<br />

ferramentas específicas para<br />

“Wireframing” e “Prototyping” de<br />

aplicações e/ou sites desenvolvidos<br />

em Silverlight. Uma <strong>das</strong> questões<br />

que se levantava para com o<br />

Silverlight era a ligação <strong>ao</strong> “Data”<br />

que passou a ser muito mais simples<br />

e a palavra de ordem começa<br />

a ser “Cloud Computing”, onde<br />

os serviços serão disponibilizados<br />

como “WebServices”. Neste sector,<br />

o Windows Azure é apresentado<br />

e finalmente a Microsoft reconhece<br />

a linguagem PHP como<br />

uma opção viável <strong>ao</strong> ASP.NET e,<br />

como tal, apresenta um driver<br />

para instalação do “PHP Server”<br />

em servidores IIS7.<br />

No entanto, a Microsoft não se fica<br />

por aí e apresentou também novidades<br />

para outras ferramentas,<br />

nomeadamente Expression Web,<br />

onde se percebe uma aproximação<br />

da Microsoft à “W3C”, principalmente<br />

no que diz respeito às CSS.<br />

É interessante abordar também<br />

que a Microsoft colocou o Silverlight3<br />

disponível “Out Of the<br />

Browser” e o futuro aparente é que<br />

irá existir uma sobreposição entre<br />

Silverlight e Windows Presentation<br />

Foundation.<br />

As novidades apresenta<strong>das</strong> não se<br />

ficaram por aqui, mas com tudo<br />

isto é possível analisar que a Microsoft<br />

está a trilhar um caminho<br />

totalmente direccionado para o<br />

<strong>Mundo</strong> Online e, se possível, cujos<br />

controlos sejam diferentes dos usuais<br />

“teclado” e “rato”.<br />

Os estudantes que queiram começar<br />

a abordar estes softwares, dispõem<br />

do programa “Microsoft DreamSpark”<br />

para obter os softwares<br />

gratuitamente.<br />

Ricardo Castelhano<br />

Silverlight Developer<br />

Formador FLAG<br />

http://www.ricardocastelhano.com<br />

PUBLICIDADE<br />

EMPRESA-MODELO. A EVERIS, CONSIDERADA A MELHOR EMPRESA PARA TRABALHAR, RECRUTA RECÉM-LICENCIADOS<br />

Eis a melhor empresa<br />

para os jovens trabalharem<br />

FOI CONSIDERADA A ‘MELHOR<br />

EMPRESA PARA TRABALHAR’ NO<br />

SEGMENTO JOVEM PELO ‘GREAT<br />

PLACE TO WORK INSTITUTE’,<br />

POSIÇÃO QUE ALCANÇOU JÁ EM<br />

2008 E QUE SE REPETE ESTE<br />

ANO. A EVERIS É UMA EMPRESA<br />

ESPECIALIZADA EM CONSULTORIA<br />

E É UMA DAS MAIS PROCURADAS<br />

PELOS RECÉM- LICENCIADOS PARA<br />

INICIAR UMA CARREIRA PROFIS-<br />

SIONAL.<br />

» Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

A Catarina Soares tem 24<br />

anos, é licenciada em Gestão<br />

pelo Instituto Superior de Ciências<br />

do Trabalho e da Empresa<br />

e, está neste momento,<br />

a estagiar na Everis como<br />

Consultora Analista. Descobriu<br />

esta empresa através da<br />

televisão, ficou interessada e<br />

a partir daí procurou mais informação<br />

sobre como poderia<br />

integrar a equipa. «A oportunidade<br />

de trabalhar na Everis<br />

surgiu quando, através do<br />

site, tive conhecimento que a<br />

empresa estava a recrutar jovens<br />

licenciados para integrar<br />

a nova unidade de serviço de<br />

Business Consulting em Portugal.<br />

Enviei o CV e, pouco tempo<br />

depois, fui contactada»,<br />

conta.<br />

SER O ESCOLHIDO<br />

Uma <strong>das</strong> razões pelas quais<br />

a Everis foi considerada a ‘Me-<br />

Já são conhecidos os finalistas<br />

do Melhor Emprego do <strong>Mundo</strong>.<br />

Inicialmente selecciona<strong>das</strong> 50<br />

pessoas de um total de 34.684<br />

candidatos, foram apurados<br />

16 finalistas. Entre eles, destacam-se<br />

cinco europeus: um<br />

estudante francês, um trabalhador<br />

britânico de uma organização<br />

de ajuda, um fotógrafo<br />

holandês, uma actriz alemã e<br />

um irlandês. O desafio foi lançado<br />

há uns meses: mostrar<br />

conhecimento sobre a ilha tropical<br />

de Hamilton, na Austrália<br />

CATARINA SOARES TEM 24 ANOS,<br />

É LICENCIADA EM GESTÃO PELO ISCTE<br />

E ESTÁ A ESTAGIAR NA EVERIS<br />

lhor Empresa para Trabalhar’<br />

traduz-se na ligação que tem<br />

com as Universidades e Institutos<br />

de Gestão e Engenharias. A<br />

empresa procura maioritariamente<br />

recém-licenciados que<br />

queiram desenvolver competências<br />

paralelas à formação<br />

académica e, sobretudo, iniciar<br />

uma carreira profissional.<br />

A Everis não garante um<br />

emprego, mas alguns colaboradores<br />

acabam por integrar<br />

os quadros <strong>das</strong> empresas<br />

clientes através do contacto<br />

que estabelecem durante o<br />

período de estágio. «Preferimos<br />

pensar que somos uma<br />

<strong>das</strong> melhores empresas para<br />

» MELHOR EMPREGO DO MUNDO<br />

JÁ TEM FINALISTAS<br />

e, em troca, trabalhar durante<br />

seis meses na paradisíaca ilha<br />

a alimentar semanalmente vários<br />

blogues da Internet com<br />

vídeos, fotografias e comentários<br />

sobre as belezas turísticas<br />

de Hamilton. Com um salário<br />

de 76.500 euros, o vencedor<br />

poderia ainda participar em to<strong>das</strong><br />

as actividades como a vela,<br />

natação, mergulho e descanso.<br />

O lugar só pode ser ocupado<br />

por um candidato, que irá para<br />

a Austrália já em Maio.<br />

PUBLICIDADE<br />

iniciar a vida profissional, e<br />

para ajudar a desenvolver<br />

experiência e competências<br />

complementares à formação<br />

académica. Alguns dos nossos<br />

colaboradores acabam por<br />

ser atraídos para trabalhar<br />

para os nossos clientes, que<br />

frequentemente lhes oferecem<br />

cargos de gestão, pois<br />

vêem neles excelentes profissionais»,<br />

explica Afonso Mota,<br />

gestor de recursos humanos<br />

da Everis.<br />

ATITUDE MARCA A DIFERENÇA<br />

Mas o que distingue a Everis<br />

<strong>das</strong> outras empresas? A Catarina<br />

acredita que é a forma<br />

como a equipa valoriza o talento<br />

dos jovens como ela. «É<br />

o facto de saber que o talento<br />

é o activo mais importante da<br />

empresa. Todos os esforços<br />

estão orientados para desenvolver<br />

e gerir pessoas exigentes<br />

que, proactivamente, e de<br />

forma permanente, procuram<br />

novos desafios.» Afonso Mota<br />

acredita que o sucesso da<br />

empresa está na atitude <strong>das</strong><br />

pessoas que formam a equipa<br />

e que passa pela vontade de<br />

vencer, o gosto por encontrar<br />

soluções para problemas complexos<br />

e pragmatismo. Para os<br />

interessados, as candidaturas<br />

podem fazer-se para o seguinte<br />

email: rh.portugal@everis.<br />

com.


20 Valores<br />

1<br />

Os Xutos gostam de dar entrevistas<br />

tas ou são ‘ossos do<br />

ofício’?<br />

Gui: Não estou especialmente ente<br />

chateado…<br />

Tim: Fiz muitas entrevistas<br />

<strong>ao</strong> longo destes anos, muitas<br />

vezes, com o Zé Pedro como<br />

companheiro. E acho que é<br />

importante que os outros<br />

elementos também venham.<br />

Em primeiro lugar, porque<br />

também têm coisas a dizer<br />

em relação <strong>ao</strong> nosso trabalho<br />

e <strong>ao</strong>s 30 anos; em segundo,<br />

porque a parte chata tam-<br />

bém se deve compartilhar…<br />

(risos)<br />

2<br />

Há alguma pergunta que<br />

vos chateia mais responder<br />

e que fica, desde já, proibida<br />

nesta entrevista?<br />

Tim: Porque é que ese<br />

chamam<br />

Xutos & Pontapés? Projectos<br />

para<br />

o futuro?<br />

ur<br />

3<br />

Os Xutos<br />

são<br />

um caso sério<br />

de<br />

longevidade para uma<br />

banda portuguesa. Ainda<br />

vos faz sentido, hoje em dia,<br />

estar na música?<br />

Cabeleira: Sim, claro. Se sentíssemos<br />

que as coisas já não<br />

faziam sentido cada um ia à<br />

sua vida, fazer outras coisas.<br />

Mas se nos sentimos bem a<br />

trabalhar alha<br />

r juntos, a fazer estas<br />

músicas e se as pessoas gos-<br />

tam de nos<br />

ouvir, isso basta. a.<br />

4<br />

Este<br />

novo álbum é um so-<br />

prar<br />

de velas tranquilo, ou<br />

traz-vos inquietação?<br />

i Tim: Não consigo perceber<br />

como é que uma carreira<br />

grande traz tranquilidade…<br />

Se estamos a falar do aspecto<br />

financeiro, realmente, dá<br />

mais segurança do que não<br />

ter carreira nenhuma. Agora,<br />

em relação <strong>ao</strong> trabalho que é<br />

preciso fazer todos os dias,<br />

quer a nível de ensaio, quer<br />

em termos de espectáculos,<br />

às<br />

vezes e pode até tornar-se<br />

mais<br />

complicado, há uma<br />

maior preocupação.<br />

5<br />

Porquê um álbum homóni-<br />

mo da banda?<br />

a?<br />

Tim: Quando estávamos a preparar<br />

o disco não conseguía-<br />

mos ter um nome que funcionasse.<br />

Depois apareceu essa sa<br />

sugestão, até porque ainda<br />

não tínhamos nenhum álbum<br />

com essa característica. Ainda<br />

por cima, este álbum tem a<br />

participação de todos os ele-ementos<br />

em termos de composição<br />

e, por<br />

isso, achámos<br />

que seria honesto o chamá-lo<br />

de Xutos & Pontapés.<br />

6<br />

Se vos<br />

pedisse, se, neste momento,<br />

para dar um outro o<br />

nome <strong>ao</strong> disco, o que poderia<br />

ser?<br />

Tim: Por acaso lembrei-me de<br />

um nome bom, podíamos ter-<br />

-lhe chamado ‘Estado de Dúvida’,<br />

mas já não vai a tem-<br />

po.<br />

7<br />

Como encaram am este<br />

álbum,<br />

face a todo o percurso construído<br />

nestes 30 anos?<br />

Cabeleira: Vem no seguimento<br />

do que nós fazemos, de forma<br />

natural. Penso que, quando as<br />

pessoas ouvem a nossa música,<br />

não sentem uma grande<br />

distância em relação <strong>ao</strong> nosso<br />

trabalho alho<br />

anterior.<br />

8<br />

Em ‘Sangue da Cidade’ há<br />

uma voz (Pacman) irada relativamente<br />

<strong>ao</strong> estado <strong>das</strong><br />

coisas. É essa, também, a<br />

vossa voz pessoal?<br />

Tim: Para que alguém, neste<br />

sítio onde vivemos, se sinta<br />

plenamente satisfeito, faltam am<br />

ainda muitas coisas. A paz,<br />

o pão, a educação, a saúde,<br />

a formação, e por aí… Fazer<br />

o desvio para um discurso<br />

pseudo-satisfeito ou revela-elador<br />

de algum contentamento<br />

egoísta, parece-nos que pode<br />

ser falso. O contrário, aproveitar<br />

o facto de estar tudo<br />

de pantanas para dizer mal de<br />

tudo e sermos os maiores, isso so<br />

também não parece bem. Tem<br />

de haver sempre uma posição<br />

de alerta. Não podemos parar<br />

de dizer a quem pode fazer alguma<br />

coisa que esta obra não<br />

está acabada. Se o país fosse se<br />

Podemos dizer que<br />

este dis-<br />

co é mais interventivo?<br />

Tim: Possivelmente sim, por<br />

questões circunstanciais. Talvez<br />

porque haja mais motivos<br />

evidentes para que esse<br />

tipo de conversa apareça, e<br />

porque as músicas também m<br />

proporcionam orci<br />

as letras num<br />

discurso so<br />

mais directo.<br />

9<br />

a minha cozinha e estivesse<br />

em obras, ia-me zangar muito<br />

com o empreiteiro…<br />

eite<br />

ir<br />

Como<br />

foi<br />

trabalhar ar pela primeira<br />

vez com o Pacman?<br />

Tim: Ele teve a gentileza e boa-<br />

-vontade de nos ajudar nesse<br />

tema. O Pacman, que tem mais<br />

experiência nesse tipo de intervenção,<br />

aceitou o desafio e<br />

acabou por se identificar muito<br />

com a letra. A música ganhou,<br />

nós ganhámos, e ele também<br />

aproveitou ou a oportunidade de<br />

fazer algo diferente.<br />

ente.<br />

11<br />

O que é que, hoje, vos inquieta<br />

mais enquanto mú-<br />

sicos?<br />

Gui: Eu não tenho grandes<br />

inquietações, mas a falta de<br />

saúde, pá… às vezes um gajo<br />

pensa que não está a caminhar<br />

para mais novo, não é?<br />

Tim: Dentro do panorama<br />

musical, não vejo o mercado a<br />

encolher em termos de espectáculos,<br />

pelo contrário, até o<br />

vejo a crescer. Há mais oportunidades<br />

de tocar. As pessoas<br />

que querem mostrar ideias<br />

e fazer isto e aquilo são muito<br />

mais que antes e isso permite<br />

um trabalho mais apurado.<br />

Não acho<br />

que<br />

haja<br />

grandes<br />

motivos de preocupação, mas<br />

sim motivos para trabalhar.<br />

Qual<br />

é o tema que<br />

melhor<br />

ilustra a alma deste<br />

álbum?<br />

Tim: Eu continuo a achar que<br />

é o “Falcão”! Depois há os outros<br />

mais bonitinhos, outros<br />

mais fortes, mas o tema que<br />

segura aquilo tudo, para mim<br />

é mesmo esse.<br />

13<br />

12<br />

Qual<br />

foi<br />

o momento mais difícil<br />

de ultrapassar durante<br />

a gravação do álbum?<br />

Tim: O último dia de estúdio!<br />

Em várias situações chegámos<br />

àquela cena de puto em que,<br />

quando é preciso entregar o<br />

trabalho, alho<br />

ainda a está tudo em<br />

rascunho ou a meio.<br />

Quando o tempo está a pas-<br />

sar e ainda a há<br />

muita coisa<br />

para terminar, como é que<br />

se faz tudo bem e depressa?<br />

Tim: É tudo a berrar uns com<br />

os outros, a chamar nomes, é<br />

uma grande confusão! (risos)<br />

15<br />

10<br />

14<br />

É fácil manter a coesão en-<br />

quanto banda, quando cada<br />

ENTREVISTA. ANIVERSÁR<br />

30 A<br />

30 perg<br />

ESTA BANDA TEM MAIS OU MENOS A IDADE DA JORNALIS<br />

POR ‘HINOS DE VIDA’ DE MUITA GENTE QUE PARA AÍ ANDA<br />

AVÓS, PAIS E NETOS, TODOS ELES COM REFRÕES NA PO<br />

ZADOS. ESTA BANDA VAI COMEMORAR OS 30 ANOS DE V<br />

SETEMBRO. ESTA BANDA ACABA DE LANÇAR UM NO<br />

Por Laura Alves • i


20 Valores<br />

IO XUTOS & PONTAPÉS<br />

NOS<br />

untas<br />

TA QUE ESCREVE ESTE TEXTO. ESTA BANDA É RESPONSÁVEL<br />

. ESTA BANDA CONSEGUE REUNIR, NUM MESMO CONCERTO,<br />

NTA DA LÍNGUA E A ATITUDE EM RISTE NOS BRAÇOS CRU-<br />

IDA NUMA FESTA ÍMPAR NO ESTÁDIO DO RESTELO, A 26 DE<br />

VO ÁLBUM. ESTA BANDA DISPENSA APRESENTAÇÕES.<br />

nfo@mundouniversitario.pt<br />

um tem o seu feitio muito<br />

próprio?<br />

Tim: Não é fácil nem é difícil.<br />

Tem dias…<br />

Gui: Mas também já temos<br />

uma certa experiência…<br />

Esse tipo de questão coloca-se<br />

nas nossas próprias<br />

famílias as e acaba por se encontrar<br />

sempre uma certa<br />

mediação.<br />

16<br />

Mas <strong>ao</strong> fim<br />

de 30<br />

anos, ain-<br />

da<br />

se conseguem aturar?<br />

Tim: Em todos os<br />

percursos<br />

de ban<strong>das</strong> com maior longevidade<br />

há uma fase que<br />

é, precisamente, a explosão<br />

dos egos, em que cada um se<br />

acha o maior. Depois cada um<br />

por si e a própria banda têm<br />

de lidar com esse problema<br />

de ego. E, por vezes, esses<br />

problemas não se resolvem<br />

bem. Isto reflecte-se em coisas<br />

tão simples como fazer<br />

as entrevistas em grupo, que<br />

permitem às pessoas ter igual<br />

oportunidade de falar do seu<br />

próprio trabalho. A banda<br />

tem de ter sempre um espaço<br />

aberto em que cada um possa<br />

falar do que<br />

quiser.<br />

17<br />

Olhando para trás há a sensação<br />

de missão são cumprida<br />

ou de que ficou algo por<br />

fazer?<br />

Tim: Há muitas coisas em que<br />

essa sensação de missão cumprida<br />

aparece, nomeadamente,<br />

a seguir a gravar um disco.<br />

Tive essa sensação concreta<br />

a seguir <strong>ao</strong> último dia de estúdio.<br />

Realmente, ali, parece e<br />

que tiraram a tampa da pane-<br />

la e se conseguiu respirar.<br />

18<br />

Também sentem isso quan-<br />

do<br />

têm<br />

um grande concer-<br />

to?<br />

Tim: Sim. Seja grande ou<br />

pequeno, normalmente, há<br />

uma fase do concerto em que<br />

isso acontece. Pode ser logo<br />

à segunda música, pode ser<br />

na última, mas onde se sente<br />

que aquilo está a correr bem,<br />

que está<br />

resolvido. Dali para<br />

a frente é só rock.<br />

19<br />

Antes de entrar em palco<br />

ainda sentem em<br />

o nervoso<br />

miudinho, o frio fi no estômago?<br />

Gui: Sistematicamente. t Só<br />

resolvo isso<br />

so à segunda música…<br />

20<br />

E o que é que vos<br />

faz ficar<br />

mais tranquilos?<br />

Tim: Gosto muito quando<br />

começo a ouvir o som a sair.<br />

Parece que já estou dentro do<br />

meu aquário.<br />

21<br />

A vibração do público também<br />

vos influencia nesse e<br />

sentido?<br />

Gui: O público dá sempre boa<br />

vibração.<br />

Tim: A vibração pode demorar<br />

algum tempo a chegar-<br />

-nos, precisamente porque<br />

estamos enfiados nos nossos<br />

problemas e só temos disponibilidade<br />

para o público<br />

quando a coisa está resolvioda.<br />

Gui: Mas nos nossos concertos<br />

também acontece uma cena<br />

que é conhecermos toda a primeira<br />

e segunda fila, parece<br />

que trazemos as pessoas de<br />

casa. Acho<br />

que<br />

é um<br />

conforto.<br />

22<br />

Se<br />

os Xutos começassem<br />

hoje, fariam am<br />

a vossa carreira<br />

de outra maneira?<br />

Tim: Penso que este é o único<br />

percurso possível...<br />

Gui: Seríamos aquela banda<br />

que teria 30 anos em 2039...<br />

(risos)<br />

Tim: Se nos estivéssemos agora<br />

a encontrar, acho que cada<br />

um de nós teria a sua própria<br />

ideia musical.<br />

Gui: Seria muito difícil. Acho<br />

que isto aconteceu muito por<br />

causa a do que<br />

se ouvia no final<br />

dos anos 70...<br />

.<br />

23<br />

Seria, portanto, o, um projecto<br />

bastante ante diferente,<br />

quanto mais não seja, pelo<br />

contexto e pelas referências<br />

musicais...<br />

Tim: A gente fazia música<br />

para ouvir música... hoje<br />

os miúdos têm aqueles pré-<br />

-conceitos: tem de se fazer<br />

assim , tem de se fazer assado,<br />

porque aquele fez...<br />

Nós éramos mais livres, não<br />

tínhamos mapa. A nossa informação<br />

era sensorial. Às<br />

vezes até era pior, mas enfim...<br />

Gui: E tem-se a cabeça muito<br />

mais cheia do que o pessoal<br />

tinha naquela altura. Hoje já<br />

viram os concertos, cert<br />

os, os DVDs. Ds.<br />

O que é que nós tínhamos?<br />

24<br />

Sentem em que<br />

tocavam mal,<br />

quando começaram?<br />

am<br />

Gui: Então não? Fogo!<br />

Tim: Sim, completamente!<br />

Porque é que havemos de estar<br />

aqui a dizer o contrário?<br />

Muitas vezes, quando ouço<br />

coisas de antigamente, um<br />

gajo tem de ter alguma dose<br />

de compaixão. E a única maneira<br />

de fazer melhor não era<br />

comprar uma guitarra melhor,,<br />

era<br />

tocar mais.<br />

25<br />

Qual<br />

é o vosso<br />

so<br />

maior arrependimento?<br />

e Tim: O facto de às vezes uma<br />

pessoa achar que devia ter<br />

passado pelas coisas com<br />

menos preocupação e ter<br />

aproveitado melhor. Mas<br />

isso<br />

s é sempre conversa de<br />

quem<br />

já passou por elas,<br />

portanto..<br />

to<br />

26<br />

E o maior orgulho?<br />

o?<br />

Tim: É ter<br />

feito algumas mú-<br />

sicas...<br />

Cabeleira: E sentir que determinado<br />

tema tocou, de facto,<br />

as pessoas soas<br />

de uma forma especial.<br />

27<br />

Acham que,<br />

hoje em dia, a<br />

música ainda marca a vida<br />

<strong>das</strong> pessoas?<br />

Tim: Isso vai sempre acontecer<br />

e é uma cena boa que a<br />

música tem.<br />

Gui: Mesmo que seja muito<br />

foleira, se a pessoa gosta e se<br />

há uma<br />

química...<br />

28<br />

Ainda há energia para tocar<br />

<strong>ao</strong><br />

vivo?<br />

Gui: Tem de haver!<br />

Tim: As coisas mudam. Eu já<br />

não corro o que corria em 88,<br />

mas acho<br />

que também toco<br />

muito melhor! (risos)<br />

29<br />

Quais costumam ser as vossas<br />

s exigências de camarim?<br />

Sejam honestos...<br />

Gui: Epá! Não faço a mínima<br />

ideia, mas existem umas coisas<br />

lá no contrato...<br />

Tim: Nada muito estranho.<br />

Houve uma altura em que alguém<br />

bebia vodka, então era<br />

isso que pedia. Agora bebe vinho,<br />

então aparece vinho... É<br />

conforme. Depois vêm assim<br />

uns salgados, toalha, gelo, às<br />

vezes um<br />

ar- -condicionado,<br />

um espelho el<br />

para um gajo se<br />

arranjar...<br />

ranj<br />

a 30<br />

Qual<br />

era<br />

o presente que<br />

gostariam de receber pelos<br />

vossos 30 anos?<br />

Gui: Para mim, o melhor<br />

presente era aquilo estar<br />

cheio...<br />

Tim: O quê?<br />

Gui: O estádio...<br />

Tim: Ah, mas duvi<strong>das</strong>?!


Belas Artes<br />

AgenDa CulTural<br />

TEATRO<br />

DE 8 A 19 DE ABRIL –<br />

‘The Cachorro manco<br />

Show’ @ Teatro Nacional<br />

D. Maria II (Lisboa)<br />

18 DE ABRIL - ‘A TEM-<br />

PESTADE’ de William<br />

Shakespeare (+ leitura<br />

do grande poema de<br />

W.H. Auden, O MAR E O<br />

ESPELHO, um comentário<br />

a A Tempestade de<br />

Shakespeare) @ Teatro<br />

do Bairro Alto (Lisboa)<br />

ATÉ 26 DE ABRIL – ‘Atravessando<br />

as palavras...’<br />

de Kafka @ Teatro da<br />

Cerca de São Bernardo<br />

(Coimbra)<br />

ATÉ 2 DE MAIO – ‘Queres<br />

fazer amor comigo?’@<br />

Auditório do Casino<br />

Estoril (Estoril)<br />

ATÉ 3 DE MAIO – ‘Transacções’<br />

@ Teatro Maria<br />

Matos (Lisboa)<br />

EXPOSIÇãO<br />

ATÉ 2 DE MAIO – ‘Apostila’<br />

(Considerações<br />

Mínimas sobre Fernando<br />

Pessoa), exposição de<br />

pintura e ilustração @<br />

ABBC (Lisboa)<br />

ATÉ 23 DE ABRIL – ‘Topografia<br />

Feminina’,<br />

Moda de intervenção no<br />

Príncipe Real @ Galeria<br />

Bernardo Marques inaugura<br />

(Lisboa)<br />

PUBLICIDADE<br />

ATÉ 30 DE ABRIL – ‘Origens’,<br />

exposição de escultura<br />

do espanhol Juan<br />

Luis Molero @ Colorida<br />

Galaria de Arte (Lisboa)<br />

ATÉ 20 DE ABRIL – ‘As<br />

imagens <strong>das</strong> Palavras’,<br />

pintura e vídeo-performance<br />

@ CCB (Lisboa)<br />

ATÉ 28 DE MAIO – ‘Musgos<br />

e Líquenes’ – exposição<br />

colectiva de 6 artistas<br />

da Letónia @ Galeria<br />

Santa Clara (Coimbra)<br />

ATÉ 28 DE MAIO – ‘JA-<br />

NELA URBANA LIVE<br />

at’YRON’ – exposição de<br />

múltiplas expressoões<br />

de cultura urbana de 21<br />

artistas @ Espaço Yron<br />

(Lisboa)<br />

DANÇA<br />

14, 16 E 21 DE ABRIL<br />

- Workshop de dança<br />

étnico-contemporânea<br />

@ Companhia de dança<br />

de Aveiro (Aveiro)<br />

STAND UP<br />

16 E 17 DE ABRIL – ‘Em<br />

Abril é rir a mil!’ com<br />

Hugo Sousa, João Seabra<br />

e Miguel 7 Estacas @ Tertúlia<br />

Castelense (Avioso<br />

– Sta. Maria)<br />

PERFORMANCE<br />

ATÉ MAIO - ‘Blue Man<br />

Group- How to be a<br />

Mega Star?’ @ Casino de<br />

Lisboa (Lisboa)<br />

TEATRO. ‘AS VAMPIRAS LÉSBICAS DE SODOMA’<br />

E vão, um, dois...<br />

três anos em cena<br />

NA NOITE EM QUE A PEÇA<br />

DE TEATRO ‘AS VAMPIRAS<br />

LÉSBICAS DE SODOMA’<br />

ASSINALOU TRÊS ANOS EM<br />

CENA (DOMINGO, DIA 6 DE<br />

ABRIL), O MU FOI ASSISTIR À<br />

COMÉDIA DO ESTRONDOSO<br />

SUCESSO DE BILHETEIRA. SERÁ<br />

QUE SE ARRISCA A ALCANÇAR<br />

OS INACREDITÁVEIS 13 ANOS DE<br />

VIDA DE ‘AS OBRAS COMPLETAS<br />

DE WILLIAM SHAKESPEARE EM<br />

97 MINUTOS’, OUTRO ÊXITO<br />

DA COMPANHIA TEATRAL DO<br />

CHIADO, EM LISBOA?<br />

Raquel Louçã Silva<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

«Por mim vai durar mais do<br />

que o Sócrates!», reage o encenador<br />

Juvenal Garcês. «Sabe,<br />

é com muito gosto que vejo a<br />

Companhia Teatral do Chiado<br />

[ou Teatro-Estúdio Mário<br />

Viegas] atingir a maioridade.<br />

Ainda por cima quando temos<br />

cinco peças em cena e o teatro<br />

aberto todos os dias com espectáculos<br />

populares, a fazer<br />

juz a Mário Viegas que era um<br />

actor popular», acrescenta. O<br />

encenador esteve na génese<br />

deste projecto municipal, que<br />

teve o seu início oficial em<br />

1990, precisamente com o actor<br />

Mário Viegas.<br />

LÉSBICAS E ETERNAS<br />

‘As Vampiras Lésbicas de Sodoma’<br />

é uma bem conseguida<br />

comédia em jeito de cabaret.<br />

Ao longo de duas horas, entramos<br />

num universo de terror<br />

onde existem monstros e vampiros,<br />

para chegar <strong>ao</strong> glamouroso<br />

mundo do showbizz. Sem<br />

dispensar as habituais rivalidades<br />

entre vedetas, que ainda<br />

por cima neste caso são eternas<br />

e não têm outro remédio<br />

se não passarem a eternidade<br />

em disputa. A acompanhar, há<br />

sempre uma enorme dose de<br />

boa disposição e não faltam as<br />

farpas dirigi<strong>das</strong> à conjuntura<br />

actual que os actores disparam<br />

com visível satisfação.<br />

A peça é uma adaptação do<br />

espectáculo original de 1984<br />

que trouxe fama a Charles Bush<br />

(dramaturgo, actor, estrela de<br />

cinema, artista e romancista) e<br />

ajudou <strong>ao</strong> seu reconhecimento<br />

como uma <strong>das</strong> figuras mais originais<br />

da actualidade. Na altura,<br />

Nova Iorque ofereceu-lhe a<br />

atenção necessária para justificar<br />

cinco anos em cena, actualmente<br />

Lisboa já vai em três.<br />

«O facto de ser um espectáculo<br />

de cabaret e divertido são as<br />

características fundamentais»,<br />

explica Juvenal.<br />

E pensar que tudo começa<br />

no remoto reino de Sodoma,<br />

onde há uma terrível vampira<br />

que se aproveita de virgens<br />

inocentes para saciar o seu<br />

apetite sangrento e o seu desejo<br />

sexual, e acaba num palco<br />

onde as duas (agora liga<strong>das</strong> <strong>ao</strong><br />

mundo do espectáculo) fazem<br />

planos para um musical. No<br />

mínimo, hilariante.<br />

COMPANHIA TEATRAL DO CHIADO<br />

TEATRO-ESTÚDIO MÁRIO VIEGAS<br />

LARGO DO PICADEIRO , LISBOA | WWW.COMPANHIATEATRALDOCHIADO.PT<br />

» AS VAMPIRAS LÉSBICAS DE SODOMA, DOMINGO ÀS 21H00<br />

» AS OBRAS COMPLETAS DE WILLIAM SHAKESPEARE EM 97 MINUTOS,<br />

SEGUNDAS E TERÇAS ÀS 21H00<br />

» PERGUNTEM AOS VOSSOS GATOS E AOS VOSSOS CÃES,<br />

DOMINGOS ÀS 16H00<br />

» A BÍBLIA: TODA A PALAVRA DE DEUS (D´UMA ASSENTADA),<br />

QUARTAS ÁS 21H00<br />

» A ARTE DO CRIME, SEXTAS E SÁBADOS ÀS 21H00<br />

3 LIVROS A NãO PERDER<br />

LUIS ROCHA<br />

A MALDIÇÃO<br />

» STEPHEN KING<br />

O Mestre do terror está<br />

de volta com ‘A Maldição’.<br />

Prestes a chegar às livrarias<br />

este thriller psicológico<br />

segue o percurso atormentado<br />

de Edgar Freemantle,<br />

desde o terrível acidente<br />

num estaleiro que lhe tirou<br />

o braço direito e o transformou<br />

num espírito atormentado.<br />

51 livros publicados<br />

(o primeiro há 34 anos traduzido<br />

em 37 línguas); 47<br />

filmes e séries de TV baseados<br />

na sua obra; e 15 livros<br />

no primeiro lugar da lista<br />

de best-sellers faz com que<br />

King seja incontornável.<br />

Ficha Editora: Bertrand Editora;<br />

Preço: 19, 90 euros<br />

MANU CHAO –<br />

DESTINACIÓN ESPERANZA<br />

» PHILIPPE MANCHE<br />

Num clima de cumplicidade e <strong>ao</strong><br />

longo de dez anos de encontros,<br />

em tournées, em Ménilmontant<br />

ou na casa de Manu Ch<strong>ao</strong> em Barcelona,<br />

Philippe Manche faz-nos<br />

partilhar a intimidade e as paixões<br />

do ‘cantor-global’ sempre em busca<br />

de boas vibrações. Manu Ch<strong>ao</strong><br />

nasceu em 1961, em Paris, porque<br />

o seu pai, galego, tinha fugido à<br />

ditadura espanhola. A consciência<br />

política parece estar nos genes<br />

deste cantor e homem de intervenção<br />

que, depois do esmagador<br />

sucesso que alcançou com a sua<br />

banda, tem vindo a colaborar mais<br />

com os artistas da América do Sul.<br />

Ficha Editora: Campo de Letras;<br />

Preço: 12,81 euros<br />

MARÉS DE INVERNO<br />

» LUÍS MIGUEL RAPOSO<br />

Eis o primeiro romance de<br />

Luís Miguel Raposo, que<br />

<strong>ao</strong>s quinze já era completamente<br />

viciado em surf na<br />

Costa de Caparica. Consta<br />

que actualmente é comum<br />

encontrá-lo na zona de<br />

Peniche, na praia Supertubos,<br />

a surfar, pois claro,<br />

ou a escrever. Para a estreia,<br />

apresenta-se com um<br />

romance que conta a história<br />

de Michael que, numa<br />

cama de hospital, tenta<br />

lembrar-se de como era a<br />

sua vida em rapaz, quando<br />

a paixão pelo mar e o grupo<br />

de amigos bastavam.<br />

Ficha Editora: O Quinto Selo;<br />

Preço: Sob Consulta


Jukebox<br />

3 Discos A não<br />

perDer<br />

[PETER DOHERTY]<br />

» GRACE/WASTE-<br />

LANDS<br />

Atenção,muita<br />

atenção, <strong>ao</strong>s críticos<br />

mais acérrimos<br />

de Peter Doherty<br />

que o acusaram de pouca música<br />

e muita irreverência social. Desta feita<br />

trata-se de música, aliás sempre se<br />

tratou! A experiência de cantar ‘Grace/<br />

Wasteland’ poderá antever, em muito,<br />

um saldo veraneante e o pó festaleiro,<br />

a cerveja a cair em rodos de guitarras<br />

melodiosas, com uma melancólica<br />

voz rouca com que o, cada vez mais,<br />

songwriter apruma este inesperado<br />

trabalho. O trabalho de Doherty tem a<br />

vertente de ser acondicionado por um<br />

adulto ressoar do dedilhar na guitarra,<br />

denunciando a colaboração de Graham<br />

Coxon, embaixador da guitarra dos<br />

Blur, a condimentar este renascimento<br />

que, <strong>ao</strong> deixares passar <strong>ao</strong> lado, poderá<br />

tornar-se num pecado capital...<br />

MINDE AT LARGE. CHEGA HOJE ÀS RUAS O SEXTO ÁLBUM DOS BLASTED MECHANISM<br />

«É sobretudo com a nossa<br />

inconformidade que<br />

as pessoas se identificam»<br />

CAMERAMEN METÁLICO<br />

MESMO À BEIRINHA DA LAGOA<br />

DAS SETE CIDADES, SENTÁMO-<br />

NOS COM O NOVO VOCALISTA,<br />

GUITSHU, E O ‘CABEÇA MUSICAL’<br />

ARY (BAIXO ELÉCTRICO), PARA<br />

PERCEBER QUE DISCO É ESTE. FOI<br />

FEITO NA PERSEGUIÇÃO DE UM<br />

EQUILÍBRIO INTERIOR, SOCIAL E,<br />

EM ÚLTIMA ANÁLISE, PLANETÁRIO.<br />

DAÍ A ESCOLHA DO LOCAL PARA<br />

O CONCERTO ESPECIAL, NA NOITE<br />

DE QUARTA-FEIRA, ANTES DO<br />

LANÇAMENTO OFICIAL. UMA<br />

LAGOA CHEIA DE FOGO VULCÂNICO<br />

POR BAIXO. HAJA ENERGIA! E HÁ<br />

MESMO.<br />

CAMERAMEN METÁLICO<br />

[YEAH YEAH<br />

YEAHS]<br />

» IT’S BLITZ!<br />

Ainda os tons de<br />

‘Maps’ não secaram<br />

no panorama<br />

musical contemporâneo,<br />

nem um ‘Gold Lion’ se encontra<br />

devidamente dissecado, e já os Yeah<br />

Yeah Yeahs nos enfeitam a Páscoa com<br />

um cliché rock, baptizado ‘It’s blitz!’.<br />

Um trunfo lançado à terceira vaza, pelo<br />

mais simpático trio do rock alternativo.<br />

Este recém-messias do Jordão, encaminha<br />

a banda de Nova Iorque para<br />

correntes mais dançáveis, que muitas<br />

pistas irão agradecer no Verão que se<br />

avizinha. Contudo, mantém a banda o<br />

bom gosto que se lhe reconhece, longe<br />

da ratoeira do mainstream.<br />

[MARCELO D2]<br />

» A ARTE DO<br />

BARULHO<br />

Em países onde<br />

grassa a corrupção<br />

e a desigualdade<br />

social pontua o<br />

dia-a-dia, é natural que esses estigmas<br />

se reflictam na arte. E nem o Brasil,<br />

nem Marcelo D2 fogem a esse estereótipo<br />

intervencionista que deambula por<br />

culturas latinas, mas que nem sempre<br />

levam a água <strong>ao</strong> seu moinho (graças à<br />

vulgaridade e <strong>ao</strong> populismo com que<br />

alguns intérpretes compõem). Mas a<br />

‘Arte do Barulho’ não deve ficar esquecida<br />

numa prateleira, pois não peca<br />

no discurso e encontra momentos de<br />

verdadeira beleza na sonoridade, destacando<br />

este registo dos demais. Como<br />

canta Marcelo «malandro é malandro–<br />

vamos lá escutar este».<br />

Raquel Louçã Silva<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

» Como é que surgiu a ideia de<br />

virem para os Açores, para este<br />

local, com os fãs?<br />

Guitshu: Este álbum está muito<br />

ligado <strong>ao</strong> planeta. Ao processo de<br />

cura, quer na esfera pessoal, como<br />

do grupo, e planetária. Sabíamos<br />

que o disco ia sair na Primavera e<br />

porque não fazer aqui, numa explosão<br />

de natureza?<br />

Ary: Estamos numa verdadeira<br />

campa, aqui debaixo há ligação <strong>ao</strong><br />

centro da terra, o fogo que vem debaixo…<br />

é uma atitude, queremos<br />

fazer explodir isto, agora vamos<br />

ver se conseguimos. Foi tudo um<br />

sonho tornado realidade, mas nos<br />

Blasted as coisas têm sido assim.<br />

Quem diria há um ano, quando o<br />

Pedro assumiu a personagem de<br />

Guitshu, que íamos estar aqui com<br />

um disco novo, espectáculo novo e<br />

a apresentá-lo nas Sete Cidades?<br />

» Estão diferentes?<br />

Ary: Sim.<br />

» Em quê?<br />

Ary: Em praticamente tudo. Na<br />

imagem sempre, mas musicalmente<br />

também. Continuamos a ser as<br />

mesmas pessoas a fazer música,<br />

GUITSHU, O NOVO VOCALISTA DA TRIBO BLASTED<br />

(EM CIMA) E ARY, O ‘CABEÇA MUSICAL’<br />

QUE HABITUALMENTE ENVERGA O BAIXO ELÉCTRICO<br />

NO COLECTIVO (AO LADO)<br />

se bem que com uma personagem<br />

nova. Mas mudou a maneira como<br />

fizemos este disco. Pela primeira<br />

vez foi todo feito a partir de jams.<br />

O pessoal ligou os instrumentos e<br />

começou a ‘bombar’.<br />

» Mas, depois de 15 anos, dir-<br />

-se-ia que o grande desafio<br />

seria inovar sem perder a linha<br />

orientadora tão característica,<br />

certo?<br />

Ary: Há uma linha, destas pessoas do<br />

grupo que estão a expôr a sua alma,<br />

e essa mantém-se. Mas há também<br />

uma necessidade de fazer uma coisa<br />

diferente. Agora isto sempre com<br />

respeito, não só pelos fãs, mas por<br />

uma personalidade que já se criou.<br />

Neste momento podíamos sair todos<br />

dos Blasted. Há muitas ban<strong>das</strong><br />

que, influencia<strong>das</strong> por nós, misturam<br />

artes com música, mas é também sobretudo<br />

com a nossa inconformidade<br />

que as pessoas se identificam.<br />

» Como foi a adaptação do<br />

Pedro?<br />

Ary: Foi recíproco. Foi uma adaptação<br />

muito simples, fácil, natural.<br />

Quer musicalmente quer a<br />

nível pessoal, porque uma banda<br />

é como um casamento. Não é só<br />

servir tecnicamente, mas tem de<br />

se fazer parte do grupo. E mais<br />

ainda nos Blasted, cuja onda já<br />

não é um simples «embora beber<br />

um litro de vinho e curtir» - não<br />

tem nada de mal, mas já não é.<br />

Mas esta inconformidade toda<br />

que nos é natural, a ele também.<br />

Guitshu: Havia um peso, mas<br />

não encontrei vedetas num grupo<br />

de cinco pessoas. Cheguei<br />

e tinha cinco pessoas que estavam<br />

há minha espera e que<br />

me deram muito. Cheguei com<br />

a tranquilidade, sem parecer o<br />

Paulo Bento, de quem gosta de<br />

fazer aquilo que faz e encontrei<br />

pessoas que vivem para o que<br />

fazem.<br />

» E musicalmente sentiste-te à<br />

vontade para participar?<br />

Guitshu: Duas músicas surgiram<br />

do nosso primeiro encontro musical.<br />

Só isso diz muito de como tudo<br />

correu tão bem.<br />

» De onde vem o nome/personagem<br />

Guitshu?<br />

Guitshu: (risos) Os velhos em Trás-<br />

-os-Montes costumavam chamar-<br />

-me isso, em miúdo.<br />

[Lê o resto da entrevista e o diário<br />

de bordo desta aventura <strong>ao</strong><br />

planeta Blasted em www.mundouniversitario.pt]<br />

AGENDA CONCERTOS<br />

BARCELOS<br />

16/4 – The Portugals @ Museu<br />

da Olaria<br />

17/4 – X-Wife @ Auditório<br />

da Biblioteca Municipal<br />

BRAGA<br />

18/4 – Those Dancing Days<br />

@ Theatro Circo<br />

PORTO<br />

15/4 – This Will Destroy You<br />

+ Without Death Penalty @<br />

Passos Manuel<br />

17/4 – Emir Kusturica &<br />

The No Smoking Orchestra<br />

@ Pavilhão Rosa Mota<br />

17/4 – Anti-Clockwise + The<br />

Jills @ Porto-Rio<br />

18/4 – Plaggio @ Casa da<br />

Música<br />

COIMBRA<br />

17/4 – The Guys From The<br />

Caravan @ Salão Brazil<br />

LISBOA<br />

14/4 – V Bandoscópio –<br />

Concurso de ban<strong>das</strong> + Anderson<br />

Moliere @ Santiago<br />

Alquimista<br />

15/4 – Kussondulola @ santiago<br />

Alquimista<br />

16/4 – Elsa Ravayo (La Shica)<br />

@ São Jorge<br />

17/4 – Esteban Device @<br />

Cabaret Maxime<br />

18/4 – Cristina Branco @<br />

CCB<br />

18/4 – Emir Kusturica &<br />

The No Smoking Orchestra<br />

@ Campo Pequeno<br />

[13 ABR 2009]<br />

11


Lifestyle<br />

MODA. ESTUDANTES DE DESIGN CRIAM FIGURINOS PARA ESPECTÁCULO ‘VISIONS: O ESPÍRITO DOS SONHOS’<br />

Alunos reconstroem sonhos<br />

MOVIMENTO, TEMPO, LUXO, PESADELO E CELEBRAÇÃO. FORAM OS TEMAS RECRIADOS PELOS FINALISTAS<br />

DA FACULDADE DE ARQUITECTURA DE LISBOA. OS ESTUDANTES DESENHARAM NOVOS FIGURINOS PARA<br />

O ESPECTÁCULO ‘VISIONS: O ESPÍRITO DOS SONHOS’ E AS PERSONAGENS DESFILARAM NA NOITE DE 3 DE<br />

ABRIL, NO BAR DO CASINO ESTORIL - DU ART LOUNGE.<br />

» Eliana Silva<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

O ambiente era o do requinte<br />

habitual. As luzes baixas e poucas<br />

pessoas na sala principal do<br />

Casino Estoril. Aos poucos e poucos<br />

os convidados foram chegando.<br />

Algumas caras conheci<strong>das</strong>,<br />

mas principalmente amigos e<br />

familiares dos alunos finalistas<br />

da Faculdade de Arquitectura da<br />

Universidade Técnica de Lisboa.<br />

O motivo foi simples: 29 alunos<br />

do professor e designer Manuel<br />

Alves foram desafiados a elaborar<br />

um fato para as personagens<br />

do espectáculo ‘Visions: O Espírito<br />

dos Sonhos’ em cena no Salão<br />

Preto e Prata no Casino Estoril.<br />

Os figurinos foram apresentados<br />

<strong>ao</strong> público em desfile no bar da<br />

sala de espectáculos, o ‘Du Art<br />

Lounge’.<br />

A MENINA DOS CONFETIS<br />

Os alunos do curso de Designer<br />

de Moda viram o espectáculo<br />

e depois escolheram uma personagem<br />

para trabalhar. Dentro<br />

dos temas possíveis – ‘Movimento’,<br />

‘Tempo’, ‘Luxo’, ‘Pesadelo’ e<br />

‘Celebração’ – a maioria escolheu<br />

o ‘Pesadelo’ como objecto da sua<br />

criação. Teresa Milheiras fugiu<br />

à regra e reconstruiu a Menina<br />

dos Confetis, parte integrante<br />

do tema ‘Celebração’. «Estava<br />

muito nervosa, mas agora estou<br />

muito satisfeita, correu tudo<br />

muito bem. Este foi o meu primeiro<br />

desfile, é uma espécie de<br />

ensaio para a colecção de final<br />

de curso», conta, com um sorriso<br />

nervoso e contagiante. A sua<br />

criação é um fato grande repleto<br />

de confetis azuis, confecionados<br />

com dracalon – a mesma estrutura<br />

que a dos peluches – cola de<br />

spray e uma toca de natação.<br />

CRIATIVIDADE<br />

E PROFISSIONALISMO<br />

O desfile serviu de introdução<br />

<strong>ao</strong> espectáculo. As bailarinas vestiram<br />

as criações dos finalistas e<br />

mostraram <strong>ao</strong> público um pouco<br />

do espírito dos sonhos: ora com<br />

uma atitude provocatória, ora<br />

com saltos de contentamento ou<br />

então com lentos e pesados passos.<br />

Um momento muito dinâmico,<br />

cheio de cor e de interacção<br />

com os espectadores.<br />

Teresa Milheiras afirma que,<br />

além de ter sido um desafio<br />

bastante enriquecedor, foi<br />

igualmente bastante divertido.<br />

Enquanto na temática do tempo<br />

se viu uma grande diversidade<br />

de cor e estrutura, na ‘Luxúria’,<br />

por exemplo, assistiu-se<br />

a uma maior quantidade da cor<br />

vermelha e uma forte presença<br />

de sensualidade. O tema que<br />

cativou o maior número de artistas,<br />

revelou um trabalho perturbante<br />

(exactamente devido<br />

<strong>ao</strong> mote): formas rebusca<strong>das</strong>,<br />

muito volumosas e doentias.<br />

De várias estruturas brancas<br />

a uma peça em licra cor de<br />

rosa, todos os trabalhos pautaram<br />

pelo profissionalismo.<br />

Depois de um desfile recheado<br />

de criatividade, os espectadores<br />

rumaram a um requintado<br />

jantar e, por fim, o grande espectáculo<br />

da noite: ‘Visions: o<br />

Espírito dos Sonhos’.<br />

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Lifestyle<br />

» CONCURSO DE FOTOGRAFIA LEVA-TE A LONDRES<br />

Tens paixão pela fotografia, adoras a tua cidade e não dispensas<br />

os teus CAT? Puxa pela criatividade, junta tudo numa fotografia e<br />

concorre a ‘O melhor spot da cidade com os meus CAT’! A cores ou<br />

a preto e branco, as fotografias devem ser envia<strong>das</strong> até <strong>ao</strong> dia 30<br />

de Abril para o mail catcityspot@gmail.com, depois de preenchido<br />

o formulário e consultado o regulamento em www.catcityspot.<br />

blogspot.com. Os prémios serão distribuídos após avaliação do júri<br />

e são uma viagem a Londres, um fim-de-semana em Portugal e<br />

material CAT.<br />

» CAMPEÃO DE MONOPOLY VAI A LAS VEGAS<br />

Frederico Câmara é o Campeão Português do 4º Campeonato Nacional de<br />

MONOPOLY, em Lisboa. O estudante do 11º ano da área de Gestão acumulou<br />

mais de 10.813 Euros e ganhou uma viagem a Las Vegas, com to<strong>das</strong> as<br />

despesas pagas, para representar Portugal no 13º Campeonato Mundial de<br />

MONOPOLY. O Campeonato Mundial de MONOPOLY decorre em Outubro<br />

na capital do entretenimento, e reúne os campeões nacionais de mais de<br />

40 países de todo o mundo, a competir pela glória do MONOPOLY e pelo<br />

prémio de 20.580 dólares (aproximadamente 15.300 euros), o equivalente<br />

<strong>ao</strong> montante existente no banco do Jogo MONOPOLY.<br />

COMPETIÇÃO. RED BULL PAPER WINGS LEVA UNIVERSITÁRIOS À FINAL MUNDIAL NA ÁUSTRIA<br />

Campeões nacionais de<br />

lançamento de aviões de papel<br />

» CONTAGEM<br />

DECRESCENTE...<br />

PARA O ESTORIL<br />

BILLABONG GIRLS<br />

À ENTRADA DA CANTINA DA<br />

CIDADE UNIVERSITÁRIA JÁ<br />

SE VIAM AVIÕEZINHOS DE<br />

PAPEL PELOS ARES. AINDA<br />

ERA CEDO, MAS JÁ ALGUNS<br />

ESTUDANTES PRATICAVAM<br />

CÁ FORA PARA A GRANDE<br />

FINAL NACIONAL, A DISPUTAR<br />

NO PAVILHÃO DO ESTÁDIO<br />

UNIVERSITÁRIO. LISBOA E<br />

ALGARVE SAÍRAM VENCEDO-<br />

RAS E PREPARAM-SE PARA A<br />

GRANDE FINAL NA ÁUSTRIA,<br />

A DECORRER DIAS 1 E 2 DE<br />

MAIO.<br />

» Andreia Arenga<br />

aarenga@mundouniversitario.pt<br />

A ansiedade era grande e<br />

os participantes aproveitavam<br />

os últimos minutos para<br />

se prepararem para o início<br />

<strong>das</strong> provas. O chão do recinto<br />

estava coberto dos restos<br />

de aviões de papel, despenhados<br />

durante as tentativas<br />

de voo. «É, possivelmente,<br />

a ideia mais romântica<br />

que vi nos últimos tempos.<br />

Uma competição de aviõezinhos<br />

de papel! De certa<br />

forma agita o nosso imaginário,<br />

o nosso passado. Eu<br />

era viciado em aviõezinhos<br />

de papel! Que miúdo é que<br />

não era?». As memórias são<br />

de Fernando Alvim. O apresentador<br />

animou a tarde solarenga<br />

que reuniu algumas<br />

dezenas de universitários no<br />

Estádio da Universidade de<br />

Lisboa para assistir à final<br />

nacional do Red Bull Paper<br />

Wings. Uns tentavam atirar<br />

os frágeis aviões de papel<br />

o mais longe possível, enquanto<br />

outros se aventuravam<br />

em acrobacias ousa<strong>das</strong><br />

para testarem as potencialidades<br />

dos seus brinquedos.<br />

Nas três categorias – Acrobacias,<br />

Distância e Tempo<br />

de Voo – apenas um sairia<br />

vencedor entre cerca de 21<br />

finalistas <strong>das</strong> Universidades<br />

de Lisboa, Setúbal, Coimbra,<br />

Porto, Minho, Beira Interior<br />

e Algarve.<br />

GOMES, O PLANADOR<br />

A viagem de Agostinho Gomes, do Algarve até Lisboa,<br />

foi longa, mas valeu a pena. O estudante de Design de<br />

Comunicação foi o vencedor da categoria de ‘Tempo de<br />

Voo’. O seu avião acabou por planar durante cerca de 8<br />

segundos. O Gomes, como lhe chamam os colegas, ficou<br />

surpreendido com a vitória nesta prova. «Comecei com<br />

o tempo mais baixo de todos, não estava mesmo à espera.<br />

Concorri por brincadeira e pela diversão». Agora<br />

é altura de conhecer a Áustria. «Vai ser completamente<br />

novo! Vamos lá!»<br />

TOURO VERMELHO,<br />

O ACROBATA<br />

Pedro Teixeira, também conhecido como Touro Vermelho,<br />

lança alguns aviões de cartolina preta que se destacam<br />

dos restantes. Parecem corvos quase a bater contra o tecto<br />

do Estádio. «Em vez de usar cartão ou papel, usei cartolina.<br />

São mais resistentes e se atirar com mais força eles<br />

fazem mais efeito», conta o estudante de Arquitectura da<br />

Universidade de Lisboa. A criatividade dos seus brinquedos,<br />

aliada a uma pequena performance que fez durante<br />

a competição, deu-lhe a pontuação máxima na categoria<br />

de ‘Acrobacias’. «Preparei-me um bocadinho mais para a<br />

final. Mas não estava a contar assim com tantos pontos»,<br />

revela, já a pensar como vai melhorar o seu número para<br />

ganhar na Final Mundial na Áustria.<br />

MANUEL, O PAPA-LÉGUAS<br />

Na categoria de ‘Distância de Voo’, o avião que foi<br />

mais longe foi o de Manuel Pereira, de 19 anos. Apesar<br />

de não conseguir superar o recorde internacional,<br />

o estudante de Engenharia do Ambiente do Instituto<br />

Superior Técnico, conseguiu que o seu avião se mantivesse<br />

no ar <strong>ao</strong> longo de 32,8 metros. «Sempre tive<br />

uma queda para fazer aviões de papel e, antigamente,<br />

na escola era um passatempo que adorava. Não<br />

tinha qualquer expectativa para esta final mas agora<br />

que venci vou treinar muito para honrar o nome de<br />

Portugal na Áustria», disse, esparançoso.<br />

Mais duas semaninhas<br />

e regressa aquele que<br />

é considerado o maior<br />

festival de surf feminino<br />

em Portugal, o Estoril<br />

Billabong Girls. Conhecido<br />

por ser um evento onde as<br />

raparigas aprendizes podem<br />

praticar com as melhores,<br />

este ano também<br />

vai ser palco de uma <strong>das</strong><br />

mais importantes etapas<br />

do Campeonato Mundial<br />

de Surf Feminino.<br />

A prova tem, este ano,<br />

uma qualificação de seis<br />

estrelas (competição de<br />

premiação máxima no<br />

circuito de qualificação<br />

– WQS, com um prize<br />

money de 35 mil dólares),<br />

pelo que se esperam<br />

algumas <strong>das</strong> melhores<br />

surfistas do mundo, que<br />

querem conquistar mais<br />

pontos para o ranking<br />

mundial, enquanto surfam<br />

as on<strong>das</strong> do Guincho ou<br />

Carcavelos.<br />

Os três dias prometem<br />

ainda mais. As participantes<br />

e o público podem<br />

assistir a espectáculos<br />

de free surf feminino<br />

e masculino, aulas de<br />

Hip-Hop, ioga, passagens<br />

de modelos e palestras<br />

com os melhores surfistas<br />

portugueses. E para as<br />

jovens com aspirações de<br />

um dia serem vedetas do<br />

surf feminino, o último dia<br />

do encontro vai ser preenchido<br />

por um campeonato<br />

só a elas dedicado. Depois<br />

de uma palestra sobre<br />

as regras de competição,<br />

podem participar na Billabong<br />

Girls Competition,<br />

dividida em sub-12, sub-16<br />

e Open.<br />

As inscrições para o Estoril<br />

Billabong Girls podem<br />

ser feitas através do site<br />

www.rock-sisters.com.<br />

[13 ABR 2009]<br />

13


7.ª Arte<br />

» IRON MAIDEN: FLIGHT 666 EM SESSÃO ÚNICA » JOAQUIM DE ALMEIDA NA TELEVISÃO<br />

Os bilhetes para o documentário sobre a digressão dos históricos do heavy-<br />

-metal, Iron Maiden, no dia 21 de Abril, já estão à venda. Haverá uma sessão<br />

única no Porto (cinemas Marshopping e Parque Nascente), em Lisboa (Vasco<br />

da Gama e Alvaláxia), Almada (Almada Fórum), Torres Vedras (Cinema Zon<br />

Lusomundo Torres Vedras) e na Figueira da Foz (Foz Plaza).<br />

O actor português mais internacional, Joaquim de Almeida, prepara-se<br />

para se estrear como protagonista numa série televisiva norte-americana<br />

chamada ‘Three Rivers’. O português, que se vira agora para a TV, está<br />

a gravar o episódio-piloto deste drama que acompanha o transplante de<br />

órgãos seguido pela visão de médicos, dadores e pacientes.<br />

Também estreia<br />

» VELOZES & FURIOSOS<br />

Paul Walker e Vin Diesel<br />

estão de volta para mais<br />

um filme intenso, repleto<br />

de acção e velocidade, naquele<br />

que é o quarto filme<br />

desta saga. Um crime faz<br />

com que o ex-presidiário<br />

e fugitivo Dominic Toretto<br />

(Diesel) reencontre o agente<br />

Brian O'Conner (Walker).<br />

Quando são forçados a<br />

combater um inimigo em<br />

comum, Dom e Brian irão<br />

precisar de unir forças.<br />

» THIS IS ENGLAND<br />

Este drama britânico<br />

passa-se no ano de 1983.<br />

Um miúdo problemático a<br />

contas com a morte do pai<br />

na guerra <strong>das</strong> Malvinas, é o<br />

alvo preferido dos colegas<br />

da escola. Até que um dia<br />

encontra um grupo de<br />

skinheads que o ajudam<br />

e acolhem. A amizade<br />

tornar-se-á muito forte<br />

até que vai ser obrigado a<br />

fazer uma difícil escolha.<br />

» DEIXA-ME ENTRAR<br />

O terror sueco tem alguma<br />

tradição e este é mais um<br />

exemplo disso mesmo.<br />

Oskar é uma frágil criança<br />

de 12 anos que sofre de<br />

maus tratos pelos colegas<br />

do colégio. Embora não<br />

ofereça resistência, sonha<br />

com a vingança. Quando<br />

conhece Eli, também de 12<br />

anos, o seu desejo torna-se<br />

realidade, só que Eli é<br />

vampira.<br />

14 [15 ABR 2009]<br />

ESTREIA DA SEMANA. LINHA DE PASSE<br />

PROCURA-SE<br />

UMA SAÍDA<br />

O NOVO FILME DE WALTER SALLES, CO-REALIZADO POR DANIELA THOMAS, É UM RETRATO IMPRESSIONANTE SOBRE QUATRO IRMÃOS<br />

QUE TENTAM ENCONTRAR UMA SAÍDA NUM ROSTO DO BRASIL MUITO CAÓTICO E NEGRO.<br />

João Tomé<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

A cidade brasileira de São Paulo é<br />

apontada como o principal centro financeiro,<br />

corporativo e mercantil da<br />

América Latina. Não é por acaso que é<br />

a maior cidade do Brasil e do hemisfério<br />

Sul. São Paulo está cotada como a<br />

sexta cidade com maior aglomeração<br />

urbana do planeta e possui na sua zona<br />

metropolitana mais de 19 milhões de<br />

habitantes (29 milhões considerando as<br />

cidades dormitório circundantes) – no<br />

centro da cidade vivem 7.216 pessoas<br />

por cada km2.<br />

É sobre, e neste, mundo caótico e<br />

extremamente povoado, que se desenrola<br />

a história do filme realizado pelo<br />

autor dos premiados ‘Central Brasil’ e<br />

‘Diários de Che Guevara’. Falamos de<br />

Walter Salles, acompanhado aqui pela<br />

argumentista Daniela Thomas, que já<br />

tinham partilhado a realização noutro<br />

filme muito elogiado, ‘Terra Estrangeira’<br />

(1996).<br />

Agora voltam a abordar as potencialidades<br />

e problemas do Brasil, num filme<br />

aplaudido durante nove minutos no<br />

último Festival de Cannes. O certame<br />

francês do ano passado distinguiu ainda<br />

a actuação neste filme da actriz Sandra<br />

Corveloni.<br />

SONHOS E FUTEBOL<br />

O futebol ocupa grande parte do tempo<br />

de muitos dos jovens brasileiros. É o<br />

desporto preferido <strong>das</strong> favelas às grandes<br />

mansões. O sonho de todos é chegar<br />

onde Ronaldinho ou Kaká chegaram.<br />

Muitos desses ‘sonhadores’ jogam em<br />

Portugal. O filme mostra-nos a história<br />

de quatro irmãos da zona de Lider, na<br />

periferia de São Paulo, que são confrontados<br />

com a perda do pai.<br />

As vicissitudes da vida do dia a dia são<br />

contraria<strong>das</strong> com o sonho de uma vida<br />

melhor. Por isso, o talento para o futebol<br />

de um dos irmãos, Dário (Vinícius de<br />

Oliveira), é a maior esperança da família<br />

em sair da miséria e desorientação com<br />

que lidam todos os dias. Ainda para mais,<br />

trata-se de uma paixão, já que todos os<br />

irmãos são adeptos fanáticos do clube<br />

Sport Club Corinthians Paulista. Tal como<br />

no futebol, na vida o importante é encontrar<br />

a linha de passe perfeita e aproveitar<br />

a oportunidade.<br />

FICHA Realização: Walter Salles, Daniela Thomas | Com: Vinícius de Oliveira, João Bal<strong>das</strong>serini, José Geraldo Rodrigues, Sandra Corveloni |<br />

Género: Drama | Brasil, 2008 | 108 minutos<br />

» WORKSHOPS<br />

NOS CAMINHOS<br />

Os Caminhos do<br />

Cinema Português,<br />

que irão decorrer<br />

em Coimbra a<br />

partir do próximo<br />

sábado e até 26 de<br />

Abril, proporcionam<br />

uma oferta<br />

formativa ampla<br />

na área do cinema<br />

e audiovisual.<br />

Durante o festival,<br />

haverá oportunidade<br />

de aprender em<br />

cinco workshops<br />

distintos divididos<br />

entre Tecnologia<br />

Stop Motion, Vídeo<br />

Digital – Edição, Escrever<br />

sobre Cinema,<br />

Micro Cinema,<br />

e Argumento. Entre<br />

os formadores estarão<br />

Paulo Filipe<br />

Monteiro, Cláudia<br />

Tomaz, Fernando<br />

Mateus e Miguel<br />

Estima. Informação<br />

completa e detalhada<br />

no site: www.<br />

caminhos.info<br />

» NOITE DA<br />

CURTA-METRAGEM<br />

O Instituto<br />

Franco-Português<br />

organizou, para<br />

a próxima sexta-<br />

-feira, uma longa<br />

noite de curtas-<br />

-metragens com a<br />

presença de alguns<br />

dos realizadores.<br />

Nas instalações<br />

do instituto, em<br />

Lisboa e entre as<br />

19h00 e até às<br />

3h00 da madrugada,<br />

passam quatro<br />

sessões com 25<br />

curtas. Jean-Marc<br />

Rohart, Hubert Gillet,<br />

Anna de Palma,<br />

Cláudia Varejão,<br />

Gabriel Abrantes e<br />

Pierre Primetens<br />

e ainda de Miguel<br />

Valverde, director<br />

do IndieLisboa<br />

são os protagonistas<br />

presentes.<br />

O programa está<br />

disponível aqui:<br />

www.ifp-lisboa.com


5.ª Dimensão<br />

Vislumbres<br />

de vida adulta<br />

ENE3 COM NOVA CARA!<br />

A ENE3 ENTRA EM 2009 COM UM SITE REDESENHADO E MAIS CONTEÚDOS PARA TODOS OS GOSTOS. VISITA-NOS EM HTTP://ENE3.COM ONDE PODES ENCONTRAR NOTÍCIAS, ANÁLISES AOS<br />

JOGOS MAIS RECENTES, ARTIGOS DE OPINIÃO E PASSATEMPOS. SOBRETUDO, DÁ-NOS A TUA OPINIÃO!<br />

NINTENDO DSI É A NOVA APOSTA<br />

DA NINTENDO<br />

SÃO GRANDES TEMPOS PARA A NINTENDO EM PORTUGAL. DURANTE MUITO TEMPO O NOSSO ACESSO AOS PRODUTOS NINTENDO ERA CONDICIO-<br />

NADO PELA DISTRIBUIDORA, A CONCENTRA, E O SEU TRATAMENTO DOS PRODUTOS DA GIGANTE NIPÓNICA COMO MEROS BRINQUEDOS DEIXAVA<br />

MUITO A DESEJAR. NÃO ERA FEITA JUSTIÇA AOS JOGOS E PLATAFORMAS NEM EM TERMOS DE DISTRIBUIÇÃO, NEM DE DIVULGAÇÃO OU SERVIÇOS.<br />

Luís Magalhães<br />

luís.magalhaes@ene3.com<br />

Agora a Nintendo Ibérica tomou as rédeas<br />

da distribuição no nosso país, e o Public<br />

Relations Officer da mesma em Portugal<br />

é Nelson Calvinho, nada mais, nada menos<br />

do que o ex-director da pioneira revista<br />

de videojogos, a defunta MegaScore. Só<br />

podemos ver com bons olhos o facto<br />

do responsável pela presença da<br />

Nintendo em Portugal ser uma<br />

pessoa com grande historial no<br />

meio.<br />

E mesmo em boa hora, pois chegou<br />

até nós no passado dia 3 de Abril<br />

a nova iteração da popular Nintendo<br />

DS: a Nintendo DSi. Ligeiramente mais<br />

compacta, a grande diferença é mesmo<br />

a adição de duas câmaras<br />

e uma entrada para cartão<br />

SD, servindo a DSi também<br />

como máquina fotográfica<br />

(de qualidade equivalente a<br />

um telemóvel) e leitor de MP3.<br />

Mas seguindo a filosofia da Nintendo,<br />

que diz que to<strong>das</strong> as funções de uma<br />

máquina devem ser diverti<strong>das</strong>, a consola<br />

permite-nos interagir imediatamente tanto<br />

com as fotos como com a música que<br />

tocamos.<br />

A outra grande diferença é que esta DSi vem<br />

equipada com a possibilidade de aceder a<br />

uma loja online onde se podem comprar pequenos<br />

jogos descarregáveis por preços reduzidos,<br />

compras de impulso que oferecem<br />

entretenimento rápido e imediato,<br />

DSI MUSIC<br />

Na DSi, não podemos só ouvir a nossa<br />

música, podemos brincar com ela. A<br />

consola permite-nos gravar samples de<br />

som, distorcê-los, e fazer remixes <strong>das</strong><br />

nossas músicas com toda a casualidade<br />

a que as consolas Nintendo nos habituaram.<br />

para as pequenas pausas do dia-a-dia.<br />

Somemos isto à robusta biblioteca de jogos<br />

DS já existente, e à já comprovada<br />

capacidade de divertir e proporcionar experiências<br />

interessantes via controlos por<br />

ecrã sensível <strong>ao</strong> toque, e é fácil ver como<br />

a DSi é uma <strong>das</strong> melhores propostas para<br />

ocupar o nosso tempo de lazer.<br />

SABIAS QUE:<br />

» No final de 2008, a Nintendo DS tinha já vendido,<br />

a nível mundial, 96.22 milhões de unidades?<br />

É possível que, à data desta publicação,<br />

tenha quebrado a barreira dos 100 milhões.<br />

» Em Dezembro de 2008, vendeu 3 milhões<br />

nos EUA apenas, quebrando o recorde da<br />

PS2 como a consola mais vendida num único<br />

mês.<br />

DSI FOTO<br />

Não pretendendo ser um substituto<br />

de uma máquina fotográfica<br />

digital, a DSi apresenta duas<br />

câmaras, uma à frente e outra<br />

atrás, para tirar fotografias casuais<br />

e tratá-las com uma variedade<br />

de filtros de cor e imagem, permitindo<br />

a criação de molduras e até<br />

diários fotográficos.<br />

Por Mariana Cabral<br />

info@mundouniversitario.pt<br />

UM CHEIRINHO<br />

A POPSTAR<br />

Na semana passada senti-me<br />

mais adulta do que nunca.<br />

Não por ter feito algo de meritório,<br />

como assistir <strong>ao</strong> ‘Prós<br />

e Contras’ ou trabalhar no<br />

Banco Alimentar, mas pelo<br />

facto de ter vivido rodeada<br />

de quase-maiores-de-idade.<br />

Mais de oito mil, para ser<br />

precisa. Fui trabalhar para<br />

Lloret del Mar, nessa grande<br />

pândega copofónica que é<br />

a viagem de finalistas dos<br />

alunos do secundário.<br />

Era barmaid num bar português<br />

de lá e, como dar álcool<br />

grátis a miúdos é como dar<br />

pérolas a porcos, pela primeira<br />

vez senti de soslaio o que é<br />

ser uma verdadeira popstar.<br />

Não sei dizer porquê, mas há<br />

qualquer coisa de idolatrável<br />

no trabalho atrás do balcão,<br />

mesmo não sendo tão engenhoso<br />

como o de Tom Cruise<br />

e seus malabarismos no filme<br />

‘Cocktail’. Pediam-me autógrafos,<br />

davam-me presentes,<br />

gritavam por mim, puxavam-<br />

-me pela manga da camisola.<br />

Não me atiravam roupa<br />

interior, mas todos ficámos a<br />

ganhar com isso. Chegava a<br />

ter um balcão inteiro de miúdos,<br />

tão iguais como gotas<br />

de chuva e tão bebidos como<br />

gotas de absinto, a gritar «e<br />

salta Mariana e salta Mariana,<br />

olé, olé» – coitados, o que<br />

não fazem por uma unhita de<br />

álcool etílico.<br />

Não consegui deixar de olhar<br />

para aquelas criaturas a<br />

sugar litrosas com palhinhas<br />

gigantes e pensar: «Ó diacho,<br />

eu também era assim?»<br />

Acho que não. Infelizmente o<br />

conceito de diversão destes<br />

novos finalistas já não se fica<br />

pelo exagero na pinga. Vi<br />

muita droga, muita destruição<br />

de hotéis, muita testosterona<br />

a mais nos engates e<br />

nas brigas. Basta pensar que<br />

é a primeira vez que muitos<br />

viajam sem a família, é um<br />

convite <strong>ao</strong> abuso como se não<br />

houvesse amanhã. E pensar<br />

que à despedida deram duas<br />

beijocas <strong>ao</strong>s pais, levaram<br />

uma marmita com sandes de<br />

courato e 5 euros no bolso<br />

para um leite Ucal durante<br />

a viagem...que rapidamente<br />

se converteu num maço de<br />

tabaco e dois Redbuis.<br />

Deus me livre, eu cá vou<br />

amarrar os meus filhos à<br />

cama durante a semana de<br />

Lloret del Mar.


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