04.10.2014 Views

Exposição Star Wars em Lisboa, até 14 de Janeiro - Mundo ...

Exposição Star Wars em Lisboa, até 14 de Janeiro - Mundo ...

Exposição Star Wars em Lisboa, até 14 de Janeiro - Mundo ...

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

[20 valores]<br />

Desabafos <strong>de</strong> Margarida<br />

Martins, fundadora<br />

da Abraço. Causa<br />

nobre, luta difícil.<br />

P. 4/5<br />

[campus]<br />

O <strong>em</strong>baixador<br />

português <strong>em</strong> Itália<br />

fala dos meandros da<br />

carreira diplomática.<br />

P. 7<br />

[5ª dimensão]<br />

O MU apresenta a Wii,<br />

a nova consola da Nintendo,<br />

e o seu fabuloso<br />

comando Nunchuk.<br />

P. 17<br />

[ganha!!]<br />

Entradas para<br />

a exposição do ano<br />

e muito mais.<br />

Atreve-te!<br />

P. 10/12<br />

Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 6 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2006 | N.º 48 | SEMANAL | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />

<strong>Exposição</strong> <strong>Star</strong> <strong>Wars</strong> <strong>em</strong> <strong>Lisboa</strong>, <strong>até</strong> <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong><br />

Eles chegaram!


2 | 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ radar ]<br />

MTV Europe Music Awards 2006<br />

Moonspell venc<strong>em</strong> «Best Portuguese Act»<br />

Realizou-se, no passado dia 2<br />

<strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro, mais uma edição<br />

dos MTV Europe Music Awards.<br />

Desta feita, a cerimónia<br />

<strong>de</strong>correu na praça<br />

Radhuspla<strong>de</strong>sen, na capital<br />

dinamarquesa, Copenhaga,<br />

tendo como apresentador o<br />

norte-americano Justin<br />

Timberlake, também ele um dos<br />

gran<strong>de</strong>s vencedores da noite.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |<br />

DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

O namorado <strong>de</strong> Cameron Diaz, para<br />

além <strong>de</strong> anfitrião, actuou, dançou e<br />

arrecadou dois galardões nas categorias<br />

<strong>de</strong> Best Male e Best Pop. O evento,<br />

que também teve como palco<br />

secundário o centro <strong>de</strong> arte Bella Center,<br />

ficou marcado pelas actuações ao<br />

vivo <strong>de</strong> estrelas como a luso-canadiana<br />

Nelly Furtado, P. Diddy, Snoop<br />

Dogg, Keane, The Killers, Muse e<br />

Riahanna. Os vencedores da noite<br />

acabaram por constituir uma interessante<br />

mistura entre veteranos nestas<br />

Docente da FEUP<br />

recebe Prémio Professor<br />

Carlos Lima 2006<br />

José Domingos dos Santos, docente<br />

da Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Engenharia da Universida<strong>de</strong><br />

do Porto (FEUP) e investigador<br />

do Instituto <strong>de</strong> Engenharia Biomédica<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto (INEB), recebeu<br />

o Prémio Professor Carlos Lima 2006,<br />

pelo artigo <strong>de</strong> investigação «Bone<br />

Ingrowth in Macroporous Bonelike® for<br />

Orthopedic Applications». O trabalho –<br />

sobre um novo substituto ósseo sintético<br />

que t<strong>em</strong> a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mimetizar<br />

a composição química do osso mineral<br />

– foi atribuído pela Socieda<strong>de</strong> Portuguesa<br />

<strong>de</strong> Ortopedia e Traumatologia ao<br />

melhor artigo <strong>de</strong> investigação na área da<br />

Ortopedia e resulta <strong>de</strong> uma colaboração<br />

na área da Medicina Regenerativa do<br />

Tecido, que t<strong>em</strong> sido <strong>de</strong>senvolvido entre<br />

docentes e investigadores da FEUP, do<br />

INEB e do Serviço <strong>de</strong> Ortopedia do<br />

Hospital <strong>de</strong> S. João. Como tal, para além<br />

do docente da FEUP e <strong>de</strong> José Maria<br />

Ferreira, professor da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Aveiro, o trabalho pr<strong>em</strong>iado envolve a<br />

equipa cirúrgica do Serviço <strong>de</strong> Ortopedia<br />

do Hospital Geral <strong>de</strong> S. João, a qual<br />

inclui o doutor Manuel Gutierres e os<br />

professores Tiago Cabral e Luís <strong>de</strong><br />

Almeida, co-autores do trabalho. RLS<br />

andanças como os Depeche Mo<strong>de</strong><br />

(Best Group) ou os Red Hot Chili Peppers<br />

(Best Album), e projectos <strong>de</strong><br />

novas gerações como os The Killers<br />

(Best Rock), Kanye West (Best Hip-<br />

-hop) ou Cristina Aguilera (Best F<strong>em</strong>ale).<br />

Quanto à categoria <strong>de</strong> Best Portuguese<br />

Act, galardão que contou com as<br />

nomeações <strong>de</strong> Boss AC, David Fonseca,<br />

Expensive Soul e Mind da Gap e<br />

Moonspell, o prémio foi arrebatado<br />

pela banda <strong>de</strong> heavy-metal li<strong>de</strong>rada<br />

por Fernando Ribeiro. Apesar dos<br />

Moonspell estar<strong>em</strong> present<strong>em</strong>ente <strong>em</strong><br />

digressão pelos EUA, a banda da<br />

Brandoa não <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> enviar uma<br />

mensag<strong>em</strong> <strong>de</strong> agra<strong>de</strong>cimento através<br />

<strong>de</strong> um ví<strong>de</strong>o pré-gravado. Nas palavras<br />

<strong>de</strong> Fernando Ribeiro, este «prémio<br />

é <strong>de</strong> todas as pessoas que ouv<strong>em</strong><br />

e viv<strong>em</strong> o heavy metal <strong>em</strong> Portugal».<br />

Refira-se que este ano a cerimónia foi<br />

vista por uma audiência estimada <strong>em</strong><br />

1,3 mil milhões <strong>de</strong> espectadores <strong>em</strong><br />

cerca <strong>de</strong> 179 países.<br />

VIII PortoCartoon-World Festival<br />

Cibernautas eleg<strong>em</strong> cartoon<br />

Até 31 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro,<br />

<strong>de</strong>corre a votação online<br />

Prémio do Público no<br />

Museu Virtual do Cartoon<br />

– www.cartoonvirtualmuseum.org<br />

–, para a eleição<br />

do melhor cartoon do VIII<br />

PortoCartoon – World<br />

Festival, in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente<br />

da votação do júri,<br />

já atribuída <strong>em</strong> Maio . A iniciativa,<br />

inédita, permite que os cibernautas<br />

escolham entre 29 trabalhos, vindos<br />

<strong>de</strong> países tão diferentes como o<br />

Azerbaijão, Bélgica, Brasil, Eslováquia,<br />

Sérvia e Montenegro, Turquia,<br />

entre outros. Os portugueses<br />

Santiago e Augusto<br />

CID (colaborador do<br />

s<strong>em</strong>anário SOL) também<br />

estão <strong>em</strong> votação. O t<strong>em</strong>a<br />

é comum a todos: «A<br />

Desertificação e Degradação<br />

da Terra». O Porto-<br />

Cartoon-World Festival é<br />

um concurso internacional<br />

<strong>de</strong> caricatura, organizado anualmente<br />

pelo Museu Nacional da<br />

Imprensa, <strong>de</strong> Portugal, e consi<strong>de</strong>rado<br />

pela FECO (Fe<strong>de</strong>ration of Cartoonists’<br />

Organisations) um dos três<br />

mais importantes do mundo. RLS<br />

Medicina Chinesa no público<br />

O Instituto <strong>de</strong> Ciências Biomédicas<br />

Abel Salazar (ICBAS), da Universida<strong>de</strong><br />

do Porto, iniciou na passada<br />

sexta-feira uma pós-graduação<br />

<strong>em</strong> Medicina Tradicional Chinesa<br />

(MTC), a primeira a ser leccionada<br />

numa escola superior<br />

pública portuguesa. Com 27 alunos<br />

inscritos, o curso conta com 900<br />

horas, leccionadas ao longo <strong>de</strong> três<br />

s<strong>em</strong>estres. Apesar <strong>de</strong> a Ord<strong>em</strong> dos<br />

Médicos não reconhecer as práticas<br />

que vêm do Oriente, <strong>em</strong> <strong>de</strong>clarações<br />

à Lusa, o coor<strong>de</strong>nador do<br />

curso, Jorge Machado, garantiu:<br />

«T<strong>em</strong>os o direito <strong>de</strong> ensinar o que<br />

entend<strong>em</strong>os ser minimamente<br />

razoável e estamos <strong>em</strong> presença<br />

<strong>de</strong> práticas assentes <strong>em</strong> milénios<br />

<strong>de</strong> experiência.» RLS<br />

Editorial<br />

Curriculum<br />

arquivado<br />

«Colaboração», «Candidatura»,<br />

«Envio <strong>de</strong> CV». Muitos são os<br />

“subjects” que os r<strong>em</strong>etentes <strong>de</strong><br />

correio electrónico eleg<strong>em</strong> quando<br />

nos enviam a sua candidatura<br />

espontânea, com vista a integrar<strong>em</strong><br />

a equipa <strong>Mundo</strong> Universitário.<br />

Sou eu qu<strong>em</strong> abre esses e-mails,<br />

envio a resposta e, na maioria<br />

dos casos, <strong>de</strong>vo dizer, arquivo.<br />

Pela simples razão <strong>de</strong> que, apesar<br />

<strong>de</strong> o nosso jornal ser uma<br />

espécie <strong>de</strong> polvo que esten<strong>de</strong> os<br />

tentáculos por variadíssimas universida<strong>de</strong>s<br />

e institutos superiores<br />

portugueses – chegamos a 310<br />

mil mãos – não pod<strong>em</strong>os ter uma<br />

equipa infinita. Por mais que este<br />

cálculo mat<strong>em</strong>ático seja uma<br />

razão perfeitamente lógica, estou<br />

certa <strong>de</strong> que receber um “não” é<br />

s<strong>em</strong>pre difícil. Mas dizer “não”<br />

aqui <strong>de</strong>ste lado também o é.<br />

Set<strong>em</strong>bro e Outubro são meses<br />

<strong>de</strong> eleição para o envio <strong>de</strong> currículos.<br />

As equipas regressam ao<br />

activo e as candidaturas invad<strong>em</strong><br />

as caixas <strong>de</strong> correio – sim, é inequívoco<br />

que muitos são os que<br />

neste momento procuram a sua<br />

oportunida<strong>de</strong> <strong>em</strong> jornalismo. A<br />

seguir ao Natal, acredito que a<br />

avalancha se volte a fazer sentir<br />

e o nosso arquivo lá vai aumentando<br />

(não me interpret<strong>em</strong> mal,<br />

não quero <strong>de</strong> modo algum<br />

<strong>de</strong>sencorajar possíveis candidaturas,<br />

estou só a contar-vos o<br />

nosso lado da história).<br />

E que belo arquivo <strong>de</strong> currículos<br />

t<strong>em</strong>os aqui. Muitos recém-licenciados,<br />

seguramente acostumados<br />

a ter o <strong>Mundo</strong> Universitário<br />

como companheiro na mesa do<br />

bar, mas também gente com um<br />

palmarés repleto <strong>de</strong> experiência.<br />

Para toda a gente que anda à<br />

procura <strong>de</strong> um projecto on<strong>de</strong> o<br />

seu valor profissonal possa<br />

encaixar, aqui fica o nosso “boa<br />

sorte!”. Mais dia menos dia, mais<br />

resposta menos resposta, a oportunida<strong>de</strong><br />

aparece. Entretanto,<br />

este projecto continua a esten<strong>de</strong>r<br />

os seus tentáculos e a respon<strong>de</strong>r<br />

a cada candidatura que chegue<br />

com muito orgulho por saber que<br />

gostariam <strong>de</strong> trabalhar connosco.<br />

Raquel Louçã Silva<br />

Chefe <strong>de</strong> Redacção<br />

rsilva@mundouniversitario.pt<br />

Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o n.º 124469 | Proprieda<strong>de</strong>: Moving Media Publicações Lda | Empresa n.º 223575 | Matrícula n.º 10138 da C.R.C. <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong> | NIPC 507159861 | Conselho <strong>de</strong> Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Gestor <strong>de</strong> projecto:<br />

Nuno Félix | Chefe <strong>de</strong> Redacção: Raquel Louçã Silva | Redacção: Diogo Torgal Ferreira, Lina Manso | Colaboradores: Geral<strong>de</strong>s Lino, Manuel Arnaut Martins, Mariana Seruya Cabral, Mónica Moitas (fotografia) | Revisão: Pieda<strong>de</strong> Góis | Projecto Gráfico: Sara <strong>de</strong>l Rio | Paginação: Pedro Alves | Marketing:<br />

Ricardo Martins | Se<strong>de</strong> Redacção: Estrada da Outurela n.º 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-1<strong>14</strong> Carnaxi<strong>de</strong> | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tirag<strong>em</strong>: 34 000 | Periodicida<strong>de</strong>: s<strong>em</strong>anal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Grafedisport; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz <strong>de</strong> Baixo 2745<br />

Barcarena; ISSN 1646−1649.


PUB


4| 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ vinte valores ]<br />

Margarida Martins<br />

«S<strong>em</strong>pre fui<br />

educada a ser<br />

cidadã»<br />

Protótipo da mulher mo<strong>de</strong>rna, Margarida Martins já fez um pouco<br />

<strong>de</strong> tudo. Des<strong>de</strong> figura lendária da noite alfacinha a fundadora e<br />

principal activista da mais influente associação portuguesa na<br />

luta contra o flagelo do vírus HIV/Sida, nada parece d<strong>em</strong>ovê-la <strong>de</strong><br />

atingir os seus objectivos. Quando se aproxima o Dia Mundial da<br />

Luta Contra a Sida, qu<strong>em</strong> disse que as mulheres são o sexo<br />

fraco, com certeza nunca conheceu a presi<strong>de</strong>nte da Abraço.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT | FOTOS MÓNICA MOITAS |<br />

Quais são as suas origens?<br />

Nasci <strong>em</strong> <strong>Lisboa</strong> <strong>em</strong> 1953, <strong>em</strong> Santa Bárbara,<br />

e vivi <strong>de</strong>s<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> Entrecampos.<br />

Depois <strong>de</strong> fazer a escola e o liceu tirei<br />

um curso comercial e comecei a minha<br />

vida profissional. O meu primeiro trabalho<br />

r<strong>em</strong>unerado foi como ajudante <strong>de</strong> uma<br />

criança que estava internada num hospital<br />

com um pulmão artificial.<br />

De on<strong>de</strong> v<strong>em</strong> esta sua veia tão virada<br />

para a cidadania e para solidarieda<strong>de</strong>?<br />

S<strong>em</strong>pre fui educada a ser cidadã. O meu<br />

pai era um hom<strong>em</strong> atento ao País e a cidadania<br />

s<strong>em</strong>pre foi muito importante lá <strong>em</strong><br />

casa. Apesar <strong>de</strong> eu nunca ter pertencido<br />

a nenhum partido, s<strong>em</strong>pre tive uma vivência<br />

muito própria daqueles t<strong>em</strong>pos com as<br />

manifestações, os protestos, o meu pai<br />

esteve preso, etc.<br />

Como é que aparece o Frágil e a noite<br />

lisboeta na sua vida?<br />

Na altura (por volta <strong>de</strong> 1978/79), ainda<br />

antes do Frágil havia o Zodíaco, on<strong>de</strong> o<br />

meu ex-marido estava envolvido. Decidi ir<br />

para lá dar uma ajuda e durante uns t<strong>em</strong>pos<br />

a minha vida era ir <strong>de</strong> dia para um<br />

<strong>em</strong>prego <strong>de</strong> secretária e, ao final da tar<strong>de</strong>,<br />

mudava <strong>de</strong> roupa e ia para o bar ajudar<br />

<strong>até</strong> à uma ou duas da manhã. A partir daí,<br />

fui-me envolvendo cada vez mais, inclusive<br />

na mudança do bar para Frágil. Estávamos<br />

<strong>em</strong> 1984 e fiquei lá <strong>até</strong> 1991. Era<br />

a Guida do Frágil. Para além do bar durante<br />

três dias por s<strong>em</strong>ana, fazíamos os eventos,<br />

a Loja da Atalaia, as primeiras edições<br />

Abraçar a fotografia<br />

A Associação Abraço inaugurou, no passado dia 2 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro, no Quarteirão do Chiado (Rua Garrett, n.º 72),<br />

uma exposição <strong>de</strong> fotografia <strong>de</strong> Fre<strong>de</strong>rico Men<strong>de</strong>s. Até ao<br />

próximo dia 27 do corrente mês, é possível visitar a primeira<br />

mostra <strong>de</strong> trabalho do reputado fotógrafo brasileiro<br />

que levou a sua objectiva por todo o globo <strong>em</strong> nome das<br />

mais prestigiadas publicações mundiais e que teve o prazer<br />

<strong>de</strong> fotografar gente como Roberto Carlos, Gal Costa,<br />

Frank Sinatra ou James Taylor, entre outros. De salientar,<br />

e esta é a parte mais importante, que todas as receitas do<br />

evento reverterão a favor da Abraço.<br />

Aberta ao público <strong>de</strong> segunda a sábado, das 12h às 19h.<br />

do Moda <strong>Lisboa</strong>… foram t<strong>em</strong>pos muito<br />

preenchidos. O Manuel Reis conseguiu<br />

formar um grupo <strong>de</strong> trabalho muito interessante.<br />

Tinha fama <strong>de</strong> porteira “durona”.<br />

Ganhou inimiza<strong>de</strong>s?<br />

Ganhei imensas! É uma coisa natural.<br />

Ainda hoje há pessoas da minha geração<br />

que me acusam <strong>de</strong> eu não as ter<br />

<strong>de</strong>ixado entrar numa <strong>de</strong>terminada<br />

noite.<br />

A sua geração vive os t<strong>em</strong>pos do pós-<br />

-25 <strong>de</strong> Abril <strong>de</strong> uma forma intensa. Foi<br />

uma geração especialmente castigada<br />

pelo HIV/Sida?<br />

Eu não sei se foi a minha geração. Acho<br />

que a geração seguinte foi muito mais<br />

castigada do que a minha. Nos anos 80,<br />

eu já tinha 30 e tal anos. Acho que qu<strong>em</strong><br />

era adolescente na época passou por<br />

muitos mais probl<strong>em</strong>as.<br />

Houve algum momento particular na<br />

sua vida que a tenha levado a esta <strong>de</strong>dicação<br />

na luta contra o vírus?<br />

Eu acor<strong>de</strong>i para o probl<strong>em</strong>a da sida por<br />

causa <strong>de</strong> um amigo. Em 91, <strong>de</strong>cidi <strong>de</strong>ixar<br />

a noite porque estava cansadíssima e<br />

resolvi sair para fazer outras coisas. O meu<br />

primeiro projecto foi uma loja no Bairro Alto.<br />

Na altura, fui ajudada por imensos amigos<br />

na criação e inauguração do espaço e uma<br />

<strong>de</strong>ssas pessoas era um amigo meu manequim<br />

que se chamava José Carlos. Na<br />

festa <strong>de</strong> inauguração, veio toda a gente<br />

mas, estranhamente, o José Carlos não<br />

apareceu. Entretanto, fui para o Porto a um<br />

jantar com amigos comuns e <strong>de</strong>cidi ligar-<br />

-lhe para saber <strong>de</strong>le. Foi aí que ele me disse<br />

que estava doente, que se sentia mal, sozinho<br />

e com fome. Como ele já estava muito<br />

doente, fomos fazer análises ao Egas<br />

Moniz e <strong>de</strong>pois soub<strong>em</strong>os o que se passava.<br />

Fui eu que lhe <strong>de</strong>i a notícia e prometi-lhe<br />

estar com ele <strong>até</strong> ao fim.<br />

Foi assim que começou a Associação<br />

Abraço?<br />

Sim. Tudo começou ainda <strong>em</strong> 1991 quando,<br />

com o José Carlos ainda vivo, fui ter<br />

com o chefe <strong>de</strong> serviço no hospital, o falecido<br />

dr. José Luís Champalimaud, e ele me<br />

autorizou a começar a fazer mudanças na<br />

unida<strong>de</strong> dos doentes infectados. L<strong>em</strong>brome<br />

que começámos por levar camas articuladas<br />

novas. Foi este o início da Abraço.<br />

Hoje <strong>em</strong> dia, <strong>de</strong>v<strong>em</strong>os muito ao dr.


Champalimaud. Era um hom<strong>em</strong> muito<br />

generoso e <strong>de</strong> uma gran<strong>de</strong> abertura.<br />

A 1 <strong>de</strong> Dez<strong>em</strong>bro com<strong>em</strong>ora-se mais<br />

um Dia Mundial da Luta Contra a Sida.<br />

Como está a situação da doença a nível<br />

nacional?<br />

A situação da sida <strong>em</strong> Portugal está verda<strong>de</strong>iramente<br />

catastrófica. Só para se perceber,<br />

quando começámos a Abraço, Portugal<br />

era o sexto país europeu <strong>em</strong> taxa <strong>de</strong><br />

incidência. Agora somos o penúltimo... só<br />

a Ucrânia está pior do que nós.<br />

Isso quer dizer que há muitas críticas a<br />

fazer aos sucessivos governos portugueses<br />

na luta contra este flagelo?<br />

S<strong>em</strong> dúvida. A gran<strong>de</strong> crítica que faço é<br />

a total ausência, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre, na área<br />

da prevenção. Na minha opinião, é essa<br />

a aposta fundamental porque, primeiro, é<br />

muito mais barato do que o tratamento<br />

dos doentes e, segundo, a longo prazo,<br />

os resultados serão muito mais positivos<br />

e frutíferos. Na Abraço, t<strong>em</strong>os um <strong>de</strong>partamento<br />

<strong>de</strong> prevenção totalmente financiado<br />

por nós e com zero ajudas estatais.<br />

Há muito a apontar aos governos portugueses<br />

porque s<strong>em</strong>pre se assistiu a um<br />

certo autismo <strong>em</strong> relação ao fenómeno...<br />

a sida nunca foi uma priorida<strong>de</strong>. Aliás,<br />

alguma coisa está mal no reino da tranquilida<strong>de</strong><br />

quando uma Organização Não<br />

Governamental como a nossa e com a<br />

nossa causa é a única associação portuguesa<br />

com um stand no Congresso Mundial<br />

da Sida.<br />

A Abraço t<strong>em</strong> tido dificulda<strong>de</strong>s para<br />

fazer o seu trabalho e cumprir objectivos?<br />

Há s<strong>em</strong>pre muita luta, muita guerra contra<br />

muitas resistências. Porquê? Porque não<br />

entramos no jogo político. Somos a maior<br />

associação nacional, mas tratam-nos<br />

como se fôss<strong>em</strong>os a menor. Muitas vezes<br />

somos boicotados. Há dinheiro para estádios<br />

<strong>de</strong> futebol, mas <strong>de</strong>pois as crianças<br />

andam nas ruas sujeitas à droga, prostituição<br />

ou crime. E as perguntas que ficam<br />

são estas: No futuro, quanto custa ao Estado<br />

um utilizador <strong>de</strong> drogas? E um doente<br />

infectado pelo vírus da sida?<br />

Os jovens portugueses, como grupo <strong>de</strong><br />

risco, têm-se portado melhor nesta<br />

questão do HIV/Sida?<br />

Não é b<strong>em</strong> uma questão <strong>de</strong> eles se portar<strong>em</strong><br />

b<strong>em</strong> ou mal. O probl<strong>em</strong>a é que não<br />

basta fazer uma campanha especialmente<br />

direccionada para eles <strong>de</strong> vez <strong>em</strong><br />

quando. T<strong>em</strong> <strong>de</strong> haver um trabalho mais<br />

sustentado no terreno, mais consistente<br />

e efectivo. Além disso, a juventu<strong>de</strong> <strong>de</strong>veria<br />

ter uma outra formação e mentalida<strong>de</strong><br />

<strong>em</strong> áreas como esta. O envolvimento das<br />

camadas mais jovens neste probl<strong>em</strong>a é<br />

muito menor do que no resto da Europa.<br />

Falta solidarieda<strong>de</strong>, cidadania, voluntarismo.<br />

A Abraço t<strong>em</strong> iniciativas especificamente<br />

direccionadas aos estudantes<br />

universitários?<br />

Actualmente, como a situação está muito<br />

difícil, só vamos aon<strong>de</strong> nos convidam.<br />

Li algures uma <strong>de</strong>claração sua <strong>em</strong> que<br />

dizia que a sida está fora <strong>de</strong> moda. É um<br />

t<strong>em</strong>a <strong>em</strong> que é fundamental um certo<br />

mediatismo?<br />

É importante, pela simples razão que<br />

chama a atenção das pessoas para o probl<strong>em</strong>a.<br />

Uma questão como a sida t<strong>em</strong> <strong>de</strong><br />

estar na ord<strong>em</strong> do dia e isso <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong><br />

acontecer. Lá porque exist<strong>em</strong> medicamentos<br />

não quer dizer que se <strong>de</strong>ixe <strong>de</strong> falar<br />

da doença e pensar que ela não existe. Ela<br />

existe, mata, discrimina e exclui. O cancro<br />

não discrimina. A sida sim. O mediatismo<br />

ajuda muito no confronto a estas situações.<br />

Não é <strong>de</strong>sgastante a nível pessoal trabalhar<br />

e lidar diariamente com uma realida<strong>de</strong><br />

tão dura como a do vírus<br />

HIV/Sida?<br />

Po<strong>de</strong> ser muito <strong>de</strong>sgastante. Há alturas<br />

que me dá vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>saparecer e só<br />

não o faço porque t<strong>em</strong>os muitas pessoas<br />

infectados. Mas quando v<strong>em</strong>os crianças<br />

que estariam na rua e agora estão na faculda<strong>de</strong>,<br />

já ganhámos a aposta. Quando perceb<strong>em</strong>os<br />

que exist<strong>em</strong> famílias que há quatro<br />

gerações estão <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes da acção<br />

social e nós conseguimos parar com isso,<br />

«<br />

vale a pena.<br />

O envolvimento dos nossos<br />

jovens neste probl<strong>em</strong>a é muito<br />

menor do que no resto da<br />

Europa. Falta solidarieda<strong>de</strong>,<br />

cidadania, voluntarismo<br />

«<br />

6 NOVEMBRO DE 2006 | 5<br />

[ vinte valores ]<br />

As escolhas<br />

da GUIDA<br />

Um livro?<br />

«Sol», <strong>de</strong> Monserrat Roig.<br />

Um hobby?<br />

Fotografia.<br />

Uma cida<strong>de</strong>?<br />

<strong>Lisboa</strong>.<br />

Um disco?<br />

The Koln Concert, do Keith Jarrett.<br />

Um filme?<br />

Lisbon Story, <strong>de</strong> Wim Wen<strong>de</strong>rs.<br />

Um restaurante?<br />

Pelo menos dois, o Bica do Sapato<br />

e a Travessa (ambos <strong>em</strong> <strong>Lisboa</strong>).<br />

Uma personalida<strong>de</strong> internacional?<br />

Bill Clinton.<br />

Uma personalida<strong>de</strong> nacional?<br />

Tenho que dizer três... Mário Soares,<br />

Jorge Sampaio e o Dr. José Luís<br />

Champalimaud.


6 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ po<strong>de</strong>r à palavra ]<br />

VIDA MALVADA<br />

DIÁRIO DE UM ESTUDANTE<br />

VOX POP<br />

O PSD apresentou um projecto <strong>de</strong> lei <strong>em</strong> que <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> a divulgação dos cursos<br />

com mais e menos saídas profissionais, respectivamente. O que pensas disso?<br />

PEDRO SOARES (Agostinho da Silva)<br />

4.º ano <strong>de</strong> Biologia Aplicada<br />

Universida<strong>de</strong> do Minho<br />

E, <strong>de</strong> repente, <strong>em</strong> pleno ano da graça<br />

<strong>de</strong> 2006, parece que os lí<strong>de</strong>res<br />

mundiais se l<strong>em</strong>braram <strong>de</strong> um tal <strong>de</strong><br />

aquecimento global e das respectivas<br />

consequências: lesões ambientais<br />

s<strong>em</strong> retorno, aumento das t<strong>em</strong>peraturas,<br />

caos económico, crises<br />

sociais s<strong>em</strong> prece<strong>de</strong>ntes... um verda<strong>de</strong>iro<br />

Armagedão é, ao que parece, o<br />

que nos espera.<br />

Após o filme/documentário/spot <strong>de</strong><br />

campanha eleitoral da responsabilida<strong>de</strong><br />

daquele que se auto-intitula o<br />

ex-próximo vice-presi<strong>de</strong>nte dos EUA,<br />

vulgo Al Gore, dá a impressão que é<br />

o gran<strong>de</strong> t<strong>em</strong>a da vez. Depois das<br />

aves que carregam carraspanas<br />

assassinas e dos impulsos nucleares<br />

do “Querido Lí<strong>de</strong>r” lá para os lados<br />

da Coreia do Norte (ora aí está um<br />

gajo com mau feitio), parece que o<br />

aquecimento global é que está na<br />

ord<strong>em</strong> do dia e da humanida<strong>de</strong>. A<br />

mensag<strong>em</strong> do probl<strong>em</strong>a basicamente<br />

é esta: o planeta é como uma<br />

panela com água a ferver e cada um<br />

<strong>de</strong> nós idiotas que se l<strong>em</strong>brou <strong>de</strong><br />

nascer não passa <strong>de</strong> um ovo a ponto<br />

<strong>de</strong> escalfar.<br />

Tudo isto só me faz pensar que os<br />

lí<strong>de</strong>res mundiais dos últimos 60/70,<br />

nesta área, têm d<strong>em</strong>onstrado tanta<br />

categoria como os famosos autarcas<br />

que a revolução <strong>de</strong> Abril ironicamente<br />

ofereceu a este País. Tanto uns<br />

como outros não passaram <strong>de</strong> presentes<br />

envenenados. Gente com a<br />

sensibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> um elefante <strong>de</strong>ntro<br />

<strong>de</strong> uma loja da Vista Alegre que, por<br />

todos os motivos menos os correctos,<br />

<strong>de</strong>ram cabo <strong>de</strong> tudo <strong>em</strong> que<br />

mexiam. Tanto uns como outros dispuseram<br />

<strong>de</strong> uma coisa que é pertença<br />

da respectiva comunida<strong>de</strong> (uns a<br />

nível local, outros à escala global),<br />

para satisfazer interesses duvidosos<br />

<strong>de</strong> tal forma grosseira, irresponsável<br />

e inconsequente que agora... é chorar!<br />

É chorar pelo que v<strong>em</strong> aí e é<br />

chorar pelas gerações futuras. Conforto?<br />

Quase nenhum, s<strong>em</strong> ser o facto<br />

<strong>de</strong> saber que essa gente também<br />

t<strong>em</strong> filhos, netos e bisnetos. Neste<br />

caso, não toca só aos outros.<br />

Gustavo Serra<br />

gserra@mundouniversitario.pt<br />

http://vidamalvadadiario<strong>de</strong>umestudante.blogspot.com<br />

VERA SILVA (Eva Perón - Evita)<br />

4.º ano <strong>de</strong> Psicologia<br />

Universida<strong>de</strong> Lusíada do Porto<br />

Acho muito b<strong>em</strong>. Hoje, quando se<br />

ingressa no ensino superior, é<br />

importante conhecer as saídas<br />

profissionais. Aliás, cada vez se<br />

pensa mais nisso ao fazer a escolha<br />

do curso. Eu, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

estou naquilo que queria, mas tenho<br />

noção <strong>de</strong> que o mercado <strong>de</strong><br />

trabalho não está nada fácil.<br />

Eduardo Pacheco<br />

1.º ano <strong>de</strong> Direito<br />

da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

paradoxo_27@hotmail.com<br />

PARADOXOS<br />

Apren<strong>de</strong>r é paradoxalmente uma<br />

forma inteligente <strong>de</strong> permanecermos<br />

cegos. Porém, somos d<strong>em</strong>asiado lúcidos<br />

e civilizados para termos consciência<br />

disso. Não é <strong>em</strong> vão que permanec<strong>em</strong>os<br />

agrilhoados à nossa própria<br />

Ainda não li nada sobre isso, pelo que<br />

me vou limitar a reflectir <strong>em</strong> termos<br />

gerais. É s<strong>em</strong>pre bom que os alunos tenham<br />

mais informação, mas julgo que<br />

não se po<strong>de</strong> avaliar a qualida<strong>de</strong> dos cursos<br />

pelas colocações no mercado <strong>de</strong> trabalho.<br />

E acho que as pessoas <strong>de</strong>v<strong>em</strong><br />

continuar a seguir o que gostam, ninguém<br />

fecha a porta a qu<strong>em</strong> é realmente<br />

bom.<br />

liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong> pensar porque pensar<br />

livr<strong>em</strong>ente significa negar que a minha<br />

(tua) liberda<strong>de</strong> termina on<strong>de</strong> começa a<br />

liberda<strong>de</strong> dos outros.<br />

A nossa liberda<strong>de</strong> <strong>de</strong>ve começar exactamente<br />

on<strong>de</strong> e quando começa a liberda<strong>de</strong><br />

dos outros! Não po<strong>de</strong> haver um<br />

muro entre a <strong>de</strong> uns e a <strong>de</strong> outros. A<br />

liberda<strong>de</strong> é a ausência <strong>de</strong> muros e o<br />

começo da responsabilida<strong>de</strong>. Apenas<br />

perante a liberda<strong>de</strong> dos outros pod<strong>em</strong>os<br />

ser livres, livres <strong>de</strong> ajuizar e avaliar<br />

a razão que leva alguém a transgredir a<br />

sua própria autonomia, livres <strong>de</strong> romper<br />

com o saber preestabelecido que nos<br />

condiciona, que sofisticadamente nos<br />

oprime, que consentidamente nos<br />

castra a espontaneida<strong>de</strong>, obrigando-<br />

-nos a obe<strong>de</strong>cer inadvertidamente as<br />

certezas dos outros e, consequent<strong>em</strong>ente,<br />

também aos seus lapsos.<br />

É mais cómodo pensar o que os outros<br />

já pensaram. Pois, <strong>em</strong> caso <strong>de</strong> erro, o<br />

erro não é nosso, porque apenas nos<br />

ANA LEAL (Marilyn Monroe)<br />

3.º ano <strong>de</strong> Medicina<br />

Faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> Ciências Médicas<br />

Universida<strong>de</strong> Nova <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong><br />

In<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nt<strong>em</strong>ente das saídas<br />

profissionais, <strong>de</strong>ve-se seguir a<br />

nossa vocação. Acredito que qu<strong>em</strong><br />

é bom na sua área encontra s<strong>em</strong>pre<br />

uma saída. E hoje o probl<strong>em</strong>a<br />

é geral: o mercado está saturado<br />

para a maioria dos cursos. É preciso<br />

estar atento para não <strong>de</strong>sperdiçar<br />

oportunida<strong>de</strong>s.<br />

limitamos a fazer uma fotocópia da<br />

cópia das cópias. O que quero dizer-vos<br />

com isto é que existe <strong>em</strong> nós, inconscient<strong>em</strong>ente,<br />

uma liberda<strong>de</strong> simulada<br />

para justificar o equilíbrio e a harmonia<br />

entre o caos interior da maioria e a<br />

cegueira perspicaz <strong>de</strong> alguns, uma tal<br />

ignorância insustentável mas indispensável<br />

para a sustentabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong>sse<br />

“equilíbrio”. Existe <strong>em</strong> nós uma incapacida<strong>de</strong><br />

capaz <strong>de</strong> revelar as nossas fragilida<strong>de</strong>s<br />

para melhor corrigirmos o<br />

nosso passado, o passado que nunca<br />

passou e permanece presente na nossa<br />

insatisfação. Por isso é que ainda<br />

vamos a t<strong>em</strong>po <strong>de</strong> o rectificar. Sejamos<br />

singulares, ainda que mergulhados na<br />

pluralida<strong>de</strong> <strong>de</strong> tantos manuais que nos<br />

ensinaram a manifestar exteriormente o<br />

que não somos e nunca fomos interiormente.<br />

Sê tu próprio, não através do que<br />

os outros são, foram ou pensaram!<br />

Exclui a exclusão da tua inocência e sê<br />

tu próprio o mentor da tua ignorância!<br />

po<strong>de</strong>rpalavra@mundouniversitario.pt<br />

Ataca ou contra-ataca! Envia a tua opinião sobre o que te apetecer. Nós publicamos!<br />

Não te esqueças <strong>de</strong> enviar:<br />

> artigo <strong>até</strong> 1500 caracteres<br />

> fotografia tipo-passe<br />

> nome da faculda<strong>de</strong> on<strong>de</strong> estudas


Embaixador português <strong>em</strong> Itália<br />

Muito mais do que<br />

wine and roses<br />

6 NOVEMBRO 2006 | 7<br />

[ campus ]<br />

A volta ao mundo <strong>em</strong> 80 dias – ou durante toda uma vida, para sermos<br />

realistas – parece b<strong>em</strong> mais exequível na pele <strong>de</strong> um diplomata.<br />

Com 38 anos <strong>de</strong> carreira e uma licenciatura <strong>em</strong> Direito, Vasco Valente<br />

orgulha-se <strong>de</strong> já ter prestado serviço nos quatro cantos do mundo,<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> Londres, Lusaka, Luanda e Vaticano. Já como <strong>em</strong>baixador,<br />

talhou a sua carreira diplomática <strong>em</strong> Estocolmo e Pretória, foi<br />

representante permanente <strong>de</strong> Portugal junto da União Europeia e,<br />

finalmente, ganhou pousio como representante do Estado <strong>em</strong> Roma.<br />

O MU foi conhecer o trabalho diário <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> faz b<strong>em</strong> mais do que<br />

praticar «a diplomacia do croquete».<br />

| POR MARIANA SERUYA CABRAL | MCABRAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

O que é que o fascinou na profissão,<br />

<strong>em</strong> primeiro lugar?<br />

A possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> lidar com uma área<br />

que <strong>de</strong>s<strong>de</strong> muito novo me interessou,<br />

a da política internacional; <strong>de</strong>pois, a<br />

possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver no estrangeiro,<br />

o que naquela época não era pouco,<br />

sendo a socieda<strong>de</strong> portuguesa <strong>de</strong><br />

então – anos 60 – fechada e sufocante.<br />

Qualquer estudante po<strong>de</strong> aspirar a<br />

este tipo <strong>de</strong> profissão?<br />

O concurso para ingresso na carreira<br />

diplomática está hoje aberto a licenciados<br />

com um curso superior, ao contrário<br />

do que suce<strong>de</strong>u durante muitos<br />

anos, quando estava limitado a qu<strong>em</strong><br />

tivesse os cursos <strong>de</strong> Direito, Letras,<br />

Economia ou Política.<br />

Em traços gerais, quais são as competências<br />

<strong>de</strong> um <strong>em</strong>baixador?<br />

Em duas palavras, o <strong>em</strong>baixador é<br />

qu<strong>em</strong> representa o Estado no país <strong>em</strong><br />

que está acreditado, competindo-lhe<br />

<strong>de</strong>fen<strong>de</strong>r ali os interesses nacionais.<br />

Que tipo <strong>de</strong> perfil intelectual e <strong>em</strong>ocional<br />

lhe é exigido no dia-a-dia das<br />

tarefas diplomáticas?<br />

Ao contrário do que muita gente ainda<br />

erradamente pensa, a vida diplomática<br />

não é wine and roses, n<strong>em</strong> está<br />

limitada à chamada “diplomacia do<br />

croquete”. Para se ser bom diplomata<br />

é preciso ter uma boa preparação<br />

<strong>de</strong> base <strong>em</strong> política, relações internacionais<br />

e economia, ser-se pon<strong>de</strong>rado<br />

e equilibrado <strong>em</strong> todas as circunstâncias,<br />

sobretudo nos momentos<br />

<strong>de</strong> maior tensão. E, claro, ter sentido<br />

<strong>de</strong> humor para fazer frente ao dia-<br />

-a-dia.<br />

Como <strong>de</strong>screve um dia comum na<br />

sua rotina diária?<br />

Os dias nunca são felizmente iguais,<br />

mas uma rotina po<strong>de</strong> ser mais ou<br />

menos assim: ouço logo <strong>de</strong> manhã as<br />

«<br />

Para se ser<br />

bom diplomata<br />

é preciso ter uma<br />

boa preparação<br />

<strong>de</strong> base <strong>em</strong> política<br />

e economia e<br />

ser-se pon<strong>de</strong>rado<br />

e equilibrado<br />

»<br />

notícias na rádio, leio os principais<br />

jornais <strong>de</strong> opinião italianos, visito os<br />

sites na internet da imprensa portuguesa<br />

e alguma internacional; <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> uma rápida reunião com os meus<br />

colaboradores para fazermos o ponto<br />

da situação e organizarmos o nosso<br />

trabalho, leio as comunicações chegadas<br />

entretanto do Ministério dos<br />

Negócios Estrangeiros (MNE), <strong>de</strong><br />

<strong>Lisboa</strong> e, quando é caso disso, vou<br />

ao MNE italiano para falar sobre<br />

algum assunto; para o almoço, convido<br />

por vezes um político, um jornalista<br />

ou um diplomata italiano; à tar<strong>de</strong>,<br />

continuo o meu trabalho e, quando é<br />

caso disso, acabo o dia indo a uma<br />

recepção oficial ou um jantar na<br />

Embaixada.<br />

É fácil cumprir todos os rituais <strong>de</strong><br />

etiqueta e protocolo inerentes ao<br />

trabalho numa Embaixada?<br />

Facílimo, é um mundo perfeitamente<br />

normal, basta boa educação, sabermos<br />

o que estamos a fazer e sermos<br />

iguais a nós próprios.<br />

É comum receber<strong>em</strong> personalida<strong>de</strong>s<br />

políticas e ve<strong>de</strong>tas nacionais na<br />

Embaixada?<br />

É frequente e s<strong>em</strong>pre uma agradável<br />

oportunida<strong>de</strong> para nos mantermos a<br />

par do que se passa <strong>em</strong> Portugal.<br />

A faceta “nómada” da profissão<br />

prejudica, <strong>de</strong> alguma forma, a vida<br />

<strong>em</strong> família?<br />

Po<strong>de</strong> prejudicar. Antigamente, por<br />

ex<strong>em</strong>plo, era comum que a mulher<br />

acompanhasse o marido quando ele<br />

ia para o estrangeiro; hoje, se a mulher<br />

t<strong>em</strong> uma carreira profissional própria,<br />

isso po<strong>de</strong>rá não acontecer. Essa faceta<br />

nómada, como b<strong>em</strong> lhe chama, é<br />

penosa para nós, pois, ao sairmos<br />

dum país, se fiz<strong>em</strong>os b<strong>em</strong> o nosso trabalho,<br />

<strong>de</strong>ixamos ali amigos e recordações.<br />

Há também o probl<strong>em</strong>a da<br />

educação dos filhos: n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre se<br />

é colocado num posto <strong>em</strong> que haja<br />

condições para lhes dar uma boa educação.<br />

São obrigados a mudar regularmente<br />

<strong>de</strong> escola e <strong>de</strong> amigos e têm,<br />

por vezes, tendência a per<strong>de</strong>r as suas<br />

raízes <strong>em</strong> Portugal.<br />

Por <strong>de</strong>trás <strong>de</strong> um gran<strong>de</strong> <strong>em</strong>baixador<br />

há s<strong>em</strong>pre uma gran<strong>de</strong> <strong>em</strong>baixatriz?<br />

S<strong>em</strong> qualquer dúvida. Com alguma<br />

malícia, há mesmo algumas que não<br />

resist<strong>em</strong> a citar a frase da mulher dum<br />

político, salvo erro canadiano, quando<br />

confrontada com uma pergunta como<br />

esta, respon<strong>de</strong>u que «behind a successful<br />

husband, there is always a surprised<br />

wife». Mas, falando a sério,<br />

para o sucesso da missão dum <strong>em</strong>baixador<br />

contribui muito, e digo-o por<br />

experiência própria, o trabalho da<br />

mulher, muitas vezes discreto, por<br />

<strong>de</strong>trás da cena, outras mais evi<strong>de</strong>nte,<br />

nos contactos que t<strong>em</strong> no dia-a-dia.<br />

É um orgulho representar Portugal<br />

no estrangeiro?<br />

É um orgulho, um privilégio e também<br />

uma gran<strong>de</strong> responsabilida<strong>de</strong>, representar<br />

o nosso país no estrangeiro e<br />

procurar que ele seja b<strong>em</strong> compreendido<br />

e b<strong>em</strong> aceite.


8| 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ boa vida]<br />

ERASMOMANIA<br />

«Um Erasmus<br />

não se po<strong>de</strong><br />

prever, tudo é<br />

uma incógnita!»<br />

Nome: Telma Nunes Pinto<br />

Ida<strong>de</strong>: 22 anos<br />

Instituição <strong>de</strong> ensino <strong>em</strong> Portugal: ISEG (Instituto<br />

Superior <strong>de</strong> Economia e Gestão)<br />

Instituição <strong>de</strong> acolhimento: UAB (Universida<strong>de</strong><br />

Autónoma <strong>de</strong> Barcelona)<br />

Licenciatura: Gestão – 4.º ano<br />

Duração do programa: 1.º s<strong>em</strong>estre (2006/07)<br />

Chile<br />

Terra <strong>de</strong> contrastes majestosos<br />

O que é que te levou a concorrer ao Sócrates/<br />

Erasmus? Que expectativas levas?<br />

Foi todo o leque <strong>de</strong> experiências que se t<strong>em</strong><br />

quando se sai do nosso país, por conhecer uma<br />

nova cultura, apren<strong>de</strong>r uma nova língua, criar<br />

ligações com pessoas <strong>de</strong> diferentes nacionalida<strong>de</strong>s<br />

e apren<strong>de</strong>r a viver sozinha noutro país.<br />

Expectativas? Tentei não criar muitas, porque<br />

sabia que um Erasmus não se po<strong>de</strong> prever, tudo<br />

é uma incógnita!<br />

Porquê Barcelona?<br />

Por ser uma cida<strong>de</strong> muito dinâmica e porque<br />

<strong>de</strong>sejava aprofundar os meus conhecimentos da<br />

língua catalã. Além disso, foi-me recomendado<br />

por amigos que já fizeram Erasmus aqui.<br />

Foi difícil <strong>de</strong>ixar Portugal e a vida <strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre?<br />

Sinceramente, não tanto como pensava, porque<br />

tinha imensa vonta<strong>de</strong> <strong>de</strong> viver fora do país. Quando<br />

me inscrevi pensei que ía ser difícil “abandonar”<br />

todo o quotidiano, família, amigos e namorado,<br />

mas quando chega a altura <strong>de</strong> ir <strong>em</strong>bora já<br />

não se pensa nisso, simplesmente vais.<br />

Notas diferenças nas aulas? São dois sist<strong>em</strong>as<br />

<strong>de</strong> ensino diferentes?<br />

O sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ensino é s<strong>em</strong>elhante, tanto a nível<br />

<strong>de</strong> professores como das m<strong>até</strong>rias. Relativamente<br />

às instalações, são também s<strong>em</strong>elhantes<br />

com o acréscimo <strong>de</strong> que aqui exist<strong>em</strong> complexos<br />

<strong>de</strong>sportivos, <strong>de</strong> idiomas e culturais muito<br />

completos e acessíveis a todos.<br />

Quais as situações mais engraçada e assustadora,<br />

respectivamente, que já viveste?<br />

Uma situação engraçada foi o facto <strong>de</strong> ter estado<br />

na minha faculda<strong>de</strong> uma manhã inteira a dormir<br />

na relva, com uma amiga enquanto esperava<br />

por uma reunião <strong>de</strong> Erasmus. Quando chegámos<br />

ao anfiteatro, vimos que estava vazio,<br />

após confirmar, chegamos à conclusão <strong>de</strong> que<br />

a dita reunião já tinha sido <strong>em</strong> Maio. Isto t<strong>em</strong> uma<br />

razão muito simples: estava escrito <strong>em</strong> catalão!<br />

Relativamente à situação mais assustadora, foi<br />

estar a morar num albergue durante três s<strong>em</strong>anas<br />

e estar <strong>de</strong> dia para dia a <strong>de</strong>sesperar porque<br />

não conseguia encontrar algo acessível para um<br />

estudante, uma vez que os preços dos apartamentos<br />

estão bastante inflacionados. Por outro<br />

lado, conheci imensas pessoas no albergue e<br />

confesso que já sinto sauda<strong>de</strong>s.<br />

Quais são as tuas ambições profissionais?<br />

Trabalhar na área <strong>de</strong> gestão financeira e quiçá<br />

“fuera” <strong>de</strong> Portugal!<br />

RLS<br />

Exist<strong>em</strong> pelo mundo lugares diferentes e inacessíveis.<br />

Destinos perdidos no t<strong>em</strong>po e que merec<strong>em</strong><br />

ser explorados e re<strong>de</strong>scobertos. O Chile –<br />

imenso nos seus quatro mil e trezentos quilómetros<br />

<strong>de</strong> comprimento – é disso bom ex<strong>em</strong>plo. Falar <strong>de</strong>ste país sul-americano é falar <strong>de</strong><br />

diversida<strong>de</strong>, paisagens in<strong>de</strong>scritíveis, tesouros históricos ou segredos escondidos. De<br />

Santiago à Patagónia, <strong>de</strong> Valparaíso à Ilha <strong>de</strong> Páscoa, não há como esquecer esta viag<strong>em</strong>.<br />

| MUNDO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT* |<br />

Santiago, a capital, não é apenas o<br />

mais importante centro urbano e a<br />

principal entrada do país. É praia –<br />

pela sua proximida<strong>de</strong> com as areias<br />

do Pacífico –; é neve – porque os<br />

An<strong>de</strong>s se escond<strong>em</strong>, imponentes,<br />

nas suas costas – e é ponto <strong>de</strong> partida<br />

para toda esta aventura, que é <strong>de</strong>sbravar<br />

as terras chilenas.<br />

| Entre o <strong>de</strong>serto e as praias |<br />

A norte, <strong>em</strong>bora árida, áspera e inóspita,<br />

a paisag<strong>em</strong> do <strong>de</strong>serto <strong>de</strong> Atacama<br />

fica, insistente, nas m<strong>em</strong>órias<br />

fotográficas <strong>de</strong> qu<strong>em</strong> a admirou. É<br />

impossível não ligar a este autêntico<br />

tesouro arqueológico. Contudo, não<br />

pod<strong>em</strong>os parar. À nossa espera,<br />

encontram-se as praias da Baía Inglesa<br />

ou <strong>de</strong> Arica e todo o resto do país.<br />

Mais ao centro encontramos Valparaíso,<br />

com o seu importante<br />

porto. Nas suas ruas e encostas<br />

amontoam-se casas e ruas estreitas,<br />

autênticos <strong>de</strong>safios para o turista<br />

mais curioso. Já como famosa<br />

estância balnear, surge-nos Vinhas<br />

Del Mar, com animação nocturna e<br />

activida<strong>de</strong>s diárias non stop, finalmente<br />

– também nesta área – aparec<strong>em</strong>-nos,<br />

para os amantes do<br />

esqui ou snowboard, as estâncias <strong>de</strong><br />

La Parva, Chillan ou Portillo.<br />

| Da Região dos Lagos<br />

à Patagónia |<br />

A setecentos quilómetros a sul <strong>de</strong><br />

Santiago, encontramos um dos locais<br />

mais apaixonantes do Chile: a região<br />

dos lagos. Re<strong>de</strong>ntora e marcante,<br />

esta região é pintada por autênticos<br />

espelhos <strong>de</strong> água, que reflect<strong>em</strong><br />

enormes vulcões e elogiam a justaposição<br />

entre a natureza e a história,<br />

que <strong>de</strong> resto é riquíssima. A não per<strong>de</strong>r<br />

ficam os lagos <strong>de</strong> Llanquihue, Lleu<br />

Leu ou Todos los Santos.<br />

Se o nosso sonho é viajar, então há<br />

lugares que gritam por viajantes. Uns<br />

através <strong>de</strong> um turismo fácil e ro<strong>de</strong>ado<br />

<strong>de</strong> massas, outros porque simplesmente<br />

merec<strong>em</strong> ficar assim, discretos<br />

mas acessíveis. Falamos da<br />

Patagónia e dos seus enormes glaciares.<br />

O facto <strong>de</strong> ser um dos locais<br />

menos povoados do planeta conserva<br />

estas terras no seu estado mais<br />

puro. Qu<strong>em</strong> as visita não esquece.<br />

| Missão na ilha <strong>de</strong> Páscoa |<br />

Não <strong>de</strong>ixes ainda <strong>de</strong> visitar a cida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> maior importância <strong>de</strong>sta área:<br />

Punta Arenas. Daqui po<strong>de</strong>rás <strong>em</strong>barcar<br />

<strong>em</strong> cruzeiros que te levam à Terra<br />

do Fogo e à Antárctida. Se, no entanto,<br />

tudo isto não chegar, dá um pulo à<br />

ilha <strong>de</strong> Páscoa e tenta <strong>de</strong>svendar o<br />

mito que envolve as suas enormes e<br />

famosas esculturas. Boa aventura,<br />

não?<br />

É claro que tudo isto po<strong>de</strong> ser um<br />

objectivo inalcançável. Ou pela distância,<br />

ou pela disponibilida<strong>de</strong>, ou<br />

pelo dinheiro. A verda<strong>de</strong> é que o que<br />

nos move são os impossíveis. Porque<br />

não sonharmos com isso?<br />

*Com o apoio <strong>de</strong> www.polis.pt


6 NOVEMBRO 2006 | 9<br />

[ lifestyle ]<br />

Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Yôga<br />

UMA FILOSOFIA<br />

<strong>de</strong> vida<br />

Como forma <strong>de</strong> atingir o<br />

autoconhecimento e o b<strong>em</strong>-<br />

-estar pessoal o yôga é cada<br />

vez mais aceite e procurado<br />

nas socieda<strong>de</strong>s mo<strong>de</strong>rnas.<br />

Para saber um pouco mais do<br />

que realmente se trata, fomos<br />

falar com o Mestre DeRose,<br />

instrutor e o responsável<br />

máximo da Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

Yôga <strong>em</strong> Portugal<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA |<br />

| DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

O que é o yôga?<br />

O yôga po<strong>de</strong> ser <strong>de</strong>finido do seguinte<br />

modo: é qualquer metodologia estritamente<br />

prática que conduza ao samádhi<br />

que, basicamente, é um estado <strong>de</strong> consciência<br />

expandida que proporciona autoconhecimento.<br />

É uma terapia, uma ginástica ou uma<br />

filosofia?<br />

O Yôga é uma filosofia <strong>de</strong> vida. Não é<br />

ginástica, pois não se <strong>de</strong>dica a activida<strong>de</strong>s<br />

físicas n<strong>em</strong> <strong>de</strong>sportivas. Em todos os textos<br />

da Índia antiga, o Yôga é classificado<br />

como filosofia, como um dárshana (ponto<br />

<strong>de</strong> vista) do hinduísmo.<br />

Qual é a filosofia do yôga?<br />

É uma filosofia prática que visa ao auto-<br />

Manual <strong>de</strong> instruções<br />

São diversas as técnicas utilizadas no yôga. Aqui ficam algumas <strong>de</strong>las:<br />

Mudrá<br />

Pújá<br />

Mantra<br />

Pránáyáma<br />

Kriyá<br />

Ásana<br />

Yôganidrá<br />

Samyama<br />

Gesto reflexológico feito com as mãos;<br />

Retribuição ética <strong>de</strong> energia; sintonização com o arquétipo;<br />

Vocalização <strong>de</strong> sons e ultra-sons;<br />

Expansão da bioenergia através <strong>de</strong> exercícios respiratórios;<br />

A activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> purificação das mucosas;<br />

Técnica orgânica (não é activida<strong>de</strong> física n<strong>em</strong> <strong>de</strong>sportiva e não<br />

t<strong>em</strong> nada a ver com ed. física);<br />

Técnica <strong>de</strong> <strong>de</strong>scontracção;<br />

Concentração, meditação e samádhi.<br />

conhecimento. Acad<strong>em</strong>icamente, aqui no<br />

Oci<strong>de</strong>nte, essa <strong>de</strong>finição já começa a causar<br />

polêmica ao colocar a pr<strong>em</strong>issa “filosofia<br />

prática”, coisa que não compreend<strong>em</strong>os<br />

que possa existir. Como a nossa<br />

herança cultural é helénica, só entend<strong>em</strong>os<br />

filosofia como algo teórico, como o<br />

era na Grécia Antiga. No entanto, o yôga<br />

não t<strong>em</strong> teoria. É estritamente prático. Ao<br />

posicionar-se como filosofia, o yôga<br />

d<strong>em</strong>onstra que não t<strong>em</strong> nenhum parentesco<br />

com ginástica. As origens são diferentes,<br />

os cânones são discrepantes, as<br />

técnicas são divergentes <strong>em</strong> muitos<br />

aspectos e as metas não têm qualquer<br />

s<strong>em</strong>elhança entre si.<br />

Quais a origens do yôga?<br />

Há mais <strong>de</strong> 5000 anos, no Noroeste da<br />

Índia, no Vale do Indo, um famoso bailarino<br />

improvisou alguns movimentos instintivos<br />

extr<strong>em</strong>amente sofisticados e virtuosos.<br />

A arrebatadora beleza da técnica<br />

usada <strong>em</strong>ocionou todos quantos assistiam<br />

e as pessoas pediram que o bailarino<br />

lhes ensinasse a sua arte. Ele assim o<br />

fez e durante anos o bailarino conseguiu<br />

transmitir boa parte do seu conhecimento<br />

que, no início, não tinha nome. Após a sua<br />

morte, os seus discípulos mais leais preservaram<br />

a sua arte e assumiram a missão<br />

<strong>de</strong> retransmiti-la. Em <strong>de</strong>terminado<br />

momento da História, essa arte ganhou o<br />

nome <strong>de</strong> integrida<strong>de</strong>, integração, união:<br />

<strong>em</strong> sânscrito, yôga. O seu fundador acabou<br />

por entrar na mitologia com o nome<br />

<strong>de</strong> Shiva e com o título <strong>de</strong> Natarája, Rei<br />

dos Bailarinos.<br />

Qu<strong>em</strong> trouxe o yôga para o Oci<strong>de</strong>nte?<br />

O yôga foi trazido para o Oci<strong>de</strong>nte no final<br />

do século XIX, pelo Swámi Vivêkánanda.<br />

Mas, na verda<strong>de</strong>, já havia chegado antes<br />

sob a forma <strong>de</strong> literatura.<br />

Existe diferença entre o yôga e a ioga?<br />

Qual?<br />

Sim. São diferentes, por ex<strong>em</strong>plo, nos fundamentos<br />

(yôga é filosofia e a ioga/yóga<br />

é terapia) ou nas propostas (o yôga visa a<br />

energizar e a ioga/yóga visa a relaxar).<br />

O yôga não é apenas meditação?<br />

Não. Yôga é um vasto universo <strong>de</strong> técnicas<br />

e conceitos que visam a evolução interior<br />

e o autoconhecimento. Compreen<strong>de</strong><br />

práticas bioenergéticas, corporais, <strong>em</strong>ocionais,<br />

mentais, etc, através <strong>de</strong> procedimentos<br />

orgânicos, respiratórios, <strong>de</strong>scontracção,<br />

limpeza <strong>de</strong> órgãos internos, vocalizações,<br />

concentração, meditação e mentalização<br />

(ver caixa).<br />

A procura e interesse pelo yôga está<br />

<strong>em</strong> crescimento?<br />

Está a crescer por todo o mundo. Nos<br />

centros mais <strong>de</strong>senvolvidos, o yôga t<strong>em</strong><br />

sido muito mais procurado e a previsão<br />

é <strong>de</strong> que continue a crescer nos próximos<br />

anos, pois não se trata <strong>de</strong> modismo,<br />

mas <strong>de</strong> uma tendência consistente<br />

que traduz aprimoramento cultural das<br />

pessoas.


10 | 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ zoom ]<br />

<strong>Exposição</strong> <strong>Star</strong> <strong>Wars</strong><br />

A Força aterrou no<br />

Museu da Electricida<strong>de</strong><br />

À entrada no Museu da Electricida<strong>de</strong>, <strong>em</strong> <strong>Lisboa</strong>, Darth Va<strong>de</strong>r e<br />

alguns soldados aguardam os primeiros visitantes. Fomos invadidos?<br />

Sim. Até ao dia <strong>14</strong> <strong>de</strong> <strong>Janeiro</strong> só os fãs da Guerra das Estrelas<br />

têm permissão <strong>de</strong> entrada. Mesmo ao lado do Tejo, figurantes,<br />

documentários, 231 objectos (entre <strong>de</strong>senhos, mo<strong>de</strong>los, naves,<br />

cenários e trajes originais) e os inconfundíveis efeitos sonoros da<br />

saga galáctica recriam todo o universo <strong>Star</strong> <strong>Wars</strong>. Visita mais do<br />

que aconselhável.<br />

| POR LINA MANSO | LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT | FOTOS MÓNICA MOITAS |<br />

Patrícia Pinheiro, da Good N’ Evil<br />

(<strong>em</strong> cima) e Nuno Rodrigues, da<br />

BD Mania (<strong>em</strong> baixo)<br />

O fato da Princesa Leia, escrava <strong>de</strong><br />

Jabba; R2 – D2; um andrói<strong>de</strong> <strong>de</strong> combate;<br />

a Naboo N-1 <strong>Star</strong>fighter (com 10<br />

metros <strong>de</strong> comprimento); o Podracer <strong>de</strong><br />

Anakin; Luke na Spee<strong>de</strong>r Bike ou a<br />

máquina <strong>de</strong> projecção holográfica <strong>de</strong><br />

Yoda. Esta é apenas uma amostra do<br />

que se po<strong>de</strong> encontrar no Museu da<br />

Electricida<strong>de</strong> – antiga Central Tejo – reaberto<br />

<strong>em</strong> Maio após cinco longos anos<br />

<strong>de</strong> reforma do edifício e equipamentos.<br />

A exposição, inaugurada na passada<br />

terça-feira à noite com o selo da Lucasfilm,<br />

foi avaliada <strong>em</strong> 7,8 milhões <strong>de</strong> euros<br />

– justificação para o sist<strong>em</strong>a <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>ovigilância<br />

e os seis seguranças permanentes<br />

– e trazida a Portugal pelas<br />

<strong>em</strong>presas UAU e Art Station que a<br />

«namoraram» durante mais <strong>de</strong> um ano.<br />

Foi exactamente nestes termos que<br />

Paulo Dias, da primeira, e João Parreira,<br />

da segunda, <strong>de</strong>finiram o seu interesse<br />

no evento que já passou, entre outros<br />

países, pela Coreia, EUA ou França.<br />

Ambos confessaram ter acompanhado<br />

mais assiduamente a trilogia original e<br />

voltado a apaixonar pela saga cin<strong>em</strong>atográfica<br />

quando se aperceberam <strong>de</strong><br />

toda a produção <strong>de</strong> bastidores. «Mesmo<br />

que não se seja um verda<strong>de</strong>iro fã, é<br />

impossível não ficar rendido aos pormenores<br />

invisíveis», <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> Paulo<br />

Dias. E ex<strong>em</strong>plifica: «alguma vez se<br />

imaginou que cada um dos <strong>de</strong>z mil<br />

espectadores da arena <strong>de</strong> Podrace foss<strong>em</strong><br />

afinal, cotonetes?» Exactamente<br />

por esse «universo atrás dos filmes»,<br />

fica o convite para vir<strong>em</strong> conhecer o<br />

«lado secreto da Força», acrescenta<br />

João Parreira.<br />

| Repto aos universitários |<br />

A escolha do Museu da Electricida<strong>de</strong><br />

como local <strong>de</strong> eleição acabou por ser<br />

natural. «O enquadrar foi a solução»,<br />

afirma o director-geral da UAU. Laela<br />

French, curadora das exposições<br />

da Lucasfilm há cinco anos (também<br />

presente na cerimónia<br />

inaugural), corrobora-o: «o<br />

que aconteceu aqui foi uma<br />

conversa entre um edifício<br />

histórico e o <strong>Star</strong> <strong>Wars</strong>».<br />

Admitindo nunca ter trabalhado<br />

na adaptação<br />

do espólio <strong>de</strong> um museu já existente à<br />

colecção que representa, <strong>de</strong>ixa claro<br />

que não se arrepen<strong>de</strong>. «Encaixam perfeitamente!»,<br />

exclama. E <strong>de</strong>ixa um repto<br />

aos estudantes universitários. «Esta é<br />

uma boa oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ver<strong>em</strong> as diferentes<br />

hipóteses <strong>de</strong> trabalho na área. É<br />

uma exposição para os que quer<strong>em</strong><br />

seguir o mundo da moda, <strong>de</strong>sign <strong>em</strong><br />

computador ou <strong>até</strong> construir coisas!»<br />

Aqui, todos pod<strong>em</strong> encontrar algo com<br />

que se i<strong>de</strong>ntifiqu<strong>em</strong>.<br />

| Merchandising associado |<br />

Por <strong>de</strong>trás do épico da ficção<br />

científica a que George<br />

Lucas <strong>de</strong>signou por<br />

“ópera galáctica” há<br />

todo um mundo <strong>de</strong><br />

merchandising<br />

associado. Através<br />

da blogosfera, o<br />

MU <strong>de</strong>scobriu<br />

duas lojas <strong>em</strong><br />

Ganha!!<br />

O MU oferece CINCO BILHETES DUPLOS para a<br />

exposição <strong>Star</strong> <strong>Wars</strong>. Basta respon<strong>de</strong>res acertadamente<br />

à pergunta:<br />

Qual a loja que t<strong>em</strong> quase todos os seus artigos da<br />

saga no Museu da Electricida<strong>de</strong>?<br />

Respon<strong>de</strong>, <strong>até</strong> às 15 horas <strong>de</strong> sexta-feira, dia 10,<br />

para passat<strong>em</strong>po@mundouniversitario.pt, com<br />

indicação do teu nome e BI. Os vencedores serão<br />

notificados por e-mail e a listag<strong>em</strong> publicada <strong>em</strong><br />

mundouniversitario.blogspot.pt.


6 NOVEMBRO 2006<br />

| 11<br />

[ zoom ]<br />

<strong>Lisboa</strong> on<strong>de</strong> os fanáticos pod<strong>em</strong> encontrar<br />

a resposta às suas preces.<br />

A Good N’ Evil, com mais <strong>de</strong> dois anos,<br />

é um <strong>de</strong>sses espaços. Na loja, exígua e<br />

caricata – ou não estivesse ela <strong>em</strong> pleno<br />

coração do Bairro Alto – apenas alguns<br />

últimos resquícios do imaginário <strong>Star</strong><br />

<strong>Wars</strong>. «Quase tudo o que t<strong>em</strong>os está no<br />

Museu da Electricida<strong>de</strong>», explica Patrícia<br />

Pinheiro, gerente daquela casa e<br />

mulher <strong>de</strong> Nuno Laginha, um dos dois<br />

proprietários. A maioria dos headknockers<br />

(figuras <strong>em</strong> tamanho pequeno que<br />

abanam a cabeça), réplicas <strong>de</strong> naves,<br />

sabres <strong>de</strong> luz, estátuas ou bustos <strong>em</strong><br />

edição limitada vão estar <strong>em</strong> exibição e<br />

para venda na antiga Central Tejo, lado<br />

a lado com os artigos originais da Lucasfilm.<br />

Patrícia adianta que «entre 30 a 40<br />

por cento» dos clientes que visitam a loja<br />

procuram merchandising específico da<br />

Guerra das Estrelas. «E ninguém compra<br />

por impulso.» Afinal, são peças <strong>de</strong><br />

coleccionador, inacessíveis a algumas<br />

bolsas. «T<strong>em</strong>os aqui artigos que chegam<br />

aos 400 euros», confirma.<br />

Entretanto, na loja, ao fundo, um quadro<br />

gigantesco com algumas das figuras<br />

mais enigmáticas das <strong>Star</strong> <strong>Wars</strong>,<br />

sobressai. Mas esse não está à venda.<br />

«É do Leandro, um colaborador nosso.»<br />

Daqui a algum t<strong>em</strong>po, partilhará o espaço<br />

com uma pintura, ainda ausente, do<br />

Senhor dos Anéis. «O meu marido é<br />

fanático pela trilogia», justifica. E gostando-se<br />

ou não <strong>de</strong> ambos, é uma<br />

<strong>de</strong>coração que «todos reconhec<strong>em</strong>».<br />

| Nós arranjamos |<br />

Na BD Mania, um pouco abaixo<br />

da Good N’ Evil, o merchandising<br />

<strong>Star</strong> <strong>Wars</strong> dilui-<br />

-se entre milhares <strong>de</strong><br />

artigos. Não há um<br />

cantinho vazio.<br />

Aberta há<br />

doze anos,<br />

t<strong>em</strong> mate-<br />

rial da saga «<strong>de</strong>s<strong>de</strong> o primeiro dia»,<br />

adianta Nuno Rodrigues, ven<strong>de</strong>dor<br />

daquela loja há uma década. Discrimina,<br />

com orgulho, o “seu” espólio: comic<br />

books mensais, paper bags (compilações<br />

<strong>de</strong>ssas histórias), livros sobre todo<br />

o universo (roupas, planetas, naves,<br />

etc.), t-shirts, porta-chaves, canecas,<br />

action figures ou estátuas. «Basta o<br />

cliente pedir: se não tivermos arranjamos»,<br />

adianta. E qu<strong>em</strong> são os interessados?<br />

«Por muito estranho que pareça,<br />

não são jovens <strong>de</strong> 16 anos, mas pessoas<br />

a partir dos 28/ 30 anos, com po<strong>de</strong>r<br />

<strong>de</strong> compra». Porque ser coleccionador<br />

implica ter dinheiro para investir. À<br />

s<strong>em</strong>elhança da Good N’Evil têm «peças<br />

que superam os 400 euros». Há mesmo<br />

figuras <strong>de</strong> 1977 (data <strong>de</strong> início da saga),<br />

avaliadas <strong>em</strong> <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> milhares <strong>de</strong><br />

euros. «Portanto, fora do alcance do<br />

comum dos mortais», brinca.<br />

Para estes, há s<strong>em</strong>pre a hipótese <strong>de</strong> visitar<br />

a exposição e <strong>em</strong>barcar no sonho.<br />

Nuno quer ir, mas aguarda as críticas <strong>de</strong><br />

qu<strong>em</strong> percebe do assunto. «Para confirmar<br />

se vale a pena pagar o valor cobrado<br />

à entrada», explica. «Têm-nos dito<br />

que é elevado»[o MU apurou, na passada<br />

sexta-feira, junto do Museu da<br />

Electricida<strong>de</strong> que são 10 euros, a partir<br />

dos sete anos]. Então e o que pensas<br />

da forma como o evento t<strong>em</strong> sido divulgado<br />

na capital?, perguntamos,<br />

a r<strong>em</strong>atar<br />

a conversa. «Há informação<br />

mais do<br />

que suficiente.<br />

Acho que, mesmo<br />

não estando<br />

interessado, me<br />

batiam à<br />

porta!»<br />

O que é que estás aqui a fazer?<br />

Ivan Franco, 30 anos (director<br />

<strong>de</strong> investigação da Ydreams)<br />

A Guerra das Estrelas faz parte do<br />

imaginário da minha geração. Era o<br />

que nos fazia sonhar! Julgo que esta<br />

Ana Milheirão, 33 anos (<strong>de</strong>signer)<br />

Não perdi a abertura da exposição<br />

porque o meu marido é daquelas<br />

pessoas que não <strong>de</strong>ixa escapar uma<br />

estreia, sabe as <strong>de</strong>ixas e os nomes<br />

<strong>de</strong> todas as personagens. Também<br />

sou apreciadora da saga, este universo<br />

é fantástico. Um dos artigos<br />

que mais me impressionaram foi a<br />

saga, ao ir buscar referências ao<br />

classicismo se torna int<strong>em</strong>poral. É<br />

claro que os miúdos <strong>de</strong> hoje <strong>em</strong> dia<br />

pod<strong>em</strong> já não se i<strong>de</strong>ntificar tanto.<br />

Quanto a mim, ainda marca: afinal<br />

trabalho numa <strong>em</strong>presa <strong>de</strong> high<br />

tech.Confesso porém que não é o<br />

meu género <strong>de</strong> filme preferido. Mas<br />

penso que a ficção científica ainda<br />

t<strong>em</strong> o seu espaço. Talvez antes<br />

tivesse outro simbolismo, porque<br />

eram t<strong>em</strong>pos <strong>de</strong> especulação sobre<br />

as possibilida<strong>de</strong>s da tecnologia.<br />

Sofria-se a última vaga da revolução<br />

industrial <strong>em</strong> que este tipo <strong>de</strong> progresso<br />

ainda representava uma salvação.<br />

Agora é encarado com mais<br />

cepticismo, as pessoas já o põ<strong>em</strong><br />

<strong>em</strong> causa.<br />

maqueta da arena <strong>de</strong> Podrace: os<br />

milhares <strong>de</strong> espectadores que v<strong>em</strong>os<br />

na tela foram feitos com cotonetes!<br />

Quanto aos últimos episódios da<br />

saga, acho que estão d<strong>em</strong>asiado<br />

artificiais. Per<strong>de</strong>u-se um pouco com<br />

a substituição dos planos <strong>de</strong> filmag<strong>em</strong><br />

por imagens computorizadas.<br />

Miguel Nunes, 28 anos<br />

(<strong>de</strong>signer gráfico)<br />

O meu irmão sabe que eu sou um<br />

gran<strong>de</strong> fã da saga, ofereceu-me um<br />

bilhete e cá estou eu! Já na nova trilogia<br />

fazia tudo para marcar presença<br />

nas estreias. Mas <strong>de</strong>vo dizer que os<br />

últimos episódios, apesar <strong>de</strong> ganhar<strong>em</strong><br />

muito a nível <strong>de</strong> efeitos especiais,<br />

per<strong>de</strong>ram <strong>em</strong> alma. De qualquer forma,<br />

continuo a gostar muito da Guerra<br />

das Estrelas: mexe com as nossas<br />

raízes infantis e r<strong>em</strong>ete-nos para um<br />

mundo imaginário! Adoro estes<br />

ambientes fantásticos e a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong><br />

po<strong>de</strong>r “sair” um pouco <strong>de</strong>ste planeta<br />

(exactamente por isso também sou<br />

um apaixonado por banda <strong>de</strong>senhada).<br />

Quanto à escolha do Museu da<br />

Electricida<strong>de</strong> para fazer a exposição,<br />

acho que foi perfeita! Este ambiente<br />

industrial/tecnológico, <strong>até</strong> soturno,<br />

t<strong>em</strong> muito a ver com as películas e<br />

sobretudo a trilogia original.


12 | 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ acontece ]<br />

<br />

<br />

AMIGOS DE CABECEIRA<br />

Acreditas na sorte?<br />

Qu<strong>em</strong> se l<strong>em</strong>bra do filme Intacto, do<br />

espanhol Juan Carlos Fresnadillo, a<br />

longa-metrag<strong>em</strong> vencedora do Fantasporto<br />

2003 (galardão máximo da<br />

secção <strong>de</strong> cin<strong>em</strong>a fantástico e melhor<br />

argumento)? Se ainda se recordam é<br />

porque marcou. Este livro é para<br />

vocês e todos os que se sent<strong>em</strong> atraídos<br />

pelos insondáveis caminhos da<br />

“sorte”.<br />

Se não fosse ela, «estaríamos mergulhados<br />

numa longa e enfadonha<br />

caminhada <strong>de</strong> eterna previsibilida<strong>de</strong>».<br />

Qu<strong>em</strong> o <strong>de</strong>fen<strong>de</strong> é Joaquim Marques<br />

<strong>de</strong> Sá (licenciado e doutorado<br />

<strong>em</strong> Engenharia Electrotécnica pela<br />

Universida<strong>de</strong> do Porto), autor <strong>de</strong> O<br />

Acaso – A Vida do Jogo e o Jogo da<br />

Vida, no prefácio da sua obra.<br />

Nesta «visita guiada e quase cronológica»<br />

a momentos fundamentais<br />

para a compreensão <strong>de</strong>ste fenómeno,<br />

o escritor interroga-se, por ex<strong>em</strong>plo,<br />

se será uma pr<strong>em</strong>onição paranormal<br />

sonhar com alguém cuja<br />

morte é noticiada<br />

na manhã<br />

seguinte, qual<br />

a probabilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> ganhar<br />

certos jogos ou<br />

como interpretar<br />

resultados<br />

<strong>de</strong> sondagens.<br />

A SABER:<br />

Título: O Acaso – A Vida do Jogo<br />

e o Jogo da Vida<br />

Autor: Joaquim Marques <strong>de</strong> Sá<br />

Editora: Gradiva<br />

Preço: <strong>14</strong> euros<br />

GANHA!!<br />

O MU t<strong>em</strong> 4 CONVITES DUPLOS para<br />

Seiji feat. MC MG (Bugz In The Attic/4 Hero,<br />

UK), dia 11 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro, no Clube Mercado,<br />

às 23h.<br />

Para concorreres, envia um e-mail com o<br />

teu nome e BI para passat<strong>em</strong>po@mundouniversitario.pt,<br />

<strong>até</strong> às 15 horas do dia 10<br />

<strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Os vencedores serão notificados<br />

por e-mail e a listag<strong>em</strong> publicada <strong>em</strong><br />

http://mundouniversitário.blogspot.com<br />

Para mais informações, consulta<br />

http://www.mundouniversitario.pt.<br />

O Hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> Adjectivos, na Casa d’Os Dias da Água, <strong>até</strong> 12 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro<br />

Histórias <strong>de</strong> gente<br />

s<strong>em</strong> rumo no Sri Lanka<br />

Três actores mexicanos<br />

atravessaram o Atlântico<br />

com O Hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong><br />

Adjectivos na bagag<strong>em</strong>.<br />

Apaixonado pelo texto <strong>de</strong><br />

Mario Cantu Toscano, o<br />

encenador Marcos Barbosa,<br />

que traz <strong>até</strong> <strong>Lisboa</strong> não<br />

apenas as palavras como<br />

também os artistas, explicou<br />

<strong>de</strong> que se trata. Para ouvir,<br />

<strong>em</strong> castelhano, <strong>de</strong> amanhã<br />

<strong>até</strong> ao próximo domingo, na<br />

Casa d’Os Dias da Água.<br />

| POR LINA MANSO |<br />

LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Nesta peça, está subjacente a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> uma «geração perdida» num<br />

«país traído pelo passado e <strong>de</strong>scrente<br />

no futuro». Isto podia passar-se<br />

<strong>em</strong> Portugal?<br />

No México (on<strong>de</strong> estive há quase um<br />

ano numa S<strong>em</strong>ana Internacional <strong>de</strong><br />

Dramaturgia para que fui convidado e<br />

acabei por conhecer Mario Cantu Toscano),<br />

os probl<strong>em</strong>as assum<strong>em</strong> proporções<br />

maiores do que aqui. Sente-se<br />

tudo <strong>em</strong> gran<strong>de</strong>: é uma espécie <strong>de</strong> Portugal<br />

vezes mil!<br />

Fala-nos sobre o texto do autor<br />

mexicano Mario Cantu Toscano.<br />

<strong>Exposição</strong> retrospectiva<br />

<strong>de</strong> jazz <strong>em</strong> Coimbra<br />

Para os verda<strong>de</strong>iros fãs do género,<br />

ouvir a música muitas vezes não chega.<br />

Os Encontros Internacionais <strong>de</strong><br />

Jazz <strong>de</strong> Coimbra terminaram no passado<br />

sábado, mas a organização <strong>de</strong>cidiu<br />

prolongar o evento com uma exposição<br />

retrospectiva <strong>de</strong> edições anteriores. A<br />

cargo da Câmara Municipal e do Jazz<br />

ao Centro Clube, a mostra já <strong>em</strong> exibição<br />

no Teatro Académico <strong>de</strong> Gil Vicente<br />

mantém-se naquele espaço <strong>até</strong> ao<br />

próximo dia 30 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro.<br />

Na segunda parte dos Encontros (a<br />

primeira <strong>de</strong>correu há alguns meses),<br />

entre 2 e 4 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro, tocaram os<br />

portugueses Quinteto Mário Santos –<br />

que gravaram o espectáculo ao vivo<br />

É a história <strong>de</strong> uma geração acabada,<br />

que nunca chegou a começar. De<br />

três amigos entre os 20 e os 30 anos<br />

que viajam juntos e não chegam a<br />

lado nenhum. Num espanhol perceptível<br />

por qualquer português, os actores<br />

dialogam sobre a falta <strong>de</strong> esperança<br />

no futuro e o <strong>de</strong>sconsolo<br />

quando olham para o passado (o<br />

México é um país muito marcado<br />

pela corrupção).<br />

para posterior edição discográfica –,<br />

<strong>de</strong>pois o pianista al<strong>em</strong>ão Kuhn e o baterista<br />

francês Humair, acompanhados por<br />

Chevillon no contrabaixo, e por fim o<br />

guitarrista húngaro Gábor Gadó e a<br />

banda com que se projectou no lado<br />

oci<strong>de</strong>ntal da Europa.<br />

Não é um pouco <strong>de</strong>rrotista?<br />

Sim, mas o autor traz situações humorísticas<br />

para amenizar esse clima<br />

pesado. E a minha encenação sublinha<br />

esse lado cómico. B<strong>em</strong> como a i<strong>de</strong>ia<br />

<strong>de</strong> que aquelas personagens podiam<br />

ser qualquer um <strong>de</strong> nós. A confrontação<br />

do público com a não acção dos<br />

actores po<strong>de</strong> ajudar aqueles que sent<strong>em</strong><br />

a mesma <strong>de</strong>silusão e uma certa<br />

apatia a ver<strong>em</strong>-se <strong>de</strong> fora e <strong>até</strong> a<br />

melhorar.<br />

Porquê este título, O Hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong><br />

Adjectivos?<br />

O autor fez uma adaptação do nome <strong>de</strong><br />

outra obra, O Hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> Atributos (<strong>de</strong><br />

Musil).<br />

Dado o enredo da história, podia<br />

reescrever-se O Hom<strong>em</strong> s<strong>em</strong> Objectivos?<br />

Vai nessa linha, mas penso que não existe<br />

ninguém assim tão inclassificável.<br />

Todos t<strong>em</strong>os algum objectivo, atributo ou<br />

adjectivo que nos <strong>de</strong>finam. Sejam bons<br />

ou maus!<br />

Dê um motivo aos estudantes do ensino<br />

superior para vir<strong>em</strong> assistir a esta<br />

peça.<br />

Os três actores percorreram mais <strong>de</strong><br />

nove mil quilómetros para a fazer<strong>em</strong>:<br />

para qu<strong>em</strong> está <strong>em</strong> <strong>Lisboa</strong>, 20 minutos<br />

<strong>até</strong> à Casa d’Os Dias da Água não custa<br />

nada.<br />

GANHA!!<br />

O MU t<strong>em</strong> 4 CONVITES DUPLOS PARA A<br />

PEÇA ABERTURA FÁCIL, dia 15 <strong>de</strong><br />

Nov<strong>em</strong>bro, no Teatro Lethes, <strong>em</strong> Faro, às<br />

21h30.<br />

Para concorreres respon<strong>de</strong> à seguinte pergunta:<br />

Qual o nome do encenador <strong>de</strong>sta peça?<br />

Envia a resposta com o teu nome e BI para<br />

passat<strong>em</strong>po@mundouniversitario.pt, <strong>até</strong> às<br />

13 horas do dia 15 <strong>de</strong> Nov<strong>em</strong>bro. Os vencedores<br />

serão notificados por e-mail e a listag<strong>em</strong><br />

publicada <strong>em</strong> http://mundouniversitário.blogspot.com


6 NOVEMBRO 2006 | 13<br />

[ acontece ]<br />

FAT FREDDY<br />

«Este é um disco<br />

mais espacial»<br />

Projecto típico dos novos t<strong>em</strong>pos e das<br />

novas tecnologias, os Fat Freddy<br />

distingu<strong>em</strong>-se pela in<strong>de</strong>pendência<br />

criativa e por um experimentalismo s<strong>em</strong><br />

concessões. Saudável ex<strong>em</strong>plo da nova<br />

geração <strong>de</strong> músicos portugueses, fica a<br />

conversa com o duo portuense no<br />

momento <strong>em</strong> que lançam o homónimo<br />

segundo álbum.<br />

| POR DIOGO TORGAL FERREIRA | DTORGAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

| Filme |<br />

The Departed<br />

– Entre Inimigos<br />

Só peso-pesados. É um dos momentos<br />

cin<strong>em</strong>atográficos mais aguardados do ano.<br />

O Mestre Scorsese, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> alguns filmes<br />

que (talvez) tenham fugido aos t<strong>em</strong>as chaves<br />

da sua filmografia, regressa a terrenos<br />

que, mais que conhecer b<strong>em</strong>, ajudou a<br />

re<strong>de</strong>finir para o cin<strong>em</strong>a mo<strong>de</strong>rno. Numa<br />

adaptação livre do celebrado filme <strong>de</strong> Hong-<br />

-Kong Internal Affairs (<strong>de</strong> Alan Mak e<br />

Andrew Lau Wai Keung), o realizador, que<br />

esteve para ser padre, disserta sobre questões<br />

como lealda<strong>de</strong>, re<strong>de</strong>nção, vida e morte,<br />

tendo s<strong>em</strong>pre como pano <strong>de</strong> fundo (mais<br />

uma vez) o submundo do crime organizado,<br />

<strong>de</strong>sta vez na cida<strong>de</strong> <strong>de</strong> Boston. Com uma<br />

equipa <strong>de</strong> actores<br />

que mais faz<br />

l<strong>em</strong>brar o plantel<br />

do Real Madrid,<br />

para muitos este<br />

filme é o melhor<br />

do realizador <strong>de</strong><br />

há 10/11 anos<br />

para cá e o <strong>de</strong>finitivo<br />

regresso<br />

<strong>de</strong> um Scorsese<br />

vintage. Imperdível.<br />

Cont<strong>em</strong>-me um pouco do vosso<br />

trajecto.<br />

Gue<strong>de</strong>s Ferreira | Os Fat Freddy<br />

surgiram <strong>em</strong> 1999. Era um projecto<br />

individual meu, e na altura concorri<br />

aos Prémios Maquete, uma<br />

coisa que havia há uns anos.<br />

Ganhei o prémio experimental e,<br />

felizmente, não era dinheiro, mas<br />

sim um concerto num festival na<br />

Guarda. Para não me apresentar<br />

ao vivo só com o laptop, <strong>de</strong>cidi<br />

reunir uma banda para fazer a performance<br />

<strong>em</strong> palco. Neste formato<br />

começámos a explorar novos<br />

caminhos e acabámos por, <strong>em</strong><br />

2003, lançar o Fanfarras <strong>de</strong> Ópio.<br />

Agora <strong>em</strong> 2006 lançámos este<br />

novo disco homónimo.<br />

A primeira sensação com que<br />

fiquei ao ouvir o vosso novo disco<br />

foi a absoluta impossibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

classificação... é isso que procuram<br />

com a vossa música?<br />

Nuno Oliveira | Graças a Deus<br />

(risos)...<br />

GF | É uma coisa que nos agrada<br />

mas, para além <strong>de</strong> não ser nada<br />

intencional, é algo que só nos<br />

aperceb<strong>em</strong>os quando o produto<br />

está acabado. Tanto <strong>em</strong> ensaios<br />

como na composição, não faz<strong>em</strong>os<br />

qualquer tipo <strong>de</strong> juízos <strong>de</strong><br />

valor ou adjectivos para classificar<br />

o que quer que seja.<br />

NO | Não há qualquer tipo <strong>de</strong><br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> conceitos ou<br />

coerência da nossa parte.<br />

Como <strong>de</strong>screveriam o disco a<br />

alguém que nunca o ouviu?<br />

GF | As músicas <strong>de</strong>ste disco foram<br />

criadas num registo muito s<strong>em</strong>elhante<br />

a um diário. Des<strong>de</strong> o Fanfarras<br />

<strong>de</strong> Ópio que t<strong>em</strong>os feito o<br />

somatório das nossas vivências<br />

<strong>de</strong>s<strong>de</strong> 2003 a 2006. É esse o produto<br />

<strong>de</strong>ste disco. Nos últimos t<strong>em</strong>pos,<br />

tiv<strong>em</strong>os umas vivências mais<br />

cruas, mais terra a terra e o produto<br />

final talvez tenha saído mais distorcido<br />

e mais cru.<br />

NO | Este é um disco mais espacial.<br />

Como surge a i<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> fazer um<br />

cover dos Kraftwerk?<br />

GF | Eu acho que n<strong>em</strong> sequer fiz<strong>em</strong>os<br />

uma escolha. Estávamos a<br />

ensaiar e num daqueles momentos<br />

<strong>de</strong> completa <strong>de</strong>scontracção,<br />

no meio da jam session, lá surgiu<br />

o The Mo<strong>de</strong>l e começámos a<br />

explorar a música. Gostámos do<br />

resultado e ficou.<br />

NO | N<strong>em</strong> sequer fomos buscar o<br />

álbum à prateleira para ouvir <strong>de</strong><br />

novo o original para perceber os<br />

ritmos e os t<strong>em</strong>pos. N<strong>em</strong> uma vez.<br />

Houve zero <strong>de</strong> estudo. Foi muito<br />

natural.<br />

Como é que o disco t<strong>em</strong> sido recebido?<br />

NO | No primeiro disco, as pessoas<br />

engatavam logo na música ao primeiro<br />

impacto. Agora, como o<br />

álbum é mais ru<strong>de</strong>, acho que o<br />

ouvinte t<strong>em</strong> <strong>de</strong> dar t<strong>em</strong>po ao disco,<br />

<strong>de</strong> ouvi-lo mais do que uma vez.<br />

Para mim, isso <strong>até</strong> é interessante...<br />

o facto <strong>de</strong> não ser um produto <strong>de</strong>scartável,<br />

que t<strong>em</strong> <strong>de</strong> ser percebido.<br />

A componente ví<strong>de</strong>o para vocês é<br />

importantíssima, não é verda<strong>de</strong>?<br />

GF | O fio condutor do disco compreen<strong>de</strong>-se<br />

melhor ao vivo porque<br />

há essa componente <strong>de</strong> imag<strong>em</strong>. A<br />

mensag<strong>em</strong>, se a houver, passa<br />

melhor com as imagens <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o.<br />

Para além disso, a nossa música<br />

s<strong>em</strong>pre teve algo a ver com bandas<br />

sonoras. Para este disco,<br />

como t<strong>em</strong> muito a ver com ficção<br />

científica, fomos buscar filmes do<br />

género.<br />

NO | Nós ao vivo acabamos por<br />

funcionar como um filme-concerto.<br />

Ao vivo, o ví<strong>de</strong>o é o nosso<br />

vocalista... é importantíssimo.<br />

| Ficha técnica |<br />

Realização: Martin Scorsese.<br />

Elenco: Leonardo DiCaprio, Matt Damon,<br />

Jack Nicholson, Mark Wahlberg.<br />

| Disco |<br />

Moby<br />

Go – the very best<br />

of Moby<br />

13 valores!<br />

As leis do mercado<br />

discográfico são<br />

implacáveis. Depois <strong>de</strong> uma carreira muitíssimo<br />

b<strong>em</strong> sucedida, que o transportou <strong>de</strong><br />

um posicionamento mais un<strong>de</strong>rground para<br />

o mainstream <strong>de</strong> massas (com especial<br />

<strong>de</strong>staque para os best-sellers Play, 18 e<br />

Hotel), Richard Melville Hall aka Moby lança<br />

agora a inevitável colectânea <strong>de</strong> sucessos.<br />

Como mandam as regras <strong>de</strong> um best off<br />

digno <strong>de</strong>sse nome, todo um trajecto é con<strong>de</strong>nsado<br />

<strong>em</strong> uma dúzia <strong>de</strong> mega-hits do<br />

respectivo autor, oferece-se um single inédito<br />

(o da vez, New York, New York, com a<br />

participação da iconográfica Debbie Harry) e<br />

inclu<strong>em</strong>-se algumas r<strong>em</strong>ixes <strong>de</strong> t<strong>em</strong>as já<br />

editados. Para qu<strong>em</strong> não conhece a obra do<br />

nova-iorquino, po<strong>de</strong> ser um ritual <strong>de</strong> iniciação<br />

interessante. Para qu<strong>em</strong> conhece o seu<br />

trabalho, é impossível escapar ao sentimento<br />

<strong>de</strong> redundância.


<strong>14</strong> | 6 NOVEMBRO 2004<br />

[ sexualida<strong>de</strong> ]<br />

VIH/SIDA é um dos <strong>de</strong>safios do milénio<br />

Apelo a uma<br />

SEXUALIDADE<br />

SEGURA<br />

«Inverter a tendência <strong>de</strong><br />

propagação do VIH/SIDA»,<br />

a par <strong>de</strong> outros tantos<br />

<strong>de</strong>safios como reduzir<br />

para meta<strong>de</strong> a pobreza<br />

ou fornecer água potável<br />

e educação a todos são os<br />

chamados “Objectivos do<br />

Milénio”. Presentes na<br />

Declaração do Milénio –<br />

documento resultante da Cimeira<br />

do Milénio promovida <strong>em</strong><br />

Set<strong>em</strong>bro <strong>de</strong> 2000 pelo<br />

secretário-geral das Nações<br />

Unidas, Kofi Annan, que contou<br />

com a presença <strong>de</strong> <strong>14</strong>7 chefes <strong>de</strong><br />

Estado e <strong>de</strong> Governo <strong>de</strong> 191<br />

países – são barómetros <strong>de</strong><br />

actuação social e política. A<br />

propósito do VIH/SIDA aqui ficam<br />

as respostas prontas a perguntas<br />

legítimas.<br />

| MUNDO @MUNDOUNIVERSITARIO.PT* |<br />

O que é a sida?<br />

A sida (Síndrome da Imuno<strong>de</strong>ficiência<br />

Adquirida) é uma doença causada<br />

pelo VIH (Vírus da Imuno<strong>de</strong>ficiência<br />

Humana) e relaciona-se com<br />

a <strong>de</strong>gradação progressiva do sist<strong>em</strong>a<br />

imunitário, po<strong>de</strong>ndo ter vários<br />

anos <strong>de</strong> evolução. Só é diagnosticada<br />

quando aparec<strong>em</strong> doenças oportunistas<br />

(doenças que normalmente<br />

não atacam o sist<strong>em</strong>a imunitário<br />

saudável) ou quando <strong>de</strong>terminadas<br />

análises clínicas têm valores alterados.<br />

O que é o VIH?<br />

O VIH (Vírus da Imuno<strong>de</strong>ficiência<br />

Humana) ataca e <strong>de</strong>strói o sist<strong>em</strong>a<br />

imunitário do nosso organismo, ou<br />

seja, <strong>de</strong>strói os mecanismos <strong>de</strong> <strong>de</strong>fesa<br />

que nos proteg<strong>em</strong> das doenças.<br />

Um indivíduo infectado pelo VIH revela-se<br />

progressivamente débil, frágil,<br />

po<strong>de</strong>ndo contrair ou <strong>de</strong>senvolver<br />

infecções muito variadas ou mesmo<br />

<strong>de</strong>senvolver certos tipos <strong>de</strong> cancro.<br />

Este vírus po<strong>de</strong> permanecer “adormecido”<br />

no organismo s<strong>em</strong> manifestar<br />

sinais e sintomas durante muito t<strong>em</strong>po.<br />

Neste período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po, os indivíduos<br />

infectados com VIH são <strong>de</strong>signados<br />

<strong>de</strong> seropositivos.<br />

Como prevenir o contágio?<br />

A infecção po<strong>de</strong> ser prevenida:<br />

– Utilizando o preservativo, masculino<br />

ou f<strong>em</strong>inino, <strong>em</strong> todas as relações<br />

sexuais que impliqu<strong>em</strong> a passag<strong>em</strong><br />

<strong>de</strong> fluidos corporais <strong>de</strong> um parceiro<br />

para outro;<br />

– Não partilhando objectos cortantes,<br />

agulhas ou seringas.<br />

Como saber se está infectado?<br />

O diagnóstico faz-se a partir <strong>de</strong> análises<br />

sanguíneas específicas para o VIH.<br />

Esta análise <strong>de</strong>tecta os anticorpos que<br />

o sist<strong>em</strong>a imunitário do organismo produz<br />

contra o vírus ou mesmo o próprio<br />

vírus.<br />

Quando é que se po<strong>de</strong> fazer o<br />

teste do VIH?<br />

A colheita <strong>de</strong> sangue para o teste <strong>de</strong>ve<br />

ser efectuada apenas 3 a 10 s<strong>em</strong>anas<br />

após um contacto <strong>de</strong> risco, não po<strong>de</strong>ndo<br />

existir uma certeza sobre os resultados<br />

nos primeiros três meses após o<br />

contágio. As primeiras análises a uma<br />

pessoa infectada pelo vírus pod<strong>em</strong> dar<br />

um resultado negativo se o contágio foi<br />

recente. O período <strong>de</strong> t<strong>em</strong>po <strong>em</strong> que a<br />

pessoa foi infectada pelo VIH, mas não<br />

lhe são <strong>de</strong>tectados quaisquer anticorpos<br />

chama-se “período <strong>de</strong> janela”. É<br />

por estas razões que, na dúvida, o teste<br />

<strong>de</strong>ve ser repetido passados três meses.<br />

E se o resultado do teste for<br />

positivo, qual é o melhor<br />

tratamento?<br />

Por agora, a cura <strong>de</strong>finitiva não existe.<br />

Medicamentos e acompanhamento<br />

regular <strong>de</strong> âmbito médico e psicológico<br />

são o melhor tratamento. Mas, porque a<br />

luta contra a sida não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> só da<br />

ciência, o sujeito infectado <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

muito apoio e carinho por parte daqueles<br />

que o ro<strong>de</strong>iam. De uma forma geral,<br />

todos precisamos <strong>de</strong> informação, educação<br />

e PREVENÇÃO!<br />

*com o apoio da Associação para o Planeamento<br />

da Família e Comissão Nacional <strong>de</strong><br />

Luta Contra a Sida – www.apf.pt<br />

E<br />

lipse<br />

do sexo<br />

Ricardo Gomes Martins<br />

Rmartins@mundouniversitario.pt<br />

Se eu fosse…<br />

D<strong>em</strong>os um jantar <strong>em</strong> nossa casa<br />

para um grupo <strong>de</strong> amigos, a Maria<br />

tinha <strong>de</strong>cidido convidar uma colega<br />

<strong>de</strong> trabalho. Por mim tudo b<strong>em</strong>!<br />

Quando chegou, observei-a atentamente,<br />

era uma mulher igual a tantas<br />

outras, que podia muito b<strong>em</strong> passar<br />

<strong>de</strong>spercebida, não fosse o respirar<br />

dos seus poros. Emanavam sexo!<br />

Despertou-me a curiosida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

saber o porquê da sua presença <strong>em</strong><br />

minha casa. Questionei-me <strong>de</strong> on<strong>de</strong><br />

vinha, on<strong>de</strong> estava e para on<strong>de</strong> ia.<br />

Percebi à partida pelo jeito <strong>de</strong> ser<br />

que tínhamos algo <strong>em</strong> comum;<br />

ambos gostávamos <strong>de</strong> mulheres. A<br />

i<strong>de</strong>ia agradou-me e quis aprofundar<br />

mais o t<strong>em</strong>a, conduzi a conversa<br />

nesse sentido e cada vez que entravam<br />

na cozinha garrafas <strong>de</strong> vinho tinto<br />

vazias, maior era a abertura <strong>de</strong><br />

espírito <strong>de</strong>la. Acabámos por ficar os<br />

três, eu, a Maria e ela. A conversa<br />

durou <strong>até</strong> <strong>de</strong> madrugada. Já era tar<strong>de</strong><br />

e o nível <strong>de</strong> <strong>em</strong>briaguez era elevado.<br />

Acabou por ficar a dormir lá <strong>em</strong><br />

casa. A meio da noite, quando me<br />

levantei para beber água, noto a<br />

ausência da Maria na cama, nada <strong>de</strong><br />

mais. O melhor foi quando a encontrei<br />

enroscada na colega <strong>de</strong>la no meu<br />

sofá. Maravilhoso! B<strong>em</strong> que nessa<br />

noite tentei uma aproximação <strong>de</strong> acasalamento,<br />

mas Maria negou, acusando<br />

cansaço… o <strong>de</strong> s<strong>em</strong>pre!<br />

A partir daquela noite, a nossa relação<br />

nunca mais voltou a ser a<br />

mesma. Fui notando o súbito interesse<br />

da Maria por conhecer mulheres.<br />

Entre nós, a ruína já era uma companheira.<br />

A Maria queria mulheres na<br />

cama e eu, que também gosto muito<br />

<strong>de</strong>las, fiz-lhe o favor. Trabalhei com<br />

afinco e objectivos b<strong>em</strong> traçados.<br />

Quis colocar a colega <strong>de</strong>la outra vez<br />

no sofá, mas <strong>de</strong>sta comigo. Assim<br />

foi… Maria pediu e teve. Quando nos<br />

encontrou, chorou bastante, mas<br />

ignorei por completo. Cada um t<strong>em</strong> o<br />

que merece! E eu não mereço isto.<br />

Agarrei no l<strong>em</strong>e e rumei a um porto<br />

seguro. Já vivíamos há três anos e<br />

meio e <strong>até</strong> ont<strong>em</strong> isto nunca tinha<br />

acontecido. Sei que tudo teria sido<br />

diferente se eu fosse mulher.


PUB


16 | 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ salada russa ]<br />

| Blogosfera |<br />

Steve Bell<br />

on victory in Iraq<br />

Afixe in<br />

http://www.aspirinab.weblog.com.pt<br />

Domingo, Outubro 29, 2006<br />

Sudoku<br />

| Passat<strong>em</strong>pos |<br />

Palavras cruzadas<br />

Opus Dei<br />

per<strong>de</strong><br />

no Brasil<br />

Luiz Inácio Lula da Silva foi reeleito<br />

à segunda volta presi<strong>de</strong>nte do Brasil<br />

com 61% dos votos. Geraldo Alckmin,<br />

o tal que é filho do primeiro<br />

supranumerário do Brasil e ele próprio<br />

pelo menos com fortes ligações<br />

ao Opus Dei – promove reuniões<br />

periódicas com m<strong>em</strong>bros da seita e<br />

t<strong>em</strong> um confessor da prelatura – teve<br />

menos votos que na primeira volta:<br />

apenas 39% dos votos. A separação<br />

da Igreja e do Estado, uma conquista<br />

da d<strong>em</strong>ocracia, fica assim a salvo<br />

das <strong>de</strong>predações inevitáveis que a<br />

eleição <strong>de</strong> um presi<strong>de</strong>nte ligado à<br />

mais fanática e intolerante seita da<br />

Igreja Católica implicaria. Os mais<br />

sinceros parabéns aos nossos leitores<br />

do outro lado do Atlântico!<br />

Palmira F. da Silva in<br />

http://www.ateismo.net/diario<br />

Segunda-feira, Outubro 30, 2006<br />

| Cantinho dos Media |<br />

«Dilatação auditiva, expansão mental.»<br />

Este é o carismático slogan da<br />

Rádio Zero, uma secção autónoma da<br />

Associação <strong>de</strong> Estudantes do Instituto<br />

Superior Técnico (AEIST) da Universida<strong>de</strong><br />

Técnica <strong>de</strong> <strong>Lisboa</strong>. Ricardo<br />

Reis, o “instigador cultural” da estação,<br />

dá os pormenores.<br />

| POR LINA MANSO |<br />

| LMANSO@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

Ano <strong>de</strong> estreia?<br />

Como secção autónoma da AEIST, surgiu<br />

há cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z anos. A Rádio Zero<br />

propriamente dita nasceu <strong>em</strong> Março<br />

<strong>de</strong>ste ano.<br />

On<strong>de</strong> é transmitida?<br />

A face mais visível é a internet<br />

(www.radio.ist.utl.pt). Somos ainda transmitidos<br />

no campus da Alameda e <strong>em</strong><br />

breve no Tagus Park. Paralelamente,<br />

faz<strong>em</strong>os parte <strong>de</strong> uma re<strong>de</strong> internacional<br />

<strong>de</strong> rádios com projectos similares ao nosso,<br />

a “Radia”: <strong>de</strong> dois <strong>em</strong> dois meses,<br />

difundimos um programa para todos os<br />

países m<strong>em</strong>bros (cerca <strong>de</strong> <strong>de</strong>z).<br />

Equipa?<br />

Somos aproximadamente 80 pessoas<br />

(todas num regime <strong>de</strong> voluntariado), 15<br />

das quais com responsabilida<strong>de</strong>s acrescidas.<br />

Linha editorial?<br />

No nosso manifesto salientamos que «a<br />

rádio (...) fomenta o experimentalismo e<br />

o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> obras <strong>de</strong> arte <strong>em</strong><br />

formato sonoro». Ao mesmo t<strong>em</strong>po,<br />

«intervém na socieda<strong>de</strong> através <strong>de</strong> conteúdos<br />

<strong>de</strong> cariz comunitário e <strong>de</strong> promoção<br />

<strong>de</strong> activida<strong>de</strong>s culturais», assumindo-se<br />

«como um meio <strong>de</strong> acesso do<br />

indivíduo à radiodifusão».<br />

Soluções<br />

SUDOKU<br />

PALAVRAS CRUZADAS<br />

- Pai. Alarido. 9 - Abati. Sol. 10 - Rá. Dias. 11 - Asira. Aboar.<br />

Obe<strong>de</strong>ce. Aal. 5 - SA. Usaram. 6 - Ria. Mal. 7 - Assado. Ar. 8<br />

VERTICAIS: 1 - Sapal. Calma. 2 - Acém. AT. 3 - Lar. Solto. 4 -<br />

Atolo. Rolar.<br />

Dália. 8 - Avo. Amor. Ab. 9 - Lama. Isso. 10 - Mata. Lado. 11 -<br />

Iaiá. 4 - AC. Duas. Ter. 5 - L<strong>em</strong>es. Sai. 6 - Canal. 7 - Ser.<br />

HORIZONTAIS: 1 - Selos. Apara. 2 - Abar. Abas. 3 - Páre.<br />

HORIZONTAIS: 1 – Estampilha (pl.). Limalha. 2 - Guarnecer com abas. Rebordo do<br />

chapéu (pl.). 3 - Estacione. Menina (bras.). 4 – Antes <strong>de</strong> Cristo (abrev.). F<strong>em</strong>. <strong>de</strong><br />

dois. Possuir. 5 - Aparelho com que se dirige <strong>em</strong>barcação ou avião (pl.). Transpõe. 6<br />

- Fosso ou escavação que conduz águas. 7 - Existir. Planta da família das compostas,<br />

com flores <strong>de</strong> várias formas e cores. 8 - Insignificância. Paixão. Aba<strong>de</strong> (abrev.).<br />

9 - Mistura <strong>de</strong> terra e água. Essa coisa. 10 - Arvoredo. Flanco. 11 - Atasco. Rebolar.<br />

VERTICAIS: 1 - Terra alagadiça. Serenida<strong>de</strong>. 2 - Parte do lombo do boi, entre a pá<br />

e a extr<strong>em</strong>ida<strong>de</strong> do cachaço. Antigo Testamento (abrev.). 3 - Face inferior do pão.<br />

Desagregado. 4 - Reconhece a autorida<strong>de</strong> <strong>de</strong>. Antiga porcelana do Oriente. 5 -<br />

Socieda<strong>de</strong> Anónima (abrev.). Costumaram. 6 - Espécie <strong>de</strong> albufeira. Aquilo que prejudica<br />

ou se opõe ao b<strong>em</strong>. 7 - Tostado. Atmosfera. 8 - Progenitor. Gritaria. 9 -<br />

Descontei. Estrela. 10 - Deus egípcio. Espaço <strong>de</strong> 24 horas (pl.). 11 - Sustentara.<br />

Melhorar, clarear (o t<strong>em</strong>po).<br />

Cavalos-<strong>de</strong>-batalha?<br />

Tanto o manifesto como o slogan da<br />

rádio expressam aquilo que preten<strong>de</strong><br />

conseguir. Para chegar a esses objectivos,<br />

t<strong>em</strong>os programas como o Posto <strong>de</strong><br />

Escuta (<strong>em</strong> vez <strong>de</strong> um DJ, tens sons<br />

captados do quotidiano), o Terra Pura<br />

(músicas do mundo) ou o Onda Materna”<br />

(questões relacionadas com o parto).


6 NOVEMBRO 2006 | 17<br />

[ 5.ª dimensão ]<br />

[ JOGOS ]<br />

Wii!<br />

Já jogamos na<br />

O convite partiu da Concentra e não<br />

podia ter sido melhor, digo-vos que nunca<br />

esperei assim tanto divertimento. Na<br />

apresentação tínhamos quatro Wii, cada<br />

uma com vários jogos, e subdivididas <strong>de</strong><br />

forma inteligente pela Concentra. Desta<br />

forma, comecei por jogar um jogo que<br />

nos d<strong>em</strong>onstra a panóplia <strong>de</strong> movimentos<br />

que pod<strong>em</strong>os fazer com o comando,<br />

e que fabuloso comando aquele!<br />

Dando um ex<strong>em</strong>plo <strong>de</strong> alguns dos movimentos<br />

que fiz nesta primeira fase, imagin<strong>em</strong><br />

uma vassoura apoiada na mão e<br />

sendo que o objectivo é equilibrá-la, pegam<br />

no comando e colocam-no na palma<br />

da mão, tentando equilibrar <strong>de</strong> modo<br />

que a vassoura não caia. Podia estar<br />

aqui o texto todo a falar das posições do<br />

comando.<br />

Mas vamos falar dos outros jogos. De<br />

seguida, passei para o Wii Sports, um jogo,<br />

ou melhor, vários jogos <strong>de</strong> <strong>de</strong>sporto,<br />

basebol, bowling, ténis, golfe e boxe.<br />

Agora é só imaginar<strong>em</strong> que o comando<br />

é s<strong>em</strong>pre o vosso taco <strong>de</strong> basebol, bola<br />

<strong>de</strong> bowling, raqueta <strong>de</strong> ténis, etc. No fundo,<br />

a originalida<strong>de</strong> do comando é realçada<br />

pela sua utilida<strong>de</strong> durante o jogo, já<br />

que assume a pele <strong>de</strong> vários objectos<br />

conforme a situação. Neste conjunto fica<br />

um grito <strong>de</strong> vitória, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> ter sido<br />

"humilhado" várias vezes no início a jogar<br />

contra um dos colaboradores da Nintendo,<br />

s<strong>em</strong>pre ganhei no bowling!<br />

Jogámos também um dos jogos mais<br />

aguardados para a Wii, The Legend of<br />

Zelda: Twilight Princess, no qual usamos<br />

o comando Nunchuk com o controlo<br />

base, um ligado ao outro, como já<br />

apareceu <strong>em</strong> fotos divulgadas pela Nintendo.<br />

É espantoso como eu estou a jogar ténis<br />

virtual ao mesmo t<strong>em</strong>po que faço movimentos<br />

que faria na realida<strong>de</strong> e, se pensarmos<br />

<strong>de</strong>ssa forma, pod<strong>em</strong>os consi<strong>de</strong>rar<br />

que, face às outras consolas, ao<br />

menos nesta <strong>até</strong> faz<strong>em</strong>os exercício <strong>em</strong><br />

vez <strong>de</strong> ficarmos sentados no sofá. Fiqu<strong>em</strong><br />

a conhecer este contacto com a<br />

Wii na íntegra <strong>em</strong> www.gamerstek.com.<br />

A d<strong>em</strong>o <strong>de</strong> Need for Speed: Carbon já saiu!<br />

A EA dá-nos a oportunida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

jogar a d<strong>em</strong>o <strong>de</strong> Need for Speed:<br />

Carbon e experimentar as suas novida<strong>de</strong>s.<br />

A d<strong>em</strong>o v<strong>em</strong> com um <strong>de</strong>safio<br />

Circuito e um Drift, com a possibilida<strong>de</strong><br />

<strong>de</strong> conduzirmos 3 carros diferentes<br />

que pod<strong>em</strong> ser modificados usando<br />

a tecnologia Autosculpt. Para<br />

<strong>de</strong>sbloquearmos o <strong>de</strong>safio Canyon<br />

Duel, há que ganhar nos outros dois<br />

<strong>de</strong>safios acima referidos. Não se<br />

esqueçam <strong>de</strong> passar por<br />

www.gamerstek.com para fazer<strong>em</strong><br />

o download dos 650 Mgas <strong>de</strong> d<strong>em</strong>o.<br />

PUB


18 | 6 NOVEMBRO 2006<br />

[ bar aberto ]<br />

Latada 2006<br />

O regresso<br />

18.qxp<br />

FOTO ANA BELA FERREIRA<br />

FOTO DIANA DO MAR<br />

FOTO DIANA DO MAR<br />

FOTO DIANA DO MAR<br />

Ela chegou, finalmente. Como já é tradição, lançou o alvoroço<br />

total na capital dos estudantes. Ou não fosse mais uma gran<strong>de</strong><br />

edição da Festa das Latas e Imposição <strong>de</strong> Insígnias, <strong>em</strong> Coimbra.<br />

Entre 26 e 31 <strong>de</strong> Outubro, Patrice e Orishas marcaram o<br />

ritmo internacional das noites quentes <strong>de</strong> Latada, mas a gran<strong>de</strong><br />

aposta foi “ma<strong>de</strong> in Portugal”: não faltou o toque dos GNR, a<br />

originalida<strong>de</strong> do Legendary Tiger Man, a boa onda dos Expensive<br />

Soul, o carisma dos Xutos e, enfim, a bigodaça do Quim Barreiros.<br />

Depois <strong>de</strong> seis noitadas intensas, tudo indica que a<br />

juventu<strong>de</strong> coimbrã vai precisar do ano inteiro para recuperar...<br />

| POR MARIANA SERUYA CABRAL | MCABRAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT |<br />

| FOTOS GENTILMENTE CEDIDAS POR ACABRA.NET |<br />

FOTO DIANA DO MAR<br />

FOTO ANA BELA FERREIRA<br />

FOTO CÁTIA MONTEIRO<br />

Se queres ver a festa da tua faculda<strong>de</strong> ou politécnico catapultada para a fama, arma-te <strong>em</strong> paparazzi e envia as fotos para MCABRAL@MUNDOUNIVERSITARIO.PT. Nós publicamos!


6 NOVEMBRO 2006 | 19<br />

[ bd ]<br />

Espaço coor<strong>de</strong>nado por Geral<strong>de</strong>s Lino, http://divulgandobd.blogspot.com


PUB<br />

25 MAIO 2004<br />

[ noites e

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!