Missão: Mudar o Mundo! - Mundo Universitário
Missão: Mudar o Mundo! - Mundo Universitário Missão: Mudar o Mundo! - Mundo Universitário
[ toma nota ] Queres ser delegado do Mundo Universitário e fazer a ponte entre o jornal e a tua faculdade? Manda os teus contactos e nome da tua faculdade para: delegado@mundouniversitario.pt [ play ] Eye Toy: Antigrav, há que saltar e esbracejar. Literalmente. P. 6 [ jukebox ] Post-Hit, a nova promessa da pop nacional. P. 15 [ cultura ] Descobre um cinema inovador, no Festival Internacional de Cinema. P. 17 Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 11 de Abril de 2005 | N.º 16 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt Naide Gomes Onde vai parar? P. 10 e 11 Voluntariado Jovem Missão: Mudar o Mundo! P. 4 e 5 QUINZENAL Próxima edição a 26 de Abril
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[ toma nota ]<br />
Queres ser delegado do <strong>Mundo</strong><br />
<strong>Universitário</strong> e fazer a ponte entre<br />
o jornal e a tua faculdade? Manda<br />
os teus contactos e nome da<br />
tua faculdade para:<br />
delegado@mundouniversitario.pt<br />
[ play ]<br />
Eye Toy: Antigrav,<br />
há que<br />
saltar e esbracejar.<br />
Literalmente.<br />
P. 6<br />
[ jukebox ]<br />
Post-Hit,<br />
a nova<br />
promessa<br />
da pop<br />
nacional.<br />
P. 15<br />
[ cultura ]<br />
Descobre um<br />
cinema inovador,<br />
no Festival<br />
Internacional<br />
de Cinema.<br />
P. 17<br />
Director: Gonçalo Sousa Uva | Segunda-feira, 11 de Abril de 2005 | N.º 16 | Quinzenal | distribuição gratuita | www.mundouniversitario.pt<br />
Naide Gomes<br />
Onde vai parar?<br />
P. 10 e 11<br />
Voluntariado Jovem<br />
<strong>Missão</strong>:<br />
<strong>Mudar</strong> o <strong>Mundo</strong>!<br />
P. 4 e 5<br />
QUINZENAL<br />
Próxima edição a 26 de Abril
2 | 11 ABRIL 2005<br />
[ notícias ]<br />
AE da Universidade<br />
Nova de Lisboa vítima<br />
de furto<br />
A Associação de Estudantes da Faculdade<br />
de Ciências Sociais e Humanas<br />
da Universidade Nova de Lisboa<br />
comunicou aos estudantes, no passado<br />
dia 10 de Março, em RGA, ter<br />
sido vítima de furto de um cartão de<br />
crédito. O roubo ocorreu por volta de<br />
15 de Janeiro e a quantia despendida<br />
com o cartão ascende aos 8.289,99<br />
euros. A direcção achou pouco prudente<br />
comunicar o ocorrido mais cedo<br />
aos estudantes, uma vez que a situação<br />
tinha sido denunciada à PSP.<br />
Sabe-se que o processo já está no<br />
Ministério Público e que a AE decidiu<br />
instalar um cofre-forte. Entretanto,<br />
durante o mês de Março, foram-se<br />
demitindo vários membros da mesa<br />
da RGA e da direcção da AE, levando<br />
à queda dos dois organismos. Na<br />
carta de demissão que apresentou,<br />
Mafalda Serrasqueiro (ex-membro da<br />
Direcção) explicou que as «situações<br />
suspeitas ao longo do mandato» culminaram<br />
com «o roubo do cartão,<br />
bem como desaparecimentos sucessivos<br />
de quantias consideráveis de<br />
dinheiro». Na sua generalidade, todos<br />
alegam «falta de confiança»,<br />
«desmotivação e descontentamento»<br />
e «falta de condições para prosseguir<br />
o trabalho». As próximas eleições estão<br />
previstas para 19 de Maio.<br />
Jornadas tecnológicas<br />
de Engenharia Química<br />
Painel de Ouro<br />
A Faculdade de Ciência e Tecnologia<br />
da Universidade Nova de Lisboa preparou<br />
para os dias 11 e 12 de Abril<br />
um conjunto de actividades que pretendem<br />
fomentar a inovação e a<br />
competitividade em Engenharia. Empreendorismo<br />
e Indústria, Empresas<br />
e Conhecimento e Inovação ao Nível<br />
da Aplicação informática são os temas<br />
para o primeiro dia. A 12, logo<br />
pela manhã, haverá um colóquio sobre<br />
Inovação de base Científica e o<br />
tema da tarde será a Investigação<br />
em Saúde e Vida. Da lista de intervenientes<br />
constam mais de 20 professores<br />
e engenheiros representantes<br />
de diversas instituições e universidades.<br />
A organização contava ainda<br />
com a presença do primeiro-ministro,<br />
José Sócrates, mas o MU não conseguiu<br />
ter a confirmação antes do fecho<br />
desta edição.<br />
Jornadas de Gestão<br />
de Recursos Humanos<br />
O Auditório Agostinho da Silva, da<br />
Universidade Lusófona de Humanidades<br />
e Tecnologias de Lisboa, vai<br />
receber a V Jornada de Gestão de<br />
Recursos Humanos, entre 19 e 20<br />
de Abril. Sob o tema “Os novos desafios<br />
de Recursos Humanos no séc.<br />
XXI”, o evento tem um preço de inscrição<br />
de 7,50 euros. Os participantes<br />
têm direito a um certificado de<br />
presença e a vários prémios que serão<br />
oferecidos durante as jornadas,<br />
mas há um limite de 213 inscrições,<br />
que já estão a decorrer. O dia 19 vai<br />
começar com uma conferência sobre<br />
o Estado de Arte dos RH, seguida de<br />
uma Avaliação de Desempenho.<br />
Após o almoço, serão discutidas as<br />
novas Ferramentas de Gestão e a<br />
Formação dos RH. E o dia 20 será<br />
dedicado aos temas de Gestão de<br />
Talentos nas Organizações e Trabalho<br />
na Sociedade de Informação.<br />
Ainda antes do almoço serão encerradas<br />
as Jornadas, com a presença<br />
não confirmada do reitor da Universidade.<br />
Concurso <strong>Universitário</strong><br />
A PME Investimentos está a patrocinar<br />
um concurso de Trabalhos de Investigação<br />
sobre “Empreendorismo e<br />
Capital de Risco”, destinado a docentes<br />
e estudantes universitários. A Associação<br />
Portuguesa de Capital de<br />
Risco e de Desenvolvimento, a Gesventure<br />
e a Abreu Cardigos & Associados<br />
são as entidades responsáveis<br />
pela iniciativa, cujo prazo para<br />
candidaturas termina a 29 de Abril.<br />
O vencedor receberá 1000 euros e<br />
um estágio de um mês. O formulário<br />
está disponível em www.gesventure.pt/concuniversitariocr,<br />
mas será<br />
retirado assim que o número de candidaturas<br />
chegar aos 50. Os trabalhos<br />
devem ser entregues até 14 de<br />
Outubro e serão avaliados por um júri<br />
de 5 membros. A 5 de Novembro<br />
decorre a cerimónia de entrega dos<br />
prémios. Os três primeiros classificados<br />
têm direito à publicação dos trabalhos<br />
e do CV em cada um dos sites<br />
dos promotores do concurso.<br />
Carta ao Ministro<br />
do Ensino Superior<br />
Desta vez foi a Associação de Estudantes<br />
do Instituo Superior Técnico<br />
que resolveu escrever ao ministro da<br />
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior<br />
para tentar obter «resposta àquelas<br />
que são as nossas maiores preocupações».<br />
Do documento constam quatro<br />
grandes questões sobre as quais o<br />
discurso do governo tem sido «vago<br />
ou mesmo inexistente»: vai ou não<br />
existir financiamento efectivo ao segundo<br />
ciclo; para quando a implementação<br />
efectiva do Processo de Bolonha<br />
e qual o incentivo que será dado<br />
às escolas para a realização deste<br />
processo; está ou não garantida a representatividade<br />
dos estudantes e<br />
porque não se fala em paridade; e<br />
quem deve ser o responsável pela fixação<br />
do valor das propinas? Finalmente,<br />
a AEIST pede para ser recebida<br />
pelo ministro e salienta que apenas<br />
9% dos portugueses entre os 25 e os<br />
64 anos completou o Ensino Superior.<br />
Dádivas de sangue<br />
nas universidades<br />
A Universidade do Minho e a de Lisboa<br />
têm em marcha uma campanha<br />
para dádivas de sangue e recolhas de<br />
sangue para análise de medula. A acção<br />
é organizada pela Associação de<br />
Gestores do Desporto no Ensino Superior<br />
em colaboração com o Instituto<br />
Português do Sangue e os Serviços de<br />
Acção Social das Instituições de Ensino<br />
Superior. Na Universidade do Minho,<br />
decorre a 12 e 14 de Abril, nos Pavilhões<br />
desportivos de Gualtar e Azurém,<br />
respectivamente. Em Lisboa, será nos<br />
dias 14 e 15 na sala de Fitness da universidade,<br />
sempre das 9hs às 18hs.<br />
Agenda Universitária<br />
UNIVERSIDADE DE COIMBRA<br />
20 de Abril | Act Local, Think Global –<br />
Por um mundo melhor: os 3 R’s<br />
UNIVERSIDADE CATÓLICA BRAGA<br />
20 de Abril | Colóquio de Homenagem a Amadeu<br />
Torres: Gramática e Humanismo<br />
COIMBRA<br />
De 23 a 25 de Abril | ENEI 2005 – Encontro<br />
Nacional de Estudantes de Informática<br />
FACULDADE DE CIÊNCIAS<br />
DA UNIVERSIDADE DE LISBOA<br />
23 a 25 de Abril | II Encontro Nacional de<br />
Estudantes Bioquímicos – ENeBIOQ<br />
UNIVERSIDADE DO ALGARVE<br />
28 e 29 de Abril | Road Show Universidades<br />
UNIVERSIDADE DE AVEIRO<br />
29 de Abril | Associações e Agências - que papel<br />
no desenvolvimento da Inovação?<br />
UNIVERSIDADE NOVA DE LISBOA<br />
29 de Abril | A linguagem e o cérebro: o<br />
contributo das afasias para a representação da<br />
linguagem no cérebro<br />
INSTITUTO SUPERIOR<br />
DE GESTÃO – LISBOA<br />
21 de Abril a 30 de Novembro |<br />
Serões de Marketing do ISG<br />
UNIVERSIDADE DO ALGARVE<br />
1 de Abril a 7 de Maio | Curso de<br />
Especialização em Gestão da Performance nas<br />
Organizações Modernas<br />
O <strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> deve-se também ao apoio e contributo das marcas apresentadas no Painel de Ouro.<br />
UNIVERSIDADE LUSÓFONA DE<br />
HUMANIDADES E TECNOLOGIAS,<br />
LISBOA<br />
1 a 8 de Maio | Memos VIII<br />
Ficha Técnica: Título registado no I.C.S. sob o nº 124469 | Propriedade: Moving Media Publicações Lda | Empresa nº 223575 | Matrícula nº 10138 da C.R.C. de Lisboa | NIPC 507159861 | Conselho de Gerência: António Stilwell Zilhão; Francisco Pinto Barbosa; Gonçalo Sousa Uva | Chefe de Redacção: Raquel Louçã Silva | Colaboradores:<br />
Alexandre Nobre, Ana Deslandes; Diogo Torgal Ferreira, Geraldes Lino, João Tomé, Miguel Aragão, Patrícia Salvador, Martim d’Araújo Jorge, Zé Manel. | Projecto Gráfico: Sara del Rio | Paginação: Joana Túlio | Revisão: Adriana Duarte Sá | Ilustradores: André Laranjinha, Bruno Franquet e Carlos Pontes | Sede Redacção: Estrada<br />
da Outurela nº 118 Parque Holanda Edifício Holanda 2790-114 Carnaxide | Tel: 21 416 92 10 | Fax: 21 416 92 27 | Tiragem: 35 000 | Periodicidade: Quinzenal | Distribuição: Gratuita | Impressão: Lisgráfica, Impressão e Artes Gráficas, S.A; Morada: Casal Sta. Leopoldina – Queluz de Baixo 2745 Barcarena; ISSN 1646−1649.
4| 11 ABRIL 2005<br />
[ flash ]<br />
Voluntariado Jovem<br />
<strong>Missão</strong>:<br />
“Muitas coisas pequenas, em muitos<br />
lugares pequenos, feitas por muita gente pequena,<br />
podem transformar o <strong>Mundo</strong>” é o lema de<br />
muitos que fazem voluntariado. Nesse grupo contam-se<br />
muitos jovens universitários. Aceitaram o<br />
desafio e usam a sua liberdade para ajudar os “esquecidos”<br />
da sociedade. Testemunhos, um em<br />
Portugal outro mais internacional, a que o MU não<br />
ficou indiferente. | por Patrícia Salvador<br />
O lema da última campanha do<br />
Banco Alimentar contra a Fome (BA) dizia:<br />
«Muita gente ignora que há milhares de portugueses<br />
que continuam a passar fome.»<br />
Ana Branco, com 22 anos e no segundo do<br />
curso de Serviço Social, na Católica, não é<br />
uma dessas pessoas. Foi nessa campanha<br />
que colaborou pela primeira vez com o BA,<br />
mas antes já tinha feito «voluntariado de<br />
sem-abrigo durante 6 anos» e apenas não<br />
se compromete mais porque, afirma: «não<br />
tenho tempo.» De qualquer forma, vai voltar<br />
a participar em mais uma campanha nos<br />
próximos dias 7 e 8 de Maio e acha que «o<br />
sonho de toda a gente que faz voluntariado<br />
é que o <strong>Mundo</strong> seja um bocadinho melhor».<br />
Acredita, no entanto, que aqueles que não<br />
fazem, «estão sensibilizados, mas talvez o<br />
dia-a-dia, a falta de tempo e o stress os impeça<br />
de colaborar. Se calhar até acham que<br />
já não há nada a fazer».<br />
Em Portugal, uma forma simples de combater<br />
a fome tem sido levada a cabo pelo<br />
Banco Alimentar Contra a Fome. Simples,<br />
mas difícil. A Federação conta com 10 mil<br />
voluntários, sem os quais não conseguiria<br />
alimentar as mais de 200 mil pessoas que<br />
recebem a preciosa ajuda. O processo consiste<br />
em, duas vezes por ano, reunir o número<br />
de voluntários suficientes para cobrir<br />
500 estabelecimentos comerciais do país.<br />
Cada pessoa que vai às compras recebe<br />
um saco destes voluntários, onde é convidado<br />
a colocar bens alimentares para entregar<br />
à saída. Apenas um fim-de-semana<br />
faz a diferença para as famílias pobres que<br />
recebem depois aquilo que é, muitas vezes,<br />
a sua única forma de sustento.<br />
É claro que o trabalho dos voluntários não<br />
acaba ali. Há a recolha, o transporte, a organização<br />
nos armazéns do BA e a posterior<br />
entrega das toneladas de alimentos recolhidos.<br />
A instituição funciona diariamente,<br />
entre as 9hs e as 18hs.<br />
O chefe dos voluntários, Delfim Domingos,<br />
esclarece: «só se podem inscrever para voluntariado,<br />
jovens com mais de 14 anos e a<br />
<strong>Mudar</strong> o <strong>Mundo</strong>!<br />
faixa etária que predomina nas campanhas<br />
vai dos 18 aos 24 anos». Destes, «cerca de<br />
1500 são estudantes universitários». É que<br />
o BA «envia convites para as associações<br />
de estudantes, universidades e faculdades»<br />
e a partir daí «algumas organizam-se em<br />
grupos».<br />
| Viajar para ajudar |<br />
O Instituto Português da Juventude (IPJ),<br />
em estreita colaboração com a União Europeia,<br />
são os primeiros a fomentar a participação<br />
de jovens no voluntariado. O programa<br />
Juventude foi criado em 1996 para<br />
permitir que jovens entre os 18 e os 25<br />
anos, com residência na UE, prestem o seu<br />
contributo social, ao mesmo tempo que se<br />
auto-valorizam, através de uma vivência<br />
temporária em serviço comunitário noutro<br />
país. É uma oportunidade sem quaisquer<br />
custos para o voluntário, já que é totalmente<br />
financiada pela União Europeia. De acordo<br />
com Luís Mouta, responsável pelo acolhimento<br />
de jovens estrangeiros em<br />
Portugal, «é preciso é não confundir isto<br />
com estágio, mas hoje em dia a experiência<br />
internacional pesa muito. Neste caso, tratam-se<br />
de experiências interculturais, de solidariedade<br />
para uma comunidade diferente».<br />
Para participar é necessário estabelecer<br />
contacto com uma associação com fins não<br />
lucrativos e com o IPJ. Por isso, escolhe-se<br />
a organização de destino através de uma<br />
base de dados na Internet que está aprovada<br />
pela Comissão Europeia, pois apenas<br />
as organizações certificadas podem receber<br />
voluntários de outros países. E apresenta-se<br />
depois o projecto ao IPJ. No fundo,<br />
trata-se de uma relação entre duas<br />
associações (uma nacional outra internacional)<br />
e um jovem, mediada pelo IPJ.<br />
Raquel Gadarês, responsável pelo envio de<br />
jovens para o estrangeiro, afirma que «há<br />
jovens com visão que tentam negociar com<br />
as universidades para fazerem a monografia<br />
sobre algo do país para onde vão, mas<br />
há quem faça o voluntariado por uma op-
ção pessoal». Em Portugal o projecto não<br />
é muito divulgado, mas o número de voluntários<br />
tem aumentado de ano para ano. Em<br />
2004 foram enviados 68 jovens para o estrangeiro,<br />
aumentando para 300 aqueles<br />
que já usufruíram do programa. Por sua<br />
vez, só no último ano, Portugal recebeu<br />
170 voluntários. «Temos barreiras culturais»,<br />
admite Raquel, «o jovem ainda é<br />
orientado no sentido de estudar, ir para a<br />
universidade, arranjar emprego e casar. É<br />
uma questão de mentalidade, mas que parece<br />
estar a mudar».<br />
| Em Barcelona por uma boa causa |<br />
Ao abrigo do programa, qualquer jovem pode<br />
ter a oportunidade de viver noutro país<br />
durante 6 a 12 meses, ter aulas para<br />
aprender outra língua, ajudar quem precisa,<br />
viver sem custos e ainda ter algum dinheiro<br />
no bolso para gastos pessoais. Não<br />
se trata de um emprego nem se recebe um<br />
ordenado, mas nada paga a experiência.<br />
Que o diga Ana Luísa Sousa, de 23 anos e<br />
licenciada em Relações Internacionais, pela<br />
Universidade do Minho. Foi lá que teve<br />
conhecimento deste projecto: «o núcleo de<br />
estudantes de R.I. organiza colóquios para<br />
os 4. os anos e no meu ano<br />
foi sobre ajuda humanitária.<br />
O IPJ deu-nos a sugestão e fiquei com<br />
a ideia naquilo. Tinha uma vontade imensa<br />
de sair e conhecer outras coisas.»<br />
Em Junho de 2004 partiu para Barcelona,<br />
onde viveu seis meses. A sua experiência<br />
foi «na Barcelona Voluntária, ligada aos<br />
media de massas e programas de juventude.<br />
Eu era auxiliar em tarefas administrativas<br />
e fazia a divulgação do voluntariado<br />
em geral». Agora tem o seu emprego na<br />
Nós, associação portuguesa que a “enviou”<br />
e que trabalha para minorar as carências<br />
da região de Braga. «A Nós deixou-me à<br />
vontade», conta Ana, «e comecei a ir lá<br />
muitas vezes fazer voluntariado, ainda antes<br />
de ir para Barcelona». Por isso, «quando<br />
voltei convidaram-me para trabalhar<br />
com eles».<br />
Mas não ficou por aqui. O IPJ oferece outra<br />
acção, posterior ao voluntariado, que se intitula<br />
“Capital Futuro”. O jovem tem a possibilidade<br />
de beneficiar de apoios financeiros<br />
para investir em si ou em acções de solidariedade<br />
da sua iniciativa. Nos próximos 7<br />
meses, a Ana vai divulgar o serviço de voluntariado<br />
europeu, através de acções um<br />
pouco por todo o país, culminando a campanha<br />
de sensibilização com um colóquio<br />
na Universidade do Minho, agendado<br />
lá para Novembro.<br />
PUB<br />
11 ABRIL 2005 | 5<br />
[ flash ]<br />
Sites relacionados<br />
www.voluntariadojovem.pt<br />
http://juventude.gov.pt<br />
http://youth.cec.eu.int/thei_en.asp<br />
http://europa.eu.int/youth<br />
Resumo da Declaração Universal sobre o voluntariado<br />
Os voluntários, inspirados na Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948 e<br />
na Convenção sobre os Direitos da Criança de 1989, consideram o seu compromisso<br />
como um instrumento de desenvolvimento social, cultural, económico e do ambiente,<br />
num mundo em constante transformação. «Todas as pessoas têm direito à liberdade<br />
de reunião e associação pacífica».<br />
O Voluntariado é uma forma de participação activa do cidadão na vida das comunidades,<br />
uma realização pessoal e solidária e uma acção organizada, no âmbito de uma<br />
associação. Contribui para dar resposta aos principais desafios da sociedade, com vista<br />
a um mundo mais justo e mais pacífico e colabora para um desenvolvimento económico<br />
e social mais equilibrado.<br />
Os voluntários, reunidos em Congresso Mundial, convidam os Estados, as Instituições<br />
Internacionais, as empresas e os meios de comunicação social a unirem-se a eles, como<br />
parceiros, para construir um ambiente internacional favorável à promoção e apoio<br />
de um voluntariado eficaz, acessível a todos, símbolo de solidariedade entre os homens<br />
e as Nações.<br />
Paris, 14 de Setembro de 1990<br />
Consulta http://gape.ist.utl.pt/voluntariado/declaracao.html
6| 11 ABRIL 2005<br />
[ play ]<br />
Tiques excêntricos<br />
Macacadas e outros gestos especialmente afectados animam o par desta quinzena. Com a câmara da<br />
128 bits da Sony em destaque, antevê-se um futuro brilhante em que são as movimentações em frente<br />
ao computador determinam o sucesso das operações. | por Miguel Aragão<br />
Eye Toy Monkey Mania | PS2<br />
Eye Toy: Antigrav | PS2 |<br />
Na sequência das anteriores bem sucedidas<br />
macacadas, os frenéticos símios de<br />
Ape Escape acabam de conquistar o direito<br />
a um jogo EyeToy. A câmara da PlayStation2<br />
continua a invocar a criatividade dos<br />
criadores da Sony. E, se em alguns jogos<br />
participa apenas como acessório (como em<br />
Isto é Futebol e Singstar), neste é periférico<br />
essencial. Ainda que Eye Toy Monkey<br />
Mania seja promovido como produto para<br />
crianças, quem já teve oportunidade de<br />
explorar as potencialidades da câmara da<br />
PS2 sabe o quanto algumas brincadeiras<br />
de miúdos também conseguem entreter<br />
graúdos.<br />
Os mais descontraídos, sem vergonha de<br />
se juntarem a um grupo de amigos para<br />
fazer algumas figuras menos sérias, com<br />
certeza não desprezarão a oportunidade de<br />
se entregarem a estas macacadas. Neste<br />
disco, manda a interacção dos participantes<br />
com os elementos que compõem a<br />
acção. A câmara projecta os movimentos,<br />
muitas vezes também a imagem do<br />
jogador no ecrã, e cada um utiliza a<br />
parte do corpo que considerar mais<br />
eficiente para levar a sua<br />
avante.<br />
Pelas casas por onde se vai passando encontram-se,<br />
entre outros, armadilhas, bónus e<br />
lojas de itens. O segredo é ir acumulando primatas,<br />
que também servem de moeda de<br />
troca para comprar ratoeiras e outros utensílios,<br />
ao longo dos 50 mini-jogos que algumas<br />
das casas do tabuleiro reservam<br />
para os jogadores.<br />
Guiar uma bola de<br />
neve por um desfiladeiro<br />
e participar<br />
em jam sessions<br />
com outros macaquinhos<br />
são tarefas<br />
que também<br />
fazem parte do<br />
pacote. Surpreendente,<br />
interactivo e colorido,<br />
Eye Toy Monkey Mania é,<br />
antes de mais, um jogo divertido.<br />
Mas não é um exclusivo<br />
“para putos” ou arriscam-se a<br />
perder uma série de hilariantes<br />
macacadas, capazes de pôr qualquer<br />
um a fazer figura de urso.<br />
Veredicto<br />
Jogabilidade – 7.4<br />
Longevidade – 7.9<br />
Gráficos – 7.0<br />
Som – 7.2<br />
TOTAL – 7.0<br />
Sem gravidade, a aposta da Harmonix não se<br />
limita a apresentar um conjunto de mini-jogos mais<br />
ou menos tresloucados. Quebra barreiras e ultrapassa as fronteiras do que<br />
até agora vinha sendo feito com recurso ao EyeToy.<br />
Em vez de projectar a imagem do jogador no ecrã, Antigrav prefere aprofundar<br />
a interacção, por meio de uma prancha que levita. É uma espécie<br />
de SSX do futuro, onde o jogador é convidado a atravessar uma série de<br />
ambientes urbanos num hoverboard – uma tábua de skate “à la Regresso<br />
ao Futuro II”, mas com dimensões de prancha de Snowboard.<br />
Precisão e rapidez no controlo da prancha são essenciais para alcançar<br />
os diversos artefactos com que nos vamos cruzando. E nem se dispensam<br />
algumas manobras tão espectaculares quanto arriscadas. Mas<br />
nada disto é novo. Impressionante é o caminho para lá chegar. A chave,<br />
para não variar, é puxar pela cabeça.<br />
| O gesto é tudo |<br />
A câmara começa por tomar nota da posição da nossa face no ecrã.<br />
Depois, regista os movimentos relativos para determinar não só a direcção<br />
como a velocidade a que circulamos. Dobrar ligeiramente os joelhos para<br />
aumentar a velocidade, e um pouco mais para activar o turbo são, por isso,<br />
movimentos essenciais aos comandos deste jogo. Tal como inclinar ligeiramente<br />
a cabeça para a esquerda e para direita, como forma de direccionar<br />
a hoverboard. Em prol da melhor prestação do mundo,<br />
tudo mexe, até os bracinhos, em variadas ocasiões.<br />
Além disso, o jogo está repleto de obstáculos a evitar, saltando<br />
ou baixando-nos. Literalmente. O mais problemático<br />
será mesmo convencer a família lá em casa de que os<br />
repetidos laivos de esquizofrenia em frente ao televisor<br />
não passam de veementes tentativas de colocar o<br />
nosso atleta no caminho das vitórias. Em último<br />
caso, utilize-se o argumento de<br />
que sempre é mais barato<br />
que o ginásio.<br />
Ou feche-se a porta do<br />
quarto à chave para evitar<br />
embaraçosas justificações.<br />
Ainda que algumas<br />
limitações técnicas lhe retirem<br />
profundidade, Antigrav<br />
leva a experiência com o<br />
EyeToy a patamares<br />
nunca antes vistos.<br />
Merece, por isso, uma<br />
menção honrosa.<br />
| Menu principal |<br />
Como prato principal<br />
serve-se<br />
uma espécie de<br />
jogo de tabuleiro<br />
com uma roleta a<br />
fazer de dados.<br />
Veredicto<br />
Jogabilidade – 7.9<br />
Longevidade – 8.0<br />
Gráficos – 7.7<br />
Som – 7.4<br />
TOTAL – 8.0
8| 11 ABRIL 2005<br />
[ 5.ª dimensão ]<br />
É comprar,<br />
Bolas para acordar, canecas com mensagens, tapetes<br />
para rato que são bem mais do que isso... parece<br />
que o mundo está do avesso. O que importa é ser<br />
original, e oferecer a alguém qualquer uma das propostas<br />
apresentadas pode ser um verdadeiro desafio.<br />
| por Patrícia salvador<br />
é comprar!<br />
Levar com a bola!<br />
Um despertador em forma de bola<br />
ou uma bola em forma de despertador?<br />
A novidade é de importância<br />
vital para qualquer pessoa que<br />
acorde habitualmente mal-disposta.<br />
Em vez de bater em alguém logo<br />
pela manhã, atira antes o despertador<br />
contra a parede. Convém não<br />
Anti-ladrão<br />
Cabe num bolso ou numa qualquer<br />
bolsa de senhora. É um alarme pessoal,<br />
com uma sirene de 105 décibeis e alerta<br />
assim que alguém tenta deitar a mão à<br />
carteira ou ao telemóvel. O som da<br />
sirene propaga-se a oito metros de<br />
distância e pode durar uma hora. Além<br />
disso, o dispositivo incorpora uma<br />
lâmpada que também se acende para<br />
assustar o possível ladrão.<br />
P.V.P. 7 euros<br />
www.alt-gifts.com<br />
Computador<br />
de bolso<br />
exagerar na força, mas ele resiste<br />
ao embate. Em forma de bola de<br />
baseball funciona a pilhas e pára<br />
de tocar assim que a abanas ou atiras<br />
contra qualquer coisa.<br />
P.V.P. aproximadamente<br />
13 euros<br />
www.dmail.madinfo.pt<br />
Agora já é possível transportar no bolso todas as fotos, filmes e músicas preferidas<br />
que guardas no teu PC. O Arkimed MediaBox é um disco rígido externo, com capacidade<br />
de 40 ou 80GB e dimensões de 8X14,8X2,4 cm. Permite gravar até 120 filmes<br />
em Xvid ou DviX e armazena até 16 mil músicas em MP3. Seja para ir de férias<br />
ou apenas a casa do vizinho do lado, um telecomando é quanto basta para acederes<br />
a filmes, fotos e<br />
música em qualquer<br />
televisão ou sistema<br />
Hi-Fi.<br />
Os cabos de ligação<br />
necessários já<br />
vêm incluídos.<br />
P.V.P. 249 ou 369<br />
euros<br />
www.arkimed.net<br />
Vê lá onde<br />
pões a mão<br />
Tem relevo, mas continua a ser<br />
um tapete para rato. Feito<br />
com gel, foi desenhado<br />
para evitar tendinites e<br />
fadiga da articulação no<br />
pulso. O desenho<br />
escolhido é um pormenor<br />
sem grande importância. Ou talvez<br />
não. É, de facto, bem mais confortável<br />
trabalhar assim.<br />
P.V.P. aproximadamente 15 euros<br />
www.dmail.madinfo.pt<br />
Caneca,<br />
para que te quero<br />
Acordar e tomar o pequeno-<br />
-almoço é essencial. Mas se, logo<br />
pela manhã, a caneca do café<br />
disser “limpa o quarto”, não te<br />
assustes. Não estás a sonhar. Foi<br />
só alguém lá em casa que usou<br />
esta espécie de dois em um para<br />
deixar um recado. Para isso, utilizou<br />
a superfície da caneca, que<br />
é feita de um material que permite<br />
escrever pequenas mensagens<br />
utilizando giz.<br />
O post-it já era!<br />
P.V.P. aproximadamente<br />
8 euros<br />
www.iwantoneofthose.pt
Porto<br />
Cidade invicta, a<br />
invencível<br />
11 ABRIL 2005 | 9<br />
[ fugas ]<br />
Portugal vive de diversidade de culturas<br />
que nem sempre se misturam, mas se<br />
completam. Que o digam os portuenses<br />
a respeito da sua “cidade nação”. O MU<br />
prova que aos “mouros” também é possível<br />
apreciar o encanto de que os “tripeiros”<br />
tanto se orgulham. | por Patrícia<br />
Salvador<br />
Vai uma francesinha? É da praxe e há<br />
que fazê-lo mal se chega ao Porto. Depois,<br />
nada melhor do que um passeio a pé para<br />
fazer a digestão, embora os mais preguiçosos<br />
possam apanhar o moderníssimo Metro<br />
de superfície, que vai a todo o lado.<br />
A Câmara Municipal é um edifício digno de<br />
se admirar. Por isso, começar por aí e ir até<br />
ao mercado do Bolhão para conhecer as<br />
gentes da cidade é uma boa opção. Seguindo<br />
pela rua de Santa Catarina, é indispensável<br />
dar um salto ao Majestic para beber<br />
um cimbalino, ou um fino. A fantástica<br />
decoração permanece com o toque art noveau<br />
que caracteriza o café desde 1921.<br />
A passagem pela Praça da Liberdade é obrigatória.<br />
Aí, encontra-se o Palácio das Cardosas,<br />
do séc. XVII, e vislumbra-se a Avenida<br />
dos Aliados e os seus edifícios do séc.<br />
XIX. Mais à frente, a Torre dos Clérigos,<br />
com mais de 75 metros que, desde 1996, é<br />
Património Mundial.<br />
Depois, descer até à estação de S. Bento é<br />
um saltinho. Volta-se a subir pela rua D.<br />
Afonso Henriques e já estamos na histórica<br />
Sé, ponto central e onde toda a gente se<br />
encontra. Ao descer as suas escadinhas, é<br />
|Diversão nocturna|<br />
obrigatório passar pela Rua Escura, pelo<br />
Beco dos Redemoinhos (onde se diz estar<br />
a casa mais antiga da cidade), e cirandar<br />
pelos bairros típicos, nomeadamente o de<br />
S. Nicolau.<br />
O Palácio da Bolsa é outro monumento de<br />
relevância, com destaque para o Salão Árabe.<br />
Ao lado, está a igreja de S. Francisco,<br />
único elemento gótico existente na cidade.<br />
Aí, é possível apanhar o eléctrico para<br />
apreciar a paisagem lado a lado com o rio e<br />
visitar um dos museus que ficam pelo caminho.<br />
| O Vinho e o rio |<br />
Para os mais ligados à natureza há, pelo<br />
menos, uma dúzia de jardins escondidos<br />
pelos recantos do Porto – atrás do Palácio<br />
da Justiça, por exemplo, o jardim das Virtudes,<br />
numa encosta com vista para o Douro.<br />
Já a rua da Restauração passa pelo miradouro<br />
e pelos jardins do Palácio de Cristal.<br />
Aqui, em terras de Boavista, há que apreciar,<br />
ao menos de fora, a Casa da Música,<br />
cuja construção polémica pretendeu homenagear<br />
o Porto, enquanto capital europeia<br />
da cultura, em 2001. De eléctrico há que<br />
aproveitar e passar ainda pelas praias da<br />
Foz.<br />
Na zona ribeirinha imperam o Douro e as<br />
caves de vinho do Porto. O complicado é<br />
escolher qual delas visitar para apreciar, depois,<br />
um cálice de vinho. Mas atenção, as<br />
famosas caves ficam já em Vila Nova de<br />
Gaia. Falando em Douro, é obrigatório<br />
mencionar os típicos barcos rabelos. De<br />
pequenas dimensões, à vela, sempre serviram<br />
a região no transporte de lenha,<br />
azeitona,<br />
fruta e, mais importante, vinho. Agora, já<br />
não vão buscar as pipas cheias a Vila Nova<br />
de Gaia, mas fazem as delícias dos turistas<br />
que por ali passam.<br />
Quem vai ao Porto tem também de conhecer<br />
a obra que Gustave Eiffel deixou em<br />
Portugal no séc. XIX, um pouco antes de<br />
construir a Torre Eiffel, falamos da ponte<br />
Dona Maria Pia.<br />
O Porto, sobretudo na zona antiga, tem<br />
cafés e restaurantes em cada esquina.<br />
O difícil é escolher. O Galiza, embora<br />
um pouco desviado do centro histórico,<br />
é bom para começar a noite. Aberto até<br />
à 1h45, serve bifes, arroz de marisco e<br />
francesinhas. Outra hipótese, logo ao lado,<br />
é a Capa Negra II.<br />
Para prolongar a noite, a discoteca Via<br />
Rápida, (na direcção de Viana do Castelo)<br />
é uma boa hipótese. É até famosa<br />
pelas festas do Porto Moda e do Portugal<br />
Fashion. Aqueles que preferem um<br />
bom bar, podem ir até à Praça da Ribeira,<br />
que enche completamente durante o<br />
Verão. O Meia Cave, por exemplo, está<br />
aberto há 19 anos, com uma pista de<br />
dança que só fecha às 4hs.<br />
| Regresso a casa |<br />
Se queres sair à noite sem levar o carro,<br />
existe uma rede de 14 linhas de autocarros,<br />
com partidas e chegadas na Praça<br />
da Liberdade, da 1 às 5hs da manhã.<br />
Contudo, convém informares-te bem,<br />
para não ficares apeado!<br />
Depois, é só encontrares o sítio onde<br />
estás hospedado. Se for a Pousada da<br />
Juventude, funciona durante 24hs.<br />
O chato é que fica na Foz, um pouco<br />
desviada do centro. Os preços variam entre<br />
12 euros por pessoa – para quartos<br />
múltiplos em época baixa –, e 42 euros<br />
por quarto duplo com WC, na época alta.<br />
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10 | 11 ABRIL 2005<br />
[ ídolos ]<br />
«Sou muito forte<br />
psicologicamente»<br />
Estádio Nacional. Já com o Campenato do <strong>Mundo</strong> de Aletismo de Helsínquia no pensamento, Naide Gomes<br />
treina com afinco uma das disciplinas onde tem mais dificuldade, o lançamento do dardo. Mas, mesmo depois<br />
de duas horas a aperfeiçoar a sua técnica, tem tempo para falar com o MU. Sobre a medalha de ouro que acabou<br />
de trazer de Madrid e outras metas a alcançar. É que, para além de treinar para campeã, estuda para fisioterapeuta.<br />
| por Raquel Louçã Silva | Fotos Alexandre Nobre<br />
| B.I. |<br />
Nasceu São Tomense e fez-se campeã<br />
portuguesa. Tinha 12 anos quando um<br />
professor de educação física reparou no<br />
seu talento para o atletismo. Para incentivá-la<br />
a começar a praticar a modalidade<br />
chegou mesmo a dizer-lhe que, com as<br />
aptidões que já demonstrava, poderia vir<br />
a ser Campeã do <strong>Mundo</strong>. E não é que acertou<br />
em cheio? O feito deu-se o ano passado,<br />
no Campeonato do <strong>Mundo</strong> de pista<br />
coberta, em Budapeste, com a conquista<br />
da Medalha de Ouro na prova do pentatlo.<br />
Aliás, em 2002, nessa mesma modalidade,<br />
já tinha deixado um sério aviso, ao<br />
arrecadar a Medalha de Prata, no Campeonato<br />
da Europa, em Viena.<br />
Aos 25 anos Naide Gomes acabou de trazer<br />
do Campeonato da Europa de Madrid<br />
mais uma medalha de Ouro para Portugal.<br />
Desta feita, no salto em comprimento.<br />
Curiosamente, ainda em 2000, na sua<br />
estreia nos Jogos Olímpicos, em Sydney,<br />
representava o seu país de origem, São<br />
Tomé e Príncipe. A viver em Portugal<br />
desde os 11 anos de idade, acabou por<br />
nacionalizar-se no ano seguinte.<br />
É cá que quer viver, casar, ter filhos. Mas<br />
na memória, que abre num sorriso largo,<br />
está a infância vivida em liberdade, entre<br />
o verde e o mar azul da sua ilha. Nos tempos<br />
em que esta atleta de fibra jogava<br />
futebol com os outros miúdos e se, por<br />
exemplo, tinha fome era tudo tão simples<br />
como ir à árvore e comer uma manga.<br />
<strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> | Quando se é campeão<br />
tem-se mais motivação para treinar?<br />
Naide Gomes | O objectivo de qualquer<br />
atleta é treinar para vencer. Mas quando se<br />
é campeão e se consegue atingir o objectivo<br />
que traçámos há algum tempo, obviamente<br />
que dá ainda mais motivação para<br />
treinar…<br />
MU | Quantas horas treina por dia?<br />
NG | Hoje fiz lançamentos à tarde. Comecei<br />
às 15h15 e terminei agora (por volta das<br />
17hs). Mas também treinei duas horas e meia<br />
de manhã.<br />
MU | Como é que os treinos estão escalonados?<br />
NG | De manhã treino barreiras, faço séries,<br />
salto em altura, salto em comprimento, faço<br />
os 500 e 600 metros, faço corrida com as<br />
colegas de fundo. Os lançamentos são sempre<br />
à tarde.<br />
MU | Como é a relação atleta/ treinador?<br />
NG | Temos que nos entender muito bem.<br />
Somos muito amigos. Costumo dizer que ele<br />
[professor Abreu Matos] é como se fosse um<br />
segundo pai porque não é fácil estarmos<br />
todos os dias de manhã à tarde a ver a cara<br />
um do outro (risos). E como viajamos muito<br />
em estágio temos mesmo que nos entender<br />
bem.<br />
MU | Ele é muito exigente?<br />
NG | Sim, mas eu também sou. Acho que,<br />
acima de tudo, o atleta tem que ser exigente<br />
com ele próprio.<br />
MU | Há dias em que sai daqui e diz ‘estou<br />
no bom caminho!’?<br />
NG | Normalmente é o treinador que costuma<br />
dizer ‘Naide hoje foi um óptimo treino’…<br />
e eu ‘não foi nada professor, não foi nada...’.<br />
Isso dá-nos garra para continuar porque se<br />
uma pessoa ouvir todos os dias que não está<br />
bem desmotiva.<br />
| Futura Sra. Fisioterapeuta |<br />
MU | Adisciplina da alta competição custa<br />
muito?<br />
NG | Não. Sempre fui educada com muito<br />
rigor. Tinha que definir muito bem aquilo que<br />
queria fazer. Aminha educação foi assim, por<br />
isso não me custou tanto… Mas que temos<br />
de nos privar de muita coisa isso sem dúvida.<br />
E custa não poder estar mais tempo com<br />
a família. É complicado mas quando se gosta<br />
do que se faz têm de se fazer opções.<br />
MU | E as festas em adolescente a que não<br />
podia ir?<br />
NG | Com os meus 15, 16 anos era diferente<br />
mas aí podia ir porque não tinha compromissos<br />
nenhuns, levava o atletismo como<br />
uma brincadeira. Hoje em dia, como ando tão<br />
cansada, estou durante o dia todo sempre a<br />
treinar, é impossível pensar nessas coisas.<br />
Aos domingos, às vezes, costumo ficar no<br />
sofá desde manhã até à tarde sem fazer nada<br />
(risos).<br />
MU | Deu sempre para conciliar com os<br />
estudos?<br />
NG | Sim, tanto que entrei na universidade.<br />
Quando fiz o 12.º ano resolvi parar dois anos<br />
só para treinar. Depois ingressei na universidade,<br />
mas é complicado conciliar com a Alta
11 ABRIL 2005<br />
| 11<br />
[ ídolos ]<br />
Competição. Ainda por cima o meu curso é<br />
muito técnico [Fisioterapia] e para poder treinar<br />
de manhã e à tarde não posso ir às aulas.<br />
O primeiro semestre correu bem, este nem<br />
por isso, mas vou fazendo. Tudo em casa.<br />
É a única solução.<br />
MU | Gostava de exercer Fisioterapia?<br />
NG | Sim, gosto muito do curso. Também está<br />
ligado ao desporto e um dia quando terminar<br />
a minha carreira quero poder viajar com<br />
jovens talentos e ir aos Jogos Olímpicos<br />
como fisioterapeuta.<br />
| Confusão de Ouro |<br />
MU | Por que é que optou por competir no<br />
Europeu de pista coberta em Madrid com<br />
o salto em comprimento, em vez do pentatlo?<br />
NG | Porque a época passada foi extremamente<br />
forte. Fui Campeã do <strong>Mundo</strong> em pista<br />
coberta [ver caixa], depois ainda me preparei<br />
para os Jogos Olímpicos com várias<br />
lesões pelo meio. Estive em risco de não participar,<br />
mas acabei por ir embora muito saturada<br />
psicologicamente… pensava que não<br />
conseguia fazer duas competições tão altas<br />
de seguida. E como tinha problemas no joelho,<br />
e ainda tenho, era impossível estar a saltar<br />
em altura. Por exemplo, só anteontem voltei<br />
a fazê-lo, há cinco meses que não fazia.<br />
Por isso foi uma opção minha e do meu treinador.<br />
Mas só treinei mesmo para o salto em<br />
comprimento para aí 17 dias antes da competição.<br />
MU | Pensa-se na vitória quando se vai<br />
competir tão alto?<br />
NG | Eu estava muito bem. Não gosto de<br />
dizer (nem que as pessoas digam) que vou<br />
para uma medalha, porque no desporto<br />
não se pode dizer isso, mas o meu treinador<br />
estava muito confiante. Dizia-me<br />
mesmo, ‘Naide tu vais para uma medalha’.<br />
E eu dizia-lhe para não sonhar tão alto,<br />
mas estava muito forte psicologicamente<br />
e isso ajuda muito. Fui para a competição<br />
como vou para qualquer uma, para vencer,<br />
para dar o meu melhor e tive sorte também.<br />
MU | Como é que se treina essa parte psicológica?<br />
NG | Faço esse trabalho quando treino,<br />
penso nos aspectos positivos e negativos...<br />
Por exemplo, nos Jogos de Atenas [2004]<br />
falhei na minha disciplina mais forte, o salto<br />
em comprimento. Isso foi um pretexto para<br />
pensar que agora isso não podia voltar a<br />
acontecer, tinha que dar tudo por tudo para<br />
ultrapassar aquele mau momento. É uma<br />
coisa que vem de dentro de mim, sou muito<br />
forte psicologicamente. Mas claro que às<br />
vezes não acontece isso, por causa do cansaço<br />
e de estar aqui todos os dias: Saturamo-nos<br />
um bocado. E aí entra o treinador a<br />
apoiar e a motivar.<br />
MU | O que é que a alemã lhe disse depois<br />
do salto?<br />
NG | Ela teve umfair-play incrível. Eu se tivesse<br />
no lugar dela também teria tido de certeza,<br />
porque injustiças no desporto é que não.<br />
E ela, mais do que ninguém, sentiu isso e<br />
disse-me ‘está descansada porque eu nunca<br />
iria saltar aquilo. Eu treino todos os dias e sei<br />
que é difícil melhorar 33 cm num dia’. Ainda<br />
me faltava fazer um salto e fiquei completamente<br />
desconcentrada e foi o que foi. As coisas<br />
acabaram bem, não tanto para ela, porque<br />
se calhar podia ter chegado a medalha<br />
de prata e, no entanto, não lhe foi atribuída<br />
nenhuma marca. Foi uma injustiça motivada<br />
por um erro humano... o juiz estava desconcentrado.<br />
MU | Nos Olímpicos de Sydney, em 2000,<br />
ainda representou a selecção de São<br />
Tomé. Como é que se sente por já ter<br />
representado dois países a tão alto nível?<br />
NG | Sinto-me uma sortuda. Representei o<br />
meu país de origem, que adoro e está no<br />
meu coração. E Portugal que, como costumo<br />
dizer, é o país que me viu nascer para<br />
o atletismo. Sou um produto da forma de<br />
treino portuguesa. Acabei por adoptar a<br />
nacionalidade portuguesa porque quero<br />
acabar o meu curso, viver cá, ter a minha<br />
casa, casar, ter os meus filhos… é o país<br />
que escolhi como meu. Tenho os dois países<br />
no meu coração, não posso renegar<br />
nem um nem outro.<br />
| Metas à campeão |<br />
MU | Metas a curto prazo?<br />
NG | Melhorar ao máximo naquilo que<br />
tenho mais dificuldades e aperfeiçoar<br />
cada vez mais aquilo em que sou boa.<br />
Se conseguir estar no meu melhor nível,<br />
pode ser que me supere a mim mesma<br />
nos grandes campeonatos. Porque o<br />
meu objectivo é o Campeonato do<br />
<strong>Mundo</strong> de Helsínquia [ainda este ano].<br />
MU | Quais os aspectos em que sente<br />
que tem que melhorar mais?<br />
NG | São disciplinas nas quais não sou<br />
muito forte e nas quais tenho que trabalhar<br />
muito para não perder muitos<br />
pontos em relação às outras. É o dardo<br />
e os 200 metros. Se fosse competir no<br />
pentatlo, como não tem essas duas, era<br />
mais fácil. Mas no heptatlo as coisas<br />
complicam-se, por isso tenho de trabalhar<br />
mais.<br />
MU | Já pensou em optar só por uma<br />
modalidade?<br />
NG | Não é fácil lutar para provas combinadas.<br />
Seria mais fácil optar só por<br />
uma disciplina. Só que isso torna-se<br />
monótono. Não iria correr, não iria fazer<br />
as séries... eu gosto disso. Só quando<br />
chego aos 800 metros é que volto a pensar<br />
em apostar só numa. Mas vou tentar<br />
o meu melhor nos saltos, em altura<br />
e comprimento, se conseguir saltar<br />
6,70m num heptatlo é muito ponto e<br />
compensa as outras disciplinas…<br />
MU | Como é que os portugueses<br />
receberam a campeã Naide?<br />
NG | Receberam-me muito bem.<br />
A Medalha teve um impacto muito<br />
grande. Fui ao Jardim Zoológico e os<br />
miúdos pequeninos sabiam quem eu<br />
era (risos). Foi fantástico. As pessoas<br />
vêm ter comigo, pedem-me autógrafos.<br />
Nunca recebi tantos Parabéns na<br />
minha vida. Até em Espanha. Estive na<br />
Serra Nevada no fim-de-semana passado<br />
e pensei ‘aqui estou óptima, ninguém<br />
me vai conhecer!’. No entanto,<br />
estava a passar na rua e ouvi alguém<br />
a chamar-me e bater palmas, ‘És a<br />
nossa campeã!’
12 | 11 ABRIL 2005<br />
[ noites e copos ]<br />
Lisboa<br />
People<br />
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Haja juventude na noite de Lisboa!<br />
Porto<br />
Maré Alta<br />
Cor e exuberância no recente espaço da linha de cascais!
14 | 11 ABRIL 2005<br />
[ 7.ª arte ]<br />
| A ESTREAR |<br />
A Educação de Paul<br />
Kevin Bacon presenteia-nos com este<br />
filme que realizou e protagonizou, uma<br />
semana depois de ter estreado outro<br />
filme em Portugal protagonizado pelo<br />
actor: O Condenado. Desta feita, está<br />
em jogo a história de Emily Stoll (Kyra<br />
Sedgwick), uma mulher brilhante, bonita<br />
e independente que nunca quis um<br />
marido ou uma casa. Mas depois de ter<br />
tido a possibilidade de ter uma criança,<br />
Paul, ela tenta resguardá-la do mundo<br />
exterior que considera corrupto. A curiosidade<br />
de Paul vai levar Emily a<br />
aperceber-se que terá de agir rapidamente<br />
para não perder o amor da sua<br />
vida. Destaque ainda para o elenco<br />
composto também por Sandra Bullock,<br />
Matt Dillon e Marisa Tomei. | Estreia a<br />
14 de Abril<br />
Thriller<br />
político à Século XXI<br />
Um filme muito actual sobre as Nações Unidas, que junta dois dos melhores actores do cinema<br />
contemporâneo: Nicole Kidman e Sean Penn. Em Nova Iorque tudo pode acontecer e neste thriller inteligente<br />
e complexo o realizador Sydney Pollack mistura bons ingredientes em doses certas. | por João Tomé<br />
A Queda –<br />
Hitler e o fim do terceiro Reich<br />
Um dos filmes que retrata melhor o ditador<br />
mais conhecido e mortal da Humanidade,<br />
Adolf Hitler, é também um<br />
dos mais polémicos. Baseado nas memórias<br />
da secretária pessoal de Hitler<br />
(Traudl Junge) e na pesquisa do historiador<br />
Joaquim Fest – autor de um<br />
best-seller sobre o ditador – o filme<br />
alemão faz uma autêntica reconstrução<br />
dos últimos 12 dias da vida do<br />
Führer. | Estreia a 21 de Abril<br />
| DVD |<br />
Crimes em Wonderland<br />
As interpretações convincentes de Val<br />
Kilmer e Kate Bosworth dão maior valor<br />
a esta história baseada em factos<br />
verídicos. O filme retrata situações<br />
que conduzem aos crimes de Wonderland,<br />
em Los Angeles, em Julho de<br />
1981. Sabe-se que 4 pessoas foram<br />
assassinadas nos seus apartamentos<br />
na Avenida de Wonderland, aparentemente<br />
devido a represálias pelo assalto<br />
a um ilustre magnata, de um clube<br />
nocturno de L.A. Não se sabe qual a<br />
relação de Holmes, famoso actor pornográfico,<br />
nestes crimes, mas o facto<br />
é que as suas impressões digitais foram<br />
encontradas no local do crime.<br />
Será ele o responsável pelo que aconteceu<br />
em Wonderland?<br />
A Intérprete. Existem vários filmes<br />
que falam sobre assuntos actuais e preocupantes<br />
da sociedade. Mas continuam a<br />
existir poucos que misturam política, corrupção<br />
e as Nações Unidas. Aliás, esta foi<br />
a primeira vez que a produção de um filme<br />
teve a possibilidade de filmar o interior<br />
da ONU, em Nova Iorque. Um dos mais<br />
bem guardados edifícios do mundo e onde,<br />
mal se entra, deixa-se de estar em território<br />
norte-americano e passa-se a ocupar<br />
território internacional, como explica<br />
um segurança ao agente impaciente interpretado<br />
por Sean Penn.<br />
É neste contexto que surge este thriller<br />
político e intenso, realizado com a inteligência<br />
e o rigor de Sydney Pollack – galardoado<br />
com um Óscar e amigo do falecido<br />
Stanley Kubrick. Pollack consegue<br />
misturar ingredientes bem saborosos: as<br />
estrelas Nicole Kidman e Sean Penn, uma<br />
história sobre intriga internacional com<br />
twists inesperados e uma tensão impressionante.<br />
Consegue mostrar um mundo<br />
pós-moderno ensombrado por tiranos regionais<br />
e o terrorismo global onde apenas<br />
dois papéis se destacam.<br />
| Ameaça perigosa |<br />
Kidman, que aparece bonita e ao mesmo<br />
tempo vulnerável, é uma tradutora sul-africana,<br />
diplomata e subtil, chamada Silvia<br />
Broome. A intérprete ouve inadvertidamente<br />
uma ameaça de morte contra o ditador<br />
de um estado ficcional africano, Matobo,<br />
que envolve pessoas ao mais alto<br />
nível da ONU. Silvia apercebe-se que<br />
também se tornou num alvo a abater e<br />
tenta a todo o custo desmascarar os<br />
agressores. No outro papel fulcral do filme<br />
surge Penn, a encarnar um agente dos<br />
serviços secretos, Tobin Keller, que possui<br />
uma postura muito diferente de Silvia. Ele<br />
é todo instinto, acção, dureza e cinismo.<br />
Tobin será o agente responsável por investigar<br />
esta ameaça, incluindo a própria<br />
Silvia. Ela é uma mulher sem amigos e<br />
solitária, o que leva o agente a considerar<br />
o seu envolvimento na conspiração.<br />
| Ritmo intenso |<br />
Será Tobin capaz de a proteger? Estará<br />
ela envolvida? Todos entram nesta corrida<br />
contra o tempo emocionante, para evitar<br />
um assassinato na Assembleia Geral da<br />
ONU, onde o político ameaçado irá falar.<br />
Várias provas, mortes e um ritmo assustador<br />
mantêm o espectador bem atento à<br />
medida que a relação estranha entre Silvia<br />
e Tobin se vai desenrolando. Não se<br />
trata de uma história de amor no sentido<br />
tradicional, é mais uma história entre dois<br />
adultos que procuram motivos para confiarem<br />
um no outro. «A vingança é a forma<br />
preguiçosa da dor», diz algures Silvia,<br />
e talvez seja essa uma das respostas que<br />
o filme pretende dar ao mostrar como a<br />
paciência e o perdão também podem ser<br />
fórmulas interessantes para um thriller.<br />
São 128 minutos de emoção, intriga,<br />
ameaças, perigo e surpresas com um<br />
elenco e realizador que valem a pena.
Évora e Porto| PASSATEMPO<br />
11 ABRIL 2005 | 15<br />
[ jukebox ]<br />
Ganha cinco bilhetes para os concertos dos “A Naifa” de<br />
20 e 22 de Abril em Évora e no Porto, respectivamente!<br />
» Qual o pintor português do século XX que<br />
serviu de inspiração à capa do álbum dos A<br />
Naifa?<br />
Procura a resposta em www.anaifa.com e envia para<br />
mundo@mundouniversitario.pt com a indicação do teu<br />
nome e telefone, até às 16 horas do dia 18 de Abril.<br />
Os dez vencedores serão sorteados de entre as respostas<br />
certas e notificados por e-mail. Consulta a lista de<br />
vencedores, a partir de 19 de Abril em<br />
www.mundouniversitario.pt<br />
Évora...<br />
desafio Quinteto<br />
Tati & Dead Combo<br />
Desafiamos-te a perguntar o que quiseres ao J. P. Simões<br />
(Quinteto Tati). As duas perguntas mais originais ganham<br />
uma entrada (para duas pessoas), para o dia 22,<br />
em Évora.<br />
Envia a resposta para mundo@mundouniversitario.pt,<br />
com o teu nome e telefone, até às 16hs do dia 19. Os vencedores<br />
serão notificados por e-mail. Consulta a lista de<br />
vencedores no dia 21 em www.mundouniversitario.pt<br />
Post-Hit, nova banda nacional<br />
Arte Pop<br />
<strong>Mundo</strong> <strong>Universitário</strong> | Como<br />
surgiram os Post-Hit?<br />
Paulo Scavullo | Foi em Novembro<br />
de 2002 e são compostos<br />
por mim na voz, Rui<br />
Pires nas teclas e Sebastião<br />
Teixeira na guitarra. Conhecemo-nos<br />
por anúncio de<br />
jornal, o que acaba por dar<br />
um toque engraçado ao projecto.<br />
Em 2003, começámos<br />
a dar uma série de concertos<br />
que se prolongaram por<br />
2004. Entretanto entrámos<br />
em estúdio com o Armando<br />
Teixeira [mentor de projectos<br />
como os Bulllet e Balla]<br />
para gravar o nosso álbum<br />
de estreia, que se chama<br />
precisamente Post-Hit.<br />
MU | E sobre o disco, o que<br />
é que nos podes dizer?<br />
PS | É composto por 10 temas<br />
com uma sonoridade<br />
pop, onde se sente uma matriz<br />
electrónica e algumas referências<br />
a modelos retro<br />
dos finais dos anos 70, princípios<br />
de 80. Tem uma marca<br />
muito forte da produção<br />
do Armando e, na minha opinião,<br />
resultou num disco<br />
bem conseguido, com um<br />
corpo muito próprio.<br />
MU | Quais são as vossas influências?<br />
São tempos de fartura na música moderna portuguesa.<br />
Desta feita, a novidade são os Post-Hit. Com um álbum<br />
homónimo de estreia a rebentar hoje mesmo nas<br />
lojas, melhor data não há para conhecer uma banda,<br />
que nada mais quer fazer senão pop. Simplesmente<br />
pop.| por Diogo Torgal Ferreira<br />
PS | Pessoalmente ouço<br />
muita música diferente. Gosto,<br />
por exemplo, de pop, da<br />
canção francesa dos anos<br />
70, algumas coisas de jazz.<br />
Enfim, as referências são<br />
muitas, sendo que o som da<br />
década de 80 nos influenciou<br />
particularmente e isso é<br />
notório na nossa música.<br />
MU | Como é que vês a evolução<br />
na música portuguesa?<br />
PS | Para já, fico satisfeito<br />
em saber que, apesar de haver<br />
uma crise generalizada<br />
na área da música, há coisas<br />
muito interessantes a<br />
aparecer. Acho que está a<br />
acontecer uma coisa que há<br />
uns anos não se passava:<br />
há uma maior liberdade de<br />
explorar caminhos musicais,<br />
sem seguir formatos<br />
preestabelecidos ou modas.<br />
Por exemplo, há não muito<br />
tempo, dava-me a impressão<br />
que havia um complexo<br />
generalizado em Portugal<br />
em fazer pop. Neste momento<br />
acho que há espaço<br />
para fazer de tudo um pouco.<br />
MU | O disco sai hoje (dia<br />
11), como vão promovê-lo?<br />
PS | Já começámos esse<br />
processo, ao fazer a festa de<br />
lançamento do disco no Lux<br />
(6 de Abril). Em seguida, pretendemos<br />
fazer uma FNAC<br />
tour e depois uma série de<br />
concertos em espaços mais<br />
ou menos pequenos como o<br />
Frágil e o Santiago Alquimista,<br />
em Lisboa, o Maus Hábitos,<br />
no Porto. Acaba por ser<br />
aquele ritual de iniciação de<br />
todas as bandas. Por altura<br />
do Verão, gostaríamos de ir<br />
para a estrada em força,<br />
aproveitar o bom tempo, ter<br />
oportunidade de fazer alguns<br />
festivais… basicamente<br />
dar a ouvir o disco às pessoas.<br />
MU | Já se pensa em internacionalização?<br />
PS | O facto de o disco ser<br />
cantado em inglês, por<br />
questões de sonoridade, leva-nos<br />
a pensar na internacionalização.<br />
A música assim<br />
chegará a um maior<br />
número de pessoas e isso é<br />
algo que agrada a qualquer<br />
músico. No entanto, as coisas<br />
não são assim tão fáceis.<br />
Há de facto uma ou<br />
duas possibilidades de tocar<br />
fora do país, nomeadamente<br />
em Espanha e Inglaterra,<br />
mas é uma coisa a ver, a seu<br />
tempo.
16 | 11 ABRIL 2005<br />
[ jukebox/ cultura ]<br />
AgendaConcertos<br />
Piaget de Almada em festa<br />
Judas Priest<br />
Pavilhão Atlântico, Lisboa | 13 de Abril<br />
Bilhetes de 25 a 30 euros<br />
Vicious Five + d3<br />
Museu dos Transportes, Coimbra | 14 de Abril<br />
Sérgio Godinho: «Troca por Troca»<br />
Teatro S. Luiz, Lisboa | 14, 15, 21, 22, 23 de Abril<br />
Bilhetes a 12 Euros<br />
Programa de Abertura da Casa da<br />
Música<br />
Casa da Música, Porto | de 14 a 24 de Abril<br />
www.casadamusica.pt | Bilhetes de 2 a 35 euros<br />
Biggabush<br />
Maus Hábitos, Porto | 15 de Abril<br />
Primitive Reason<br />
Hard Club, Vila Nova de Gaia | 15 de Abril<br />
Paradise Garage, Lisboa | 19 de Abril<br />
Goldie + Marly Marl + MC Low Qui + Alif<br />
Clube Lua, Lisboa | 16 de Abril<br />
DANCE DAMage + Secrecy<br />
Museu dos Transportes, Coimbra | 16 de Abril<br />
Filipa Pais<br />
Teatro S. Luiz, Lisboa | 16 de Abril<br />
Maria Alice<br />
Auditório Municipal, Lagoa | 19 de Abril<br />
Terrakota<br />
B.Leza, Lisboa | 20 de Abril<br />
Quinteto Tati + Dead Combo<br />
Teatro Garcia Resende, Évora | 22 de Abril<br />
Bilhetes de 7,5 a 10 Euros<br />
Colleen<br />
Galeria Zé dos Bois, Lisboa | 23 de Abril<br />
Deep Insight<br />
Paradise Garage, Lisboa | 23 de Abril<br />
Bilhetes a 15 Euros<br />
Festival Galp Energia Ao Vivo’ 05<br />
Skin, Skank, Toranja e Seal<br />
Pavilhão Atlântico, Lisboa | 24 de Abril<br />
“Fixa Tripla”. Fixaste?<br />
Stand-Up comedy, street<br />
dance, fitness, uma banda<br />
de garagem e Djs pela<br />
noite dentro. É esta a<br />
receita para transformar<br />
o Piaget de Almada em<br />
palco de uma grande<br />
festa, no próximo dia 20<br />
de Abril. <strong>Universitário</strong>s<br />
e não universitários, estão<br />
todos convidados. |<br />
por Raquel Louçã Silva<br />
À semelhança do ano passado,<br />
a Aula Magna do Campus<br />
<strong>Universitário</strong> do Piaget de Almada<br />
volta a acolher o “Fixa<br />
Tripla”. Organizado pelas Associações<br />
de Estudantes da<br />
ESE e ISETI, a segunda edição<br />
do evento conta com a<br />
novidade de um concerto ao<br />
vivo, a cargo da banda de covers,<br />
B.I.G., finalista do concurso<br />
de bandas no Hard<br />
Rock Café. Mas antes, as portas<br />
abrem lá para as 21hs,<br />
com um espectáculo de stand<br />
up (onde participa o conhecido<br />
actor João Didelet) e um<br />
espectáculo de dança, com<br />
os Dance 2XS, conhecidos<br />
por já terem conquistado o título<br />
de campeões mundiais<br />
de Hip Hop, nos Estados Unidos.<br />
Depois a animação de<br />
final de noite fica por conta<br />
dos Djs da Mega FM.<br />
Sem tradição de organizar<br />
uma semana académica de<br />
recepção aos caloiros, Sandra<br />
Carvalho, da organização,<br />
adianta que o evento<br />
nasceu da necessidade de<br />
«colmatar essa falha e criar<br />
um dia diferente». Garante<br />
que o “Fixa Tripla” não é dirigido<br />
exclusivamente aos jovens<br />
e lança o desafio: «qualquer<br />
pessoa do concelho de<br />
Almada pode vir assistir aos<br />
espectáculos!». Os bilhetes<br />
estão à venda na Fnac, dão<br />
direito a duas bebidas e ao<br />
sorteio de um fim-de-semana<br />
na Serra da Estrela.<br />
A estrear<br />
BLACK MASTAH | Krónicas de<br />
um Mestre<br />
Primeiro foi NBC. Agora é a vez da outra cara<br />
da dupla Filhos de um Deus Menor lançar-se<br />
às feras com um álbum a solo. Em Krónicas<br />
de um Mestre, a estreia de Black Mastah em<br />
nome próprio, prova que o hip-hop português<br />
está no bom caminho, ganhando formas, universos<br />
e sonoridades muito próprias. Com um<br />
leque de convidados bem interessante, que<br />
inclui DJ Kronic, Kacetado, Baby Killa ou Elaísa,<br />
o que mais salta à vista neste primeiro<br />
álbum de Black Mastah são as óptimas produções<br />
que ficaram a cargo de gente do calibre<br />
de Bomberjack ou Sam the Kid. Aliás, correndo<br />
o risco de desviar a atenção do que verdadeiramente<br />
interessa, não se pode deixar<br />
de sublinhar que as músicas produzidas pelo<br />
puto de Chelas são as que confirmam as<br />
esperanças de todos aqueles que esperam<br />
ver instituído um verdadeiro e genuíno rap<br />
made in Portugal.<br />
NEW ORDER | Waiting for the Sirens’<br />
Call<br />
Ora aqui está um regresso que é sempre de saudar.<br />
Depois de Get Ready, de 2001, chega agora<br />
este Waiting for the Siren’s Call. Como sempre<br />
acontece com um disco novo dos New Order (e<br />
ainda bem), várias são as garantias: um som<br />
absolutamente inconfundível, um vocalista (Bernard<br />
Sumner) que tem tanto de despretensioso,<br />
como de inconfundível e um baixo (cortesia de<br />
Peter Hook) que continua a ser uma das grandes<br />
maravilhas da música mundial. Tudo isto<br />
leva-nos a concluir que, apesar de não produzir<br />
um álbum realmente novo há já alguns anos, a<br />
banda de Manchester não consegue fazer um<br />
mau disco. Antes pelo contrário, continua a ser<br />
um baluarte da dance/ pop feito com personalidade<br />
e muito bom gosto. O primeiro single já<br />
roda: Krafty.<br />
Lisboa | Passatempo Mark Lewis<br />
Ganha 5 bilhetes para o Concerto do Mark Lewis and the Standards, dia 27 de Abril, na Culturgest. Basta responder acertadamente à seguinte<br />
pergunta:<br />
» O que faz Mark Lewis para além de cantar?<br />
Responde com a indicação do teu nome e contacto telefónico para mundo@mundouniversitário.pt, até às 16 horas do dia 20 de Abril.<br />
Os 5 vencedores serão sorteados de entre as respostas certas e posteriormente notificados por e-mail. Consulta a lista de vencedores,<br />
a partir de 21 de Abril, em www.mundouniversitario.pt
| Vinheta V<br />
|<br />
Em Beja,<br />
o 1.º Festival de<br />
Banda Desenhada<br />
Neste espaço bedéfilo – que se<br />
passa a chamar vinheta, atendendo<br />
ao seu formato habitual -<br />
já foram historiados os festivais<br />
de BD que se realizam entre<br />
nós. Este mês, no Alentejo, passa<br />
a haver mais um evento do<br />
género.<br />
Intitula-se I Festival Internacional<br />
de Banda Desenhada de Beja<br />
– internacional por ter participação<br />
de autores estrangeiros –,<br />
localiza-se na Casa da Cultura e<br />
decorre de 9 a 28 de Abril. Organizado<br />
pela Câmara Municipal<br />
daquela cidade, inclui vários<br />
pontos de interesse: exposições,<br />
presença de desenhadores, lançamento<br />
de álbuns, revistas e<br />
fanzines, sessões de autógrafos,<br />
debates, oficinas de BD.<br />
A partir de 23, último sábado,<br />
irão analisar-se os "Festivais e<br />
Salões de BD em Portugal". Ao<br />
longo da semana, funcionarão<br />
oficinas de desenho para crianças.<br />
Pelo meio destes focos de<br />
agrado, haverá também, para<br />
dar som e animar a malta, um<br />
café-concerto onde se escutará<br />
a composição Um Brinde à Pior<br />
Banda do <strong>Mundo</strong>, homenagem à<br />
obra de José Carlos Fernandes,<br />
e uma sessão de tangos, neste<br />
caso como tributo à bd Nos Bares,<br />
de Muñoz e Sampaio.<br />
Entretanto, os primeiros dias do<br />
programa tiveram diversos momentos<br />
de agrado. A 9, sábado,<br />
às 15h, abriram-se as portas da<br />
Casa da Cultura, e entre o público,<br />
uns tantos autores: José<br />
Carlos Fernandes, José Abrantes,<br />
Miguel Rocha, Pedro Cavalheiro,<br />
Pedro Leitão, Alain Corbel,<br />
David Rubin e Fritz, mais os<br />
elementos do Toupeira – Atelier<br />
de Banda Desenhada.<br />
Pelas 15h30, inaugurou-se a Bedeteca,<br />
com o lançamento de<br />
Splaft, caderno informativo; 18hs<br />
foi o momento da apresentação<br />
do álbum Cloudburst, com desenhos<br />
de Eliseu Gouveia (Zeu);<br />
18h45 saiu o n.º 1 do BDjornal,<br />
e o n.º 14 do BDpress, tendo<br />
Machado-Dias comentado as<br />
publicações, ambas suas.<br />
No domingo, dia 10, os editores<br />
mostraram a revista Venham + 5<br />
e o fanzine Bófias; a terminar<br />
esse dia, houve debate sobre<br />
"Prozines, Fanzines e outros Zines".<br />
Foi bom, venham mais!<br />
Geraldes Lino<br />
Ao que parece, o IndieLisboa veio<br />
para ficar. É que, como adianta Miguel<br />
Valverde, da organização, os 12.500<br />
espectadores da edição de estreia vieram<br />
confirmar «que tínhamos razão, que<br />
fazia falta um festival como este, vocacionado<br />
para um tipo de público que procura<br />
coisas menos comerciais».<br />
PORTO<br />
Jantar de Idiotas – teatro<br />
A comédia que divertiu Lisboa, em<br />
mais de 100 subidas ao palco, chega<br />
agora à Invicta.<br />
Coliseu do Porto | 20 a 24 de Abril<br />
Os Lusíadas Rumo ao Oriente<br />
– teatro<br />
A partir de textos de Luiz Vaz de<br />
Camões.<br />
Teatro Nacional de São João | Até 23 de Abril<br />
25 de Abril: 500 Peças<br />
A marcar o ritmo, a sessão de abertura<br />
conta com Born Into Brothels, dos fotógrafos<br />
Zana Briski e Ross Kauffman.<br />
Recentemente distinguido com o Óscar<br />
para melhor documentário, retrata os<br />
filhos das prostitutas de Calcutá, para<br />
quem a descoberta da fotografia lhes<br />
oferece a possibilidade de fintarem a<br />
Museu Nacional da Imprensa | Até 30 de Abril<br />
LISBOA<br />
Mater – teatro<br />
Espectáculo sobre a heteronímia<br />
pessoana.<br />
A Barraca | Até 17 de Abril<br />
12 Mulheres e uma Cadela –<br />
teatro<br />
«12 actrizes, 41 personagens, 35<br />
figurações e 1 cadela, dão vida às<br />
palavras de Inês Pedrosa e mostram-nos<br />
a Mulher como centro da<br />
Terra, matriz do nosso tempo».<br />
Teatro Taborda | Até 22 de Maio<br />
Chorar para Rir – teatro<br />
«Um jogo que reconstitui cenicamente<br />
a fase de crescimento em<br />
que todo o ser humano, vendo a sua<br />
imagem no espelho, se vai reconhecendo<br />
como indivíduo».<br />
Teatro Há-de-ver<br />
ESTORIL<br />
III Feira de Arte Contemporânea<br />
do Estoril<br />
11 ABRIL 2005 | 17<br />
[ cultura ]<br />
O IndieLisboa<br />
está de volta!<br />
A organização prometeu e cumpriu. Sete meses após a primeira edição, aí está o segundo Festival de<br />
Cinema Independente de Lisboa. Com arranque marcado para o próximo dia 21, as sessões estendem-<br />
-se até 1 de Maio no Fórum Lisboa e Cinemas King. | por Raquel Louçã Silva<br />
Agenda Cultural<br />
fatalidade de um destino perverso.<br />
Depois, na competição é dada preferência<br />
às primeiras ou segundas obras,<br />
num impulso claro aos novos nomes do<br />
cinema mundial. Razão que, como conta<br />
Valverde, ajuda a explicar o facto de Portugal<br />
não ter nenhuma longa-metragem<br />
em competição, «normalmente começamos<br />
por realizar curtas». Nessa categoria<br />
temos quatro a concurso.<br />
Já as sessões integradas no Observatório,<br />
espécie de radar que vai buscar ficções<br />
que merecem relevo, mas não<br />
satisfazem os pré-requisitos obrigatórios<br />
à competição, destaque para a longa<br />
portuguesa de Margarida Gil, Adriana.<br />
| Da China à Argentina |<br />
A merecer todas as atenções, a secção<br />
Herói Independente, que homenageia<br />
uma figura ou uma entidade que trabalha<br />
em prol do cinema inovador. Desta<br />
vez os heróis são dois: o realizador chinês<br />
Jia Zhang-ke e a cinematografia<br />
argentina.<br />
Relativamente a Zhang-Ke, será feita<br />
uma retrospectiva deste autor de 35<br />
anos, que se distingue por mostrar a<br />
sociedade chinesa tal qual é vista e vivida<br />
pela própria população, especialmente<br />
a mais jovem. Depois, a provar<br />
que nem os constrangimentos de uma<br />
crise económica travam a criação argentina,<br />
uma mostra de longas e curtas-<br />
-metragens de autores como Pablo Trapero,<br />
Lucrécia Martel ou Lisandro Alonso.<br />
E, tal como aconteceu o ano passado,<br />
depois de Lisboa, o Indie estende-se a<br />
outros pontos do país. Nas duas primeiras<br />
semanas de Maio, Caldas da Rainha,<br />
Coimbra, Aveiro, Porto e Famalicão também<br />
vão estar Indie.<br />
Exposição de Arte Ibero-Americana e<br />
de obras de referência do percursor do<br />
gestualismo em Portugal, Artur Bual (figura<br />
homenageada nesta edição).<br />
Centro de Congressos do Estoril | De 14 a 18 de Abril<br />
ALMADA<br />
Einstein – teatro<br />
A assinalar o Ano Internacional da<br />
Física, uma peça que «é sobretudo<br />
um espectáculo que proporciona<br />
uma visão humana, simples e divertida<br />
de Albert Einstein».<br />
Teatro Extremo | Até 30 de Abril
18 | 11 ABRIL 2005<br />
[ radical ]<br />
Mundial de MotoGP<br />
Fórmula 1 em duas rodas<br />
Ora aí está o espectáculo da velocidade<br />
em duas rodas. Motores<br />
potentes, pilotos destemidos, velocidades<br />
alucinantes e curvas vertiginosas<br />
são os ingredientes de um<br />
campeonato que, ano após ano,<br />
vai ganhando cada vez mais adeptos<br />
um pouco por todo o mundo.<br />
As melhores marcas estão presentes,<br />
e cada corrida é uma autêntica<br />
batalha até à linha de meta. O Estoril<br />
entra na rota.| por Martim<br />
d’Araújo Jorge<br />
As motos mais rápidas do planeta<br />
regressam ao Estoril, entre 15 a 18 deste<br />
mês, e os melhores pilotos voltam a esgrimir<br />
argumentos, naquela que é a prova-rainha<br />
do motociclismo de velocidade:<br />
O Mundial de MotoGP. Esta época, contrariamente<br />
aos anos anteriores, a prova<br />
portuguesa passa de antepenúltima e<br />
aparece em 2.º no calendário do mundial.<br />
A saída do Grande Prémio do Brasil<br />
do calendário, assim como a entrada de<br />
novos países e novos circuitos (como é<br />
exemplo o Grande Prémio da Turquia),<br />
obrigou a Federação Internacional a alterar<br />
os calendários e a colocar a prova<br />
portuguesa logo a seguir à corrida em<br />
Jerez.<br />
Se o facto de estar colocado no início da<br />
temporada retira alguma da emoção no que<br />
toca à decisão da atribuição do ceptro, a<br />
prova portuguesa ganha no calor e na emoção<br />
da disputa por ser a 2.ª corrida do ano.<br />
As equipas poderão estar ainda à procura<br />
das melhores afinações, pelo que poderão<br />
surgir algumas surpresas.<br />
Nos últimos anos, o italiano Valentino Rossi<br />
sagrou-se vencedor no Estoril, conquistando<br />
o título Mundial no final de cada temporada.<br />
Aliás, o vencedor da corrida do Estoril<br />
foi sempre Campeão (para além de Rossi<br />
também o americano Kenny Roberts se sagrou<br />
Campeão Mundial depois de vencer<br />
no Estoril). Que acontecerá desta vez?<br />
| Ao sol e à chuva |<br />
A verdade é que cada corrida do maior<br />
campeonato de motociclismo de velocidade<br />
arrasta sempre milhares de pessoas aos diversos<br />
circuitos e o Estoril não foge à regra.<br />
Em 2004, estiveram na prova portuguesa<br />
mais de 60 mil espectadores nos três dias<br />
do evento.<br />
Novidades, para já, só a nível do regulamento.<br />
Assim que as gotas começavam a<br />
cair do céu, a corrida era interrompida e todos<br />
os pilotos entravam nas boxes, procediam<br />
às necessárias alterações de pneus e<br />
só depois voltavam à pista. A partir desta<br />
época tudo muda: se a corrida começar no<br />
seco e o estado do tempo mudar, cada piloto<br />
é responsável por decidir entrar ou não<br />
nas boxes. Uma tentativa de não cortar o<br />
ritmo à corrida, e de manter sempre ao máximo<br />
a espectacularidade que caracteriza<br />
este desporto motorizado. Deitados em cima<br />
das máquinas, de lado ou a alta velocidade,<br />
pilotos e máquinas preparam-se para<br />
mais um ano de espectáculo e autênticas<br />
batalhas em asfalto.<br />
|Categoria Rainha |<br />
Na categoria “rainha”, o MotoGP, todas as atenções estão<br />
mais uma vez centradas no Campeoníssimo Valentino<br />
Rossi. Se em 2004 as dúvidas em torno da sua prestação<br />
eram muitas (pela troca da toda-poderosa Honda pela rival<br />
Yamaha), a verdade é que “Il Doctore” deu uma verdadeira<br />
lição de condução, tratando da saúde a todos os rivais.<br />
Voltou a derrotar as Hondas, as restantes Yamahas e as<br />
máquinas da Ducati. Em 2005, mais do que nunca, Rossi<br />
será o alvo a abater. Sete Gibernau mantém-se na Honda<br />
Movistar, e Max Biaggi chega finalmente aos comandos de<br />
uma Honda Oficial. Depois de várias épocas aos comandos<br />
de uma Honda de uma equipa privada, o “Imperador<br />
Romano” tem todas as condições para provar o valor que<br />
lhe garantiu os 4 títulos em 250cc.<br />
Como figuras de segundo plano, aparecem o americano<br />
Nicky Hayden (companheiro de Biaggi na Repsol Honda),<br />
o italiano Melandri (que trocou a Yamaha pela Honda), o<br />
japonês Makoto Tamada (revelação em 2004) e as Ducati.<br />
A marca italiana mantém como chefe de fila o pequeno<br />
grande piloto Loris Capirossi, e reforçou-se com o espanhol<br />
Carlos Checa, tentando assim recuperar o fulgor que<br />
atingiu na época de estreia, em 2003. O Campeonato é<br />
longo, e apenas em Novembro se verá se todo o trabalho<br />
que as equipas desenvolveram na pré-época, foi proveitoso.<br />
Irá Rossi conseguir o sétimo título mundial e o quinto<br />
na categoria “rainha”?<br />
| 250cc |<br />
Depois de, em 2003, o espanhol Daniel Pedrosa se<br />
ter sagrado campeão mundial aos comandos de<br />
uma 125cc, o jovem piloto surpreendeu meio mundo<br />
ao sagrar-se campeão na classe 250cc no seu ano<br />
de estreia (feito nem alcançado por Rossi). Este ano,<br />
o pequeno piloto que praticamente irá fazer as duas<br />
primeiras corridas em casa (Jerez e Estoril), conta<br />
com a fortíssima oposição do argentino Sebastian<br />
Porto, terminou a época passada muitíssimo forte, e<br />
nesta pré-época tem sido sempre muito rápido. No<br />
entanto, é preciso não esquecer que a luta deverá<br />
ser feita a três: é que o francês Randy de Puniet tem<br />
que se ser levado em conta: em 2004 foi 3.º no Mundial<br />
(precisamente a mesma posição que ocupou na<br />
prova portuguesa).<br />
| 125cc |<br />
Classe sempre espectacular é, curiosamente, a que<br />
ostenta menor potência nas máquinas. As pequenas<br />
125cc são sempre as que dão mais espectáculo e o<br />
desfecho das provas é sempre uma verdadeira incógnita.<br />
Basta olhar para os resultados da última<br />
época, e verificar que o segundo classificado numa<br />
dada prova, terminou a época em 16.º, e o vencedor<br />
de outra corrida, ficou-se apenas pela 11.ª posição final<br />
na tabela do Mundial. Ainda assim nomes como<br />
Manuel Poggiali, Pablo Nieto e Andrea Dovizioso serão<br />
nomes a ouvir repetidamente.
Futurológica<br />
11 ABRIL 2005 | 19<br />
[ BD ]<br />
Espaço coordenado por Geraldes Lino