14.09.2014 Views

Tribunal de Contas - Anuário 2007

Tribunal de Contas - Anuário 2007

Tribunal de Contas - Anuário 2007

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Natureza do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />

AConstituição da República Portuguesa<br />

(CRP) inclui o <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> no<br />

elenco dos Tribunais, que qualifica como<br />

órgãos <strong>de</strong> soberania – a par do Presi<strong>de</strong>nte da<br />

República, da Assembleia da República e do<br />

Governo. 12<br />

A sua finalida<strong>de</strong> constitucional consiste na<br />

fiscalização da legalida<strong>de</strong> das <strong>de</strong>spesas públicas e<br />

<strong>de</strong> julgamento das contas que a lei mandar<br />

submeter-lhe. 13<br />

Na sequência da Revisão Constitucional <strong>de</strong> 1989,<br />

este <strong>Tribunal</strong> foi dotado <strong>de</strong> um novo Estatuto<br />

orgânico, que ficou conhecido por Lei <strong>de</strong> Reforma<br />

do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>, aprovado pela Lei<br />

n.º 86/89, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Setembro. Em 26 <strong>de</strong> Agosto <strong>de</strong><br />

1997, com a publicação da Lei <strong>de</strong> Organização e<br />

Processo do <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> (LOPTC), Lei<br />

n.º 98/97, aquela Lei veio a ser revogada e, hoje,<br />

atentas a Constituição e a Lei <strong>de</strong> Organização e<br />

Processo, caracterizam este <strong>Tribunal</strong>, fundamentalmente,<br />

os seguintes aspectos:<br />

a) <strong>de</strong>finido como um verda<strong>de</strong>iro <strong>Tribunal</strong>:<br />

é-lhe outorgado o estatuto <strong>de</strong> órgão<br />

in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte; as suas <strong>de</strong>cisões, em<br />

matérias sujeitas à sua jurisdição, são<br />

obrigatórias para todas as entida<strong>de</strong>s<br />

12<br />

V. arts. 110.º, n.º 1; 202.º, n.º 1 e 209.º, n.º 1, alínea c) da<br />

CRP.<br />

13<br />

V. art. 214.º, n.º 1, da CRP.<br />

públicas e privadas, prevalecendo sobre<br />

as <strong>de</strong> quaisquer outras autorida<strong>de</strong>s,<br />

sendo executórias nos termos da lei e<br />

sancionáveis os actos ou factos que<br />

<strong>de</strong>rem causa à sua inexecução; 14<br />

b) como garantia da sua in<strong>de</strong>pendência: é<br />

dotado <strong>de</strong> autogoverno; os seus juízes<br />

gozam <strong>de</strong> inamovibilida<strong>de</strong> e irresponsabilida<strong>de</strong>,<br />

salvo, quanto a esta, as<br />

excepções previstas na lei; as suas<br />

<strong>de</strong>cisões fundam-se exclusivamente<br />

na Constituição 15 e na lei, sem sujeição<br />

a quaisquer or<strong>de</strong>ns ou instruções <strong>de</strong><br />

outros órgãos <strong>de</strong> soberania;<br />

c) como corolário da sua in<strong>de</strong>pendência:<br />

o seu Presi<strong>de</strong>nte é nomeado e<br />

exonerado pelo Presi<strong>de</strong>nte da República,<br />

mediante proposta do Governo,<br />

tomando posse e prestando compromisso<br />

<strong>de</strong> honra igualmente perante<br />

aquele órgão <strong>de</strong> soberania 16 ; os seus<br />

juízes são recrutados mediante concurso<br />

curricular 17 , realizado perante um<br />

júri constituído pelo Presi<strong>de</strong>nte do <strong>Tribunal</strong><br />

(que presi<strong>de</strong> ao júri), pelo Vice-<br />

-Presi<strong>de</strong>nte, pelo juiz mais antigo e por<br />

14<br />

V. arts. 203.º e 205.º da CRP e arts. 7.º, n. os 1 e 8.º da LOPTC<br />

15<br />

Nos pleitos submetidos a julgamento, o <strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong> po<strong>de</strong><br />

apreciar a inconstitucionalida<strong>de</strong> das normas que tenha <strong>de</strong> aplicar,<br />

<strong>de</strong>vendo recusar a aplicação das que, segundo o seu próprio juízo,<br />

infrinjam o disposto na Constituição ou contrariem os princípios<br />

nela consignados (artigo 204.º da CRP).<br />

16<br />

V. arts. 214.º e 133.º, alínea m), da CRP e arts. 16.º e 22.º, n.º 1,<br />

da LOPTC.<br />

17<br />

V. arts. 18.º e 20.º da LOPTC.<br />

Anuário <strong>2007</strong><br />

27

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!