Tribunal de Contas - Anuário 2007
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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />
<strong>de</strong>struiu o edifício da Casa dos Contos, seguindo-<br />
-se a <strong>de</strong>sorganização e anarquia dos serviços, que<br />
acabou por provocar a sua extinção. Assim, a Casa<br />
dos Contos foi substituída pelo Erário Régio, criado<br />
pela Carta <strong>de</strong> Lei <strong>de</strong> 22 <strong>de</strong> Dezembro <strong>de</strong> 1761.<br />
Foi o tempo da centralização absoluta: o Inspector-<br />
-Geral do Tesouro, que presidia ao Erário Régio, foi<br />
Sebastião José <strong>de</strong> Carvalho e Melo, Con<strong>de</strong> <strong>de</strong> Oeiras<br />
e, posteriormente, Marquês <strong>de</strong> Pombal. Foi<br />
José Xavier Mouzinho da Silveira<br />
(1780-1849)<br />
Secretário <strong>de</strong> Estado dos Negócios da Fazenda,<br />
Presi<strong>de</strong>nte do Erário Régio (1823) e do<br />
<strong>Tribunal</strong> do Tesouro Público (1832). Desenvolveu<br />
intensa activida<strong>de</strong> legislativa no âmbito<br />
da reforma da Justiça, Administração Pública e<br />
Fazenda. Deputado em várias legislaturas<br />
SÉCULO XIX<br />
adoptada uma inovação<br />
no lançamento<br />
das receitas<br />
e <strong>de</strong>spesas, que<br />
passaram a ser escrituradas<br />
em partidas<br />
dobradas. A<br />
estrutura adoptada<br />
era <strong>de</strong> tal forma<br />
centralizadora que<br />
só 4 pessoas estavam<br />
a par da situação<br />
económica do<br />
Erário.<br />
O Erário Régio passou por várias vicissitu<strong>de</strong>s: a<br />
ocupação francesa, a revolução liberal <strong>de</strong> 1820, a<br />
in<strong>de</strong>pendência do Brasil em 1822, a Guerra Civil<br />
entre liberais e absolutistas que se traduziram em<br />
reformulações orgânicas e reestruturações <strong>de</strong><br />
funções. Entrou assim num processo <strong>de</strong><br />
<strong>de</strong>cadência, que levou à sua extinção, em 16 <strong>de</strong><br />
Maio <strong>de</strong> 1832, mantendo-se, no entanto, em<br />
funcionamento, até à entrada das tropas liberais<br />
na capital, no Verão <strong>de</strong> 1833.<br />
O Tesouro Público<br />
(1832-1844)<br />
Com o advento da Monarquia Constitucional, <strong>de</strong>u-<br />
-se um período <strong>de</strong> instabilida<strong>de</strong> política, que levou<br />
à sucessiva alteração da <strong>de</strong>signação e conteúdo do<br />
órgão responsável pelo controlo das finanças<br />
públicas: foi criado o Tesouro Público contrariando<br />
o anterior secretismo, mediante a obrigatorieda<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> publicitação das contas do Estado, aliás já<br />
expressa na Constituição <strong>de</strong> 1822. Este novo órgão<br />
tardou a ser organizado, pelo que foram sendo<br />
constituídas várias comissões encarregues do<br />
exame <strong>de</strong> sectores específicos, <strong>de</strong> entre as quais<br />
há que salientar a Repartição Central e a Comissão<br />
<strong>de</strong> Liquidação das <strong>Contas</strong> do extinto Erário. À<br />
primeira suce<strong>de</strong>u, em 1845, a Direcção da<br />
Contabilida<strong>de</strong> Pública, precursora da actual<br />
Direcção Geral do Orçamento. À segunda, suce<strong>de</strong>u<br />
a Comissão Fiscal Liquidatária que esteve na origem<br />
do <strong>de</strong>signado Conselho Fiscal <strong>de</strong> <strong>Contas</strong>.<br />
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Anuário <strong>2007</strong>