Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />
Acresce que as relações entre a RTP e o Estado continuaram a efectuar-se directamente, tal<br />
como acontecia anteriormente.<br />
Em matéria <strong>de</strong> novos Planos <strong>de</strong> reestruturação da RTP, os <strong>de</strong>senvolvidos no ano <strong>de</strong> 2000<br />
foram promovidos pelo próprio CA da empresa, sem qualquer tipo <strong>de</strong> intervenção da<br />
PORTUGAL GLOBAL.<br />
No que respeita às anunciadas sinergias, verificou-se não existirem, praticamente, sinergias a<br />
aproveitar entre as empresas que integram a PORTUGAL GLOBAL, sendo até<br />
contraproducente, no caso da agência LUSA, a sua constituição, na medida em que a RTP e a<br />
RDP constituem apenas mais um dos clientes da agência, em igualda<strong>de</strong> <strong>de</strong> circunstâncias com<br />
os restantes.<br />
Apurou-se, também, que a PORTUGAL GLOBAL acabou por ser constituída sem<br />
previamente ter sido elaborado qualquer estudo para avaliar e quantificar a existência <strong>de</strong>stas<br />
sinergias, ou para suportar a razão <strong>de</strong> ser da nova socieda<strong>de</strong> holding.<br />
Com efeito, só <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> a holding ter sido criada, é que foi adjudicada, em Julho <strong>de</strong> 2000, à<br />
empresa <strong>de</strong> consultoria Arthur An<strong>de</strong>rsen, um estudo relativo às possíveis sinergias a gerar<br />
entre as empresas que a integram, bem como à <strong>de</strong>finição do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão da nova<br />
socieda<strong>de</strong> constituída.<br />
Em fase anterior àquela adjudicação, apenas foi <strong>de</strong>signada pela PORTUGAL GLOBAL uma<br />
equipa <strong>de</strong> projecto interna, para estudo das sinergias do grupo, mas acabou por se mostrar<br />
incapaz <strong>de</strong> realizar tal <strong>de</strong>si<strong>de</strong>rato. Segue-se então a referida adjudicação, apesar <strong>de</strong> um dos<br />
membros do CA da holding ter, anteriormente, consi<strong>de</strong>rado que “todas as acções sinérgicas a<br />
<strong>de</strong>senvolver entre as três empresas <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>duzidas a partir <strong>de</strong> Grupos <strong>de</strong> Trabalho com<br />
pessoal das respectivas empresas, em vez <strong>de</strong> se estarem a contratar outros géneros <strong>de</strong><br />
recursos técnicos, mais onerosos e <strong>de</strong> resultados incertos” 43 .<br />
Nos resultados apresentados pelos consultores externos, em documento preliminar <strong>de</strong> Janeiro<br />
<strong>de</strong> 2001, ficam, mais uma vez, por quantificar as aludidas sinergias a gerar pela PORTUGAL<br />
GLOBAL, propondo-se, enquanto mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão para a holding do Estado, a separação<br />
entre as empresas que se <strong>de</strong>dicam à prestação <strong>de</strong> serviço público, que ficariam na <strong>de</strong>pendência<br />
directa da PORTUGAL GLOBAL e as restantes, <strong>de</strong> natureza comercial, que passariam a estar<br />
agrupadas numa sub-holding, a constituir para o efeito.<br />
Segundo informação transmitida pela PORTUGAL GLOBAL, ainda a respeito das sinergias,<br />
as únicas concretizadas até ao ano <strong>de</strong> 2001 correspon<strong>de</strong>ram à partilha <strong>de</strong> instalações em<br />
Timor, entre a RTP e a LUSA.<br />
43<br />
Conforme <strong>de</strong>claração do Presi<strong>de</strong>nte da LUSA, <strong>de</strong> 7.06.00, expressa em acta do CA da PORTUGAL<br />
GLOBAL.<br />
65