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Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />

O Plano em causa, que tinha como objectivo fixar o volume máximo do esforço financeiro do<br />

Estado para viabilizar a RTP, propunha as seguintes medidas <strong>de</strong> reestruturação:<br />

• Celebração <strong>de</strong> um novo contrato <strong>de</strong> concessão, para fazer correspon<strong>de</strong>r o financiamento<br />

do serviço público à totalida<strong>de</strong> das respectivas obrigações que impen<strong>de</strong>m sobre a<br />

empresa, nelas se incluindo a emissão dos canais 1 e 2.<br />

Segundo a RTP, tratava-se <strong>de</strong> alterar o “equívoco”, estabelecido no contrato <strong>de</strong> 1993,<br />

no qual se confundia o serviço público com a “remuneração <strong>de</strong> um certo número <strong>de</strong><br />

serviços específicos”, <strong>de</strong>vendo antes o serviço público passar a correspon<strong>de</strong>r à<br />

totalida<strong>de</strong> da programação dos diversos canais da empresa, a qual visaria a qualida<strong>de</strong> e,<br />

bem assim, assumiria um âmbito mais restritivo por respeito a princípios e pela<br />

introdução <strong>de</strong> uma dimensão cultural e educativa. Deveriam também ser criadas as<br />

condições necessárias para a empresa se afastar da “competição absurda com os canais<br />

comerciais”, verificada no passado e que se dirigia a programação apenas para a<br />

conquista <strong>de</strong> audiências. Deveria, assim, apostar-se mais na qualida<strong>de</strong> para se alcançar o<br />

efectivo cumprimento da missão <strong>de</strong> serviço público.<br />

• Redução do pessoal da empresa, através <strong>de</strong> rescisões contratualizadas, com vista a<br />

reduzir o número <strong>de</strong> 2.519 trabalhadores 40 , existente na altura, para 1.788, no ano 2000.<br />

Perspectiva-se também a reformulação do Acordo <strong>de</strong> Empresa da RTP nas vertentes que<br />

“constituem um entrave a um melhor funcionamento da empresa”, como as relativas à<br />

polivalência <strong>de</strong> funções.<br />

Para a RTP, o volume <strong>de</strong> emprego afigurava-se então excessivo face às necessida<strong>de</strong>s da<br />

empresa, e referia-se também que, na década <strong>de</strong> noventa, havia sido <strong>de</strong>senvolvida uma<br />

política <strong>de</strong> admissão incremental <strong>de</strong> colaboradores, para satisfazer necessida<strong>de</strong>s<br />

temporárias, as quais, posteriormente, acabavam por se transformar em <strong>de</strong>finitivas,<br />

dando, portanto, origem a verda<strong>de</strong>iras admissões.<br />

• Mudança para novas instalações, o que constituiria um “instrumento importante na<br />

mo<strong>de</strong>rnização da empresa” e contribuiria para a obtenção <strong>de</strong> “ganhos <strong>de</strong> eficácia e<br />

eficiência no futuro”;<br />

• Consecução da digitalização da produção e emissão, <strong>de</strong> modo a colmatarem-se as<br />

necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> investimento técnico da empresa com vista à sua actualização face à<br />

evolução tecnológica do sector. Tal permitiria também que fossem obtidas “reduções<br />

nos custos <strong>de</strong> emissão, por redução da tecnoestrutura humana”;<br />

• Saneamento financeiro estrutural da empresa, mediante a consolidação da dívida<br />

bancária e a realização <strong>de</strong> aumentos <strong>de</strong> capital, permitindo-se, também, a relevação<br />

contabilística do arquivo audiovisual, para que o esforço financeiro do Estado fosse<br />

diferido.<br />

Relativamente à produção própria <strong>de</strong> programas, o CA <strong>de</strong> então consi<strong>de</strong>rava que, face à<br />

“pesada e cara infra-estrutura” <strong>de</strong> que a empresa dispunha, se teria <strong>de</strong> caminhar para a sua<br />

rentabilização, através da coor<strong>de</strong>nação e com a responsabilização dos diversos intervenientes.<br />

Ao CPL, que <strong>de</strong>veria evoluir para uma unida<strong>de</strong> <strong>de</strong> negócios autónoma 41 , <strong>de</strong>stinar-se-ia a<br />

produção <strong>de</strong> média e gran<strong>de</strong> dimensão, dita <strong>de</strong> “stock”, em <strong>de</strong>trimento dos programas <strong>de</strong><br />

“fluxo”.<br />

40<br />

41<br />

Sendo 1.929 do quadro e estando 590 como colaboradores (regime <strong>de</strong> cachets, avenças ou subcontrato).<br />

Centro <strong>de</strong> Resultados.<br />

59

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