Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />
Realça-se, também, nesse documento, com clareza, que constitui incumbência dos Estados<br />
Membros a <strong>de</strong>finição e organização do seu sistema <strong>de</strong> serviço público, bem como a sua forma<br />
<strong>de</strong> financiamento, a qual em nada é prejudicada pelas normas do Tratado CE, <strong>de</strong>vendo,<br />
contudo, “ser tida em conta a realização da missão <strong>de</strong> serviço público”.<br />
Daqui resulta, <strong>de</strong>signadamente, que compete aos Estados Membros erigir e organizar com<br />
ampla liberda<strong>de</strong> um serviço público <strong>de</strong> radiodifusão, bem como, prover o seu financiamento,<br />
sem que o mesmo seja afectado pelas normas comunitárias sobre concorrência e auxílios do<br />
Estado.<br />
Contudo, quer a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> serviço público, quer o seu financiamento <strong>de</strong>vem apresentar-se<br />
<strong>de</strong> forma muito clara, tal como se revela imprescindível uma a<strong>de</strong>quada fiscalização, uma vez<br />
que o financiamento do serviço público <strong>de</strong> televisão apenas é aceite <strong>de</strong>s<strong>de</strong> que não prejudique<br />
as “condições das trocas comerciais, nem a concorrência na comunida<strong>de</strong> <strong>de</strong> forma que afecte<br />
o interesse comum, <strong>de</strong>vendo ser tida em conta a realização da missão <strong>de</strong>sse serviço público”.<br />
Também, a 25 <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1999, o Conselho emitiu uma Resolução 4 na qual regista e<br />
reafirma o teor do constante no Protocolo anexo ao Tratado <strong>de</strong> Amesterdão.<br />
A consi<strong>de</strong>ração <strong>de</strong> que o financiamento do serviço público <strong>de</strong> radiodifusão se não encontra<br />
abrangido pelas disposições do Tratado CE relativas à concorrência já vinha, aliás, sendo<br />
entendimento comum 5 .<br />
A 15 <strong>de</strong> Novembro <strong>de</strong> 2001, foi publicada uma Comunicação da Comissão, relativa à<br />
aplicação das regras em matéria <strong>de</strong> auxílios ao serviço público <strong>de</strong> radiodifusão, na qual aquela<br />
instituição estabelece os princípios que segue na aplicação dos arts. 87º e 86º n.º 2 do Tratado<br />
CE (auxílios estatais e serviços <strong>de</strong> interesse económico geral), visando tornar a sua política,<br />
neste âmbito, tão transparente quanto possível.<br />
5.2. O SERVIÇO PÚBLICO DE TELEVISÃO EM PORTUGAL<br />
Aquando da revisão da CRP em 1989 6 , o legislador constitucional permitiu a abertura da<br />
activida<strong>de</strong> <strong>de</strong> televisão à iniciativa privada e, simultaneamente, incumbiu o Estado da tarefa<br />
<strong>de</strong> manter o que <strong>de</strong>nomina por “serviço público <strong>de</strong> rádio e televisão” 7 , <strong>de</strong>ixando para o<br />
legislador ordinário a tarefa <strong>de</strong> estabelecer os mol<strong>de</strong>s em que tal serviço será prestado.<br />
4<br />
5<br />
6<br />
7<br />
Resolução 1999/C 30/01.<br />
Veja -se a Resolução A4-0140/96 do Parlamento Europeu e a Resolução n.º 1 <strong>de</strong> 7.12.94 sobre “O<br />
Futuro do Serviço <strong>de</strong> Radiodifusão”, adoptada na 4ª Conferência Ministerial Europeia sobre a política<br />
da comunicação social, realizada em Praga sob a égi<strong>de</strong> do Conselho da Europa.<br />
Lei Constitucional n.º 1/89, <strong>de</strong> 8 <strong>de</strong> Julho.<br />
Vi<strong>de</strong> art. 38º, n.º 5 da CRP.<br />
27