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Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas

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2.4. QUANTO ÀS TENTATIVAS DE REESTRUTURAÇÃO DA RTP<br />

Des<strong>de</strong> 1994, foram elaborados diversos planos <strong>de</strong> reestruturação da empresa, geralmente a<br />

partir <strong>de</strong> trabalhos externos <strong>de</strong> consultoria contratados para o efeito, visando, nomeadamente,<br />

a racionalização e a redução dos custos da sua “máquina operativa”, a concepção <strong>de</strong> um novo<br />

mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão e <strong>de</strong> uma nova estrutura organizacional e o saneamento financeiro da<br />

empresa. Todas as medidas propostas implicavam uma diminuição substancial do número <strong>de</strong><br />

efectivos da RTP. O custo <strong>de</strong>stes trabalhos <strong>de</strong> consultoria ascen<strong>de</strong>u a cerca <strong>de</strong> 600 milhares <strong>de</strong><br />

contos – 3 milhões <strong>de</strong> Euros.<br />

Nenhuma das propostas <strong>de</strong> mudança chegou, na prática, a ser implementada, ou apoiada,<br />

pelas diversas tutelas e administrações que se suce<strong>de</strong>ram na empresa. Suce<strong>de</strong>u, até, que, em<br />

vez do redimensionamento dos recursos humanos da empresa, se registou, até 1999, o<br />

aumento do seu número, não tendo também sofrido alteração digna <strong>de</strong> registo nem a cultura<br />

nem o mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> gestão dos tempos do monopólio, não orientados para a eficiência. A i<strong>de</strong>ia<br />

subjacente à cultura organizacional e gestionária da RTP tem sido a <strong>de</strong> que tudo acabará por<br />

ter a cobertura financeira do Estado.<br />

As únicas opções estratégicas <strong>de</strong> reestruturação da RTP que acabaram por ser concretizadas<br />

consubstanciaram-se na alteração do mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento do serviço público, no sentido<br />

<strong>de</strong> alargar a subsidiação do Estado à cobertura <strong>de</strong> toda a activida<strong>de</strong> da empresa, incluindo o 1º<br />

canal, como ficou consagrado no actual contrato <strong>de</strong> concessão.<br />

Esta mudança no mo<strong>de</strong>lo <strong>de</strong> financiamento, sem ter sido efectuada a reestruturação da RTP,<br />

acabou por levar apenas ao crescimento exponencial das necessida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> subsidiação pelo<br />

Estado e ao aumento das ineficiências <strong>de</strong> gestão.<br />

Permaneceu, assim, por resolver o problema do pesado défice estrutural da RTP, acabando<br />

também o Estado por optar pela via <strong>de</strong> não aten<strong>de</strong>r aos montantes <strong>de</strong> IC reclamados pela<br />

empresa. A resolução dos problemas da RTP foi, assim, transferida para o passivo da<br />

empresa.<br />

2.5. QUANTO À CRIAÇÃO DA PORTUGAL GLOBAL<br />

Não se encontraram evidências <strong>de</strong> que a criação da PORTUGAL GLOBAL tenha trazido<br />

algum contributo à resolução dos problemas com que a RTP se <strong>de</strong>batia.<br />

Com efeito, esta holding do Estado, em 2000, não <strong>de</strong>senvolveu, praticamente, activida<strong>de</strong>, o<br />

que não obstou a que acumulasse prejuízos <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 155,1 milhares <strong>de</strong> contos – 773,6<br />

milhares <strong>de</strong> Euros. Os seus custos operacionais ascen<strong>de</strong>ram a cerca <strong>de</strong> 155,7 milhares <strong>de</strong><br />

contos – 776,6 milhares <strong>de</strong> Euros, dos quais cerca <strong>de</strong> 118,7 milhares <strong>de</strong> contos – 592,1<br />

milhares <strong>de</strong> Euros (76%) correspon<strong>de</strong>ram a custos com pessoal, essencialmente, relacionados<br />

com os membros do seu CA.<br />

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