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Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas

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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />

O recurso sistemático ao endividamento bancário acarretou, também, para a RTP, no período<br />

<strong>de</strong> 1993 a 2000, um encargo financeiro líquido acumulado <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 39 milhões <strong>de</strong> contos –<br />

194,5 milhões <strong>de</strong> Euros, tendo os custos financeiros líquidos <strong>de</strong>ste último ano atingido cerca<br />

<strong>de</strong> 7,8 milhões <strong>de</strong> contos – 38,9 milhões <strong>de</strong> Euros.<br />

2.3. QUANTO À GESTÃO DA RTP, EM GERAL<br />

O exercício da activida<strong>de</strong> da RTP e a prestação do serviço público <strong>de</strong> televisão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o<br />

contrato <strong>de</strong> concessão <strong>de</strong> 1996, passaram a ser duas realida<strong>de</strong>s sobrepostas ou coinci<strong>de</strong>ntes,<br />

incorporam elevados custos <strong>de</strong> ineficiência. A IGF, em resultado <strong>de</strong> trabalho específico que<br />

elaborou em 1998, referiu-o expressamente tendo em conta os diversos diagnósticos que<br />

foram efectuados à RTP por empresas <strong>de</strong> consultoria externa, visando, nomeadamente, a<br />

redução e a racionalização dos custos da empresa.<br />

Objectivamente, a RTP não <strong>de</strong>u cumprimento às únicas disposições que o actual contrato <strong>de</strong><br />

concessão estabeleceu para prestação do serviço público em matéria <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong><br />

eficiência. Mesmo em termos previsionais, na maior parte dos Planos e Orçamentos <strong>de</strong><br />

serviço público que a RTP elaborou <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1997 não foram incorporados os ganhos que o<br />

contrato recomenda àquele nível, tendo a empresa assumido, à partida, que o exercício da sua<br />

activida<strong>de</strong> conduziria a índices <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> eficiência inferiores aos contratualmente<br />

previstos.<br />

No plano da gestão, tem sido apontado quer pela IGF, quer pelos consultores e auditores<br />

exteriores à RTP, a existência <strong>de</strong> <strong>de</strong>ficiências ao nível do planeamento, do controlo<br />

orçamental e da não responsabilização dos responsáveis pelos <strong>de</strong>svios verificados,<br />

<strong>de</strong>signadamente no que respeita a custos com programas e com pessoal.<br />

A exploração do 1º canal conduziu, entre 1994 e 2000, a um avolumar contínuo <strong>de</strong> prejuízos,<br />

tendo contribuído para a formação do défice operacional da globalida<strong>de</strong> da RTP a<br />

significativa mobilização <strong>de</strong> recursos imposta pelas restantes obrigações <strong>de</strong> serviço público e,<br />

em parte, a atribuição à empresa <strong>de</strong> novas obrigações.<br />

Quanto à existência na RTP <strong>de</strong> uma estrutura <strong>de</strong> custos extremamente pesada e praticamente<br />

imutável, adquiriu-se a convicção, a partir <strong>de</strong> 1994, que a sua mudança ou alteração não se<br />

compa<strong>de</strong>cia com medidas <strong>de</strong> gestão corrente, carecendo antes <strong>de</strong> uma reestruturação profunda<br />

da empresa a todos os seus níveis (estratégico, funcional e organizativo) e que incidisse sobre<br />

todas as suas áreas operacionais, <strong>de</strong> modo a que, criadas as condições a<strong>de</strong>quadas para o<br />

exercício da sua activida<strong>de</strong> em regime <strong>de</strong> concorrência, se conseguisse, então, atingir os<br />

critérios <strong>de</strong> produtivida<strong>de</strong> e <strong>de</strong> eficiência a<strong>de</strong>quados. Porém, a opção por esta mudança radical<br />

não se concretizou, até ao final do período <strong>de</strong> referência da presente auditoria.<br />

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