Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />
Contudo, no que concerne às obrigações <strong>de</strong> serviço público que, neste domínio, impen<strong>de</strong>m<br />
sobre a empresa, não parece <strong>de</strong>scabido recordar que o contrato <strong>de</strong> concessão apenas <strong>de</strong>termina<br />
que é obrigação da RTP “apoiar a produção nacional (...), nomeadamente nos domínios da<br />
ficção e documentário” e “assegurar um equilíbrio entre a produção própria e a produção<br />
in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte, fixando para esta uma percentagem nunca inferior a 10% do orçamento da<br />
programação”, e ainda a <strong>de</strong> “produzir e transmitir regularmente obras <strong>de</strong> ficção <strong>de</strong> autores<br />
qualificados e em língua portuguesa num mínimo <strong>de</strong> 26 horas por ano”.<br />
Acresce que uma das contradições que tem sido apontada, quando se recorre à produção<br />
externa nacional, por esta se apresentar, aparentemente, mais competitiva, nomeadamente em<br />
termos <strong>de</strong> preços e <strong>de</strong> prazos <strong>de</strong> entrega, resi<strong>de</strong> no facto <strong>de</strong> se continuar a ter que suportar os<br />
custos <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> uma produção própria subaproveitada. É como ser onerado com os<br />
custos <strong>de</strong> estrutura das produtoras externas nacionais e ainda com os seus, mesmo que não se<br />
produza.<br />
Idêntico subaproveitamento aconteceu também com a produção da participada EDIPIM, a<br />
qual, no período <strong>de</strong> 1997 a 1999, produziu apenas, praticamente, duas séries <strong>de</strong> programas.<br />
Sublinhe-se que um dos principais problemas estruturais da RTP, ao nível da produção<br />
própria, i<strong>de</strong>ntificado pelos seus próprios consultores, em estudo datado <strong>de</strong> Janeiro <strong>de</strong> 1998,<br />
era o da não existência <strong>de</strong> uma política concertada <strong>de</strong> utilização do recursos dos diferentes<br />
Centros <strong>de</strong> produção, englobando os do Porto, dos Açores e da Ma<strong>de</strong>ira, os quais, no período<br />
<strong>de</strong> 1997 a 2000, registaram um custo anual médio <strong>de</strong> estrutura <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 2, 1,5 e 1,1 milhões<br />
<strong>de</strong> contos – 10, 7,5 e 5,5 milhões <strong>de</strong> Euros, respectivamente 81 .<br />
12.3.6. PERSPECTIVAS PARA 2001<br />
No orçamento <strong>de</strong> serviço público da RTP para o ano 2001 ficou previsto que os custos com a<br />
aquisição/produção <strong>de</strong> programas se situaria em cerca <strong>de</strong> 28,9 milhões <strong>de</strong> contos – 144,2<br />
milhões <strong>de</strong> Euros, o que representava um acréscimo <strong>de</strong> 12% (cerca <strong>de</strong> 3,1 milhões <strong>de</strong> contos –<br />
15,5 milhões <strong>de</strong> Euros), relativamente ao orçamento do ano anterior.<br />
Por géneros <strong>de</strong> programas, os principais responsáveis por este aumento eram a informação<br />
<strong>de</strong>sportiva, que registava um acréscimo <strong>de</strong> 30% (cerca <strong>de</strong> 1,8 milhões <strong>de</strong> contos – 8,9 milhões<br />
<strong>de</strong> Euros), e os programas <strong>de</strong> ficção e <strong>de</strong> entretenimento, que registavam acréscimos,<br />
respectivamente, <strong>de</strong> 15% (cerca <strong>de</strong> 1,1 milhões <strong>de</strong> contos – 5,5 milhões <strong>de</strong> Euros) e <strong>de</strong> 33%<br />
(cerca <strong>de</strong> 1,5 milhões <strong>de</strong> contos – 7,5 milhões <strong>de</strong> Euros).<br />
Para a exibição <strong>de</strong> programas ficou previsto, para 2001 um custo global <strong>de</strong> cerca <strong>de</strong> 28, 6<br />
milhões <strong>de</strong> contos – 142,6 milhões <strong>de</strong> Euros, representando um acréscimo <strong>de</strong> 21% (cerca <strong>de</strong><br />
4,9 milhões <strong>de</strong> contos – 24,4 milhões <strong>de</strong> Euros), com relação ao orçamento do ano anterior.<br />
81<br />
Valores que, relativamente aos Centros dos Açores e Ma<strong>de</strong>ira, englobam custos com o aluguer da re<strong>de</strong><br />
<strong>de</strong> emissão e <strong>de</strong> circuitos <strong>de</strong> ví<strong>de</strong>o e <strong>de</strong> som, representando cerca <strong>de</strong> 25% do total dos custos <strong>de</strong><br />
estrutura <strong>de</strong>sses Centros.<br />
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