Relatório de Auditoria nº 8/2002 - Tribunal de Contas
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<strong>Tribunal</strong> <strong>de</strong> <strong>Contas</strong><br />
Ora, na RTP tem predominado uma atitu<strong>de</strong> passiva, no sentido <strong>de</strong> acolher as iniciativas dos<br />
produtores, o que tem inviabilizado a pesquisa <strong>de</strong> alternativas no mercado, para a produção,<br />
nomeadamente técnica, dos programas. Segundo informação recolhida na empresa, a maioria<br />
dos programas <strong>de</strong> produção externa nacional, adquiridos nos géneros <strong>de</strong> entretenimento e <strong>de</strong><br />
ficção, tem resultado da iniciativa das produtoras externas e não <strong>de</strong> uma posição pró-activa e<br />
criativa da RTP, tendo-se aquelas, tornado, <strong>de</strong> facto, nos programadores da Estação.<br />
A ausência <strong>de</strong> estratégia e a normal pressão, por parte <strong>de</strong> algumas produtoras externas<br />
nacionais, para escoarem os seus produtos <strong>de</strong>ram origem e criaram as condições para a falta<br />
<strong>de</strong> planeamento na contratação dos programas, com consequências negativas ao nível da<br />
negociação das aquisições e da estabilida<strong>de</strong> das grelhas <strong>de</strong> programas.<br />
12.3.2. SELECÇÃO E CONTRATAÇÃO<br />
Na aquisição <strong>de</strong> programas nacionais verificou-se uma concentração significativa na selecção<br />
<strong>de</strong> algumas das produtoras externas que integram o sector nacional do audiovisual. Com<br />
efeito, no período <strong>de</strong> 1993 a 2000, cerca <strong>de</strong> 53% das <strong>de</strong>spesas contratadas pela RTP, na<br />
aquisição <strong>de</strong> programas nacionais para os 1º e 2º canais, concentraram-se nas seguintes 6<br />
produtoras:<br />
Unid: Milhares Contos<br />
Produtoras Nacionais V Contratados<br />
NBP e MULTICENA 10.745<br />
CCA 4.500<br />
625 COMUNICAÇÃO/ALTAVISION 2.596<br />
MMM 2.181<br />
ENDEMOL 1.857<br />
Total 21.879<br />
Total contratado 41.296<br />
Fonte: RTP; análise equipa auditoria (valores sem MBS e não consi<strong>de</strong>rando<br />
a EDIPM e FO&CO)<br />
Quando consi<strong>de</strong>rado o período <strong>de</strong> 1997 a 2000, a concentração na aquisição daquele tipo <strong>de</strong><br />
programas baixa para cerca <strong>de</strong> 47%, figurando nos primeiros lugares as produtoras<br />
NBP/MULTICENA, seguida pela 625 COMUNICAÇÃO/ALTAVISION.<br />
Esta concentração (que será ainda mais elevada se se consi<strong>de</strong>rar apenas o 1º canal), quando<br />
associada à iniciativa das produtoras externas relativamente à maioria dos programas<br />
nacionais, contratados pela RTP, para os géneros <strong>de</strong> ficção e entretenimento, suscita a questão<br />
<strong>de</strong> saber quem tem sido o verda<strong>de</strong>iro <strong>de</strong>cisor neste domínio.<br />
Por outro lado, ao nível do clausulado estabelecido com as produtoras externas, constatou-se<br />
que a RTP não proce<strong>de</strong>u à introdução <strong>de</strong> cláusulas a fixar, previamente, objectivos<br />
quantificados para as audiências que ambas as partes se proporiam atingir com os programas<br />
produzidos. Tal situação resultou da circunstância da Direcção <strong>de</strong> Programas não ter querido<br />
comprometer-se com a fixação <strong>de</strong> datas e <strong>de</strong> horários para a exibição dos programas, dadas as<br />
naturais exigências das produtoras a este nível.<br />
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