universidade federal do rio de janeiro - Instituto de Psicologia da ...
universidade federal do rio de janeiro - Instituto de Psicologia da ... universidade federal do rio de janeiro - Instituto de Psicologia da ...
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE PSICOLOGIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA DISCIPLINA: IPC255 - TÓPICOS ESPECIAIS EM PSICOLOGIA CLÍNICA II PROFA: LUCIA RABELLO DE CASTRO HORÁRIO: 3as feiras, 9:20h às 12:50h Subtítulo da disciplina: Subjetivação e Dominação EMENTA A questão da dominação interessa à reflexão psicológica uma vez que pode ser problematizada como uma forma de relação entre o sujeito e o outro. No campo psi, a discussão sobre dominação tem se realizado sob outros significantes,no domínio da psicologia política ou no da psicologia social, em geral, relacionada às dinâmicas das relações de poder (autoridade e autoritarismo, discriminação), e/ou de aspectos específicos das relações grupais (hierarquia, dominância, competitividade, preconceito). Tais enfoques apresentam-se, em geral,desconectados das articulações que se produzem entre os aspectos psicológicos e intersubjetivos enfocados e as dimensões mais amplas da sociedade e da cultura. O presentecurso se abre, portanto, com o objetivo de inseriro problema da dominação, compreendido como um processo específico da relação eu-outro, no contexto das determinações mais amplas das disputas sociais e políticas, no horizonte da totalidade social. Interessa discutir e problematizar o processo de subjetivação específico que a dominação põe em curso, sem perder de vista as condições de sua emergência e de suas configurações no bojo dos antagonismos sociais e políticos de determinados contextos históricos. PROGRAMA 1) A Experiência da dominação: imagens, metáforas e narrativas A experiência da dominaçãocomo narrativa em primeira pessoa e a configuração das posições subjetivas em termos de fala, afetos, corpo. 2) A construção inter-subjetiva da dominação: a relação entre dominador(es) e dominado(s) Processos de subjetivação na relação de dominação: a ‘estrutura relacional’ entre dominador e dominado. 3) A dominação e ‘sua’ resistência: o desvelamento da opressão como processo A dominação engendra processos de resistência que se constroem como coletivização da experiência subjetiva. O ‘sujeitocoletivo’ da resistência e o desvelamento da opressão. 4) Experiências contemporâneas de dominação e resistência: uma visão panorâmica e plural. Que formas (sutis, explícitas, larvares) assume a dominação hoje? Como as práticas sociais e culturais são atravessadas pela dominação? Que formas de resistência se apresentam hoje? Referencias: 1
- Page 2 and 3: Benjamin, J. The Bonds of Love: psy
- Page 4: *Buck-Morss, S. Hegel e Haiti. Novo
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO<br />
INSTITUTO DE PSICOLOGIA<br />
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM PSICOLOGIA<br />
DISCIPLINA: IPC255 - TÓPICOS ESPECIAIS EM PSICOLOGIA CLÍNICA II<br />
PROFA: LUCIA RABELLO DE CASTRO<br />
HORÁRIO: 3as feiras, 9:20h às 12:50h<br />
Subtítulo <strong>da</strong> disciplina: Subjetivação e Dominação<br />
EMENTA<br />
A questão <strong>da</strong> <strong>do</strong>minação interessa à reflexão psicológica uma vez que po<strong>de</strong> ser<br />
problematiza<strong>da</strong> como uma forma <strong>de</strong> relação entre o sujeito e o outro. No campo<br />
psi, a discussão sobre <strong>do</strong>minação tem se realiza<strong>do</strong> sob outros significantes,no<br />
<strong>do</strong>mínio <strong>da</strong> psicologia política ou no <strong>da</strong> psicologia social, em geral, relaciona<strong>da</strong> às<br />
dinâmicas <strong>da</strong>s relações <strong>de</strong> po<strong>de</strong>r (autori<strong>da</strong><strong>de</strong> e autoritarismo, discriminação),<br />
e/ou <strong>de</strong> aspectos específicos <strong>da</strong>s relações grupais (hierarquia, <strong>do</strong>minância,<br />
competitivi<strong>da</strong><strong>de</strong>, preconceito). Tais enfoques apresentam-se, em<br />
geral,<strong>de</strong>sconecta<strong>do</strong>s <strong>da</strong>s articulações que se produzem entre os aspectos<br />
psicológicos e intersubjetivos enfoca<strong>do</strong>s e as dimensões mais amplas <strong>da</strong> socie<strong>da</strong><strong>de</strong><br />
e <strong>da</strong> cultura. O presentecurso se abre, portanto, com o objetivo <strong>de</strong> inseriro<br />
problema <strong>da</strong> <strong>do</strong>minação, compreendi<strong>do</strong> como um processo específico <strong>da</strong> relação<br />
eu-outro, no contexto <strong>da</strong>s <strong>de</strong>terminações mais amplas <strong>da</strong>s disputas sociais e<br />
políticas, no horizonte <strong>da</strong> totali<strong>da</strong><strong>de</strong> social. Interessa discutir e problematizar o<br />
processo <strong>de</strong> subjetivação específico que a <strong>do</strong>minação põe em curso, sem per<strong>de</strong>r <strong>de</strong><br />
vista as condições <strong>de</strong> sua emergência e <strong>de</strong> suas configurações no bojo <strong>do</strong>s<br />
antagonismos sociais e políticos <strong>de</strong> <strong>de</strong>termina<strong>do</strong>s contextos históricos.<br />
PROGRAMA<br />
1) A Experiência <strong>da</strong> <strong>do</strong>minação: imagens, metáforas e narrativas<br />
A experiência <strong>da</strong> <strong>do</strong>minaçãocomo narrativa em primeira pessoa e a<br />
configuração <strong>da</strong>s posições subjetivas em termos <strong>de</strong> fala, afetos, corpo.<br />
2) A construção inter-subjetiva <strong>da</strong> <strong>do</strong>minação: a relação entre <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>r(es)<br />
e <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>(s)<br />
Processos <strong>de</strong> subjetivação na relação <strong>de</strong> <strong>do</strong>minação: a ‘estrutura relacional’<br />
entre <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>r e <strong>do</strong>mina<strong>do</strong>.<br />
3) A <strong>do</strong>minação e ‘sua’ resistência: o <strong>de</strong>svelamento <strong>da</strong> opressão como processo<br />
A <strong>do</strong>minação engendra processos <strong>de</strong> resistência que se constroem<br />
como coletivização <strong>da</strong> experiência subjetiva. O ‘sujeitocoletivo’ <strong>da</strong><br />
resistência e o <strong>de</strong>svelamento <strong>da</strong> opressão.<br />
4) Experiências contemporâneas <strong>de</strong> <strong>do</strong>minação e resistência: uma visão<br />
panorâmica e plural.<br />
Que formas (sutis, explícitas, larvares) assume a <strong>do</strong>minação hoje? Como as<br />
práticas sociais e culturais são atravessa<strong>da</strong>s pela <strong>do</strong>minação? Que formas<br />
<strong>de</strong> resistência se apresentam hoje?<br />
Referencias:<br />
1
Benjamin, J. The Bonds of Love: psychoanalysis, feminism and the problem of<br />
<strong>do</strong>mination. NY: Pantheon, 1988 (Cap.Master andSlave; Conclusion)<br />
Benjamin, J. The <strong>de</strong>cline of the Oedipus Complex. Em J. Broughton (ed.).<br />
Critical Theories of Psychological Development. NY: Plenum, 1987.<br />
Castro, L. R.Entre a subordinação e a opressão: os jovens e as vicissitu<strong>de</strong>s <strong>da</strong><br />
resistência na escola’. Em C. Mayorga, L. Rabello <strong>de</strong> Castro e M. A. Maximo<br />
Pra<strong>do</strong> (orgs.). Juventu<strong>de</strong> e Participação Social e Política (no prelo)<br />
Chatterjee, P. Populations and Political Society. Em P. Chatterjee, The<br />
Politics of the Governed. NY: Columbia Univ Press, 2004.<br />
Corrigan, P; Frith S. ‘The Politics of Youth Culture’, em S. Hall & T. Jefferson<br />
(eds.), Resistance through Rituals. Oxon: Routledge, pp. 231-239,<br />
2005/1975.<br />
Fanon, F. ‘The Fact of Blackness’. EmBlack Skin, White Masks. NY: Grove<br />
Press, pp. 109-140.<br />
Haroche, C.Elementos para uma antropologia política <strong>do</strong> ressentimento: laços<br />
emocionais e processos políticos. Em S. Bresciani e M. Naxara (orgs.).<br />
Memória e (Res) sentimento, Campinas: Unicamp, 2009<br />
Haroche, C.Processos psicológicos e sociais <strong>da</strong> humilhação: o<br />
empobrecimento <strong>do</strong> espaço inte<strong>rio</strong>r no individualismo contemporâneo. Em<br />
I. Marson e M. Naxara (org.)Sobre a humilhação. Uberlandia: Edufu, 2005.<br />
Layton, L., ‘What divi<strong>de</strong>s the subject? Psychoanalytic Reflections on<br />
subjectivity, subjection and resistance’, Subjectivity, 22, 60-72, 2008.<br />
Nandy, A. ‘The Uncolonized Mind: a post-colonial view of India and the<br />
West’, emThe Intimate Enemy: Loss and Recovery of Self un<strong>de</strong>r Colonialism.<br />
Delhi: Oxford, 2010.<br />
Mafeje, A. The role of the state capitalismo in pre<strong>do</strong>minantly agrarian<br />
economies. Em A. Mafeje, Science, I<strong>de</strong>ology and Development. Uppsala:<br />
Africana Publ Co. 1078 (13-46)<br />
Mur<strong>do</strong>ck, G.;McGron, R. ‘Consciousness of Class and Consciousness of<br />
Generation’, em S. Hall & T. Jefferson (eds.), Resistance through Rituals.<br />
Oxon: Routledge, pp. 192-207, 2005/1975<br />
2
Nagarajan, S. N. Mo<strong>de</strong>rn Science, Marxism and Human Free<strong>do</strong>m – an<br />
evaluation. Em S. N. Nagarajan, Eastern Marxism and Other Essays. Tamil<br />
Nadu: Odyssey pp.187-195, 2008.<br />
Pontecorvo, G., ‘A batalha <strong>de</strong> Argel’,166 min., 1966.<br />
Quijano, A.‘Don Quijote y losmolinos <strong>de</strong> vientoenAmerica Latina’. Em C.<br />
Araujo e J. Ama<strong>de</strong>o (orgs.),Teoria Política Latinoamericana. Buenos Aires:<br />
Luxembourg, pp. 17-42, 2010.<br />
Rinaldi, D. ‘A subjetivi<strong>da</strong><strong>de</strong> hoje: os para<strong>do</strong>xos <strong>da</strong> servidão voluntária’, Ágora<br />
IV (1), 9-22, 2001.<br />
Scott, J. ‘False consciousness or laying it on thick?’ Em J. Scott, Domination<br />
and the Arts of Resistance, New Haven: Yale Univ Press, pp 70-107, 2000.<br />
Souza, J. Adiós a lasclases? Navegan<strong>do</strong> contra lacorriente y<br />
reconstruyen<strong>do</strong>lanoción <strong>de</strong> “raleaestructural” enla periferia <strong>de</strong>l<br />
capitalismo. Em C. Araujo e J. Ama<strong>de</strong>o (orgs.), Teoría política<br />
latinoamericana. Buenos Aires: EdicionesLuxemburg, 2010.<br />
Viezzer, M. ‘Se me <strong>de</strong>ixam falar” Domitila. S.P.: Global, 1982, (Parte I). Ivan<br />
Angelo, ‘Menina’, em I. Moriconi (org.), Os cem melhores contos brasileiros <strong>do</strong><br />
século. S. P.: Objetiva, 2000.<br />
Walsh, C. Interculturali<strong>da</strong>d, coloniali<strong>da</strong>d y educación, Em Revista Educación<br />
Y Pe<strong>da</strong>gogía, vol. XIX, n. 48, 2007.<br />
Weil, S. ‘Diá<strong>rio</strong> <strong>da</strong> Fábrica 1934-35’ e A vi<strong>da</strong> e a greve <strong>do</strong>s metalúrgicos’. Em<br />
E. Bosi (org.), Simone Weil – a condição operária e outros escritos sobre a<br />
opressão, S. P.: Paz e Terra, 1996.<br />
Zawadski, P.O ressentimento e a igual<strong>da</strong><strong>de</strong>: contribuição para uma<br />
antropologia filosófica <strong>da</strong> <strong>de</strong>mocracia. Em S. Bresciani e M. Naxara<br />
(orgs),Memória e ressentimento: in<strong>da</strong>gações sobre uma questão sensível,<br />
Campinas: Ed. <strong>da</strong> Unicamp, 2001.<br />
Bibliografia geral:<br />
3
*Buck-Morss, S. Hegel e Haiti. Novos Estu<strong>do</strong>s CEBRAP 90, SP, Julho 2011.<br />
http://dx.<strong>do</strong>i.org/10.1590/50101-33002011000200010<br />
* Césaire, Aimé, Discourse on Colonialism. NY: Monthly Review Press, 2000.<br />
* Dubiel, Helmut. Domination or Emancipation?The <strong>de</strong>bate over the heritage of<br />
critical theory.Em A. Honneth, T. McCarthy, C. Offe e A. Wellmer (eds.), Cultural and<br />
Political Interventions in the Unfinished Project of Enlightenment. Cambridge: MIT<br />
Press, 3-16.<br />
* James, C.L.R.Os jacobinos negros. Sao Paulo: Boitempo, 2000.<br />
* Kaviraj, Sudipta, ‘On the Construction of Colonial Power: Structure, Discourse,<br />
Hegemony’, em S. Kaviraj (ed.) Politics in India. Delhi: Oxford Univ Press, pp. 141-<br />
150. 2010/1997.<br />
* Lefort, C. O nome <strong>de</strong> Um. Em E. La Boétie, Discurso sobre a Servidão Voluntária.<br />
RJ: Martins Fontes.<br />
* Mam<strong>da</strong>ni, M. , ‘The other face of tribalism: peasant movements in Equatorial<br />
Africa’. Em M. Mam<strong>da</strong>ni, Citizen and Subject: Contemporary Africa and the Legacy of<br />
Late Colonialism. Princeton, NJ: Princeton Univ Press, 183-217, 1996.<br />
* Minh-ha, Trinh T., ‘Difference: a Special Third World Woman Issue’, em T. Minhha<br />
Woman, Native, Other –Writing, Postcoloniality and Feminism, Bloomington:<br />
Indiana Univ Press, pp. 79-107, 1989.<br />
* Sar<strong>da</strong>r, Ziauddin, ‘Take me, I’m yours’, em Z. Sar<strong>da</strong>rPostmo<strong>de</strong>rnism and the Other<br />
– the New Imperialism f Western Culture. Lon<strong>do</strong>n: Pluto Press, pp. 17-43, 1998.<br />
* Suetsugu, M. ‘Dividing practices, subjectivity, subalternity’, Alternatives: Global,<br />
Local, Political, 35:401-423, 2010.<br />
4