Iana Sudo MEDICALIZAÇÃO DAS MULHERES - Instituto de ...

enquanto aguardava Beatriz. Conversamos a respeito de suas dificuldades, como foi para
ela amamentar e seu interesse em ser uma voluntária na ONG, e que durou meia hora.
A terceira foi com uma das coordenadoras das Amigas do Peito, Beatriz, 49 anos,
formada em Letras, casada, mãe de duas adolescentes, a mais velha com 22 anos. Aqui,
elaborei um roteiro que também abrangesse perguntas relacionadas à ONG: quando, como
e por quem a ONG foi fundada, qual o objetivo principal dela e como Beatriz entrou para a
mesma. Também realizada na sede da ONG, no Catete. Com a coordenadora, a entrevista
durou uma hora e meia; a entrevistada se sentiu à vontade, fluindo de uma maneira
informal, até porque ela já me conhecia, devido ao trabalho de campo que estava
realizando com ela.
Minha quarta entrevista foi com Nina, 38 anos, casada, doutoranda em Antropologia
Social, mãe de uma menina de 1ano e 11meses. Essa foi realizada no local onde atualmente
faz seu doutorado, o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais (IFCS), campus da UFRJ, no
Largo de São Francisco, Centro. Conversamos durante 1hora, a respeito de seus planos
iniciais, antes do nascimento de sua filha única, suas dificuldades com a amamentação, seus
anseios, como foi o apoio que ela recebeu, tanto de amigas quanto dos profissionais da área
de saúde etc.
Minha última entrevistada foi Júlia, ginecologista de 39 anos, casada, mãe de um
menino de um ano, realizada em seu apartamento em Botafogo. Ela amamentou seu filho
exclusivamente no peito até os seis primeiros meses e fez o desmame aos 11 meses. Júlia
não foi amamentada no peito, quando bebê. Neste caso em particular, tive que remarcar
uma segunda entrevista com ela, devido ao problema técnico com o gravador, que não
gravou a conversa toda, fato que só percebi quando fui ouvir a entrevista. A conversa, que
durou aproximadamente quarenta minutos, englobou questões tais como a modificação do
olhar de Júlia em relação à amamentação, passando a ver dificuldades que antes ela não via,
por até então não ter vivenciado essa experiência e que agora, mais do que antes, ela
defende a amamentação no peito com mais ênfase, em suas consultas clínicas.