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03.09.2014 Views

apoiar e ouvir as mães na amamentação, um ato mais complexo e difícil do que se pode imaginar. Tem uma parceria de 12 anos com a ONG norueguesa Ammehjelpen, que terminaria, 49 segundo me contou a coordenadora, no final de 2002. As reuniões estão abertas a qualquer pessoa interessada em trocar suas experiências com a amamentação no grupo, contudo, no que tange à participação de pessoas ligadas as mães, a coordenadora nos explica que: Quem tem que determinar quem vai ou quem não vai (acompanhá-la na reunião) é a mãe. Porque é ela que tá sendo atingida. 50 Hoje, a gente vira pra mãe e fala assim pra ela: olha, você, o grupo é aberto, você pode levar quem você achar que é importante. 51 A ONG desenvolve também projetos educativos em creches no bairro de Charitas, município de Niterói, onde, através do lúdico, introduzem o que elas chamam de “conceito”, a “idéia” de amamentação. Mantêm um disque-amamentação desde 1993 e o projeto AMAMENTARTE, que definem como sendo um evento educativo-artístico que objetiva ampliar as informações sobre o ato de amamentar, tornando-as mais acessíveis à população. Atualmente, esse projeto está parado por falta de financiamento. No momento, a ONG Amigas do Peito só possuem grupos de mães no Estado do Rio de Janeiro. São cinco grupos de mães no Estado do Rio de Janeiro, a saber, o de Botafogo e da Gávea na zona Sul da cidade, o da Tijuca (zona Norte) e outro no município de Niterói, no bairro de Icaraí, onde assisti a uma reunião. A característica dos grupos de mães é ser de “mútua-ajuda” conforme Beatriz gosta de enfatizar para as mães e seus acompanhantes que lá chegam com ansiedades, frustrações e, principalmente, dificuldades para amamentar. 49 Até o final do meu trabalho de campo, a parceria ainda existia. 50 Relato obtido durante meu trabalho de campo. 51 Relato obtido durante meu trabalho de campo.

4.1.1.1 O grupo de mães da Tijuca A história do grupo de mães da Tijuca começa em 1983, ano de sua fundação pela coordenadora da ONG e funciona, desde então, no mesmo local, numa sala aos fundos da Paróquia de São Sebastião, mais conhecida como Igreja dos Capuchinhos, sendo esse grupo, como já mencionei, o primeiro fundado por elas. O perfil das mães que lá vão é, segundo observei, de classe média, numa faixa etária entre 20 a 35 anos, casadas, a maioria mães de “primeira viagem”, como muitas são chamadas, e que trabalham fora. A média de freqüência é de sete pessoas por reunião. A freqüência de homens foi baixíssima durante o período da nossa pesquisa, apenas um, apesar de a coordenadora nos ter informado que a participação deles ser boa. As reuniões acontecem duas vezes no mês - nas segundas e quartas terças-feiras de cada mês - com uma duração em média de duas horas. As reuniões envolvem a presença espontânea de mães que chegam às reuniões através de três maneiras: 1) através do disqueamamentação; 2) quando entram em contato com a sede; e 3) indicados por pediatras, profissionais de saúde, amigos ou parentes, quando expõem suas aflições em relação ao insucesso na amamentação no peito. Quando comecei a acompanhar o grupo, logo percebi que não poderia acompanhálo como planejara, pela razão de que uma de suas características é a fluidez. Esse entra e sai constante de mães, ou porque resolvem o problema, ou porque não têm a resposta imediata que buscavam, se refletia na pesquisa, impossibilitando-me de solidificar o tipo de contato mais permanente que desejava, com elas. Portanto, passei a firmar o contato de forma imediata com algumas mães que demonstraram mais disponibilidades, após o término das reuniões. Mesmo assim, devido à relutância, só consegui, de cinco contatos com essas mulheres, realizar apenas uma entrevista com uma mãe. 52 52 As outras duas entrevistas foram realizadas com a coordenadora e com uma voluntária que não as consideram freqüentadoras da ONG.

apoiar e ouvir as mães na amamentação, um ato mais complexo e difícil do que se po<strong>de</strong><br />

imaginar. Tem uma parceria <strong>de</strong> 12 anos com a ONG norueguesa Ammehjelpen, que<br />

terminaria, 49 segundo me contou a coor<strong>de</strong>nadora, no final <strong>de</strong> 2002.<br />

As reuniões estão abertas a qualquer pessoa interessada em trocar suas experiências<br />

com a amamentação no grupo, contudo, no que tange à participação <strong>de</strong> pessoas ligadas as<br />

mães, a coor<strong>de</strong>nadora nos explica que:<br />

Quem tem que <strong>de</strong>terminar quem vai ou quem não vai (acompanhá-la na reunião) é a<br />

mãe. Porque é ela que tá sendo atingida. 50<br />

Hoje, a gente vira pra mãe e fala assim pra ela: olha, você, o grupo é aberto, você<br />

po<strong>de</strong> levar quem você achar que é importante. 51<br />

A ONG <strong>de</strong>senvolve também projetos educativos em creches no bairro <strong>de</strong> Charitas,<br />

município <strong>de</strong> Niterói, on<strong>de</strong>, através do lúdico, introduzem o que elas chamam <strong>de</strong><br />

“conceito”, a “idéia” <strong>de</strong> amamentação. Mantêm um disque-amamentação <strong>de</strong>s<strong>de</strong> 1993 e o<br />

projeto AMAMENTARTE, que <strong>de</strong>finem como sendo um evento educativo-artístico que<br />

objetiva ampliar as informações sobre o ato <strong>de</strong> amamentar, tornando-as mais acessíveis à<br />

população. Atualmente, esse projeto está parado por falta <strong>de</strong> financiamento.<br />

No momento, a ONG Amigas do Peito só possuem grupos <strong>de</strong> mães no Estado do<br />

Rio <strong>de</strong> Janeiro. São cinco grupos <strong>de</strong> mães no Estado do Rio <strong>de</strong> Janeiro, a saber, o <strong>de</strong><br />

Botafogo e da Gávea na zona Sul da cida<strong>de</strong>, o da Tijuca (zona Norte) e outro no município<br />

<strong>de</strong> Niterói, no bairro <strong>de</strong> Icaraí, on<strong>de</strong> assisti a uma reunião. A característica dos grupos <strong>de</strong><br />

mães é ser <strong>de</strong> “mútua-ajuda” conforme Beatriz gosta <strong>de</strong> enfatizar para as mães e seus<br />

acompanhantes que lá chegam com ansieda<strong>de</strong>s, frustrações e, principalmente, dificulda<strong>de</strong>s<br />

para amamentar.<br />

49 Até o final do meu trabalho <strong>de</strong> campo, a parceria ainda existia.<br />

50 Relato obtido durante meu trabalho <strong>de</strong> campo.<br />

51 Relato obtido durante meu trabalho <strong>de</strong> campo.

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