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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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atendimentos musicoterapêuticos pod<strong>em</strong> ocorrer mudanças, e isto pode acontecer durante<br />

todo o processo (ibid.).<br />

Ainda nessa perspectiva, outra postura adotada pela pesquisadora foi a de<br />

priorizar o processo terapêutico. Nesse sentido, Barcellos (2004b) aponta que a pesquisa <strong>em</strong><br />

musicoterapia que procura estudar os fenômenos da prática clínica deve ser realizada com<br />

muito cuidado, porque percebe-se que, muitas vezes, a pesquisa assume a “figura” do<br />

trabalho, ficando como “fundo” o processo terapêutico, o que para ela não parece ser o mais<br />

adequado, uma vez que tal prática pode trazer danos ao paciente.<br />

Apesar de inicialmente ter sido proposta a gravação <strong>em</strong> áudio e/ou <strong>em</strong> vídeo de<br />

todos os atendimentos, as musicoterapeutas perceberam a necessidade do grupo de se sentir<br />

mais seguro e nucleado e até mesmo, <strong>em</strong> alguns momentos, a resistência 24 a um contato mais<br />

aprofundado com a Musicoterapia. Assim, as musicoterapeutas decidiram suspender as<br />

filmagens <strong>em</strong> alguns atendimentos, e contaram apenas com os relatórios descritivos.<br />

c) Elaboração de relatórios e análises musicoterápicas<br />

Após todos os atendimentos realizados, foram elaborados relatórios, a fim de<br />

descrever os acontecimentos vivenciados no setting musicoterapêutico. Barcellos (2004b)<br />

ressalta que<br />

é no momento de escrever, de relatar o ocorrido, ou ainda de rever o que foi<br />

escrito, que o musicoterapeuta irá refletir sobre a sessão e, muitas vezes, só<br />

nesse momento o musicoterapeuta consegue perceber questões que, de outra<br />

forma, ficariam s<strong>em</strong> leitura ou passariam despercebidas (p. 53).<br />

Considerando o programa de atendimentos musicoterapêuticos, os relatórios<br />

supracitados e as gravações <strong>em</strong> áudio e <strong>em</strong> vídeo, houve um trabalho de intensas trocas entre<br />

a pesquisadora/musicoterapeuta, a supervisora clínica/orientadora da pesquisa e a coterapeuta/pesquisadora<br />

participante, no intuito de realizar a análise musicoterápica.<br />

Procurou-se evitar a elaboração de uma análise pré-julgadora e primou-se por uma<br />

análise enquanto acontecimento t<strong>em</strong>poral: dinâmica, ativa e <strong>em</strong>preendedora, considerando as<br />

24 Para Ribeiro (2004) a resistência é um processo natural de equilibração, um ajustamento criativo e não se deve<br />

atribuir à pessoa ou grupo resistente intenções valorativas ou morais, pois não se resiste porque se quer e sim por<br />

uma exigência interna de autoequilibração.

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