EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

Cap. III – INTERSUBJETIVIDADES EM FOCO: UMA PESQUISA QUALITATIVA
EM MUSICOTERAPIA NO CONTEXTO DA EDUCAÇÃO SOCIAL
Embora a prática musicoterapêutica venha acontecendo e se estruturando em
diferentes polos pelo país, não há uma realização de pesquisas na mesma proporção. Barcellos
(2004b, p.27) afirma que “falar sobre pesquisa em musicoterapia no Brasil é como ter que
debruçar sobre o quase inexistente”. A autora faz uma analogia sobre esse tipo de pesquisa
com uma banda que não chega a passar, e têm-se, às vezes, apenas alguns instrumentistas
executando solos (ibid.).
Para Chagas (2001), essa defasagem em pesquisas sistemáticas gera vários
desafios metodológicos, uma vez que, “quanto mais pesquisa realizarmos, melhor saberemos
mapear as nossas dificuldades específicas, bem como divulgar soluções encontradas no seu
encaminhamento” (p.343).
Se não há uma tradição em se fazer pesquisa em Musicoterapia, conforme pontua
Barcellos (2004b), é ressaltada também a falta de se pensar Musicoterapia a partir da música.
Craveiro de Sá (2004) defende a necessidade de se pesquisar música em Musicoterapia,
salientando que
pesquisar música, no contexto da Musicoterapia, é estabelecer relações entre
música, homem e mundo. É dialogar abertamente com as diversas áreas do
saber. É pensar música em sua própria dimensão físico-acústica (forma,
matéria, tempo, espaço, gesto), como também nas dimensões pessoal, social,
política, cultural e espiritual. É considerar como um campo de forças
objetivas e subjetivas e as possíveis inter-relações que possam advir dessas
forças (p.3-4).
Portanto, diante desse convite à interdisciplinaridade, buscou-se, nesta pesquisa,
caminhar por essas duas áreas, Musicoterapia e Educação Social, considerando-se as
dimensões objetivas e subjetivas e, assim, propondo a construção de intersubjetividades.
Para Buber (2001), a intersubjetividade é a capacidade do homem de se relacionar
com o seu semelhante e envolve a reciprocidade, a presença, a imediatez e a responsabilidade.
Sidekum (1979), em seu livro “A intersubjetividade em Buber”, afirma que