EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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58 sempre recorre à criação de uma realidade imaginária. Para esse autor, o grupo possui tanto uma realidade externa, física e social, quanto uma realidade interna que gera o surgimento do fenômeno chamado “ilusão grupal”. Yalom (2006) esclarece que, apesar do grupo terapêutico ser artificial por suas condições de formação, é um lugar real por promover experiências de vida naturais, em que a realidade psicológica permite que um membro se conecte mais profundamente a outro do que a outras pessoas de seu cotidiano. Esse “universo de significações imaginárias” do grupo é fundamentado pelo imaginário social, isto é, as normas e contatos estabelecidos no grupo terapêutico partem da forma com que as pessoas inventam suas relações com o mundo, com as pessoas, partem de suas representações sociais sobre coletividade (FERNANDÉZ, 1992). Todas essas reflexões se fazem conexas aos processos grupais musicoterapêuticos, e para que estes sejam mais bem compreendidos pelo musicoterapeuta, além dos elementos que naturalmente são considerados na “leitura da dinâmica do grupo”, devem ser observados aspectos fundamentais que ocorrem nas experiências musicais, sejam elas expressivas ou receptivas. A leitura musicoterapêutica, em um grupo, requer uma maior abertura dos sentidos do musicoterapeuta. Além da observação da postura corporal, da linguagem, das expressões faciais e dos maneirismos dos participantes de um grupo, que normalmente são objetos de uma leitura da dinâmica grupal, há que se considerar também os corpos sonoros em suas vibrações, frequências e ressonâncias; os sentidos e significados das expressões musicais dos participantes do grupo; a escolha e o manuseio dos instrumentos musicais ou dos objetos sonoros; e ainda os diferentes papéis assumidos pelos participantes durante as experiências musicais. Por isso, através do diagrama apresentado a seguir, pretende-se discorrer sobre os processos grupais em musicoterapia, ressaltando a música como elemento diferencial nessa prática.
59 Figura 1 - Processos Grupais em Musicoterapia O primeiro gráfico retrata o inicio de um grupo formado por seis participantes, um musicoterapeuta e um co-terapeuta. Para Ribeiro (1994), em grupos com até oito participantes normalmente não há necessidade de um co-terapeuta; mas é aconselhável para aqueles grupos de longa duração e com mais de doze participantes. Nota-se, no entanto, que essa ponderação é extremamente variável ao considerar a clientela que será atendida, já que determinados grupos exigem maior cuidado e atenção dependendo da faixa etária, dos transtornos ou necessidades envolvidos, sendo em alguns destes, significativa a presença de um co-terapeuta. A esse respeito, Yalom (2006) alerta para o risco dos terapeutas, no momento da composição dos grupos, não se atentarem para questões ligadas à diversidade nas dimensões interpessoais, cognitivas e culturais dos membros e caírem em uma abordagem simplista e ineficiente quanto a um “tamanho único” relativa à formação de grupos. Faz-se necessário investir tempo e energia na seleção de clientes para a terapia de grupo, já que a composição de um grupo afeta radicalmente o seu caráter. Em musicoterapia, pelo fato de a música afetar o indivíduo de forma intensificada, podendo desencadear processos regressivos e mesmo pela multiplicidade de ações que ocorrem no setting musicoterapêutico, é comum a presença de um co-terapeuta mesmo tratando-se de um grupo com um número reduzido de membros 13 . As musicoterapeutas Brandão e Leão (1998, p.37) ressaltam, no entanto, que trabalhar em dupla é um desafio, e para que essa “química” funcione, aspectos como confiança, respeito, empatia, segurança são fundamentais. Apesar da presença de dois 13 Em alguns casos clínicos, como relatado por Brandão e Leão (1998), mesmo em atendimentos individuais a presença de um co-terapeuta pode ser eficiente.
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Figura 1 - Processos Grupais <strong>em</strong> Musicoterapia<br />
O primeiro gráfico retrata o inicio de um grupo formado por seis participantes, um<br />
musicoterapeuta e um co-terapeuta. Para Ribeiro (1994), <strong>em</strong> grupos com até oito participantes<br />
normalmente não há necessidade de um co-terapeuta; mas é aconselhável para aqueles grupos<br />
de longa duração e com mais de doze participantes. Nota-se, no entanto, que essa ponderação<br />
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grupos exig<strong>em</strong> maior cuidado e atenção dependendo da faixa etária, dos transtornos ou<br />
necessidades envolvidos, sendo <strong>em</strong> alguns destes, significativa a presença de um co-terapeuta.<br />
A esse respeito, Yalom (2006) alerta para o risco dos terapeutas, no momento da<br />
composição dos grupos, não se atentar<strong>em</strong> para questões ligadas à diversidade nas dimensões<br />
interpessoais, cognitivas e culturais dos m<strong>em</strong>bros e caír<strong>em</strong> <strong>em</strong> uma abordag<strong>em</strong> simplista e<br />
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Em musicoterapia, pelo fato de a música afetar o indivíduo de forma intensificada,<br />
podendo desencadear processos regressivos e mesmo pela multiplicidade de ações que<br />
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tratando-se de um grupo com um número reduzido de m<strong>em</strong>bros 13 .<br />
As musicoterapeutas Brandão e Leão (1998, p.37) ressaltam, no entanto, que<br />
trabalhar <strong>em</strong> dupla é um desafio, e para que essa “química” funcione, aspectos como<br />
confiança, respeito, <strong>em</strong>patia, segurança são fundamentais. Apesar da presença de dois<br />
13 Em alguns casos clínicos, como relatado por Brandão e Leão (1998), mesmo <strong>em</strong> atendimentos individuais a<br />
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