EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG
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Ao refletir sobre as representações internalizadas no inconsciente coletivo e sobre<br />
a construção da ord<strong>em</strong> simbólica na sociedade, há uma aproximação do conceito de<br />
imaginário. Se por um lado as ideias e imagens dos indivíduos sobre a realidade não são<br />
propriamente a realidade, mas sim uma representação desta, por outro lado são também uma<br />
outra forma de existência da realidade. Portanto, o imaginário v<strong>em</strong> a ser uma representação<br />
do real, uma vez que não é possível restaurar o real já vivido <strong>em</strong> sua integridade<br />
(PESAVENTO, 1995).<br />
O imaginário é histórico e datado, ou seja, cada época os homens constro<strong>em</strong><br />
representações para conferir sentido ao real. O imaginário comporta crenças,<br />
mitos, ideologias, conceitos, valores, é construtor de identidades e exclusões,<br />
hierarquiza, divide, aponta s<strong>em</strong>elhanças e diferenças no social. Ele é um<br />
saber-fazer que organiza o mundo, produzindo a coesão ou o conflito (id.,<br />
2003, p.43)<br />
Esta autora esclarece ainda que o imaginário pode ser visto a partir de três<br />
dimensões: a real, a ideológica e a utópica. A dimensão real são as ideias, coisas e sensações<br />
que possu<strong>em</strong> verossimilhança com o mundo vivido. Por outro lado, “o imaginário contém um<br />
componente de intencionalidade, de manipulação do que se poderia chamar de „ilusão ao<br />
espírito‟, ou ideologia” (ibid., p.1). Sendo assim, a dimensão ideológica prima pelo controle,<br />
pelo gerenciamento, constituindo-se por uma intenção deliberada. Visto ainda sob outro<br />
ângulo, o imaginário comporta também uma dimensão utópica, de sonhos, de desejo, de vir-aser,<br />
a esperança de outra possibilidade de vida frente à fatalidade imposta pela ord<strong>em</strong> social.<br />
Dando continuidade à exploração de diferentes compreensões sobre as<br />
representações sociais, no it<strong>em</strong> a seguir procura-se investigar como esta teoria dialoga com<br />
outras áreas, sua aplicabilidade <strong>em</strong> outros campos e, de forma mais específica, procura-se<br />
traçar conexões com a <strong>Música</strong>.<br />
2.2 – Representações Sociais e <strong>Música</strong><br />
Uma vez que as representações sociais reg<strong>em</strong> as relações das pessoas com o<br />
mundo, interferindo <strong>em</strong> processos variados como a difusão e assimilação de conhecimentos e<br />
a definição das identidades pessoais e sociais, estas pod<strong>em</strong> ser abordadas ao mesmo t<strong>em</strong>po<br />
como produto e processo de uma atividade de apropriação da realidade exterior ao