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sedimentar completamente para se tornarem tradições imutáveis
(MOSCOVICI, 2009, p.48).
Este autor, então, desenvolveu uma teorização que se adequa a sociedades
modernas, caracterizadas pelo pluralismo e rapidez das mudanças econômicas, políticas e
culturais. Para alguns analistas, os argumentos de Moscovici possuem uma força maior no
contexto pós-moderno (apud FARR, 1995). Entre esses autores, Arruda (2002) defende que a
pesquisa de Moscovici surgiu antes do seu tempo, contrariando o paradigma dominante na
Psicologia e nas Ciências Sociais, no qual ainda prevalecia o enfoque behaviorista.
Assim, ao invés de se voltar totalmente para o lado estático do coletivo, tal como
fez Durkheim, Moscovici priorizou a interação entre o individual e o social, em seu caráter
dinâmico, vendo as representações como dinâmicas, uma versão em constante transformação
do objeto que tenta elaborar. Por isso, para ele, as representações devem ser explicadas não de
forma absoluta, mas por sua estrutura e mecanismo interno.
Na opinião de Guareschi (1995), as diferenciações entre o conceito de
representação de Durkheim e de Moscovici são sutis, e para uma compreensão mais facilitada,
este autor apresentou a seguinte comparação: as representações coletivas se assemelham a
uma endemia, já que se transmitem vagarosamente pelas gerações; sendo comumente
denominadas de tradições; enquanto as representações sociais estão mais próximas ao
conceito de epidemia, pois se espalham rapidamente por toda a população, mas possuem um
curto período de vida, assim como a moda.
Ressalta-se, no entanto, que os estudos de Moscovici sobre as representações
sociais contribuíram significativamente com a Psicologia Social, rompendo com a separação
radical, defendida por Durkheim, entre representações individuais e coletivas, ao sugerir que
as primeiras deveriam ser do campo da psicologia, enquanto as últimas do campo da
sociologia. Assim, a teoria de Moscovici é frequentemente classificada como uma forma
sociológica de Psicologia Social (FARR, 1995).
Outro ponto a ser abordado sobre as representações sociais é como estas estão
imbricadas aos processos de comunicação. Para Moscovici (2009, p.22), “as representações
podem ser o produto da comunicação, mas também é verdade que, sem a representação, não
haveria comunicação” assim como, “a mudança dos interesses humanos pode gerar novas
formas de comunicação, resultando na inovação e na emergência de novas representações”. É