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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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manipular os conhecimentos científicos fora do seu contexto próprio, impregnando-se do<br />

conteúdo e do estilo do pensamento que eles representam 10 . Entretanto, ainda que o ECA<br />

preconize mudanças no sist<strong>em</strong>a, as representações de alguns líderes governamentais e outros<br />

profissionais da área, ainda firmadas <strong>em</strong> um velho paradigma, evidenciam práticas<br />

assistencialistas e segregadoras.<br />

Moscovici (ibid.) pontuou que quanto mais a orig<strong>em</strong> da representação é esquecida<br />

e sua natureza convencional ignorada, mais fossilizada ela se torna e, por conseguinte, mais<br />

difícil de ser mudada. E ainda, quanto menos conscientes da representação, maior se torna sua<br />

influência. Sendo assim, o estudo das representações sociais – de suas propriedades, suas<br />

origens e seu impacto – pode se constituir como um eficaz instrumento de análise, na medida<br />

<strong>em</strong> que desvelam pontos de vista comuns sobre questões da prática, do interesse coletivo <strong>em</strong><br />

condições pouco explicitadas. “Por ser<strong>em</strong> ao mesmo t<strong>em</strong>po ilusórias, contraditórias e<br />

„verdadeiras‟”, Minayo (1995, p.100) pondera que “as representações pod<strong>em</strong> ser consideradas<br />

matéria prima para a análise do social e também para a ação pedagógica-política de<br />

transformação, pois retratam e refratam a realidade segundo determinado segmento da<br />

sociedade”.<br />

Para a composição dessa teoria, Moscovici (ibid.) apoiou-se nos fundadores das<br />

Ciências Sociais, especialmente <strong>em</strong> Émile Durkheim (1978). No entanto, algumas diferenças<br />

distanciam o conceito de representações desses dois autores.<br />

Na obra de Durkheim (ibid.), as representações, designadas como coletivas,<br />

abrang<strong>em</strong> uma gama ampla e heterogênea de conhecimento, são vistas como concepções<br />

estáticas que reflet<strong>em</strong> a estabilidade dos fenômenos e entendidas como entidades explicativas<br />

absolutas.<br />

Para Moscovici (2009), as representações são sociais e dev<strong>em</strong> ser vistas como<br />

uma maneira específica de compreender e comunicar o que já se sabe. Para ele, trata-se de um<br />

erro querer incluir um raio de conhecimentos e crenças tão grande como sugere Durkheim,<br />

afinal “compreender tudo é perder tudo” (ibid., p.48). Ele ainda esclarece que<br />

as representações sociais que me interessam não são n<strong>em</strong> as das sociedades<br />

primitivas, n<strong>em</strong> as suas sobreviventes, no subsolo de nossa cultura, dos<br />

t<strong>em</strong>pos pré-históricos. Elas são as de nossa sociedade atual, de nosso solo<br />

político, científico, humano, que n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre têm t<strong>em</strong>po suficiente para<br />

10 Observa-se que as interpretações dos conceitos científicos não são consideradas inferiores, ou mesmo como<br />

uma vulgarização destes, mas como a formação de outro tipo de conhecimento adaptado (MOSCOVICI, 2009).

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