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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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Essa ausência de um projeto de cunho educacional <strong>em</strong> torno do qual os diferentes<br />

profissionais possam atuar, somada à inabilidade para a escolha dos cargos de gerência, gera<br />

uma dinâmica inadequada da equipe técnica que se reflete na falta de vínculo entre colegas<br />

educadores e entre educador-adolescente, além de um alto índice de estresse, tornando o<br />

des<strong>em</strong>penho das funções e tarefas exaustivo e conflitivo.<br />

As inúmeras dificuldades existentes nas relações interpessoais aqui apresentadas<br />

contrapõ<strong>em</strong>-se à relevância desses personagens no cenário <strong>em</strong> estudo. Segundo Oliveira e<br />

Assis (1999), <strong>em</strong> um estudo exploratório de três escolas responsáveis pela custódia judicial de<br />

adolescentes autores de atos infracionais,<br />

os monitores e técnicos eram os el<strong>em</strong>entos mais importantes na convivência<br />

direta com o adolescente, porque muitas vezes conquistavam a sua confiança<br />

e preservavam laços de afetividade. Às vezes se transformavam <strong>em</strong><br />

referência modelar com a qual o jov<strong>em</strong> se identificava. Muitos monitores e<br />

técnicos falaram da afetividade positiva estabelecida com jovens que se<br />

tornavam velhos conhecidos pelas repetidas entradas, por meio das quais o<br />

apego se atualizava (p.839).<br />

Diante da caracterização desse espaço, é possível observar a latência de<br />

competências interpessoais mais do que as competências técnicas. Para Moscovici (1985,<br />

p.27), competência interpessoal é “a habilidade de lidar eficazmente com relações<br />

interpessoais, de lidar com outras pessoas de forma adequada às necessidades de cada uma e<br />

às exigências da situação”. Ou ainda, ao considerarmos o conjunto CHA, referido<br />

anteriormente, ressalta-se a necessidade de desenvolvimento da dimensão atitudinal, ou seja,<br />

mais do que o saber e o saber fazer, o querer fazer.<br />

Nesse sentido, tornar-se um bom profissional está intimamente ligado a um<br />

crescimento pessoal, abrangendo autopercepção, autoconscientização e autoaceitação como<br />

pré-requisitos de possibilidades de percepção mais realística dos outros e da situação<br />

interpessoal (MOSCOVICI, 1985). Empatia, autoconhecimento, resiliência, e capacidade de<br />

dar e receber feedback, são constructos essenciais para o educador social, tendo <strong>em</strong> vista o seu<br />

campo de atuação e as relações que ele estabelece com os outros profissionais e com os<br />

adolescentes.

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