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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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abertura ao inusitado e às singularidades, concomitante à ruptura de modos de funcionamento<br />

individualizantes e totalizantes.<br />

Por isso, aliar aos meus conhecimentos sobre dinâmica grupal as teorias das<br />

representações sociais viabilizou uma compreensão mais aprofundada sobre os processos<br />

vivenciados <strong>em</strong> Musicoterapia. A constatação de que esta terapêutica constitui-se como um<br />

campo do representacional deu-se a partir dos discursos, obras e práticas musicais e nãomusicais<br />

evidenciados nesses espaços, os quais reflet<strong>em</strong> e refratam as representações sociais<br />

dos indivíduos, identificadas neste trabalho.<br />

Dessa forma, investigar também as minhas representações sociais de música<br />

trouxe a compreensão de que os meus conteúdos pessoais estão correlacionados ao objetivo<br />

principal desta pesquisa. A concepção de corpos sonoros está fort<strong>em</strong>ente ligada à minha<br />

história de vida, aos meus valores, crenças e percepções da realidade. Fica esclarecido, ainda,<br />

como a minha prática, enquanto musicoterapeuta, está imbricada nos processos do corpo, da<br />

música e do movimento, pelo fato de a corporeidade constituir-se o núcleo central de minhas<br />

representações de música.<br />

Esta concepção de corporeidade, <strong>em</strong> que a música pode promover a saída do<br />

estado de repressão do corpo para a liberdade expressiva e criativa, possibilitou-me perceber o<br />

quanto a música como terapêutica afetou os educadores participantes da pesquisa. Antes dos<br />

atendimentos musicoterapêuticos, estes acreditavam que a música era algo restrito, próprio<br />

àqueles que tocavam instrumentos musicais ou que mantinham um hábito de audição musical.<br />

Ao término dos trabalhos, eles sinalizaram compreender a música como um el<strong>em</strong>ento inerente<br />

ao hom<strong>em</strong>, acessível e capaz de favorecer experiências significativas, mesmo àqueles que não<br />

possuíam um “estudo sist<strong>em</strong>ático” na área.<br />

Considero ainda que essa mudança na compreensão de música acarretou<br />

alterações na visão dos educadores <strong>em</strong> relação a si mesmos e aos outros, tornando-os mais<br />

abertos e sensíveis a seus próprios limites, contribuindo para o desenvolvimento das relações<br />

intra e interpessoais.<br />

Em contrapartida, o contato com os educadores no setting musicoterapêutico<br />

proporcionou transformações <strong>em</strong> minhas representações sociais <strong>em</strong> relação ao ambiente <strong>em</strong><br />

que trabalham – unidades de privação de liberdade – e quanto aos adolescentes autores de atos<br />

infracionais. Houve momentos <strong>em</strong> que o medo dos educadores, ao manter<strong>em</strong> contato com<br />

esses adolescentes, ressoava <strong>em</strong> mim. Mas, também, a resiliência, expressa por eles na

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