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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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espiritual estiveram para mim, durante algum t<strong>em</strong>po, associadas a alguns tipos de música. Isto<br />

me trouxe inúmeras inquietações e questionamentos sobre corporeidade e acarretou <strong>em</strong><br />

dificuldades <strong>em</strong> lidar de forma mais profunda e criativa com meu próprio corpo.<br />

Tive ainda a oportunidade de engajar-me <strong>em</strong> alguns projetos sociais vinculados à<br />

igreja, nos quais eu utilizava a música com grupos de crianças e adolescentes como forma de<br />

socialização.<br />

Já na adolescência, o desejo natural de “transgredir”, isto é, de ir além dos limites<br />

estabelecidos, realizou-se através do aprendizado do violão, da participação <strong>em</strong> corais e<br />

outros projetos musicais desenvolvidos pela escola, no Ensino Médio. Um maior contato com<br />

a música popular brasileira e o fato de assistir a shows musicais de artistas veiculados pela<br />

mídia me fizeram ter novas representações de música, provindas das novas situações vividas<br />

nessa fase e da inserção <strong>em</strong> outros grupos sociais.<br />

Assim, como afirmam Chombart de Lauwe e Feuerhahn sobre a gênese das<br />

representações sociais (1989, apud RIBEIRO e ALMEIDA, 2003, p.153), “o papel do<br />

indivíduo se ressocializa <strong>em</strong> função das transformações materiais e ideológicas de sua<br />

sociedade e época, b<strong>em</strong> como por sua inserção <strong>em</strong> novos papéis, segundo as idades da vida e<br />

os acontecimentos de sua história pessoal”.<br />

Durante o preparatório para o processo seletivo para o curso de graduação <strong>em</strong><br />

Musicoterapia e também no decorrer desta formação, tive contato com novas compreensões a<br />

respeito da música. No estudo do violão clássico e ao relacionar-me com alunos de <strong>Música</strong> e<br />

Educação Musical, percebia como aquele era um universo <strong>em</strong> que se respirava uma “música<br />

de qualidade”, diferente daquelas tocadas nas rádios e do gosto da maioria dos jovens. Essas<br />

representações de música erudita, uma música destinada aos instruídos, inicialmente<br />

pareciam-me antagônicas às idéias difundidas pelos professores da área da Musicoterapia, que<br />

partiam de um conceito amplo de música, e mostravam como eu deveria despir-me de meus<br />

preconceitos a fim de atender às necessidades de meus futuros clientes, estando aberta a<br />

utilizar qualquer tipo de música, independente de meus gostos musicais e preferências<br />

estéticas.<br />

No entanto, com o passar dos anos, convivendo com essa “polaridade”, tornou-se<br />

mais claro que, como musicoterapeuta, eu deveria estar sensível à condição do meu cliente,<br />

porém s<strong>em</strong>pre <strong>em</strong> busca da aquisição de um amplo saber musical que me desse condições de<br />

realizar uma escuta da produção do cliente, que aprimorasse a minha produção musical, e que

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