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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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para vivenciar a música era preciso ter um dom, uma capacidade sobrenatural, e as<br />

experiências com a música se restringiam a tocar um instrumento musical e a ouvir obras<br />

musicais. Entretanto, com o trabalho musicoterapêutico desenvolvido, <strong>em</strong> que a música<br />

aparece como integrante do próprio ser, tais concepções foram se transformando.<br />

Essas reflexões oferec<strong>em</strong> indícios de que houve mudanças nas representações<br />

sociais dos educadores e que estas permitiram uma vivência mais ampla com a música,<br />

alcançando a produção de corpos sonoros e subjetividades. No entanto, como aborda Ribeiro<br />

e Almeida (2003), há diversas formas e intensidades de mudanças das representações sociais;<br />

de forma gradual, o que significa o abandono de alguns el<strong>em</strong>entos e a incorporação de outros<br />

novos, ou a mudança efetiva no núcleo central 39 . Algumas representações estão tão ancoradas<br />

na tradição que a força da história, dos hábitos e dos costumes imprime uma resistência no<br />

processo de mudanças.<br />

No decorrer do processo musicoterapêutico, a descoberta dessas representações de<br />

música por parte dos educadores sociais e da musicoterapeuta-pesquisadora foram entrando<br />

<strong>em</strong> ressonância e evidenciando que a música era acessível e carregava <strong>em</strong> si inúmeras<br />

possibilidades de expressão. Isso contribuiu para a melhora das relações intra e interpessoais,<br />

para o auto-conhecimento e a coesão do grupo. Da mesma forma que os educadores fluíam<br />

através da música naquele espaço, começaram a perceber que poderiam ampliar essa<br />

experiência a outros campos de suas próprias vidas e a outros espaços, como no ambiente de<br />

trabalho. Como Smeijsters (apud SCHAPIRA et al, 2007) destaca, o que acontece nos<br />

encontros musicoterapêuticos se ass<strong>em</strong>elha essencialmente ao que acontece fora dos mesmos,<br />

e as ações que ocorr<strong>em</strong> dentro de um contexto musical têm lugar <strong>em</strong> um acontecer nãomusical.<br />

Isto é, se no microcosmo de um grupo musicoterapêutico ocorre a reprodução do<br />

macrocosmo da vida dos clientes, <strong>em</strong> consequência, aquilo que é vivenciado no espaço<br />

musicoterapêutico t<strong>em</strong> condição de se reproduzir fora dali.<br />

Eu, musicoterapeuta e minhas representações sociais de música<br />

39 De acordo com Abric (1998) o núcleo central seria uma espécie de componente mais permanente das<br />

representações sociais, sendo utilizado pelos indivíduos como referência para orientar suas apreensões e<br />

percepções sobre a realidade <strong>em</strong> que viv<strong>em</strong>. Assim, toda representação é organizada por um núcleo central<br />

constituído de el<strong>em</strong>entos que ocupam uma posição de destaque nessa estrutura.

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