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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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seu universo imaginando-se <strong>em</strong> seu lugar, são algumas estratégias dos educadores para lidar<br />

com essas contradições. Tais estratégias possibilitam de forma conjunta, evidenciada nas<br />

relações entre educadores e adolescentes, o resgate da identidade dos adolescentes, b<strong>em</strong> como<br />

a construção de novas representações sociais.<br />

Evidenciou-se também, nas formulações e práticas desses educadores sociais, a<br />

necessidade de um trabalho coletivo como forma de sentir<strong>em</strong>-se mais seguros, amparados e<br />

capazes de transformar a realidade. Durante as técnicas de audição com movimentação<br />

corporal, aplicadas no sexto e no décimo encontros, tal necessidade foi ressaltada, e tiv<strong>em</strong>os a<br />

oportunidade de evocar reflexões sobre as limitações de cada educador para a efetivação dessa<br />

coletividade, o que foi amplamente considerado nos discursos dos educadores que<br />

propuseram mudanças.<br />

Essas formulações e práticas desvelaram ainda a percepção de um ambiente <strong>em</strong><br />

que falta o reconhecimento da profissão e do profissional, <strong>em</strong> que os policiais são<br />

profissionais que têm ações contrárias ao processo educativo, <strong>em</strong>bora sua função coercitiva<br />

não possa ser dispensada; a percepção de um ambiente <strong>em</strong> que o reconhecimento do técnico<br />

como um profissional detentor de conhecimento faz com que ora esse conhecimento seja<br />

objeto de admiração, ora adquira um aspecto de “superioridade” que cria uma barreira entre<br />

ele e os outros profissionais, dificultando as trocas.<br />

Em relação às expectativas quanto aos encontros musicoterapêuticos, os<br />

educadores apresentaram a opinião que a musicoterapia poderia contribuir nos âmbitos<br />

profissional e pessoal, partindo do princípio que, se a música e a terapia são benéficas, logo a<br />

musicoterapia também seria. Assim, a curiosidade constitui-se como um el<strong>em</strong>ento motivador<br />

para o engajamento na proposta da pesquisa.<br />

Outro ponto observado trata-se da idéia de que os encontros musicoterapêuticos<br />

ofereceriam instrumentalização para a prática profissional, isto é, que as técnicas a ser<strong>em</strong><br />

vivenciadas pudess<strong>em</strong> ser replicadas com os adolescentes. Ponderamos que este é um<br />

pensamento recorrente na área da Educação <strong>em</strong> que o educador está s<strong>em</strong>pre focado <strong>em</strong><br />

aprender algo para reproduzir, para ensinar ao outro, mais do que vivenciar e conectar-se<br />

consigo mesmo para, posteriormente, estender os ganhos aos outros.<br />

Nos atendimentos musicoterapêuticos, propostos nesta pesquisa, as experiências<br />

musicais/musicoterapêuticas evidenciaram as representações sociais dos educadores quanto<br />

ao seu ambiente de trabalho, suas relações com os adolescentes, com outros colegas, b<strong>em</strong><br />

como com a música. Nesse sentido, como visto anteriormente, os educadores acreditavam que

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