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EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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Dessa forma, no decorrer de quase três meses observamos como os educadores<br />

passaram a tocar mais, tanto um toque físico, representado pelos apertos de mãos e abraços,<br />

quanto um toque de afeto que envolvia sorrisos, palavras e canções. Notamos ainda que<br />

quanto mais sensíveis aos seus corpos, ao corpo do outro e ao corpo da própria música, os<br />

participantes apresentavam um discurso mais poético, entr<strong>em</strong>eado de subjetividades, como<br />

que abertos à cont<strong>em</strong>plação da vida, ao mesmo t<strong>em</strong>po que se mostravam mais abertos às<br />

opiniões dos outros e a colocar as suas próprias opiniões sobre fatos e fenômenos do grupo:<br />

“através do som, arte e acolhimento me senti nesses momentos! Apreendi o ritmo da vida,<br />

que pulsa <strong>em</strong> mim e no outro, a qualquer instante. Então obrigada por me fazer ficar ligada<br />

na Vida” e “a musicoterapia nos ensina a explorar melhor a música no nosso dia-a-dia”.<br />

Também nos chamou atenção e nos deixou honradas o desejo manifestado pelos<br />

participantes de dar continuidade aos encontros musicoterapêuticos e que esses foss<strong>em</strong><br />

estendidos a outros educadores sociais, e ainda que o profissional musicoterapeuta fosse<br />

inserido na equipe de trabalho, atuando junto aos adolescentes autores de atos infracionais.<br />

Eis as opiniões de alguns participantes: “acho que deveria ter uma segunda etapa. E também<br />

deveria levar outros colegas, que não tiveram a oportunidade de participar”; “avalio que o<br />

profissional da área deveria fazer parte da equipe dos centros de internação”. Assim,<br />

perceb<strong>em</strong>os que por vivenciar<strong>em</strong> e entender<strong>em</strong> a proposta da musicoterapia, os educadores<br />

avaliaram como benéficos outros contatos com esta terapêutica.<br />

Por experimentar<strong>em</strong> o ouvir a si mesmo e ao outro, por vibrar<strong>em</strong> <strong>em</strong> consonância,<br />

e também permitir<strong>em</strong> a dissonância <strong>em</strong> que habitam os sons e silêncios, os educadores, a<br />

partir das suas representações sociais, experimentaram a produção de corpos sonoros e<br />

subjetividades, dando espaço para momentos de ressignificações e sinalizando novas<br />

representações.<br />

Os educadores sociais e suas representações<br />

Durante as entrevistas e atendimentos musicoterapêuticos, os participantes<br />

evidenciaram suas representações sociais através de seus discursos e práticas musicais e nãomusicais.<br />

Assim, conforme Moscovici (2009) afirma, as representações sociais são<br />

identificáveis nas “asserções” ou “afirmações dos sujeitos sobre o objeto representado”.

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