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“Tocando em frente” de Almir Sater (Anexo XII). Um lanche, organizado pelos próprios
membros, foi servido.
Notamos que a canção de encerramento já havia sido usada no oitavo encontro,
por Tereza. Sua melodia simples e com predominância em colcheias apresenta poucos saltos –
o maior deles o intervalo de quarta justa – e recorrentes intervalos em graus conjuntos, que
parece evidenciar, com suavidade, o movimento de mudança da vida descrito na letra. Na
tonalidade de Dó maior, durante as expressões “eu nada sei”, “de estrada eu sou”, “de ser
feliz” nos chamou a atenção as sucessões harmônicas que constituem uma meia cadência,
provocando uma sensação de interrogação. Também se associando ao texto, no momento em
que o autor brinca com as palavras “manhas” e “manhãs”, “massas” e “maçãs” há uma
repetição melódica e rítmica. O ritmo guarânia, típico das modas de violas, um estilo musical
bem regionalista, evidencia a identidade sonora grupal do interior da região.
Sua letra enfatiza uma mudança na forma de vida devido às experiências; um
reconhecimento das próprias limitações e do ritmo e ciclos da vida, na qual tudo tem um
começo e um fim, a esperança de um futuro melhor; fica evidenciada também a exploração de
novos sentidos, como os sabores, cheiros e os sons. Independentemente das situações, que
podem ser entendidas como o término dos encontros musicoterapêuticos e/ou como as
experiências complexas do próprio ambiente de trabalho, o título “Tocando em Frente”,
parece remeter à compreensão do grupo de que eles precisam continuar.
Uma observação cuidadosa das avaliações coligadas à análise dos processos
grupais nos mostra que os atendimentos musicoterapêuticos contribuíram para o
desenvolvimento das relações intra e interpessoais dos educadores sociais atendidos. Quanto
ao desenvolvimento intrapessoal, isto é, a relação do educador com ele mesmo, as
experiências musicais conduziram a novas sensações físicas e emocionais, despertando uma
maior sensibilidade, auxiliando-o no encontro consigo mesmo e a perceber seus próprios
limites e a importância de destinar um tempo específico para si. Tranquilidade, paz e alegria
foram alguns sentimentos descritos sobre os efeitos da música nesse ambiente terapêutico.
Espontaneidade nas ações e diminuição da timidez também foram ganhos registrados e
observados. Foi ressaltada uma melhora na compreensão das próprias emoções e uma
organização dos pensamentos, o que, por consequência, auxiliou no autoconhecimento.
Nesse sentido, quando uma participante relatou que “mesmo vivendo um momento
de muita fragilidade, percebi que sou bastante equilibrada”, entendemos que a