EMAC - UFG - EMAC - Mestrado em Música e Artes Cênicas - UFG

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No segundo encontro optamos pelo uso de colchonetes para proporcionar um
ambiente mais acolhedor ao grupo. Nove participantes estiveram presentes, sendo que quatro
pela primeira vez: Mariana, Sandra, Tereza e Vanessa, o que demandava um novo momento
de apresentação. O grupo se mostrava agitado, com conversas paralelas e gestos expressivos.
Percebendo este tempo mental acelerado (ver Princípio de ISO, p. 52), iniciamos o
aquecimento explorando a produção de sons corporais, em seguida cantando um trecho da
canção “Deixa isso prá lá”, de Jair Rodrigues, com realização de um ritmo percussivo
corporal – duas batidas nas pernas com as mãos seguidas de uma palma, como apresentado na
figura abaixo:
Figura 2 – Trecho da música “Deixa isso pra lá” de Jair Rodrigues
Após cantarmos repetidas vezes, alterando altura, duração e intensidade, até
mesmo aqueles que não conheciam esta canção puderam acompanhar, ocorrendo um
momento de integração. A musicoterapeuta, ao escolher esta música, considerou os seguintes
aspectos: a letra, de forma descontraída, propõe um convite ao contato; a falta de uma melodia
definida faz com que o texto musical se aproxime da fala, como em um rap, facilitando para
aqueles que normalmente não têm experiências com o canto ou que pudessem se sentir
envergonhados em realizar essa atividade; o samba provoca uma impressão de familiaridade,
visto que é um gênero símbolo da identidade nacional, além de ser envolvente e animado.
Ao propormos a execução de um ritmo com as mãos juntamente com o ritmo da
voz, o primeiro tratava-se de um ostinato 27 de fácil assimilação, servindo de apoio à melodia e
reforçando o pulso da canção. Assim, da forma como utilizada, esta pode ser classificar como
27 O termo ostinato designa um curto esquema musical, que se repete de forma constante durante toda uma
composição ou secção de uma obra (SADIE, 1994).